Tal como em Braga ou Lamego, nalgumas destas localidades espanholas, os encapuzados fazem parte destas procissões. Além deles, cobertos da cabeça aos pés, seguem nas procissões pascais os andores mais esplendorosos e ornamentados de Espanha.
Dezenas de irmandades organizam estas procissões. Algumas espectaculares, outras silenciosas e austeras, mas todas carregando um profundo pesar pela Paixão de Cristo e o luto da Virgem. A atmosfera dos cortejos intermináveis iluminados por velas, com clérigos e penitentes encapuzados carregando imagens centenárias, é de tal modo impressionante que não deixa ninguém indiferente.Uma das festividades religiosas mais importantes, desta época pascal, é a Semana Santa de Sevilha (na Andaluzia).
A tradição da Semana Santa de Sevilha remonta ao século XIV e tem origem nos grémios e nas confrarias de penitência daquela cidade, que surgiram nos séculos XIII e XIV e se consolidaram definitivamente, em termos de estatutos e natureza, nos séculos XV e XVI.
A Semana Grande, ou Santa, de Sevilha tem um ambiente muito especial que a distingue das demais celebrações que existem um pouco por toda a Andaluzia. A preparação das procissões começa semanas antes, com a colocação de barras metálicas nos percursos, enquanto que nas montras das lojas e cafés se podem ver reproduções de imagens ou andores em miniatura e nazarenos de caramelo reproduzidos ao pormenor nos escaparates das pastelarias. Durante esta semana é também tradição comer as "torrijas" e os "pestiños".
As cerca de 57 confrarias de Sevilha - das quais a mais antiga, El Silencio, tem mais de 650 anos - preparam-se durante todo o ano para a Semana Santa e rivalizam em talento para enfeitar os andores de Cristo e da Virgem que fazem desfilar pela cidade, desde a sua igreja de bairro até à Santa Iglesia Catedral e de volta - a Recogía - ao seu templo inicial.
Hoje em dia, as procissões das diferentes confrarias têm lugar nos oito dias que decorrem entre o Domingo de Ramos e o Domingo de Páscoa e tradicionalmente começam pela La Borriquita, no Domingo de Ramos, e terminam com La Resurrección, no Domingo de Páscoa.
Enquadrados na procissão, os nazarenos, penitentes laicos de túnica, capuz com máscara e por vezes uma capa, com as cores da sua confraria, desfilam muitas vezes descalços com um passo lento e ritmado pelo martelo do Capataz, que também impõe a marcha aos dezenas de "costaleros" de olhos vendados que carregam os andores com as imagens sagradas - "os pasos" -, que chegam a pesar 2000 kg. Cada irmandade transporta o seu estandarte, popularmente chamado de "bacalao", com o respetivo escudo bordado.
Na Quinta e na Sexta-feira Santas as mulheres vestem traje de mantilha, adornado de cravos na Quinta-Feira Santa, e sem cravos na Sexta-Feira Santa, como sinal de luto, e visitam-se sete sacrários, como impõe a ocasião.
Se não pode ir até Sevilha, veja as procissões nocturnas em Sevilha, através do vídeo que se segue. Ora veja. Vale bem a pena!
Pesquisa: Infopédia
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