Hoje proponho-lhe um passeio até Loulé, para ficar a conhecer o Palácio da Fonte da Pipa.
Este palácio é mais um exemplo do nosso património edificado, que se encontra em avançado estado de degradação. As razões serão várias. Mas, as histórias de assombrações rodeiam o Palácio da Fonte da Pipa que segundo algumas fontes terá sido mandado construir para receber o rei D. Carlos.
Inicialmente foi baptizado como Quinta da Esperança, mas ficou conhecido por Fonte da Pipa, dada a fonte com o mesmo nome que existia no local.
De acordo com o texto de Luísa Fernanda Guerreiro Martins "As terras da Fonte da Pipa foram compradas por Marçal Pacheco (advogado, político do Partido Regenerador, deputado e presidente da Câmara de Loulé) , que quis erguer ali um palacete (1875) semelhante aos que vira nas suas viagens ao Norte da Europa.
Embora não se saiba quem foi o arquitecto que desenhou o palacete, sabe-se que o decorador foi José Pereira Júnior (Pereira Cão), pintor e ceramista de Lisboa, que também trabalhou no restauro e decoração do Palácio da Ajuda por altura do casamento do príncipe D. Luís.
Marçal Pacheco faleceu no ano de 1896 sem ter visto terminada a construção do seu palacete.
Em 1920, a família do antigo presidente vendeu a Quinta a Manuel Dias Sancho, banqueiro de S. Brás de Alportel.
Dias Sancho introduziu melhorias, mandando eletrificar o palácio e construir os bancos dos jardins embutidos com conchas, corais, búzios, cascas de caracol, porcelana, cerâmica, num estilo Kitsch de feição romântica que envolve todo o edifício e jardins. Nos anos de 1927/29 os bens da Casa Bancária de Manuel Dias Sancho, a título ressarcivo, foram entregues ao Banco do Algarve. Por sua vez, Francisco Guerreiro Pereira terá comprado a Quinta ao banco.
O amor deste novo proprietário às plantas exóticas permitiu que ainda hoje permaneçam nos jardins espécies florais não autóctones. Após a morte de Francisco Guerreiro Pereira, foi herdeiro da Quinta o seu filho, o Dr. Guerreiro Pereira, de Faro. Em 1981, este médico vendeu a propriedade à empresa "Quinta da Fonte da Pipa, Urbanizações, Lda. A Quinta da Fonte da Pipa não está isenta de histórias de fantasmas, almas penadas e sons estranhos. Ainda hoje permanece o anátema tão arreigado na crença popular de fenómenos supostamente psicofónicos aí acontecidos."
E agora conheça-o por dentro, clicando aqui.
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