Natália Correia teria feito a 13 de Setembro 90 anos. Para assinalar a efeméride, o seu amigo e jornalista Fernando Dacosta lançou o livro "O Botequim da Liberdade" (editado pela Casa das Letras), em que conta histórias das tertúlias no lisboeta Botequim da Graça.
É este, pois, o livro que lhe proponho hoje.
"A última grande tertúlia de Lisboa - que marcou culturalmente, politicamente várias décadas portuguesas - teve lugar no Botequim, bar do Largo da Graça criado e projectado por Natália Correia (em 1968).
Nele fizeram-se, desfizeram-se revoluções, governos, obras de arte, movimentos cívicos; por ele passaram presidentes da República, governantes, embaixadores, militares, juízes, revolucionários, heróis, escritores, poetas, artistas, cientistas, assassinos, loucos, amantes em madrugadas de vertigem, de desmesura. Foi por aí que passaram os militares que organizaram o 25 de Abril e se anteviram os cenários para Portugal pós-ditadura.
A magia do Botequim tornava-se, nas noites de festa, feérica. Como num iate de luxo, navegava-se delirantemente (é uma viagem assim que neste livro se propõe) em demanda de continentes venturosos, de ilhas de amores a encontrar.
O futuro foi ali, como em nenhuma outra parte do País, festivamente antecipado - nunca houve, nem por certo haverá, nada igual entre nós".
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