Deste alto do monte vejo,
dourado e azul entre as margens
O Tejo do meu desejo
O tentador das viagens!
E estas águas contemplando
da barra aos ouros da praia,
o corpo vai-me tombando
e a alma quase desmaia...
Portugal parece exangue,
e tu, Tejo, a deslizar,
foste a veia azul que o sangue
lhe foi vertendo no mar!
Oh glória! como num graal
resplendente, a marulhar,
inda enche as ondas do mar
o sangue de Portugal!...
Afonso Lopes Vieira - in Cancioneiro III
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