Os alunos das turmas B e A do 11ºano da Escola Secundária do Lumiar, fizeram uma visita à Quinta da Regaleira, situada na bela vila de Sintra. Esta lindíssima Quinta só abriu ao público em 1997 . Pelo facto de abranger uma grande biodiversidade de flora, ser considerada património cultural artístico, e principalmente por ser um local com grande valor simbólico, disto iremos falar nesta reportagem, mais precisamente do Patamar dos Deuses.
O Patamar dos Deuses está situado no jardim, é uma das principais atracções para quem visitar a Quinta.
O Patamar dos Deuses é constituído por 10 estátuas, 9 de deuses e uma de um leão. Foram lá postas para nos fazer lembrar a “Divina Comédia” de Dante Alighieri e os 9 círculos do capítulo do Inferno e a jornada iniciática que alguém tem de realizar para entrar numa ordem Maçon. Estes 9 Deuses romanos são Hermes , Vulcano, Dionísio , Pã , Ceres , Flora, Vénus, Orpheu e Fortuna, divididos em dois espaços pelo leão. Vamos então começar por Hermes. Este era o mensageiro dos deuses e filho de Zeus, e devido à sua prudência e habilidade era o deus protector dos caminhos e dos viajantes. Por esse facto é que ele talvez esteja no jardim. Tinha fama de engenhoso por isso atribui-se-lhe a invenção da lira, do alfabeto, dos números, dos pesos e medidas, etc.
Vulcano é o deus romano do fogo. A sua figura era representada por um ferreiro, sendo ele quem forjava os raios para Júpiter. Este era o mais feio dos deuses, por isso em bebé foi lançado do Monte Olimpo para um vulcão para ficar escondido. Ele era casado com Vénus, que lhe era infiel. Para desmascarar a sua infidelidade ele armou uma armadilha na sua cama para a apanhar. Depois temos Dionísio, deus grego do vinho, que foi unido à carne de Zeus por ter nascido prematuramente e apesar deste facto representa a força reprodutora e fertilizante da natureza. Pã era o deus grego das pastagens, bosques e rebanhos. Este está representado na sua forma mais humana tendo corpo de homem, quando normalmente é representado com chifres, barba, pernas e cauda de cabra, e por esse motivo ele representa o medo irracional de algo estranho.
Ceres era a deusa das plantas que brotam (particularmente dos grãos) e do amor maternal. A palavra cereal deriva de Ceres, comemorando a associação da deusa com os grãos comestíveis. O nome Ceres também significa "crescer".
Flora na mitologia romana, é uma ninfa das Ilhas Afortunadas. Flora é a potência da natureza que faz florir as árvores e preside a “tudo que floresce” representando assim o novo homem depois de encontrar a “luz”.
Vénus é a deusa do Amor e da Beleza, o mito do seu nascimento conta que surgiu de dentro de uma concha de madrepérola, tendo sido gerada pelas espumas. Ela lembra-nos a razão pela qual se voltou ao antropocentrismo na arte.
Orpheu, um semi-deus, foi o herói grego que tentou ir ao sub mundo para salvar a sua amada. Mas, infelizmente não o conseguiu porque quebrou uma importante regra, olhou para trás quando Hades lhe disse, que a única forma de sair dali com a sua mulher, era não olhando para trás enquanto estivesse a subir (lembrando deste modo outro dos princípios da maçonaria).
Fortuna, representa melhor a caminhada de iniciação pelo facto de ser a deusa romana da sorte (boa ou má) e da esperança. Ela geralmente é representada com a vista tapada pois distribuía os seus desígnios aleatoriamente. Por fim temos o Leão que representa o guardião dos portões do sub mundo, como no poema da “Divina Comédia” de Dante Alghieri, representando assim também o início da jornada de iniciação. Para reforçar esta ideia ainda estão nos dois candeeiros à frente do leão os animais que representam os 4 elementos para ajudar na caminhada: a salamandra (fogo), a tartaruga (água), o sapo (terra), e o caracol (ar) que também é um dos maiores símbolos da maçonaria. Este é um jardim que se deve visitar pelo menos uma vez na vida e que se deve olhar com os olhos e com a cabeça pois tem grandes segredos para nos mostrar.
Bruno Pascoal, Guilherme e Nuno
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