O dia 3 de fevereiro é dedicado a São Brás. Aqui lhe deixo mais uma receita da gastronomia tradicional portuguesa, associada a uma lenda religiosa.
Em Vila Real manda a tradição que os rapazes ofereçam, neste dia, a gancha às raparigas. Mas elas ficam em dívida. A 13 de dezembro, dia de Santa Luzia, terão de dar-lhes o pito. Uma tradição que começou por ser religiosa e que com o tempo ganhou cariz popular.
Esta tradição repete-se ano após ano e não dispensa uma boa dose de brejeirice.
A gancha é um doce típico de Vila Real em forma de bengala, inspirado no báculo de São Brás, que foi bispo, e é feito com açúcar e água.
São Brás (264 - 316) foi um mártir, bispo e santo católico que viveu entre o séculos III e IV na Arménia. São Brás, é o padroeiro das doenças da garganta.
Reza a lenda que "Uma criança estava engasgada com uma espinha na garganta e não havia maneira de lha tirarem. Então, São Brás usou uma espécie de gancha feita de açúcar e meteu-lha na boca. A criança colaborou porque a gancha era doce e conseguiu tirar-lhe a espinha. A partir daí ficou a tradição da gancha".
Não se sabe quando começou a tradição das Ganchas de S. Brás em Vila Real, no entanto, se passar por lá hoje há-de verificar que esta tradição ainda se mantém. Agora aqui vai a receita.
Ingredientes:
Açúcar
Água
Limão q.b. (opcional)
Preparação:
Deitam-se todos os ingredientes num tacho que se leva ao lume para se obter o ponto de rebuçado.
Deita-se o preparado num tabuleiro untado com manteiga e deixa-se arrefecer um pouquinho.
Com as mãos forma-se então uma gancha. Depois decore-as com papéis coloridos.
Entretanto, confira no vídeo abaixo, como é que se fabricam, em Vila Real, as Ganchas de S. Brás.
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