No dia 11 de março, o Japão foi abalado por um sismo de magnitude 8,9/9.0 na escala de Richter, com uma profundidade de 24 quilómetros. O geofísico Shengzao Chen explicou que o terramoto do Japão ocorreu quando a crosta terrestre se rompeu numa área de cerca de 400 quilómetros de comprimento e de 160 de largura, e as placas tectónicas se moveram mais de 18 metros.
Este enorme sismo fez deslocar o eixo da Terra 25 centímetros, enquanto a principal ilha do Japão se moveu 2,5 metros com a força da abalo. Para além disso, o terramoto provocou a formação de um tsunami que atingiu a costa noroeste deixando um cenário devastador e mais de dez mil mortos.
A onda que o sismo criou e que atingiu Sendai com uma altura de 10 metros, colocou todo o Pacífico em alerta. O tsunami atravessou aquele oceano tendo gerado algumas consequências importantes.
Nas primeiras 24 horas após o primeiro abalo no Japão, registaram-se mais de 160 réplicas, a maioria com magnitude superior a 5.
Os tremores de terra são frequentes no Japão. Em regra, devido a um apertado conjunto de normas de segurança que devem ser observadas na construção de edifícios, os danos materiais e humanos são reduzidos. Todavia, em 1995, um sismo de magnitude 7.2 atingiu a cidade portuária de Kobe, causando a morte de 6400 pessoas.
Recordo que a intensidade do sismo de dia 11 foi de 8,9 na escala de Richter e que se desconhecem sismos com intensidade superior a 10 (os piores sismos são: 1960, 9,5º - Chile; 1964, 9,2º - Alasca; 1960, 9,1º - Indonésia; 1952, 9,0º - Rússia, 2011, 8,9º/9,0º - Japão e 2010, 8,8º no Chile) .
Contudo, parece que a destruição resultou muito mais do avanço das águas do mar que do sismo propriamente dito, porque os japoneses preparam as suas construções para os tremores de terra. Agora, com ondas de 10 metros de altura, devidas ao tsunami… a catástrofe foi praticamente inevitável. Os danos materiais e humanos são imensos podendo os prejuízos contabilizar-se, provavelmente, em biliões de dólares. Mas, a consequência mais importante deste abalo fez-se sentir na província de Fukushima. Aqui existe um central nuclear que sofreu uma explosão no dia 12, provocando o risco de contaminação nuclear.
Gostaria de relembrar que no Japão as populações se concentram sobretudo nas planícies costeiras. A população japonesa não ocupa de forma alguma as montanhas, o que segundo Jean-Robert Pitte (presidente da Sociedade de Geografia de Paris, especialista em Geografia da Paisagem), na Conferência inaugural que proferiu no 7º Congresso da Geografia Portuguesa (Coimbra, 2009), se deve, verdadeiramente, a motivos religiosos (nas montanhas, moram os deuses).
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