Este bairro localiza-se num penhasco elevado com vista para o rio Mtkvari. O bairro abriga a Igreja da Assunção de Metekhi.
A igreja de Metekhi é uma igreja de cúpula cruzada, embora este estilo fosse mais comum durante a Idade Média. É feita de tijolos e pedra trabalhada. Os restauros dos séculos XVII, XVIII e XIX empregaram principalmente tijolos. A fachada é geralmente lisa, com elementos decorativos concentrados em torno das janelas das absides orientais. Faixas horizontais abaixo das empenas circundam os quatro lados e servem como um elemento unificador. O pórtico norte da entrada principal não é uma adição posterior, mas foi construído ao mesmo tempo que o resto da igreja.
A região onde se localiza a igreja foi uma das primeiras áreas habitadas no território da cidade. De acordo com relatos tradicionais, o rei Vakhtang I Gorgasali ergueu aqui uma igreja e um forte que servia também como residência de um rei; daí vem o nome Metekhi, que remonta ao século XII e significa literalmente "a área ao redor do palácio".
A tradição diz, também, que este foi o local onde a mártir do século V, Santa Shushanik, foi enterrada. No entanto, nenhuma destas estruturas sobreviveu à invasão mongol de 1235.
A lenda refere também que, o penhasco de Metekhi, foi o local do martírio de Habo (século VIII), o santo padroeiro de Tbilisi . Uma pequena igreja em sua homenagem está a ser construída no sopé da falésia.
A falésia está ligada à margem direita oposta do rio Mtkvari, através de uma ponte de betão armado, que foi construída em 1951, no local das duas pontes mais antigas. Infelizmente, um complexo único de várias estruturas e edifícios que datavam dos séculos XVII a XIX foram destruídos durante a construção da ponte. Recentemente, o governo da cidade anunciou a sua intenção de restaurar esta parte da histórica da Velha Tbilisi, como era na primeira metade do século XX.
A Igreja da Assunção de Metekhi, que fica no topo da colina, foi construída pelo rei georgiano São Demétrio II por volta de 1278 - 1284 e é um exemplo incomum de igreja ortodoxa georgiana com cúpula (foi danificada e restaurada várias vezes, como já referi).
O rei Rostom (r. 1633-1658) fortificou a área ao redor da igreja com uma forte cidadela guarnecida por cerca de 3.000 soldados. Sob o domínio russo (estabelecido em 1801), a igreja perdeu o seu propósito religioso e foi usada como quartel.
A cidadela foi demolida em 1819 e substituída por um novo edifício que funcionou como prisão até à era soviética, e fechada apenas em 1938.
Durante o período soviético, o georgiano Lavrenti Pavlovich Beria pretendeu destruir a igreja também, mas encontrou uma oposição obstinada de um grupo de intelectuais georgianos liderados pelo pintor e colecionador de arte Dimitri Shevardnadze. Beria respondeu aos seus apelos solicitando que ele desistisse de seus esforços para salvar a igreja dizendo-lhe que seria nomeado diretor de um futuro museu. O artista recusou, foi preso e executado. O edifício, contudo, foi preservado.
A estátua equestre do Rei Vakhtang I Gorgaslan, do escultor Elguja Amashukeli, foi erguida em frente à igreja em 1961.
No final da década de 1980, o patriarca católico de toda a Geórgia, Ilia II, lançou uma campanha apoiada popularmente, com o objetivo de o estado devolver a igreja ao patriarcado georgiano. Um conhecido dissidente e futuro presidente da Geórgia, Zviad Gamsakhurdia, fez greve de fome para apoiar essa solicitação. Apesar da resistência inicial da liderança comunista local, a igreja voltou a funcionar em 1988.
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