segunda-feira, dezembro 22, 2025

Hotel Timor

Com votos de Boas Festas proponho-lhe que leia Hotel Timor, um livro do escritor timorense Luís Cardoso.

Luís Cardoso de Noronha (1958) é um dos mais importantes escritores timorenses. Estudou na ilha de Ataúro e nos colégios missionários de Soibada e de Fuiloro, no seminário dos jesuítas e no Liceu Dr. Francisco Machado, em Díli. Mais tarde, em Portugal, licenciou-se em Silvicultura no Instituto Superior de Agronomia de Lisboa e realizou uma Pós-Graduação em Direito e Política do Ambiente, na Universidade Lusófona. Desempenhou as funções de Representante do Conselho Nacional da Resistência Maubere, em Portugal. É autor dos romances: Crónica de Uma Travessia (1997); Olhos de Coruja Olhos de Gato Bravo (2002); A Última Morte do Coronel Santiago (2003); Réquiem para o Navegador Solitário (2007); O Ano em que Pigafetta completou a circum-navegação (2013); Para onde vão os gatos quando morrem? (2017); e o Plantador de Abóboras (2020), romance galardoado com o Prémio Oceanos 2021.

Sinopse:
No coração de Díli, debruçado sobre um mar que guarda mais silêncios do que ondas, ergue-se o Hotel Timor. O edifício é mais do que um lugar de passagem: é testemunha de uma história que resiste ao tempo. Entre Lisboa e Timor, entre a partida e o regresso impossível, este romance habita a fronteira do exílio. As personagens movem-se como viajantes perdidos, estrangeiros na sua própria terra, seres que procuram redenção na lembrança e tropeçam na ferida ainda aberta da História. Amores interrompidos, destinos fragmentados, cartas nunca enviadas, vozes que regressam na madrugada: tudo converge na atmosfera rarefeita do hotel, metáfora de um país e de uma identidade suspensa entre a ruína e a esperança. Com uma escrita densa, melódica e por vezes cruel, o autor ergue uma narrativa que é ao mesmo tempo íntima e coletiva. Hotel Timor fala da dor e da resistência, do esquecimento e da memória, do peso das ausências e da obstinação em continuar a viver, mesmo quando tudo em redor ameaça desaparecer. Ler este livro é entrar num espaço onde a literatura se torna morada de sombras, mas também de claridade inesperada — um lugar onde a palavra resiste, como último refúgio contra a perda.

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