A Falésia de Bandiagara, no Mali, é uma fratura geológica com aproximadamente 200 km de extensão, situando-se entre a savana e a planície do rio Níger.
Esta falésia tem servido como refúgio natural para os Dogon (o Povo das Estrelas): as paredes escarpadas de rocha ofereciam e oferecem proteção e abrigo, por camuflarem perfeitamente as casas Dogon. Construídas com uma mistura de argila, palha e esterco de bovino, elas eram e ainda são quase indistinguíveis à distância. Esse mimetismo, nada casual, numa topografia acidentada, era de facto ideal.
Erguidas junto às paredes mais altas do penhasco, estas casas só eram acessíveis através da escalada da rocha (algumas ainda o são), sobretudo aquelas que surgiram durante a ocupação inicial. O terreno, aqui e ali constituído por pedras soltas, dificultava a escravatura dos seus membros por grupos de cavalaria. E, do alto da falésia, a vista privilegiada sinalizava a aproximação da ameaça quando ela ainda poderia ser evitada ou o seu impacto, minimizado.
Os Dogon chegaram à falésia por volta do século XV, época da expansão do Império do Mali. Mas o local já era habitado por outros povos.
Há registos de habitantes a viver na falésia desde 3 000 a.C.. Os Telem ou Tellem (pigmeus de cor avermelhada), que foram absorvidos pelos Dogon, por influências recíprocas ou obrigados a se deslocarem, deixaram, além de outros, o grande legado das cavernas. Nelas se encontra o local mais sagrado para os Dogon, que abriga sepulturas e pontua a verticalidade da falésia. Estas foram erigidas nos seus pontos mais altos, e só são acessíveis aos mais hábeis escaladores através de cordas feitas da fibra do Baobá.O país dos Dogon é uma verdadeira jóia na África Ocidental. Esta região foi considerada Património Mundial da Humanidade em 1989, não só devido às belezas naturais desta região do globo, mas também, devido à cultura do povo Dogon (se o quiser ficar a conhecer melhor, basta clicar aqui).
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