Na República Islâmica do Irão, onde 98% da população é muçulmana quase não se sente a chegada do Natal , exceto nos bairros cristãos das grandes cidades, onde é possível ver pinheiros decorados.
Embora o Natal não seja oficialmente reconhecido no país, é no Irão, antiga Pérsia, que se crê terem vivido os três Reis Magos.
Os iranianos nascidos num lar cristão e frequentadores de uma das igrejas tradicionais têm a sua própria maneira de comemorar o Natal.
Hoje em dia os cristãos iranianos iniciam o seu jejum de produtos à base de carne no dia 1 de Dezembro, naquele que é conhecido como o Pequeno Jejum (que tem o objetivo de purificar a mente, corpo e alma para receber Cristo), por oposição ao jejum de 40 dias da Quaresma. A véspera de Natal é o ultimo dia do jejum, e as pessoas reúnem-se para irem ao culto antes do amanhecer.
Assim, depois da Missa de 25 de Dezembro tem lugar o Pequeno Banquete - o Grande Banquete tem lugar na Páscoa. O prato central do Pequeno Banquete é composto por um cozido de galinha denominado harasa.
Os cristãos no Irão podem ser divididos em três grupos, com três maneiras diferentes de celebrar o nascimento de Cristo.
Os "nativos", em maior número, são descendentes das primeiras comunidades cristãs, católicas e ortodoxas, com tradições da Arménia (que têm uma forte presença em Isfahan) e Assíria. Quase todos são cidadãos iranianos, discriminados ao nível legal e social, mas com status legal, desfrutando de liberdade de culto. Celebram, por isso o Natal, decorando árvores, trocando presentes e indo ao culto. Esses cristãos, descendentes de igrejas tradicionais no Irão, são livres para praticar a sua religião nas suas casas e igrejas. Não podem, contudo, como os outros iranianos, festejar nas ruas ou restaurantes, pois certos alimentos, música, roupas e gestos são proibidos. Para celebrar em paz, a melhor opção é fazê-lo em particular.Há também os cristãos estrangeiros, que trabalham ou moram no Irão, de diferentes tradições religiosas, que celebram o Natal de acordo com sua cultura. São, contudo, pequenas comunidades com membros que vivem permanentemente no Irão.
Há ainda os cristãos secretos que são o terceiro grupo de cristãos. Eles celebram o Natal correndo riscos. A vigilância da polícia sobre as igrejas não é apenas para garantir a ordem pública, mas também para controlar a frequência ao culto daqueles que não são "legalmente" cristãos.


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