sábado, dezembro 20, 2025

O Natal no Irão

Na República Islâmica do Irão, onde 98% da população é muçulmana quase não se sente a chegada do Natal , exceto nos bairros cristãos das grandes cidades, onde é possível ver pinheiros decorados.

Embora o Natal não seja oficialmente reconhecido no país, é no Irão, antiga Pérsia, que se crê terem vivido os três Reis Magos

Os iranianos nascidos num lar cristão e frequentadores de uma das igrejas tradicionais têm a sua própria maneira de comemorar o Natal. 

Hoje em dia os cristãos iranianos iniciam o seu jejum de produtos à base de carne no dia 1 de Dezembro, naquele que é conhecido como o Pequeno Jejum (que tem o objetivo de purificar a mente, corpo e alma para receber Cristo), por oposição ao jejum de 40 dias da Quaresma. A véspera de Natal é o ultimo dia do jejum, e as pessoas reúnem-se para irem ao culto antes do amanhecer.

Assim, depois da Missa de 25 de Dezembro tem lugar o Pequeno Banquete - o Grande Banquete tem lugar na Páscoa. O prato central do Pequeno Banquete é composto por um cozido de galinha denominado harasa.

Os cristãos no Irão podem ser divididos em três grupos, com três maneiras diferentes de celebrar o nascimento de Cristo.

Os "nativos", em maior número, são descendentes das primeiras comunidades cristãs, católicas e ortodoxas, com tradições da Arménia (que têm uma forte presença em Isfahan) e Assíria. Quase todos são cidadãos iranianos, discriminados ao nível legal e social, mas com status legal, desfrutando de liberdade de culto. Celebram, por isso o Natal, decorando árvores, trocando presentes e indo ao culto. Esses cristãos, descendentes de igrejas tradicionais no Irão, são livres para praticar a sua religião nas suas casas e igrejas. Não podem, contudo, como os outros iranianos, festejar nas ruas ou restaurantes, pois certos alimentos, música, roupas e gestos são proibidos. Para celebrar em paz, a melhor opção é fazê-lo em particular.

Há também os cristãos estrangeiros, que trabalham ou moram no Irão, de diferentes tradições religiosas, que celebram o Natal de acordo com sua cultura. São, contudo, pequenas comunidades com membros que vivem permanentemente no Irão.

Há ainda os cristãos secretos que são o terceiro grupo de cristãos. Eles celebram o Natal correndo riscos. A vigilância da polícia sobre as igrejas não é apenas para garantir a ordem pública, mas também para controlar a frequência ao culto daqueles que não são "legalmente" cristãos.

Normalmente não há no Natal iraniano troca de prendas, mas as crianças vestem sempre roupas novas que orgulhosamente exibem no dia de Natal.

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