sexta-feira, outubro 10, 2025

Lisboa

Alguém diz com lentidão:

Lisboa, sabes…”
Eu sei. É uma rapariga
descalça e leve,
um vento súbito e claro
nos cabelos,
algumas rugas finas
a espreitar-lhe os olhos,
a solidão aberta
nos lábios e nos dedos,
descendo degraus
e degraus e degraus até ao rio. Eu sei. E tu, sabias?

Eugénio de Andrade - Até Amanhã, 1956

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