segunda-feira, dezembro 08, 2025

O Mosteiro do Lorvão

 Envolta em diversas lendas, a fundação do Mosteiro de Lorvão tem vindo a recuar até ao séc. VI, época em que foi pela primeira vez identificada a paróquia suevo-visigótica de "Lurbine", tendo sido seu fundador o abade Lucêncio, que se sabe ter assistido ao Concílio de Braga em 561.

Muito embora subsista uma pedra de mármore com ornato visigodo, os primeiros documentos escritos só aparecem depois da primeira Reconquista de Coimbra, em 878, data a partir da qual surgem os primeiros documentos escritos testemunhando a existência de uma comunidade que desempenhou um importante papel no fomento agrário e repovoamento da região. Os monges de Cluny, que vieram a fundar o Mosteiro de Lorvão, dedicaram-no aos mártires São Mamede e São Pelágio.

No séc. X, a sua importância era já considerável e o Mosteiro atingiu grande prosperidade graças a doações de fiéis e ricos-homens, nomeadamente, durante o governo do abade Primo, que mandou vir de Córdova artistas especializados para fazerem obras na região. A investida muçulmana de 987 pôs fim a este surto de progresso mas, após 1064, a comunidade laurbanense recuperou o seu prestígio e esplendor e, em redor do Mosteiro, cresceu uma população atraída pelo trabalho oferecido pelos monges nas suas vastas propriedades.

Durante o reinado de D. Afonso Henriques, aconteceram importantes remodelações coincidindo com o governo do Abade João (1162-1192), durante o qual o mosteiro do Lorvão, a par do mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, foi um dos principais centros de produção de manuscritos iluminados do jovem reino. Destacam-se entre a produção do scriptorium do Lorvão o Livro das Aves, executado no final do reinado de D. Afonso Henriques (1184), e o Apocalipse do Lorvão, executado já durante o reinado de D. Sancho I (1189).

No ano de 1206, o mosteiro passou para a Ordem de Cister, e passou ao mesmo tempo a ser um mosteiro feminino, tendo por invocação Santa Maria. Esta profunda transformação deveu-se à infanta Beata Teresa de Portugal, filha de D. Sancho I e mulher de Afonso IX de Leão. 

Mas, se quiser conhecer melhor a história deste Mosteiro não deixe de ver, em baixo. o programa televisivo Visita Guiada ao Mosteiro do Lorvão, pelas mãos da jornalista Paula Moura Pinheiro e seus convidados.

Este programa Visita Guiada começa na Torre do Tombo, em Lisboa, onde está guardado o "Apocalipse do Lorvão", manuscrito iluminado do séc. XII que a UNESCO classificou como "Memória do Mundo", e termina no Mosteiro do Lorvão, onde este manuscrito foi produzido há mais de 800 anos. A historiadora Maria Adelaide Miranda, a maior especialista portuguesa em Iluminura, é a a guia nesta dupla visita
Ainda o vídeo:Mosteiro de Lorvão - Penacova
E ainda outro vídeo: Penacova: A História do Mosteiro de Lorvão.

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