quinta-feira, maio 02, 2024

25 de Abril, Mitos de Uma Revolução

A propósito da comemoração dos 50 anos do 25 de abril deixo-lhe hoje uma sugestão de leitura: 25 de Abril, Mitos de Uma Revolução, de Maria Inácia Rezola. 

Este é um livro que faz parte do Plano Nacional de Leitura e é recomendado para apoio a projetos relacionados com a História de Portugal no Ensino Secundário.

Sinopse:

A 25 de Abril de 1974 um grupo de jovens capitães leva a cabo um golpe de Estado que, em menos de 24 horas, derruba uma ditadura que dominava Portugal há mais de quatro décadas. Tratou-se de uma revolução em prol da liberdade? A base do movimento nasceu de questões corporativas: do descontentamento dos militares face a alterações de carreira e do desgaste da guerra colonial. A 25 de Novembro os páras ocupam a base aérea da Tancos. A polémica subsiste: houve ou não uma tentativa de golpe de Estado? Quais os seus autores? Quem deu a ordem de saída aos páras? Passados mais de 30 anos só agora se começam a revelar as verdades que permitem desmascarar os mitos que fazem parte da
história do 25 de Abril.

quarta-feira, maio 01, 2024

Um dia de Maio

1 de maio de 1974
 Recordo esse momento, esse
terrível entusiasmo. Eram
milhares, dezenas de milhar
e todos se esticavam, todos
tentavam ver os carros, sentiam
o solene momento, gritavam
da alegria mais pura. Era
um som de pólvora liberta,
uma explosão de esperança,
de loucura, de vida – sim,
por uma vez, a vida -. Lembro
esse gosto de pão, o corte
brusco na inércia, o fogo
da presença em oferenda,
a compressão da ira vinculada
agora a um caminho. Hoje
contemplo esta praça, estas ruas
que a tristeza semeou
de novo e espero a multidão
que uma vez aqui floresceu.

Confio em que virá. O vento
fala já nos seus passos, faz
da espera alimento; o ar
vai encher-se de vozes, vai
ver-nos todos juntos, livres,
respirando através das mãos
unidas, através do ardente
fluido de alegria que liberta
as raízes do canto estagnado.

terça-feira, abril 30, 2024

O Tecolameco

O Tecolameco, também conhecido como Teco Lameco, Teculameco ou Teculameca, é uma sobremesa típica da vila do Crato (no Alentejo), muito saborosa, feita à base de amêndoas, ovos, açúcar, banha e canela.

O Tecolameco é mais um doce tradicional, originário da doçaria conventual portuguesa.

Quanto à história do Tecolameco, conta-se que um antigo chefe terá encontrado no Castelo do Crato (também conhecido como Castelo da Azinheira), no distrito de Portalegre, no Alto Alentejo, um livro antigo que revelava o sentido da vida. Todas as páginas estavam em branco, exceto uma que continha a receita do Tecolameco.

Se quiser arriscar delicie todos em sua casa com a receita que se segue e bom apetite!

Ingredientes:
500 g de açúcar
250 g de miolo de amêndoa ralado
25 g de manteiga
10 g de banha
10 gemas M
2 ovos M
300 ml de água
1 pau de canela
1 pitada de canela em pó
Manteiga para untar
Açúcar em pó para polvilhar

Preparação:
Leve ao lume o açúcar com a água e o pau de canela e deixe ferver, até atingir ponto de pérola.
Retire do lume e junte a amêndoa, a manteiga e a banha. Leve novamente ao lume e deixe engrossar. Retire, elimine o pau de canela e deixe arrefecer. Misture depois os ovos e as gemas, bem como a canela, e mexa muito bem.
Deite o preparado numa forma, previamente untada com manteiga e forrada com papel vegetal também untado. Leve ao forno, pré-aquecido a 180ºC, por cerca de 40 minutos. Retire, deixe arrefecer e desenforme. Polvilhe com bastante açúcar em pó.
Ponto de Pérola:
Encha uma colher com a calda e, lentamente, despeje-a para um recipiente. Se, ao cair, formar um fio um tanto resistente e, na sua extremidade, aparecer uma bolinha, a calda atingiu o ponto de pérola.

Se preferir antes uma receita que utiliza a Bimby, aqui vai ela:

Ingredientes:
Açúcar: 550 g
Amêndoas sem pele: 280 g
Água: 200 g
Pau de Canela: 1
Limão (casca, só parte amarela, e sumo): 1
Manteiga: 55 g
Banha: 55 g
Ovos: 14

Preparação:
No copo da Bimby, coloque 50g de açúcar e pulverize 15 seg/ vel 10. Retire e reserve.
Coloque no copo a água, 500g de açúcar, o pau de canela e uma tira da casca de limão e cozinhe 30 min/ 100ºC/ vel 1.
Adicione a manteiga e a banha, cozinhe 3 min/ 100º/ vel 1. Descarte o pau de canela e a casca de limão.
Adicione 12 gemas e dois ovos, misture 10 seg/ vel 4.
Adicione a farinha de amêndoa reservada e envolva 12 seg/ vel 3. Deite numa forma redonda de fundo amovível forrada com papel vegetal.
Leve ao forno, previamente aquecido a 180 ºC, cerca de 45 minutos. Faça o teste do palito, este deve sair seco. Retire, deixe arrefecer por completo e leve ao frigorífico.
Entretanto faça a cobertura: no copo limpo coloque duas claras, o açúcar em pó reservado e quatro a cinco gotas de sumo de limão, misture 2 min/ vel 4.
Deite a cobertura sobre o bolo fresco e decore a gosto.
Coloque no copo a amêndoa e pulverize 10 seg/ vel 7. Retire e reserve.

segunda-feira, abril 29, 2024

Tula Tula


Ouça "Tula Tula" na esplêndida voz de Kimmy Skota, ao vivo na África do Sul, num espetáculo de André Rieu & a Johann Strauss Orchestra. 

domingo, abril 28, 2024

Os Telhados de Paris

Os telhados parisienses possuem um potencial inestimável porque são muito bonitos e fotogénicos e têm seduzido, por isso, cineastas, fotógrafos, músicos e poetas. O cinza das placas de zinco, as chaminés com a aparência de pequenos potes de cerâmica ocre e, aqui e além, esculturas revestidas de ouro formam um conjunto extraordinário.

Mas os telhados de Paris não são todos cinzentos. Apenas 70% dos telhados são cinzentos: é de facto um casamento único entre o cinzento claro do zinco e o cinzento mais escuro da ardósia! Os telhados da Madeleine ou da Opera Garnier também têm uma cor muito específica de Paris, um verde-cinza claro: isto é, cobre com o seu tom avermelhado, que fica verde com o tempo.

Tudo começou em meados do século XIX, durante a transformação de Paris por Napoleão III e a obra do Barão Haussmann: alargar as ruas, dar ar fresco aos parisienses e modernizar a cidade. Os famosos edifícios de Haussmann espalharam-se pela capital francesa. Para os seus telhados, Haussmann opta por placas de zinco: um material barato, fácil de cortar e instalar. E acima de tudo, um produto totalmente novo que na época representava absoluta modernidade!

Graças à lei de ocupação do solo, que impede a construção de torres, e a lei de proteção do património francesa, os telhados são protegidos e restaurados quando é necessário, sempre dentro do mesmo modelo.

Delphine Burkli, prefeita de um bairro de Paris, deseja que os telhados daquela cidade sejam inscritos na lista do Património Mundial da Unesco. De referir que em Paris, só as margens do Sena estão inscritas na lista da Unesco. Enquanto tal não acontecer, contemplemos esta maravilha da arquitetura francesa, neste imenso museu a céu aberto chamado Paris!

Os telhados de Paris tornaram-se um local obrigatório para os adeptos das esplanadas já que oferecem vistas espetaculares sobre a cidade. Estes lugares altos oferecem a possibilidade de saborear uma bebida ou uma boa refeição enquanto se desfruta de uma vista deslumbrante sobre os telhados da capital.

Ouça agora a cantora brasileira Zélia Duncan em Telhados de Paris.

sábado, abril 27, 2024

Álbuns de Família: Fotografias da Diáspora Africana em Portugal

Álbuns de Família: Fotografias da diáspora africana em Portugal é uma exposição temporária, patente no Padrão dos Descobrimentos, a partir de hoje até 30 novembro 2024, que reúne fotografias da autorrepresentação da diáspora africana em Portugal do período entre 1975 e os dias de hoje.

São "álbuns de família" com as imagens que os portugueses afrodescendentes e os africanos registaram de si próprios e das suas comunidades desde 1975, data das independências dos países africanos de colonização portuguesa.

A curadoria da exposição é de Filipa Lowndes Vicente e Inocência Mata.

sexta-feira, abril 26, 2024

Liberdade! Liberdade! Abre as Asas Sobre Nós

Ouça a cantora brasileira Simone em Liberdade, Liberdade Abre as Asas Sobre nós/ O Amanhã (Áudio Oficial).

Liberdade!, Liberdade!
Abre as asas sobre nós
E que a voz da igualdade
Seja sempre a nossa voz;

Liberdade!, Liberdade!
Abre as asas sobre nós
E que a voz da igualdade
Seja sempre a nossa voz;

Vem, vem reviver comigo amor
O centenário em poesia
Nesta pátria mãe querida
O império decadente, muito rico incoerente
Era fidalguia e por isso que surgem

Surgem os tamborins, vem emoção
A bateria vem, no pique da canção
E a nobreza enfeita o luxo do salão,
Vem viver

Vem viver o sonho que sonhei
Ao longe faz-se ouvir
Tem verde e branco por aí
Brilhando na Sapucaí e da guerra

Da guerra nunca mais
Esqueceremos do patrono, o duque imortal
A imigração floriu, de cultura o Brasil
A música encanta, e o povo canta assim e da princesa

Pra Isabel a heroína, que assinou a lei divina
Negro dançou, comemorou, o fim da sina
Na noite quinze e reluzente
Com a bravura, finalmente
O Marechal que proclamou foi presidente

Liberdade!, Liberdade!
Abre as asas sobre nós
E que a voz da igualdade
Seja sempre a nossa voz,

Liberdade!, Liberdade!
Abre as asas sobre nós
E que a voz da igualdade
Seja sempre a nossa voz

Vem, vem reviver comigo amor
O centenário em poesia
Nesta pátria mãe querida
O império decadente, muito rico incoerente
Era fidalguia e por isso que surgem

Surgem os tamborins, vem emoção
A bateria vem, no pique da canção
E a nobreza enfeita o luxo do salão,
Vem viver