quarta-feira, novembro 20, 2024

Diu: A Presença Portuguesa

Diu (ou Dio) é uma cidade e sede de distrito que pertence ao território de Dadrá e Nagar Aveli e Damão e Diu. Fez parte do antigo Estado Português da Índia até que, em 1961, foi anexado pela Índia, que invadiram aquele território, no tempo de Nehru.

O território de Diu possui uma área de 40 km² e situa-se na península indiana de Guzerate e é composto pela ilha de Diu (separada da península pelo estreito rio Chassis) e pelos pequenos enclaves continentais de Gogolá e Simbor.

Diu era uma cidade de grande movimento comercial quando os portugueses chegaram à Índia. Em 1513 os portugueses tentaram  estabelecer ali uma feitoria, mas as negociações não tiveram êxito. Em 1531 a tentativa de conquista levada a efeito por D. Nuno da Cunha também não foi bem sucedida. No entanto, Diu veio a ser oferecida aos portugueses em 1535 como recompensa pela ajuda militar que estes deram ao sultão Bahadur Xá de Guzerate, contra o Grão-Mogol de Deli. Assim, cobiçada desde os tempos de Tristão da Cunha e de Afonso de Albuquerque, e depois das tentativas fracassadas de Diogo Lopes de Sequeira, em 1521 e de Nuno da Cunha, quando Diu foi oferecida aos portugueses, estes transformaram a velha fortaleza num castelo português.

Depois de dois cercos posteriores, Diu foi de tal modo fortificada que pôde resistir, mais tarde, aos ataques dos árabes de Mascate e dos holandeses (nos finais do século XVII).

A partir do século XVIII, declinou a importância estratégica de Diu. Acabou por ficar reduzida a uma espécie de museu ou marco histórico da sua grandeza comercial e estratégica de antigo baluarte nas lutas entre as forças islâmicas do Oriente e as cristãs do Ocidente.

A fortaleza de Diu foi a mais importante estrutura de defesa construída na Índia pelos portugueses.

A fortificação, erigida entre 1535 e 1541, garantiu a Portugal o controlo da rota marítima das especiarias e das sedas durante o século XVI.

O Forte de Diu, fortificação do século XVI, está de pé como um testemunho da história colonial da região. Localizado na ponta leste da ilha, oferece vistas panorâmicas do Mar Arábico. Podem-se explorar as suas antigas muralhas, baluartes e canhões, que proporcionam um vislumbre da importância estratégica de Diu durante a era portuguesa. O forte também abriga um farol e uma capela, o que marca também a sua importância histórica. 

Graças à sua localização foi também um entreposto comercial estratégico que só perdeu importância após a construção do canal do Suez.

As suas imponentes muralhas, com sete quilómetros de perímetro, ainda hoje são motivo de orgulho para os habitantes de Diu que registam a importância da herança portuguesa.

Outro marco histórico localizado na costa de Diu é o Fortim do Mar ou Panikotha Fortim Do Mar, também conhecido como o Forte do Mar. Acessível de barco, este forte oferece uma perspectiva única sobre a história marítima da ilha. Também se podem explorar as ruínas do forte e desfrutar das vistas panorâmicas do mar circundante.

Igreja de S. Paulo - Diu

De destacar ainda a Igreja de São Paulo, dedicada à Senhora da Imaculada Conceição, um exemplo imperdível em Diu do requinte de arquitetura barroca. A sua construção iniciou-se em 1601 e foi completada no ano de 1610. Esta igreja é famosa pelos seus intricados entalhes em madeira e serena atmosfera. 

Da presença portuguesa neste território ainda se pode visitar a Igreja da Nossa Senhora da Misericórdia, com uma bonita fachada que abriga no seu interior uma estátua da Virgem Maria esculpida em madeira, a Igreja de São Tomás, convertida em museu e o convento (franciscano) e Igreja de São Francisco de Assis, construída pelos portugueses em 1593, e atualmente usada como um hospital no seu claustro.

Na zona piscatória de Vanakbara, na ilha de Diu, o destaque vai para o seu porto de pesca com barcos coloridos e para um mercado de peixe cheio de vida e de cor. Os homens tratam dos barcos e da pesca enquanto as mulheres são vendedoras completando, assim, a tarefa da comercialização.

Na ilha de Diu ainda pode apreciar as praias de Nagoa e Ghoghla que são um pedaço do paraíso, naquelas paragens. A Praia de Nagoa é uma das praias mais populares de Diu, conhecida pelas suas areias douradas e águas claras. Os visitantes podem passear tranquilamente pela praia, dar um mergulho no mar, praticar desportos aquáticos e outras atividades recreativas ou relaxar sob as palmeiras.

terça-feira, novembro 19, 2024

Hotel Terminus

Hotel Terminus é um documentário (1988) realizado por Marcel Ophüls. Com 267 minutos de duração, apresenta a vida completa do criminoso de guerra nazi Klaus Barbie, agente da Gestapo em Lyon.

Klaus Barbie foi responsável pela execução ou assassinato de mais de 4.000 indivíduos e pela deportação de 7.500 judeus, a maioria dos quais pereceu em Auschwitz. 

Sinopse:
A parte 1 que pode ver no 1º link acima, faz uma análise brilhante e épica, vencedora do Oscar de melhor documentário, do oficial nazi das SS Klaus Barbie, o infame "Carniceiro de Lyon".

Hotel Terminus reúne quarenta anos de filmagens e entrevistas selecionadas, de mais de 120 horas de discussão com ex-nazis, oficiais de inteligência americanos, autoridades do governo sul-americano, vítimas de atrocidades nazis e testemunhas. 

segunda-feira, novembro 18, 2024

Licor de Romã

A romã é um fruto típico do outono e nalguns países tem um grande simbolismo. É uma das frutas mais antigas que se conhece e, provavelmente, a fruta com maior capacidade medicinal comprovada. Está à nossa disposição entre setembro e dezembro. Pensa-se que terá tido origem na região do Irão, antiga Pérsia ou norte da Índia, acabando por se difundir pela região do mediterrâneo.

A romã aparece nos textos bíblicos e está associada às paixões e à fecundidade. Os gregos consideravam-na como símbolo do amor e da fecundidade. A árvore da romã foi consagrada à deusa Afrodite, pois acreditava-se nos seus poderes afrodisíacos. Para os judeus, a romã é um símbolo religioso com profundo significado no ritual do ano novo porque acreditam sempre que o ano que chega será sempre melhor do que aquele que se vai embora.

A romã pode ser consumida de diversas formas, em sobremesas, como ornamento de vários pratos, em sumo (o sumo de romã tem um conteúdo em polifenóis três vezes superior ao do vinho tinto e do chá verde, substâncias que ajudam a prevenir as doenças cardiovasculares e alguns tipos de cancro), em licor, e ao natural. 

Se quiser aproveitar as romãs que tem no seu quintal, aqui lhe deixo algumas  receitas de Licor de Romã:

Ingredientes:

1,500 kg de romã, já descascada
1 litro de água
800 g de açúcar branco
1 litro de aguardente (pode ser de medronho, de figo ou de outro tipo se preferir).

Preparação:
Comece por esmagar os bagos de romã, a seguir adicione a água e leve ao lume, durante cerca de oito minutos. Terminado o tempo, retire do lume, passe no passador de rede e, a seguir, passe no passador de pano. 
Depois leve ao lume juntamente com o açúcar e deixe cozer durante trinta minutos. Terminado este processo, deixe arrefecer um pouco e misture na aguardente.
Resultado final: Muito bom!
Nota: Pode acrescentar, na calda de açúcar, canela em pau ou outras especiarias a seu gosto).

domingo, novembro 17, 2024

Dano Sarrada

Ouça a jovem cantora brasileira Marina Sena em Dano Sarrada.

Olha, eu gosto quando cê me olha
Me filma, eu tô virando star
Do seu cinema particular

A lua desaparece, eu quero mais, baby
Sem flash, é só luz natural, baby
O sol na pele é surreal, baby

Sempre que quiser ficar comigo
É só beijar meu pescoço, é que de longe eu não ouço
Também não tem muita graça
A graça é você comigo, me dando sarrada

Sempre que quiser ficar comigo
É só beijar meu pescoço, é que de longe eu não ouço
Também não tem muita graça
A graça é você comigo, me dando sarrada

Dan-dan, dan-dando-dando sarrada
Dan-dan (dando sarrada, dando sarrada)
Dan-dan, dan-dando-dando sarrada
Dan-dan (dando sarrada, dando sarrada)

Hum (dan-dando), me dando sarrada
(Dando sarrada) me dando sarrada
Dan-dan, dan-dando, me dando sarrada
(Dando sarrada) me dando sarrada

Olha, eu gosto quando cê me olha
Me filma, eu tô virando star
Do seu cinema particular

A lua desaparece, eu quero mais, baby
Sem flash, é só luz natural, baby
O sol na pele é surreal, baby

Sempre que quiser ficar comigo
É só beijar meu pescoço, é que de longe eu não ouço
Também não tem muita graça
A graça é você comigo, me dando sarrada

Sempre que quiser ficar comigo
É só beijar meu pescoço, é que de longe eu não ouço
Também não tem muita graça
A graça é você comigo, me dando sarrada


Dan-dan, dan-dando, me dando sarrada
Dan-dan (dando sarrada), me dando sarrada
Dan-dan, dan-dando, me dando sarrada
(Dando sarrada, dando sarrada)

Hum (dan-dando), me dando sarrada
(Dando sarrada) me dando sarrada
Dan-dan, dan-dando, me dando sarrada
(Dando sarrada) me dando sarrada
Compositores: Marina Sena e Iuri Rio Branco Da Luz.

sábado, novembro 16, 2024

Margão: Capital Cultural de Goa

Silva House ou Sat Burzam Ghor

A cidade de Margão é a segunda maior cidade do estado de Goa, na Índia. Encontrando-se nas margens do Rio Sal, Margão é também uma das mais antigas cidades de Goa. É a cidade mais agitada do estado, constituindo a sede do distrito de Goa Sul. É ainda sede do concelho de Salsete.

Margão é também uma das cidades com maior índice de crescimento em Goa, incluindo diversos subúrbios, tais como Aquém, Fatorda, Gogol, Borda, Comba, Navelim e Davorlim.

Margão é famosa por ser a capital cultural de Goa e pelas enormes mansões em estilo indo-português ou colonial que povoam a sua paisagem. Os portugueses estenderam o seu domínio a esta região durante o século XVII, quando a Velha Goa ia decaindo.

O passado colonial português é evidente em edifícios como a Igreja barroca do Espírito Santo, de 1675, com o seu interior ornamentado e o órgão de tubos. A Silva House, também conhecida como Sat Burzam Ghor (Casa com Sete Frontões), é uma grande mansão de 1700, com 3 das suas 7 empenas originais. O Jardim Municipal de Margão inclui o Edifício Municipal colonial e a biblioteca.

É na região de Salsete que existe um maior número de residências sobradadas, propriedade das elites de Goa e que se encontram em bom estado de conservação. Estando normalmente acessíveis, sem muro, à face da rua, ou, por vezes, surgindo com um pequeno muro a separar a casa da via pública.

A zona que rodeia a igreja principal da cidade é envolvida por duas ruas com diversos exemplos de casas e mansões portuguesas grandiosas e bem conservadas.

Rodeando a praça fronteira à Igreja do Espírito Santo as casas coloniais envolvem aquele espaço de forma harmoniosa.  

Segundo José Lourenço, em "The Parish Churches of Goa" a mais antiga igreja de Margão foi fundada pelos Jesuítas em 1564. Essa igreja foi destruída pelo fogo em 1571. A segunda, construída em 1971, foi também destruída oito anos depois e a terceira teve curta duração. 
Igreja do Espírito Santo - Margão
A quarta igreja foi construída um pouco mais além, em 1589. Foi consagrada em 1595, foi ampliada em 1604 e durou até 1645. A presente igreja, a quinta, foi construída em 1675.  

Relativamente ao património gastronómico destaca-se o caril de Margão, para além das demais iguarias tradicionais da culinária de Goa.

Agora um outro vídeo que lhe permite conhecer virtualmente Margão.

sexta-feira, novembro 15, 2024

Paris, outono de 73

 Paris, outono de 73
Estou no nosso bar mais uma vez
E escrevo pra dizer
Que é a mesma taça e a mesma luz
Brilhando no champanhe em vários tons azuis
No espelho em frente eu sou mais um freguês
Um homem que já foi feliz, talvez
E vejo que em seu rosto correm lágrimas de dor
Saudades, certamente, de algum grande amor

Mas ao vê-lo assim tão triste e só
Sou eu que estou chorando
Lágrimas iguais
E, a vida é assim, o tempo passa
E fica relembrando
Canções do amor demais
Sim, será mais um, mais um qualquer
Que vem de vez em quando
E olha para trás
É, existe sempre uma mulher
Pra se ficar pensando
Nem sei... nem lembro mais

quinta-feira, novembro 14, 2024

O Arco de São Bento

O Arco de São Bento foi construído em 1758 sobre a rua de São Bento, em Lisboa. O Arco de São Bento, é um dos dois arcos (o outro é o das Amoreiras) comemorativos da entrada de água em Lisboa, criados por Manuel da Maia. Estava integrado na Galeria da Esperança do Aqueduto das Águas Livres. Em 1938 foi desmontado, devido à remodelação do Palácio de São Bento. Esteve desmontado durante décadas. Depois de uma passagem pelo terreno onde esteve o convento das Francesinhas, foi transferido para o jardim do Palácio da Ajuda.

Em 1988, foi transportado em peças para a Praça de Espanha e após uma difícil investigação sobre o  plano original de construção deste arco, foi reerguido em 1998.