A sua implantação, no local ou muito próximo da anterior Porta do Mandovim, constitui um dos aspetos para compreender o desenho da linha defensiva da cidade pré - portuguesa. Com o crescimento urbano da cidade de Goa após 1510, a muralha pré ‑ portuguesa da cidade rapidamente se revelou obsoleta, tendo, por isso, começado a ser desmantelada. Contudo, as quatro portas principais mereceram uma atenção particular: a Porta do Cais foi integrada no Palácio dos Vice ‑Reis; a Porta dos Baçais foi integrada no conjunto da Misericórdia e Igreja de Nossa Senhora da Serra; e a Porta da Ribeira foi desmantelada, para no seu local se edificar a Capela de São Martinho. Finalmente, e segundo Gaspar Correia, a Porta do Mandovim depois de ter sido entaipada foi reaberta, figurando na vista de Goa da autoria de Linschoten publicada em 1596.
terça-feira, dezembro 17, 2024
O Arco de Nossa Senhora da Conceição: Velha Goa
O Arco de Nossa Senhora da Conceição é um dos vestígios de melhoramentos ou intervenções que os portugueses operaram no perímetro amuralhado muçulmano de Goa.
Com o advento da Inquisição na Índia, a porta parece ter aumentado de significado, sendo o local por onde os condenados eram conduzidos à Praça do Mandovim, onde se executavam as sentenças. Neste contexto, foi ‑ se afirmando o hábito de os condenados rezarem junto a uma imagem de Nossa Senhora colocada num nicho sobre o arco da porta. Para tal foram construídas escadas de acesso ao nível do nicho. Nesta altura, a estrutura era conhecida como Porta dos Justiçados. Em meados do século XVII a porta foi renomeada Nossa Senhora da Conceição e é provável que tenha sido restaurada no âmbito da iminente invasão da Ilha de Tiswadi em 1683 ‑1684. Consumado o abandono da cidade de Goa, o Arco de Nossa Senhora da Conceição resistiu até ao presente, tendo sido restaurado, provavelmente, na década de 1950, a exemplo do que sucedeu com vários outros edifícios em Velha Goa. O desenho clássico da estrutura apresenta claras afinidades com a versão original do Arco dos Vice ‑ Reis, da autoria do arquiteto Júlio Simão. Ressaltam as dimensões do seu nicho, de onde foi retirada a imagem de Nossa Senhora.
Fonte: https://hpip.org/pt/heritage/details/633
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