terça-feira, dezembro 31, 2019

Happy New Year

Com votos de um excelente Ano Novo oiça os ABBA (grupo sueco de música pop formado em Estocolmo em 1972) em Happy New Year.
No more champagne
And the fireworks are through
Here we are, me and you
Feeling lost and feeling blue
It's the end of the party
And the morning seems so grey
So unlike yesterday
Now's the time for us to say
Happy New Year
Happy New Year
May we all have a vision now and then
Of a world where every neighbor is a friend
Happy New Year
Happy New Year
May we all have our hopes, our will to try
If we don't we might as well lay down and die
You and I
Sometimes I see
How the brave new world arrives
And I see how it thrives
In the ashes of our lives
Oh yes, man is a fool
And he thinks he'll be okay
Dragging on, feet of clay
Never knowing he's astray
Keeps on going anyway
Happy New Year
Happy New Year
May we all have a vision now and then

Of a world where every neighbor is a…

segunda-feira, dezembro 30, 2019

Dezembro

Quem me acode
à cabeça e ao coração
neste fim de ano,
entre alegria e dor?

Que sonho,
que mistério,
que oração?

Amor.
Carlos Drummond de Andrade - Dezembro, 1985

domingo, dezembro 29, 2019

Vamos começar a treinar alguns passinhos….



Vamos começar a treinar alguns passinhos?
Vamos dançar pelo fim do ano velho?
"Atão bora lá!" Com inspiração e treino, chega lá.
Ora veja!

sábado, dezembro 28, 2019

Doña Anita

Oiça Patxi Andión, recentemente desaparecido em Doña Anita (1970).
Patxi Andión era um cantor, compositor, actor, professor e escritor, de origem basca, nascido em Madrid, que tinha uma estreita relação de amizade com Portugal.

Setenta y tres años y un vestido añil,
un hermano cura y un primo en París.
Desborda sus labios con fuerte carmín
Anita, el rosario... un poco de anís?

Bajo el colorete
oculta el tiempo ya perdido
y se prepara a dar carrete
a algún enfermo afligido.

Y baja la escalera
moviendo el sombrero florido
que junto con ella espera
hasta que caiga el telón.

Saluda a Don Julio, que es muy parlanchin,
setenta y dos años,
Letra: Patxi Andion
Compositor: Rafael Ferrero

sexta-feira, dezembro 27, 2019

A Sericaia ou Sericá

A Sericaia é um doce que, ultimamente, se serve com as Ameixas d’Elvas (em compota).
A Sericaia é um doce da região portuguesa do Alentejo, provavelmente de origem indiana, também conhecido por Sericá ou Cericá. Tem marcas da doçaria conventual, porque há a utilização abundante de ovos, açúcar e canela.
A sericaia terá tido origem no Convento das Chagas de Vila Viçosa. Contudo, este doce terá passado a confecionar‑se de outra forma, em Elvas, no convento de Nossa Senhora da Conceição ou no de Santa Clara, tendo‑se-lhe então adicionado a canela. Mas há quem afirme que a receita terá sido trazida das Índias por D. Constantino de Bragança, após a conquista de Malaca em 1510. Desde há algum tempo, é comum acompanhá-la com Ameixas d’Elvas, facto frequentemente contestado pelos gastrónomos puristas, que defendem a sua apresentação original.
De acordo com Câmara Cascudo este doce foi levado para o Brasil pelos portugueses, na época da colonização. Segundo um texto escrito por este antropólogo, na década de 1960, a sericaia era popular no Brasil, no entanto, diversas versões alteraram a receita original. Cascudo descreve ainda no seu texto três versões do doce no Brasil: uma em Pelotas (RS), baseada no livro Doces de Pelotas (Porto Alegre, 1959), de Arminda Mendonça Detroyat; outra, na Bahia e outra em São Paulo. Para Cascudo, a receita de Pelotas era a que mais se aproximava da original que foi perdida.
Se quiser experimentar este doce no Ano Novo ou recuperar a receita, aqui vai ela:
Ingrediente:
1 l de leite
12 ovos
125 g de farinha (sem fermento)
500 g de açúcar
1 casca de limão
1 pau de canela
canela em pó (cerca de 2 colheres de sopa)
Sal (qb)

Preparação:
Batem‑se as gemas com o açúcar até se obter um creme fofo. À parte dissolve‑se a farinha com o leite, que foi previamente fervido com o pau de canela, a casca de limão e o sal.
Adiciona‑se o creme de gemas e açúcar e mexe‑se. Leva‑se a engrossar sobre lume brando até se ver o fundo do tacho.
Retira‑se do calor e deixa‑se arrefecer. Batem‑se as claras em castelo e juntam‑se cuidadosamente ao preparado anterior. Nessa altura, o creme deverá estar frio ou ligeiramente morno.
Num prato de estanho ou barro (que possa ir ao forno, previamente aquecido), deita‑se o doce às colheradas desencontradas, isto é, uma ao alto e outra ao atravessado. Este aspeto é muito importante.
Polvilha‑se abundantemente com canela (deve ficar bem castanho) e leva‑se a cozer em forno muito quente (mais ou menos 40 minutos). O doce deverá abrir fendas ao cozer, e abaterá ao arrefecer (como pode ver nas imagem acima).

quinta-feira, dezembro 26, 2019

O Magusto da Velha em Aldeia Viçosa

O Magusto da Velha ocorre  a 26 de dezembro, em Aldeia Viçosa (Guarda).
Esta celebração, com 320 anos, acontece em memória de uma idosa abastada (Velha), cujo nome se desconhece, que decidiu doar castanhas e vinho aos habitantes da aldeia em troca de uma oração em seu nome, durante o Natal.
Agora, todos os anos, no dia a seguir ao Natal, as pessoas da Aldeia Viçosa vão à praça da igreja e sobem à torre da mesma.
Uma vez lá em cima, devem atirar castanhas (cerca de 150 kg) aos restos da fogueira do Madeiro que ardia na praça no dia anterior.
A Câmara Municipal oferece o vinho e todos comem castanhas assadas e passam a tarde, contando histórias de natais passados.

quarta-feira, dezembro 25, 2019

O Menino Jesus da Cartolinha

O Menino vestido com a capa de honras
tradicional de Miranda do Douro 
Menino Jesus da Cartolinha ou Nino Jasus de la Cartolica, assim é chamada, respetivamente em português e em mirandês (as duas línguas oficiais de Portugal), uma imagem do Menino Jesus que está na Sé Catedral de Miranda do Douro.
A imagem não é muito antiga. Deve datar dos finais do séc. XVII ou já do séc. XVIII. A cartola, que ela habitualmente ostenta e que lhe dá um aspeto ingénuo, é ainda mais recente, pois, no tempo em que a imagem foi feita ainda não se usavam cartolas. A cartola, portanto, é dos finais do séc. XIX ou mesmo do séc. XX.
Outro aspeto que caracteriza esta imagem é o seu enxoval, constituído por peças de roupa miniaturais que as gentes de Miranda têm oferecido ao Menino ao longo dos tempos.
Ao Menino Jesus da Cartolinha está associada uma lenda que não é muito mais antiga do que a imagem.
"A lenda vem do período de 1706 a 1713. Foi neste tempo, mais concretamente, em 1711 que o exército castelhano invadiu Miranda e a assolou durante vários meses.
Quando a cidade se encontrava invadida, saqueada e vexada pelos castelhanos e sem esperança de remissão, esperando o reforço das nossas tropas que nunca mais chegava, aparece nas muralhas um menino vestido de fidalgo cavaleiro chamando os mirandeses e gritando às armas contra os invasores. De todas as casas sai gente armada de foices, gadanhas, espingardas e varapaus para escorraçar os espanhóis.
À frente dos mirandeses o menino ora aparecia ora desaparecia, até que no fim da luta e depois da cidade libertada o menino não mais se viu. Procuraram-no por toda a parte, mas em vão. O pequeno "General" tinha desaparecido. Os mirandeses consideraram que se tratava de um autêntico milagre esta vitória contra os espanhóis e que foi sem dúvida um favor muito grande do Menino Jesus.
Mandaram então esculpir uma imagem do Menino Jesus vestido de fidalgo cavaleiro, à maneira do tempo e colocaram-no num altar da catedral."

terça-feira, dezembro 24, 2019

Loa Alentejana

Menino Jesus (Convento de Sta Cruz do Buçaco)
"Loa Alentejana" é o nome dado por Jorge Croner de Vasconcelos a uma canção de Natal tradicional portuguesa originária de Évora: "Eu hei de dar ao Menino".
O texto desta cantiga eborense, comum a outras cantigas de Natal alentejanas, é datado do século XVIII.

Em 1974, a "Loa alentejana" foi harmonizada pelo compositor português Jorge Croner de Vasconcelos que a incluiu como um dos seus Oito Cantos do Natal, dando-lhe a designação por que é conhecida.
A cantiga não apresenta um tema definido, embora todas as coplas girem em torno do conceito de presentear o Menino Jesus (com "uma cadeirinha de oiro", "uma fita pró chapéu", "uns sapatinhos" e um "laço verde") em troca de um "lugarzinho no Céu" ou a cura "duma doença".



Eu hei de dar ao Menino;
Ao Menino eu hei de dar:
Uma cadeirinha de oiro
Para no Céu se sentar.

Eu hei de dar ao Menino
Uma fita prò chapéu,
Também Ele me há de dar
Um lugarzinho no Céu.

O Menino da Senhora
Chama pai a São José,
Que lhe trouxe uns sapatinhos
Da feira de Santo André.

— Ó meu Menino Jesus,
Quem te deu o laço verde?
— Foi uma moça donzela
Duma doença que teve.

segunda-feira, dezembro 23, 2019

Os Caretos de Varge

Os Caretos de Varge fazem parte da Festa dos Rapazes de Varge.
Esta é uma das principais expressões das tradições transmontanas do Solstício de Inverno que envolvem os Caretos, e realiza-se na icónica aldeia de Varge, localizada no Parque de Montesinho, no nordeste transmontano.
Seguindo a tradição, os rapazes solteiros da aldeia reúnem-se no dia 24 de Dezembro para preparar tudo para o dia de Natal. No dia 25 de dezembro, correm pela aldeia vestidos de Caretos, com máscaras pagãs, dando saltos, gritando e provocando os habitantes para criar o caos e espalhar a boa nova de que o frio está a desaparecer e que todos podem sair e divertir-se novamente.
No meio de tudo isto, cantam "loas", canções que ridicularizam e criticam os aldeões e os seus costumes, e vão de casa em casa, comendo as oferendas dos habitantes que abrem as suas portas. No final do dia acontece uma corrida que termina com um jantar e um baile, onde os rapazes e as raparigas de Varge se reúnem numa união simbólica.

domingo, dezembro 22, 2019

Loas Cantadas No Natal

 As Loas que se seguem inserem-se na longa tradição das representações que tinham lugar por alturas do Natal, no nosso país.

Senhores deste santuário
Aqui na vossa presença,
Agora que estou cá dentro
Quero-vos pedir licença.

O Senhor reverendo abade
Está na sua cadeira
Quero-lhe pedir licença
Para seguir minha carreira.

Minha carreira é pequena
Eu tenho fraca memória
Todo o meu desejo é ver
O divino rei da glória.

Deus lhe dê alegres noites
Senhores que estão cá dentro
E segui-me se sabeis
Que razão mudou o tempo.

Pois de certo vos já digo
Que temos o tempo mudado
Em que já vi sinais
De o mundo ser acabado.

Acabará um só dia
Porque assim está prometido
Ele já foi sentenciado
Pelo dia de juízo.

O mesmo nosso pai Adão
Porque o mundo foi girado 1
Pois ele é do mesmo número
A juízo será chamado.

Não vos lembreis mulheres
Por eu de vós não ser lembrado
Saístes do lado do homem
Estais sugeitas ao pecado.

Então vereis cair los outeiros
Quebrar suas espinhas duras
Resumindo-se os rochedos
Abrirão-se as sepulturas.

Vereis abrir o céu
E o estandarte real
Baixando o sol e a terra
O Messias devinal.

Todo o mar há-de dar fundo
Sem água há-de ficar
Para formar novo corpo
Que nele forem sepultar.

Se me concedem licença
Descansarei nesta jornada
Para tomar algum alívio
Tomarei uma pitada.

Torno a continuar
Por esta estrada dura
Vou dizendo palavras
Da sagrada escritura.

Os rústicos não me entendem
O meu modo de falar
Entenderam-me os eclesiásticos
Que o sabem pronunciar.

EMBAIXADOR
Entrai donzelas, entrai
Por essas portas a dentro
Ide cantando louvores
Ao sagrado nascimento.

O sagrado nascimento
Que desculpa lhe darei
Deitei-me e adormeci-me
Ainda agora acordei.

Donzelas
Já chegámos à igreja
Já nos mandaram entrar
Já daqui se deixa ver
Aquele rei celestial.

Já se as portas à igreja
Já se as portas vão abrindo
Para falar à senhora
Licença vamos pedindo.

A estrela mais brilhante
Vede-la aí está entre velas
É a flor da castidade
Que vem chamar-las donzelas.

PRIMEIRO EMBAIXADOR
Se o eco me não responde
Certamente estou perdido
Não acho meu companheiro
Que responda o que eu digo.

SEGUNDO EMBAIXADOR
Anda cá ó companheiro
Anda cá para diante
Que eu também vou para Belém
Desejo ser viajante.

Responde o primeiro:
Eu também da mesma sorte
Desejo levar companha
Por temer as bravas feras
Que existem nesta montanha.

O segundo:
Também nas eu temerei
Que a noite está muito escura
Não esperemos pelo dia
Teremos melhor fortuna.

PRIMEIRO
A noite está muito escura
Meu inocente Jesus
Eu daqui não mudo os pés
Sem me mandar uma luz.

SEGUNDO
Mandai-nos um anjo do céu
Que nos venha alumiar
Que eu não vejo a estrada
Por onde caminhar.

O anjo com a luz:

Aqui tendes esta luz
Eu serei o vosso guia
Vamos ver a Jesus Cristo
Filho da virgem Maria.

Andai comigo meninos
A dar lo vosso recado
Vamos ver o deus menino
Numas palhinhas deitado
Jesus Cristo feito homem
E destruidor do pecado.
Fonte: Loas cantadas no Natal - Centro de Estudos António Maria Mourinho e António Bárbolo Alves, 2007

sábado, dezembro 21, 2019

Os Madeiros de Natal

Os Madeiros de Natal ou Fogueiras do Galo são grandes fogueiras, acesas voluntariamente na véspera de Natal. Normalmente são acesas por volta da meia-noite, depois da Missa do Galo, e devem arder toda a noite.
Esta tradição muito antiga pode ser vista nas cidades do norte e centro de Portugal, especialmente nas cidades do interior.
Um dos mais importantes Madeiros de Natal (ou Fogueira do Menino Jesus) é o de Penamacor (distrito de Castelo Branco). Desta forma, esta localidade Beirã, tem ganho contornos turísticos, reeditando o cartaz  "Penamacor Vila Madeiro".
Os fogos gigantes são uma forma de celebrar e acolher o sol, em linha com as velhas celebrações pagãs em honra do Solstício de Inverno.

sexta-feira, dezembro 20, 2019

Let It Snow! Let It Snow! Let It Snow!

Oiça Rod Stewart em Let It Snow! Let It Snow! Let It Snow!


Oh, the weather outside is frightful
But the fire is so delightful
And since we've no place to go
Let it snow, let it snow, let it snow

Man, it doesn't show signs of stopping
And I've brought me some corn for popping
The lights are turned way down low
Let it snow, let it snow

When we finally kiss goodnight
How I'll hate going out in the storm
But if you really hold me tight
All the way home I'll be warm

And the fire is slowly dying
And, my dear, we're still goodbying
But as long as you love me so
Let it snow, let it snow, and snow

When we finally kiss goodnight
How I'll hate going out in the storm
But if you really grab me tight
All the way home I'll be warm



quinta-feira, dezembro 19, 2019

The Christmas Song

Oiça The Christmas Song (Nat King Cole) numa versão das Blackpink e na voz de Rosé.

Chestnuts roasting on an open fire
Jack Frost nipping at your nose
Yuletide carols being sung by a choir
And folks dressed up like Eskimos

Everybody knows a turkey and some mistletoe
Help to make the season bright
Tiny tots, with their eyes all aglow
Will find it hard to sleep tonight

They know that Santa's on his way
He's loaded lots of toys and goodies on his sleigh
And every mother's child is gonna spy
To see if reindeer really know how to fly

And so I'm offering this simple phrase
To kids from one to ninety-two
Although it's been said many times, many ways
Merry Christmas to you

And so I'm offering this simple phrase
To kids from one to ninety-two
Although it's been said many times, many ways
Merry Christmas to you


quarta-feira, dezembro 18, 2019

Cantiga do Campo

Por que andas tu mal comigo
Ó minha doce trigueira?
Quem me dera ser o trigo
Que, andando, pisas na eira!

Quando entre as mais raparigas
Vais cantando entre as searas,
Eu choro ao ouvir-te as cantigas
Que cantas nas noites claras!

Os que andam na descamisa
Gabam a viola tua,
Que, às vezes, ouço na brisa
Pelos serenos da lua.

E falam com tristes vozes
Do teu amor singular
Àquela casa onde cozes,
Com varanda para o mar.

Por isso nada me medra,
Ando curvado e sombrio!
Quem me dera ser a pedra
Em que tu lavas no rio!

E andar contigo, ó meu pomo
Exposto às chuvas e aos sois!
E uma noite morrer como
Se morrem os rouxinóis!

Morrer chorando, num choro
Que mais as magoas consola,
Levando só o tesouro
Da nossa triste viola!

Por que andas tu mal comigo?
Ó minha doce trigueira?
Quem me dera ser o trigo
Que, andando, pisas na eira!
Gomes Leal - Claridades do Sul, Lisboa, 1875.




Oiça agora o grupo português Madredeus (voz de Teresa Salgueiro) em a Cantiga do Campo, a música é de Pedro Ayres Magalhães e Rodrigo Leão para este poema de Gomes Leal.

terça-feira, dezembro 17, 2019

O Bumba Meu Boi

O Bumba meu boi ou boi-bumbá é uma dança do folclore popular brasileiro, com personagens humanos e animais fantásticos, que gira em torno de uma lenda sobre a morte e ressurreição de um boi.
Em diversas cidades do Brasil, especialmente no Norte e no Nordeste mas também em algumas do Sudeste, existem agremiações chamadas de "bois" que realizam cortejos ou outros tipos de apresentações utilizando a figura do animal.
A festa tem ligações a diversas tradições, africanas, indígenas e europeias, inclusive com festas religiosas católicas, sendo associada fortemente ao período das festas de S. João.
Embora registado pela primeira vez em Pernambuco, é mais popular no Maranhão. O bumba meu boi maranhense recebeu o título de Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO.
Ao espalhar-se pelo Brasil, a manifestação adquiriu nomes, ritmos, formas de apresentação, indumentárias, personagens, instrumentos, adereços e temas diferentes.
Em Pernambuco é chamado boi-calemba ou bumbá; no Maranhão, Rio Grande do Norte, Alagoas e Piauí é chamado bumba meu boi; no Ceará, é boi de reis, boi-surubim e boi-zumbi; na Bahia é boi-janeiro, boi-estrela-do-mar e mulinha-de-ouro; em Minas Gerais e no Rio de Janeiro é bumba ou folguedo-do-boi; no Espírito Santo é boi de reis; em São Paulo é boi de jacá e dança-do-boi; no Pará, Rondónia e Amazonas é boi-bumbá; no Paraná e em Santa Catarina é boi-de-mourão ou boi-de-mamão; e no Rio Grande do Sul é bumba, boizinho ou boi-mamão.
Proponho-lhe agora que assista aos vídeos abaixo, para que conheça melhor a história do Bumba Meu Boi.
E agora o outro.


segunda-feira, dezembro 16, 2019

A Morna

A Morna é um género musical e de dança de Cabo Verde que foi proclamado Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO em dezembro de 2019.  Seguindo os entendidos terá nascino na Ilha da Boavista no século XIX.
Tradicionalmente tocada com instrumentos acústicos, a morna reflecte a realidade insular do povo de Cabo Verde, o romantismo intoxicante dos seus trovadores e o amor à terra (ter de partir e querer ficar).
É verdadeiramente o símbolo nacional do país, do mesmo modo que o tango é para a Argentina, a rumba para Cuba, o samba para o Brasil, etc. A morna é o único género musical que consegue ser largamente transversal a todos os grupos etários, cronologicamente, geograficamente, etc., daquele país.
Nesta canção apela-se ao sentimento, versando temas vinculados ao amor, à saudade, ao sofrimento, ao desprezo. Geralmente pode-se escutar a morna em ambientes informais onde decorrem as famosas tocatinas, contudo, é nas famosas "noites caboverdianas" que se pode escutar este género musical.
A morna sempre teve os seus embaixadores (Bana, Dany Silva, Tito Paris, Paulinho Vieira, etc) , mas, nos últimos anos, a morna foi conhecida internacionalmente por vários artistas, nomeadamente em França e nos Estados Unidos, sendo a mais famosa a cantora Cesária Évora. O timbre da voz desta diva conquistou e alargou o público da morna, de Cabo Verde até ao Olympia, passando pelo Carnegie Hall, pelo Hollywood Bowl e pelo Canecão.
Oiça agora Cesaria Évora em Lua nha testemunha e Partida.
Partida.

domingo, dezembro 15, 2019

Made In Bangladesh

Nesta época de consumismo proponho-lhe que assista ao trailer do filme Made In Bangladesh, que estreou recentemente em Portugal.
Made In Bangladesh (2019) é uma coprodução de França, Bangladesh, Dinamarca & Portugal). Este um filme do género drama, é realizado por Rubaiyat Hossain e conta no elenco com os seguintes actores: Rikita Nandini Shimu, Novera Rahman, Deepanwita Martin.
Espero ter-lhe despertado o interesse e desejo que vá ao cinema ver o filme.

Sinopse:
Shimu, 23 anos, trabalha numa fábrica de têxteis em Daca, Bangladesh.
Face a condições de trabalho cada vez mais duras, decide criar um sindicato com as suas colegas. Apesar das ameaças dos patrões e a desaprovação do marido, nada demove Shimu. Ela e as suas companheiras terão de lutar juntas até ao fim.

sábado, dezembro 14, 2019

Shibuya no Natal

Shibuya é um bairro especial de Tóquio, no Japão. É um dos principais centros comerciais e financeiros do mundo, abriga as duas estações mais movimentadas do mundo: a Estação de Shinjuku (na parte sul) e a Estação de Shibuya.
Em 2018, Shibuya tinha uma população de 224.680 habitantes divididos em 136.259 famílias e uma densidade populacional de 14.679,09 pessoas por km2. A área total é de 15.11 km2.
É um bairro emblemático onde se concentram restaurantes, centros comerciais e clubes de lazer e onde nesta altura do ano existem muitas iluminações de Natal .
Não deixe de apreciar a  Blue Cave Shibuya Ilumination, localizada no Yoyog Park que apresenta espectáculos de iluminação incríveis.

sexta-feira, dezembro 13, 2019

Os Caretos de Podence

Em Portugal existem variadíssimas manifestações de entrudo ou de carnaval, realizadas de norte a sul do país, que continuam a manter-se fiéis às tradições rurais e que utilizam as máscaras nos seus trajes.
Desse grupo restrito, faz parte o Carnaval de Podence (Macedo de Cavaleiros), com os seus Caretos que se transformaram ontem dia 12/12/19 Património Mundial da Humanidade.
O careto é um personagem mascarado do carnaval de Trás-os-Montes e Alto Douro. É um homem que usa uma máscara com um nariz saliente feita de couro, latão ou madeira pintada com cores vivas, amarelo, vermelho ou preto.
Os Caretos são misteriosas figuras que têm como principal objectivo apanhar raparigas para as poder chocalhar.
 Nesta altura do ano, os rapazes de Podence, Lazarim e Vinhais vestem-se com trajes muito coloridos. Estas vestes são feitas de colchas franjadas de lã de várias cores. Na cintura trazem fiadas de chocalhos e na bandoleira campainhas. A cara é tapada com máscaras rudimentares, onde sobressai um nariz pontiagudo. São feitas de couro, vulgar latão ou madeira. Algumas são autênticas obras de arte.
Os rapazes utilizam, também, um pau em que se apoiam para as suas correrias e saltos.
Os "caretos" (rapazes solteiros) são as figuras principais da festa, desconhecendo-se, no fundo, a sua verdadeira origem e significado.

Simbolicamente associados, na crença popular, "ao espírito do mal", ou a tudo aquilo que se afigure misterioso – forças sobrenaturais e ocultas, curandeiros, bruxos, poderes diabólicos e ao próprio Satanás. Gozam de total impunidade durante o curto período do Entrudo.


quinta-feira, dezembro 12, 2019

Lagos: O Passado e o Presente

Lagos é uma das mais bonitas cidades portuguesas. Situa-se no Barlavento Algarvio (a zona ocidental do Algarve), e conta com cerca de 27 949 habitantes.


É sede de um município com 212,99 km² de área e 31 049 habitantes (2011). O município é limitado a norte por Monchique, a leste por Portimão, a oeste por Vila do Bispo, a noroeste por Aljezur e a sul tem litoral no oceano Atlântico.


Lagos está historicamente ligada aos Descobrimentos Portugueses, sendo hoje um dos mais atrativos centros turísticos do Algarve, com praias e património cultural e religioso de exceção, assim como uma vida noturna de grande dinamismo. Atualmente, a maioria da população reside dispersa no território do concelho, fora do centro histórico da cidade, trabalhando sobretudo nos serviços e indústria turística.


O centro histórico é praticamente todo pedonal, proporcionando uma vasta oferta de estabelecimentos comerciais, restaurantes, bares ou cafés a visitar.
Através do vídeo abaixo pode descobrir como foi e é esta bela cidade algarvia.
Ora veja. Não perca esta oportunidade!


quarta-feira, dezembro 11, 2019

Eu

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada … a dolorida …

Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida! …

Sou aquela que passa e ninguém vê …
Sou a que chamam triste sem o ser …
Sou a que chora sem saber porquê …

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!
Florbela Espanca

terça-feira, dezembro 10, 2019

A História dos Direitos Humanos

Celebra-se hoje o Dia Internacional dos Direitos Humanos, honrando o dia em que a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou, em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, onde se enumerava os direitos básicos que devem assistir a todos/as os/as cidadãos/ãs.
Esta data visa homenagear o empenho e dedicação de todas as pessoas que defendem os direitos humanos e colocar um ponto final em todos os tipos de discriminação, promovendo a igualdade entre todos/as os/as cidadãos/ãs.
Assinalando esta data proponho-lhe que assista a um documentário produzido pela United for the Human Rights.

segunda-feira, dezembro 09, 2019

Hair Love


O Hair Love é uma curta-metragem da Sony Pictures Animation, realizado por Matthew A. Cherry.
Este pequeno filme narra a história de um pai afro-americano que ensina, pela primeira vez, a sua filha a arranjar o seu cabelo frisado. Ora veja.

domingo, dezembro 08, 2019

O Natal em Engen

O Natal no bairro de Engen, em Bergen, cidade situada na costa norueguesa, é verdadeiramente digno de ser visitado.
A maior atração é a Pepperkakebyen a cidade de gengibre criada pelos cidadãos de Bergen (escolas e jardins de infância). Ali, tudo é comestível, desde os fiordes, às igrejas, às casas, etc.
Bergen é a segunda maior cidade da Noruega, com uma população de aproximadamente 250 mil habitantes. A Pepperkakebyen está aberta ao público, até 31 de dezembro, no edifício Sentralbadet.

sábado, dezembro 07, 2019

Here We Go Again.

Oiça as vozes de Ray Charles e Norah Jones em Here We Go Again.
Here we go again
He's back in town again
I'll take him back again
One more time

Here we go again
The phone will ring again
I'll be her fool again, I will
One more time

I've been there before
And I will try it again
Any fool, any fool knows
That there's no, no way to win

Here we go again
She'll break my heart again, yeah
I'll play the part again
One more time
(Alright, Mr. Preston)
I've been there before, you know what?
I'll try it again

But any fool, any fool knows
That there's no, no way to win

Here we go again
She'll break my heart again
I'll play the part again
One more time
I'll take her back again
One more time

I will

sexta-feira, dezembro 06, 2019

Donald Trump Segundo Eça de Queiroz

Sugiro-lhe que leia a crónica que se segue, e que é da jornalista portuguesa, Maria Filomena Mónica.
"Em múltiplas ocasiões, o actual Presidente dos EUA tem declarado que a América é dos americanos, o que dá vontade de rir quando sabemos descender ele de emigrantes — a mãe era escocesa e o avô paterno alemão — e estar casado com alguém que nasceu na Eslovénia que então fazia parta da Jugoslávia. Apesar de não usar o termo, Trump é adepto do ‘nativismo’, uma corrente que subterraneamente atravessa a História daquele país. Os seus adeptos proclamam defender os interesses dos americanos contra os imigrantes, indiscriminadamente retratados como criminosos: todos os mexicanos seriam violadores e todos os muçulmanos terroristas.

A política contra a emigração de Trump, coroada pela promessa da construção de um muro que separe os EUA do México, tem sido amplamente criticada, mas ninguém o fez como Eça de Queiroz. Estou consciente de que este já morreu, mas posso, sem medo de errar, transmitir aos leitores o que pensaria das afirmações do actual Presidente dos EUA. Numa série de artigos, publicados num jornal brasileiro em 1896, eis a sua opinião relativamente à ideia da “América para os americanos”. Claro que existiam americanos, escreveu, mas estes não eram aqueles como tal considerados, mas sim os algonquins, os iroqueses, os apalaches, os incas, os caraíbas, os guaranis e toda a gente patagónica, isto é, os legítimos donos do território cujos desertos tinham povoado.

Por se pensar que eles maculavam o esplendor da civilização ocidental, os nativos foram sendo eliminados ao longo dos anos. Em todo o vasto continente não existe, nunca existiu, uma única cidade onde possamos descobrir um ‘americano’ genuíno. Para vermos este espécimen seria necessário irmos para lá do país dos búfalos, onde, com sorte, encontraríamos um homem de tez cor de cobre e com longas guedelhas corredias.

Faz agora 400 anos que um navio, o “Mayflower”, transportou para a então colónia inglesa 102 passageiros, a maioria dos quais eram puritanos que não desejavam integrar-se na Igreja Anglicana, tendo decidido trocar o seu país pelo Novo Mundo. Acontece que o continente onde se instalaram estava povoado.

Custa-me entender a forma como uma nação tão diversa nas suas origens quanto os EUA esqueceu o que está escrito na Estátua da Liberdade: “Give me your tired, your poor,/ Your huddled masses yearning to breathe free,/ The wretched refuse of your teeming shore./ Send these, the homeless, tempest-tossed to me/, I lift my lamp beside the golden door!” [Dai-me os vossos pobres fatigados,/ As vossas multidões que desejam respirar livremente/ Os miseráveis detritos das vossas praias cheias/ Enviai-os até mim, esses sem-abrigo despejados pelas tempestades,/ A minha luz os guiará até ao portão dourado.] A autora do soneto, de onde, em 1883, estas linhas foram retiradas, é Emma Lazarus, descendente de judeus sefarditas portugueses. Soube-me bem saber isto."
Maria Filomena Mónica - Expresso, 16 de Novembro de 2019