sábado, junho 18, 2011

E Saramago regressou a Lisboa...!

Um ano depois… uma oliveira trazida da Azinhaga - a ribatejana freguesia onde nasceu - e terra de Lanzarote - a ilha que escolheu como refúgio - acompanham as cinzas de José Saramago. Que hoje foram depositadas junto à Casa dos Bicos, sede da Fundação que leva o nome do Nobel português da Literatura.
Jornalista, escritor maior, homem de ideais e paixões.

Recordamo-lo aqui numa das facetas talvez menos conhecida: a de poeta que viveu e escreveu amores. Saramago na voz de Pedro Barroso.

sexta-feira, junho 17, 2011

Para ser grande, sê inteiro




Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
Ricardo Reis (Fernando Pessoa)
14/02/1933


quinta-feira, junho 16, 2011

Uma fenda em África

A partir de 2005 e após uma sequência de alguns terramotos surgiu uma fenda na parte leste do continente africano. Esta fenda localizada na Etiópia tem cerca de 56 km de comprimento.
Uma equipe internacional de cientistas diz que a fenda na Etiópia, sofre um processo vulcânico praticamente igual ao que ocorre no fundo do mar e representa, provavelmente, a formação de um novo oceano. A fenda está a crescer a uma velocidade sem precedentes e é a maior já vista em séculos. Com cerca de 60 quilómetros pode chegar ao Mar Vermelho, separando a Etiópia e a Eritréia do resto do continente africano e dar origem a um novo oceano.
Este fenómeno que apareceu em África é o resultado do movimento normal das chamadas placas tectónicas.
O mundo em que vivemos é como uma grande bola de futebol, com a crosta (parte sólida da terra) dividida em placas, como as secções de couro que formam as bolas de futebol. Estas placas deslizam umas de encontro às outras, provocando terramotos e criando novas cadeias de montanhas. Quando duas placas se separam, os continentes podem fragmentar-se e nos seus intervalos podem surgir oceanos. Foi assim que nasceu o Oceano Atlântico, quando a América se separou da África, há 200 milhões de anos.
Outra região semelhante, mas muito mais perigosa, é o chamado Anel de Fogo do Pacífico, perto do sudeste asiático. Aí a crosta terrestre está a abrir-se no fundo do mar, o que provoca abalos submarinos capazes de gerar ondas gigantes, os tsunamis, como os que atingiram recentemente a Indonésia.
Não há nada que a humanidade possa fazer para deter estes processos de movimentação da crosta terrestre. As populações que moram nestas regiões, geologicamente ativas, podem apenas precaver-se, instalando bóias de alerta contra tsunamis e evitando morar perto de vulcões ou de fendas em atividade, como esta da África.
Estas manifestações geológicas fazem com que a geografia do planeta mude gradualmente ao longo das eras. Se um viajante do tempo chegar à Terra, daqui a 250 milhões de anos, vai ter que desenhar um novo mapa do mundo. Nesta altura, provavelmente, a Califórnia já se terá separado dos EUA, a Etiópia estará afastada do resto da África e é provável até que a América Central se tenha fragmentado, criando um braço de mar que irá unir o Atlântico e o Pacífico.
Aproveite para ver a apresentação que se segue que contém algumas imagens deste fenómeno.





quarta-feira, junho 15, 2011

Ábacos e Computadores

Proponho-lhe, hoje, que veja uma apresentação que mostra a evolução de algumas tecnologias que vão do ábaco ao computador.
O primeiro instrumento de cálculo utilizado pelo ser humano foi a mão. É tão eficaz que, em pequenas contas, ainda é muito usado, sobretudo pelos mais pequenos.
O ábaco é um antigo instrumento de cálculo que teve origem, provavelmente, na Mesopotâmia, há mais de 5.500 anos. Este instrumento pode ser considerado como uma extensão do ato natural de se contar pelos dedos e emprega um processo de cálculo baseado no sistema decimal. O primeiro ábaco foi quase de certeza construído numa pedra lisa coberta por areia ou pó. Palavras e letras eram desenhadas na areia; os números eram eventualmente adicionados e bolas de pedra eram utilizadas para ajudar nos cálculos. A China desempenhou um papel importante no desenvolvimento e utilização do ábaco.
A Régua de Cálculo é um instrumento mecânico analógico que permite a realização de cálculos por meio de guias graduadas deslizantes. A sua criação foi feita pelo padre inglês William Oughtred, em 1638, basendo-se na tábua de logaritmos que fôra criada por John Napier pouco antes, em 1614.
Mas, se quiser saber um pouco mais acerca deste assunto, não perca a apresentação que lhe proponho.

terça-feira, junho 14, 2011

Fiordes na Antártida?

Foi criado por cientistas norte-americanos, britânicos e australianos o primeiro mapa topográfico em alta resolução de uma das últimas regiões inexploradas da Terra: a bacia sub-glaciar Aurora. Esta bacia situa-se no leste da Antárctica e tem um tamanho superior ao da França. O trabalho destes cientistas revelou que alguns dos maiores fiordes do planeta se encontram debaixo do gelo
Se estiver interessado em aprofundar este assunto é só clicar aqui.

segunda-feira, junho 13, 2011

O Passeio de Santo António

Saíra Santo António do convento,
A dar o seu passeio costumado
E a decorar, num tom rezado e lento,
Um cândido sermão sobre o pecado.

Andando, andando sempre, repetia
O divino sermão piedoso e brando,
E nem notou que a tarde esmorecia,
Que vinha a noite plácida baixando…

E andando, andando, viu-se num outeiro,
Com árvores e casas espalhadas,
Que ficava distante do mosteiro
Uma légua das fartas, das puxadas.

Surpreendido por se ver tão longe,
E fraco por haver andado tanto,
Sentou-se a descansar o bom do monge,
Com a resignação de quem é santo…

O luar, um luar claríssimo nasceu.
Num raio dessa linda claridade,
O Menino Jesus baixou do céu,
Pôs-se a brincar com o capuz do frade.

Perto, uma bica de água murmurante
Juntava o seu murmúrio ao dos pinhais.
Os rouxinóis ouviam-se distante.
O luar, mais alto, iluminava mais.

De braço dado, para a fonte, vinha
Um par de noivos todo satisfeito.
Ela trazia ao ombro a cantarinha,
Ele trazia… o coração no peito.

Sem suspeitarem de que alguém os visse,
Trocaram beijos ao luar tranquilo.
O Menino, porém, ouviu e disse:
- Ó Frei António, o que foi aquilo?…

O Santo, erguendo a manga de burel
Para tapar o noivo e a namorada,
Mentiu numa voz doce como o mel:
- Não sei o que fosse. Eu cá não ouvi nada…

Uma risada límpida, sonora,
Vibrou em notas de oiro no caminho.
- Ouviste, Frei António? Ouviste agora?
- Ouvi, Senhor, ouvi. É um passarinho.

- Tu não estás com a cabeça boa…
Um passarinho a cantar assim!…
E o pobre Santo António de Lisboa
Calou-se embaraçado, mas por fim,

Corado como as vestes dos cardeais,
Achou esta saída redentora:
- Se o Menino Jesus pergunta mais,
… Queixo-me à sua mãe, Nossa Senhora!

Voltando-lhe a carinha contra a luz
E contra aquele amor sem casamento,
Pegou-lhe ao colo e acrescentou: - Jesus,
São horas…
........................E abalaram pró convento.
Augusto Gil

domingo, junho 12, 2011

O Castelo dos Pirenéus

O Castelo nos Pirenéus é o mais recente livro de Jostein Gaarder autor (norueguês) de O Mundo de Sofia. Esta obra (que fez um enorme sucesso na época do seu lançamento) repleta de reflexões filosóficas diversas, já mostrava como era o seu autor: sensível e complexo.
"Durante cinco intensos anos da década de 1970, Steinn e Solrunn foram felizes. Depois, seguiram rumos diversos, por razões desconhecidas de ambos. No verão de 2007, depois de trinta anos distantes, encontram-se por acaso no terraço de um velho hotel de madeira, nas margens de um fiorde situado no oeste da Noruega.
Encontram-se, no mesmo hotel onde viveram um amor apaixonado. Mas esse mesmo hotel, que em tempos testemunhara a força do seu amor, esconde também o mistério que envolveu o seu fim.
Para entenderem como é que um relacionamento que prometia ser duradouro pode acabar subitamente, o ex-casal começa uma frenética troca de e-mails - a matéria e a forma deste novo romance filosófico de Jostein Gaarder, que desta vez conta uma história de amor para discutir o embate entre o racionalismo e a espiritualidade. Na linguagem destas missivas apressadas que inundam a nossa vida quotidiana, os dois esboçam visões de mundo antagónicas e explicações contraditórias para o fim do seu romance".
Se quizer ficar a saber mais é só ler o livro que lhe proponho: O Castelo dos Pirenéus. Um romance fascinante nos leva a reflectir sobre a natureza da fé, do acaso, do universo e de tudo o que nele existe.