As
Ameixas de Elvas (DOP), provenientes da ameixeira "
Rainha‑Cláudia Verde", são um dos doces mais antigos e internacionalmente reconhecidos da região do Alto Alentejo.
A preparação e confeção de ameixas secas e ameixas em calda é uma das tradições seculares desta região, sendo as
Ameixas de Elvas, também registadas como
Ameixas D’Elvas, dos doces mais antigos e típicos do Alto Alentejo.
A receita consiste na transformação das ameixas "Rainha Cláudia Verde" em conserva doce.
Do ponto de vista histórico, este tipo de ameixa, conhecida na região de Elvas como abrunho, terá tido origem em França. O nome de
Rainha Cláudia (1499-1524), foi-lhe dado em honra da filha de Luís XII, a Duquesa da Britânia.
A receita das
Ameixas de Conserva fazia parte do receituário do
Convento de Nossa Senhora da Consolação ou das Dominicanas, em Elvas. Inicialmente confecionavam‑se somente nos conventos da região de Elvas e eram consumidas apenas pelas classes mais abastadas.
A partir de 1834 as "
Ameixas D’Elvas" começaram a ser produzidas em pequenas unidades industriais, sendo então possível a expansão do seu consumo, inclusivamente além-fronteiras.
Atualmente é uma
Denominação de Origem Protegida (DOP), o que obriga a que a ameixa seja produzida de acordo com as regras estipuladas, o que inclui as condições de produção, de condução dos pomares, de colheita dos frutos e de secagem ou de transformação e de acondicionamento do produto.
Se quiser fazer este doce, aqui lhe deixo uma receita.
Ingredientes:
3 litros de água + q.b. p/ a preparação da ameixa
2 kg de açúcar
2 kg de ameixas Rainha Cláudia
Confeção:
Leve ao lume, num tacho grande, 2 litros de água e, quando começar a ferver, junte as ameixas e deixe-as cozer.
Retire-as da água quente e introduza-as em água fria, deixando-as assim por 12 horas, renovando a água por quatro vezes, ou seja, de 3 em 3 horas.
Dissolva o açúcar num litro de água e leve ao lume até formar ponto de pasta (aos 101º C, quando a calda escorre da colher, deixando uma leve camada aderente).
Mergulhe as ameixas na calda de açúcar e retire-as quando a calda levantar de novo fervura.
Coe as ameixas e deite-as num recipiente de loiça. Leve a calda de açúcar novamente ao lume até atingir o ponto de espadana (aos 117º C, quando a calda corre da colher em fitas largas).
Deite a calda sobre as ameixas e deixe-as repousar de um dia para o outro.
No dia seguinte, escorra a calda de novo para o tacho e leve ao lume até atingir o ponto assoprado (aos 115º C, soprando pelos orifícios da escumadeira depois de mergulhada na calda, saem dela pequenas bolhas que rebentam imediatamente). Atingindo a calda este novo ponto, regue uma vez mais as ameixas com ela, deixando-as aí mergulhadas durante três dias.
Passado o tempo de maceração, repita a operação inicial, levando a calda ao lume até alcançar o ponto de fio (103º C, colocando uma gotinha de calda entre o polegar e o indicador humedecidos em água fria, ao uni-los e afastá-los repetidamente, forma-se entre ambos um pequeno fio).
Mantenha as ameixas na nova calda durante oito dias.
Quando terminar este período, escorra as ameixas, lave-as e deixe-as secar. Também poderá deixá-las ficar na calda, guardadas em frascos esterilizados e tapados.
Se teve coragem e paciência para fazer esta receita não deixe de experimentar estas Ameixas D'Elvas com
Sericá ou Sericaia.