sábado, junho 29, 2024

O S. Pedro no Montijo

O Montijo é um dos três concelhos da Área Metropolitana de Lisboa que tem como feriado municipal o dia 29 de junho, Dia de São Pedro.

Os festejos no Montijo são marcados por muita animação, desfiles de marchas populares, cor, concertos, procissões, música, dança e muita alegria, que atraem milhares de visitantes. O destaque vai para as procissões fluvial e noturna, a bênção dos pescadores, a queima do batel, nunca esquecendo as touradas, largadas e os comes e bebes. 

Durante as festas, a Igreja Matriz do Espírito Santo torna-se local de grande importância e veneração. Daqui se desloca a imagem do santo padroeiro da comunidade piscatória da cidade de Montijo - S. Pedro.

Hoje, dia de S. Pedro, destaca-se a procissão fluvial, onde várias embarcações de pesca engalanadas escoltam uma principal que transporta a imagem do S. Pedro, da ponta do Montijo (base aérea n.º6) até ao antigo cais citadino (Cais das Faluas), terminando o cortejo na Igreja do Espírito Santo.

Senhor Jesus dos Aflitos

A 30 de Junho, dia de S. Marçal, de manhã, junto à capela do Senhor Jesus dos Aflitos - Quinta do Saldanha, dá-se o ritual da "lavagem" da classe piscatória (ritual que remete a antigas abluções ou banhos purificadores), seguindo-se a arrematação das bandeiras e da imagem de S. Pedro.

A Ermida de Nosso Senhor Jesus dos Aflitos integrada na Quinta do Saldanha é um edifício do séc. XVIII, e que tinha uma função muito importante para os pescadores que aí acorriam em auxílio, bem como a todos os viajantes que faziam desta, um local de abrigo. A imagem de Nosso Senhor Jesus dos Aflitos é, ainda hoje, alvo de grande devoção popular, sobretudo por parte dos pescadores.

Assista agora à Procissão Noturna de São Pedro, no Montijo em 2023.

sexta-feira, junho 28, 2024

São Pedro de Penaferrim

São Pedro de Penaferrim, também chamada de São Pedro de Sintra é uma antiga freguesia portuguesa do município de Sintra, com 26,46 km² de área e 14 002 habitantes (2011). Tem por orago São Pedro.

Em 2013, no âmbito da reforma administrativa foi anexada às freguesias de São Martinho e Santa Maria e São Miguel, criando-se a União de Freguesias de Sintra (Santa Maria e São Miguel, São Martinho e São Pedro de Penaferrim). 

A Igreja de São Pedro de Penaferrim foi mandada reconstruir no séc. XVI por D. Álvaro de Castro sobre um templo de fundação medieval.

Tem uma só nave, um portal barroco na fachada com as armas do Arcebispo D. Tomás de Almeida, mas merece uma visita pelo revestimento de azulejos em azul e branco, da primeira metade do do séc. XVIII, com cenas da vida de São Pedro, da autoria da Oficina de Lisboa, e pela escultura gótica de São Pedro (séc. XV) e um Cristo luso oriental em marfim de finais do séc. XVII.

Sintra está em festa (com música, arraiais, tasquinhas e animações de rua) em especial nos dias 28 e 29 de junho, por altura dos festejos de S. Pedro, padroeiro do município.

quinta-feira, junho 27, 2024

O Almoço dos Barqueiros

"O Almoço dos Barqueiros" é uma pintura a óleo sobre tela do pintor impressionista francês Pierre-Auguste Renoir realizada entre1880-1881. Foi incluída na 7ª Exibição Impressionista em 1882, tendo sido apontada como a melhor pintura naquela exposição por três críticos.

Durante o final do século XIX, os passeios de barco eram o passatempo favorito entre os artistas parisienses. Renoir imortalizou esse costume nesta obra, que é uma das suas pinturas mais célebres. Mostra uma combinação de natureza-morta, com paisagem e personagens que estão na varanda ensolarada do Maison Fournaise, um restaurante que alugava barcos naquela época. Como de costume, alguns amigos de Renoir atuaram como modelos para ajudar na composição da obra. É preciso recordar que o pintor não tinha recursos na época para pagar a modelos. Note que o corrimão em diagonal serve para dividir as duas metades da composição, sendo que uma regista muitas pessoas e a outra apenas o verde. Renoir também capta uma imensa quantidade de luz entrando na varanda, ao lado do homem com chapéu. As camisas sem mangas e a tolha refletem o brilho que se espalha pela composição. Esta pintura capta o verão em todo o seu esplendor.

quarta-feira, junho 26, 2024

Eu nem sequer gosto de escrever

 



"Eu nem sequer gosto de escrever. Acontece-me às vezes estar tão desesperado que me refugio no papel como quem se esconde a chorar. E o mais estranho é arrancar da moinha angústia palavras de profunda reconciliação com a vida."

Eugénio de Andrade

terça-feira, junho 25, 2024

A Influência do Árabe no Português

Aprenda Português Europeu através de conteúdos interessantes e autênticos!

Assista hoje a mais um vídeo do Portuguese With Leo, onde Leonardo Coelho aborda a influência do Árabe no Português.

Não perca esta oportunidade. 
Ora veja. 

segunda-feira, junho 24, 2024

A Noite do Porto

Shakespeare podia ter vivido aqui. Podia
ter dançado na noite de S. João, quando o rio
transborda para as ruas nas correntes
humanas que as inundam. Podia ter escrito
nos invernos de ausência o que a noite
ensina sobre a privação. Podia ter
ensinado, à beira do cais, que o tempo lascivo
corre como a água, levando o que não há-de
voltar e trazendo o que nunca terá nome
nem corpo. As almas, que empalidecem quando
o sol poente se reflecte nos vidros,
cantam bruscamente o verão: reflexo de um
reflexo, frutos que se deixam colher pela
memória, seres sem ser que não hão-de voltar
a nascer. Mas o que ele cantou, podia
tê-lo cantado aqui. Todos os lugares são,
afinal, lugar nenhum para quem não habita
senão a própria voz: sonho de outra margem,
cantor perdido no labirinto das pontes. Perto
da foz, sem o saber; sonhando a nascente,
como se não fosse ele próprio a única fonte.
Nuno Júdice A Fonte da vida, Quetzal, 1997

domingo, junho 23, 2024

A Cascata Sanjoanina

A "Cascata Sanjoanina" é uma espécie de presépio, montado por altura das festas de S.João
As cascatas de S. João nasceram do hábito de montar presépios, introduzido em Portugal no século XVII. «Pegava-se num presépio, substituía-se a sagrada família e os reis magos pelos santos populares e tínhamos uma cascata», diz Helder Pacheco. As cascatas sanjoaninas são, então, uma tradição muito antiga que deve ter tido origem na cidade do Porto, onde alguns artífices representavam, em miniatura, os principais locais da invicta, desde o morro da Sé até ao Rio Douro. 
Em Leça da Palmeira esta tradição também está associada à celebração dos Santos Populares (Santo António, S. João e S. Pedro), em especial o S. João. Nesta época festiva, em vários lares era comum as famílias construírem uma cascata com a representação dos lugares mais emblemáticos de Leça. Para tal compravam os célebres bonecos de barro, na Feira da Louça do Senhor de Matosinhos. Com o passar dos anos, as cascatas começaram a ser cada vez maiores e mais pormenorizadas, graças à arte de artesãos como João Soares e José Moreira
A "Cascata Sanjoanina" é constituído por uma estrutura em degraus com uma imagem do patrono na plataforma mais alta. Tradição ainda viva semelhante à tradição lisboeta, hoje quase desaparecida, do trono de S.António.