Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...
Mário Quintana
sábado, dezembro 31, 2011
Três presentes de fim de ano
I
Querida, mando-te
uma tartaruguinha de presente
e principalmente de futuro
pois viverá uma riqueza de anos
e quando eu haja tomado a estígia barca
rumo ao país obscuro
ela te me lembrará no chão do quarto
e te dirá em sua muda língua
que o tempo, o tempo é simples ruga
na carapaça, não no fundo amor.
II
Nem corbeilles nem
Querida, mando-te
uma tartaruguinha de presente
e principalmente de futuro
pois viverá uma riqueza de anos
e quando eu haja tomado a estígia barca
rumo ao país obscuro
ela te me lembrará no chão do quarto
e te dirá em sua muda língua
que o tempo, o tempo é simples ruga
na carapaça, não no fundo amor.
II
Nem corbeilles nem
letras de câmbio
nem rondós nem
carrão 69
nem festivais
na ilha d’amores
não esperes de mim
terrestres primores.
Dou-te a senha para
o dom imperceptível
que não vem do próximo
não se guarda em cofre
não pesa, não passa
nem sequer tem nome.
Inventa-o se puderes
com fervor e graça.
III
nem rondós nem
carrão 69
nem festivais
na ilha d’amores
não esperes de mim
terrestres primores.
Dou-te a senha para
o dom imperceptível
que não vem do próximo
não se guarda em cofre
não pesa, não passa
nem sequer tem nome.
Inventa-o se puderes
com fervor e graça.
III
Sempre foi difícil
ah como era difícil escolher
um par de sapatos, um perfume.
Agora então, amor, é impossível.
O mau gosto
e o bom se acasalaram, catrapuz!
Você acha mesmo bacana esse verniz abóbora
ou tem medo de dizer que é medonho?
E aquele quadro (objeto)? Aquela pantalona?
Aquela poesia? Hem? O quê? Não ouço
a sua voz entre alto-falantes, não distingo
nenhuma voz nos sons vociferantes...
Desculpe, amor, se meu presente
é meio louco e bobo
e superado:
uns lábios em silêncio
(a música mental)
e uns olhos em recesso
(a infinita paisagem).
Carlos Drummond de Andrade - Memória Viva
ah como era difícil escolher
um par de sapatos, um perfume.
Agora então, amor, é impossível.
O mau gosto
e o bom se acasalaram, catrapuz!
Você acha mesmo bacana esse verniz abóbora
ou tem medo de dizer que é medonho?
E aquele quadro (objeto)? Aquela pantalona?
Aquela poesia? Hem? O quê? Não ouço
a sua voz entre alto-falantes, não distingo
nenhuma voz nos sons vociferantes...
Desculpe, amor, se meu presente
é meio louco e bobo
e superado:
uns lábios em silêncio
(a música mental)
e uns olhos em recesso
(a infinita paisagem).
Carlos Drummond de Andrade - Memória Viva
sexta-feira, dezembro 30, 2011
DAS UTOPIAS
"Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos se não fora
A mágica presença das estrelas!"
Mário Quintana - Espelho Mágico
Que tristes os caminhos se não fora
A mágica presença das estrelas!"
Mário Quintana - Espelho Mágico
quinta-feira, dezembro 29, 2011
40 filmes em 200 segundos
Nesta quadra natalícia este post é dedicado a todas as crianças e à criança que existe em todos nós.
Recorde, aqui, 40 clássicos de animação da Disney/Pixar em apenas 200 segundos (de 1937 a 2010).
Veja se consegue reconhecer alguns dos grandes filmes desta fábrica de sonhos, que embalaram a nossa infância e ainda nos conseguem divertir até hoje.
quarta-feira, dezembro 28, 2011
Fado Loucura
Carlos Zel foi um fadista português (1950 - 2002), que inicou a sua carreira profissional em 1967. A primeira apresentação aconteceu, um ano depois, na antiga Emissora Nacional. Fez teatro de revista e musical - "Aldeia da Roupa Suja" (1978), "A Severa" (1990) e "Ai Quem Me Acode" (1994) -, cantou em várias casas de fado e casinos (destaque-se sobretudo o caso do Casino Estoril, onde foi o primeiro fadista masculino a ser contratado para uma temporada naquela sala).
Apresentou-se em alguns programas de televisão e chegou a participar na telenovela "Cinzas" (RTP), como actor. Foi sócio-fundador da Academia da Guitarra e do Fado, e foi distinguido, em 1993, com o Prémio Prestígio, atribuído pela Casa de Imprensa.
Durante mais de 30 anos de carreira, Carlos Zel levou a sua voz e a sua forma de cantar o fado pelo mundo fora, nomeadamente, a Espanha, França, Holanda, Escócia, Dinamarca, Noruega, Brasil, Argentina, Chile, Venezuela, Canadá, EUA e Senegal.
Muitos foram os artistas que dividiram o palco com o fadista, de Maria João e Mário Laginha ao ex-Trovante Luís Represas, passando pela cabo-verdiana Cesária Évora e Argentina Santos.
Recorde aqui Carlos Zel através do "Fado Loucura".
Apresentou-se em alguns programas de televisão e chegou a participar na telenovela "Cinzas" (RTP), como actor. Foi sócio-fundador da Academia da Guitarra e do Fado, e foi distinguido, em 1993, com o Prémio Prestígio, atribuído pela Casa de Imprensa.
Durante mais de 30 anos de carreira, Carlos Zel levou a sua voz e a sua forma de cantar o fado pelo mundo fora, nomeadamente, a Espanha, França, Holanda, Escócia, Dinamarca, Noruega, Brasil, Argentina, Chile, Venezuela, Canadá, EUA e Senegal.
Muitos foram os artistas que dividiram o palco com o fadista, de Maria João e Mário Laginha ao ex-Trovante Luís Represas, passando pela cabo-verdiana Cesária Évora e Argentina Santos.
Recorde aqui Carlos Zel através do "Fado Loucura".
terça-feira, dezembro 27, 2011
Uma viagem... ao cérebro...
A proposta de hoje é uma viagem interativa por dentro do cérebro humano. Com esta viagem podemos aprender um pouco mais, sobre esta máquina fantástica, que é o nosso cérebro!
O cérebro humano é particularmente complexo e extenso. Este é imóvel e representa apenas 2% da massa do corpo, mas, apesar disso, recebe aproximadamente 25% de todo o sangue que é bombeado pelo coração. Divide-se em dois hemisférios: o esquerdo e o direito. O seu aspecto assemelha-se ao miolo de uma noz. É um conjunto de milhares de milhões de células que se estende por uma área de mais de 1 metro quadrado, dentro do qual conseguimos diferenciar certas estruturas correspondendo às chamadas áreas funcionais, que podem cada uma abranger até um décimo dessa área. O roteiro que lhe proponho, então, explica o funcionamento do cérebro e como a doença de Alzheimer o afeta. Para iniciar a sua viagem basta clicar aqui.
O cérebro humano é particularmente complexo e extenso. Este é imóvel e representa apenas 2% da massa do corpo, mas, apesar disso, recebe aproximadamente 25% de todo o sangue que é bombeado pelo coração. Divide-se em dois hemisférios: o esquerdo e o direito. O seu aspecto assemelha-se ao miolo de uma noz. É um conjunto de milhares de milhões de células que se estende por uma área de mais de 1 metro quadrado, dentro do qual conseguimos diferenciar certas estruturas correspondendo às chamadas áreas funcionais, que podem cada uma abranger até um décimo dessa área. O roteiro que lhe proponho, então, explica o funcionamento do cérebro e como a doença de Alzheimer o afeta. Para iniciar a sua viagem basta clicar aqui.
segunda-feira, dezembro 26, 2011
Feliz Navidad
Com votos de Boas Festas fique com Feliz Navidad, de Jose Feliciano.
Jose Feliciano (Porto Rico, 1945), é um cantor porto-riquenho radicado nos Estados Unidos.
Jose Feliciano nasceu cego, numa família pobre, com mais onze irmãos. Aprendeu sozinho a tocar acordeão, e aos nove já tocava no The Puerto Rican Theater, no Bronx, Nova Iorque. A sua família emigrou para os E. U. A. quando ele tinha cinco anos. Ganhou vários prémios e homenagens e é considerado como o primeiro músico latino a penetrar no mercado de música de língua inglesa, abrindo caminho para outros cantores de origens diferentes da anglo - saxónica.
Ouça agora uma versão diferente de Feliz Navidad, pelos North Point's iBand (na North Point Community Church), que usam como instrumentos iPhones and iPads.
Jose Feliciano (Porto Rico, 1945), é um cantor porto-riquenho radicado nos Estados Unidos.
Jose Feliciano nasceu cego, numa família pobre, com mais onze irmãos. Aprendeu sozinho a tocar acordeão, e aos nove já tocava no The Puerto Rican Theater, no Bronx, Nova Iorque. A sua família emigrou para os E. U. A. quando ele tinha cinco anos. Ganhou vários prémios e homenagens e é considerado como o primeiro músico latino a penetrar no mercado de música de língua inglesa, abrindo caminho para outros cantores de origens diferentes da anglo - saxónica.
Ouça agora uma versão diferente de Feliz Navidad, pelos North Point's iBand (na North Point Community Church), que usam como instrumentos iPhones and iPads.
domingo, dezembro 25, 2011
Uma História de Natal
Para assinalar o dia de hoje nada como uma boa história de Natal. Sobretudo se é daquelas que nos deixa com uma lágrima ao canto do olho.
Feliz Natal.
sábado, dezembro 24, 2011
White Christmas
"White Christmas" foi uma música escrita, em 1940, por Irving Berlin, para o filme (de 1942) "Holiday Inn" com Bing Crosby e Fred Astaire.
Berlin, que era judeu considerou que escrever esta canção seria um enorme desafio. Assim, inspirou-se nas suas experiências juvenis de Natal, quer em Nova York quer em Los Angeles , quando os vizinhos celebravam esta quadra festiva. Considerou, contudo, que a sua canção expressava de modo deficiente o espírito de Natal. Foi Bing Crosby que, ao ouvir pela primeira vez "White Christmas, " disse a Berlin que tinha ali uma canção vencedora.
O sucesso da canção, " White Christmas", na voz de Bing Crosby (1941,1942 e 1947), levou à realização de um filme em 1954, com o mesmo nome, com Danny Kaye.
O sucesso da canção, " White Christmas", na voz de Bing Crosby (1941,1942 e 1947), levou à realização de um filme em 1954, com o mesmo nome, com Danny Kaye.
Convém referir que o single de White Christmas, na voz de Bing, vendeu mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo e foi considerado como o single que mais se vendeu por mais de 50 anos (até 1998).
A versão de "White Christmas" que proponho que ouça agora, é a do jovem cantor canadiano Michael Bublé, com votos de um Natal cheio de calor e alegria.
A versão de "White Christmas" que proponho que ouça agora, é a do jovem cantor canadiano Michael Bublé, com votos de um Natal cheio de calor e alegria.
Bate o Sino Pequenino
sexta-feira, dezembro 23, 2011
BLUE CHRISTMAS
"Blue Christmas" é uma canção de Natal escrita por Billy Hayes e Jay W. Johnson e que foi popularizada por vários cantores americanos (Doye O'Dell, Hugo Winterhalter e ainda pelo cantor de música "country" Ernest Tubb, etc.) .
Elvis Presley transformou "Blue Christmas" num clássico do rock-and-roll, em 1957. Esta versão original de 1957 só foi disponibilizada comercialmente em 1964 através de um single.
Sugiro-lhe que oiça, agora, Elvis Presley interpretando Blue Cristmas (em 1965).
E ouça agora, Blue Christmas, num improvável dueto de Elvis Presley e Martina McBride.
quinta-feira, dezembro 22, 2011
Have Yourself a Merry Little Christmas
"Have Yourself a Merry Little Christmas" é uma canção (escrita por Hugh Martin e Ralph Blane) que foi cantada por Judy Garland, em 1944, no musical "Meet Me in St. Louis".
Mais tarde, Frank Sinatra gravou uma versão que se tornou mais conhecida do que a canção original.
Hoje proponho-lhe que ouça "Have Yourself a Merry Little Christmas" na voz de Katie Melua.
quarta-feira, dezembro 21, 2011
Duas Luas
Mísia é uma fadista portuguesa, nascida no Porto em 1955. Apesar de cantar sobretudo fado o seu repertório é vasto, cantando em francês, castelhano, catalão, inglês e até mesmo japonês.
Mísia tem cantado também, os mais importantes nomes da literatura portuguesa: Lídia Jorge, Mário Cláudio, Eduardo Prado Coelho, Vasco Graça Moura, Agustina e Saramago.
Os discos têm-se sucedido: "Mísia" (1991), "Fado" (1993), "Tanto menos, tanto mais", a meio da década de noventa,e ainda "Garras dos Sentidos" (1998). Maria João Pires acompanha-a no disco, "Paixões Diagonais". A partir de 2000 grava "Ritual" (em 2001) e "Canto" em 2003.
Mistura o tango,o bolero e o fado num "Drama Box" (gravado em 2005) que também é cheio de cumplicidades artísticas: Fanny Ardant, Miranda Richardson, Ute Lemper, Carmen Maura, Maria de Medeiros e Sophia Calle. Em 2009 edita "Ruas".
Ouça, agora a Mísia em "Duas Luas", que é um fado com letra de João Monge e José Magala e reza assim:
Eu vivo com duas luas
Delas me fiz companhia
Andam cruzadas as duas
E nenhuma me alumia
Atrás da minha janela
Nos lençóis onde me deito
Há uma lua que vela
Escondida no meu peito
A outra dizem que é tua
Nasceu no teu coração
É por isso que esta lua
Só brilha na tua mão
Até quando te insinuas
Quando me chamas baixinho
Eu vivo com duas luas
Cruzadas no meu caminho.
Mísia tem cantado também, os mais importantes nomes da literatura portuguesa: Lídia Jorge, Mário Cláudio, Eduardo Prado Coelho, Vasco Graça Moura, Agustina e Saramago.
Os discos têm-se sucedido: "Mísia" (1991), "Fado" (1993), "Tanto menos, tanto mais", a meio da década de noventa,e ainda "Garras dos Sentidos" (1998). Maria João Pires acompanha-a no disco, "Paixões Diagonais". A partir de 2000 grava "Ritual" (em 2001) e "Canto" em 2003.
Mistura o tango,o bolero e o fado num "Drama Box" (gravado em 2005) que também é cheio de cumplicidades artísticas: Fanny Ardant, Miranda Richardson, Ute Lemper, Carmen Maura, Maria de Medeiros e Sophia Calle. Em 2009 edita "Ruas".
Ouça, agora a Mísia em "Duas Luas", que é um fado com letra de João Monge e José Magala e reza assim:
Eu vivo com duas luas
Delas me fiz companhia
Andam cruzadas as duas
E nenhuma me alumia
Atrás da minha janela
Nos lençóis onde me deito
Há uma lua que vela
Escondida no meu peito
A outra dizem que é tua
Nasceu no teu coração
É por isso que esta lua
Só brilha na tua mão
Até quando te insinuas
Quando me chamas baixinho
Eu vivo com duas luas
Cruzadas no meu caminho.
terça-feira, dezembro 20, 2011
Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
Cecília Meireles
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
Cecília Meireles
segunda-feira, dezembro 19, 2011
Um passeio por Lisboa...
Um passeio por Lisboa... é a proposta que lhe faço hoje.
Trata-se de um filme publicitário (produzido pela Audi TV), que nos permite ir percorrendo, em poucos minutos, alguns dos locais mais emblemáticos desta maravilhosa cidade, ao volante de um Audi Q5.
Locais como a cervejaria Trindade, o restaurante O Tavares, o Elevador do Lavra, o Elevador de Santa Justa e o rio Tejo surgem neste vídeo, que divulga não só a cidade de Lisboa mas também Portugal, de uma forma simples e eficaz.
Se quiser ver o filme com uma melhor qualidade de imagem, basta clicar aqui, na Audi TV.
Trata-se de um filme publicitário (produzido pela Audi TV), que nos permite ir percorrendo, em poucos minutos, alguns dos locais mais emblemáticos desta maravilhosa cidade, ao volante de um Audi Q5.
Locais como a cervejaria Trindade, o restaurante O Tavares, o Elevador do Lavra, o Elevador de Santa Justa e o rio Tejo surgem neste vídeo, que divulga não só a cidade de Lisboa mas também Portugal, de uma forma simples e eficaz.
Se quiser ver o filme com uma melhor qualidade de imagem, basta clicar aqui, na Audi TV.
domingo, dezembro 18, 2011
Adeus Cesária...
A diva da música de Cabo Verde deixou-nos ontem. Cesária Évora tinha regressado a S. Vicente, sua ilha natal, a 22 de Outubro após ter posto fim à carreira musical (em Setembro) devido a problemas de saúde.
Cesária Évora, nasceu há 70 anos na cidade do Mindelo, na ilha cabo-verdiana de S. Vicente, no seio de uma família de músicos.
Cesária Évora (1941 - 17 de Dezembro de 2011), era também conhecida como «a diva dos pés descalços». Transformou-se na cantora de maior reconhecimento internacional de toda história da música popular cabo-verdiana. Apesar de ser muito bem sucedida em diversos outros géneros musicais, Cesária Évora ficou ligada à morna, tendo por vezes o apelido "rainha da morna".
Aos 16 anos, Cesária começou a cantar em bares e hotéis. Após a independência de Cabo Verde, afastou-se dos palcos e teve de lutar contra o alccolismo.
Encorajada por Bana (cantor e empresário cabo-verdiano radicado em Portugal), Cesária Évora voltou a cantar, actuando em Portugal. Mais tarde, José da Silva persuadiu-a a ir para Paris e lá acabou por gravar um novo álbum em 1988 "La diva aux pied nus". Este álbum foi aclamado pela crítica, levando-a a iniciar a gravação do álbum "Miss Perfumado" em 1992. Cesária tornou-se, assim, numa estrela internacional aos 47 anos de idade.
Em 2004 conquistou um Grammy pelo melhor álbum de world music contemporânea. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, distinguiu-a, em 2009, com a medalha da Legião de Honra.
Adeus Cesária... vamos ter "Sodade".
Cesária Évora, nasceu há 70 anos na cidade do Mindelo, na ilha cabo-verdiana de S. Vicente, no seio de uma família de músicos.
Cesária Évora (1941 - 17 de Dezembro de 2011), era também conhecida como «a diva dos pés descalços». Transformou-se na cantora de maior reconhecimento internacional de toda história da música popular cabo-verdiana. Apesar de ser muito bem sucedida em diversos outros géneros musicais, Cesária Évora ficou ligada à morna, tendo por vezes o apelido "rainha da morna".
Aos 16 anos, Cesária começou a cantar em bares e hotéis. Após a independência de Cabo Verde, afastou-se dos palcos e teve de lutar contra o alccolismo.
Encorajada por Bana (cantor e empresário cabo-verdiano radicado em Portugal), Cesária Évora voltou a cantar, actuando em Portugal. Mais tarde, José da Silva persuadiu-a a ir para Paris e lá acabou por gravar um novo álbum em 1988 "La diva aux pied nus". Este álbum foi aclamado pela crítica, levando-a a iniciar a gravação do álbum "Miss Perfumado" em 1992. Cesária tornou-se, assim, numa estrela internacional aos 47 anos de idade.
Em 2004 conquistou um Grammy pelo melhor álbum de world music contemporânea. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, distinguiu-a, em 2009, com a medalha da Legião de Honra.
Adeus Cesária... vamos ter "Sodade".
sábado, dezembro 17, 2011
Um concerto diferente
No próximo dia 18 de Dezembro, pelas 21 horas, vai realizar-se um concerto na garagem da Fundação Gulbenkian, em Lisboa, com músicos que foram pessoas retiradas do mundo da rua. Formou-se, então, uma orquestra com aqueles que mostraram apetência para o mundo da música.
Da Orquestra TODOS, constituída durante os meses de Verão, fazem parte músicos vindos maioritariamente dos países lusófonos.
A fundação Gulbenkian oferece os bilhetes a todos aqueles que queiram dar o seu apoio, calor humano e incentivo a esta orquestra. O concerto brindará os presentes com música clássica e não só. O programa é diversificado já que inclui composições originais e ritmos multiculturais que vão do Brasil a Cabo Verde, passando por Goa, Roménia e outros países de origem dos músicos que a compõem.
Não esqueça, é na Gulbenkian e, basta pedir os respectivos bilhetes de ingresso.
Não deixe de apoiar esta nobre causa, comparecendo ao espectáculo.
Da Orquestra TODOS, constituída durante os meses de Verão, fazem parte músicos vindos maioritariamente dos países lusófonos.
A fundação Gulbenkian oferece os bilhetes a todos aqueles que queiram dar o seu apoio, calor humano e incentivo a esta orquestra. O concerto brindará os presentes com música clássica e não só. O programa é diversificado já que inclui composições originais e ritmos multiculturais que vão do Brasil a Cabo Verde, passando por Goa, Roménia e outros países de origem dos músicos que a compõem.
Não esqueça, é na Gulbenkian e, basta pedir os respectivos bilhetes de ingresso.
Não deixe de apoiar esta nobre causa, comparecendo ao espectáculo.
sexta-feira, dezembro 16, 2011
Fui Dizer-te Adeus ao Cais
Fernando Maurício (Mouraria, 1933 - 2003) foi um fadista português.
É hoje considerado como o maior fadista da sua geração, apesar do seu descuido perante a necessidade de apostar numa carreira discográfica.
Nasceu na Rua do Capelão, no coração do Bairro da Mouraria, e com apenas oito anos começou a cantar numa taberna da rua onde morava, “O Chico da Severa”, onde se juntavam os fadistas após as festas de beneficência onde participavam.
Em 1947 participa na Marcha Infantil da Mouraria, no papel de Conde de Vimioso ao lado de Clotilde Monteiro como Severa. Por esta altura trabalhava como sapateiro.
Cantou regularmente durante um período de três anos, aos fins-de-semana, no Café Latino, no Retiro dos Marialvas, no Vera Cruz e no Casablanca no Parque Mayer. No entanto, quando contava dezassete anos resolveu interromper a actividade, que só retomou em 19
54, no Café Luso, no Bairro Alto. Aqui, actuou já profissionalizado, bem como, na Adega Machado e na casa típica O Faia.
Nos anos 60 e 70 foi a vez de outras casas de fado de Lisboa, como a Nau Catrineta, a Kaverna, o Poeta, a Taverna d’El Rey e novamente, o Café Luso. Estas casas conquistaram novos públicos com as actuações de Fernando Maurício que seria apelidado de Rei do Fado. Nos anos 80 começou a actuar na Adega Mesquita.
São vários os fados que Fernando Maurício celebrizou. Entre eles a "Igreja de Santo Estêvão". Fernando Maurício cantou em programas de fados quer na Emissora Nacional quer nos primeiros programas da RTP. Contudo, preferia cantar em festas de beneficência e solidariedade, por todo o país, não se preocupando muito com a carreira discográfica. Apesar de tudo, gravou alguns discos. Convém destacar, entre outros: De Corpo e Alma sou Fadista (1984); Tantos Fados deu-me a Vida (1995), Os 21 Fados do Rei (1997); Fernando Maurício, col. O Melhor dos Melhores (1997); e Fernando Maurício,
É hoje considerado como o maior fadista da sua geração, apesar do seu descuido perante a necessidade de apostar numa carreira discográfica.
Nasceu na Rua do Capelão, no coração do Bairro da Mouraria, e com apenas oito anos começou a cantar numa taberna da rua onde morava, “O Chico da Severa”, onde se juntavam os fadistas após as festas de beneficência onde participavam.
Em 1947 participa na Marcha Infantil da Mouraria, no papel de Conde de Vimioso ao lado de Clotilde Monteiro como Severa. Por esta altura trabalhava como sapateiro.
Cantou regularmente durante um período de três anos, aos fins-de-semana, no Café Latino, no Retiro dos Marialvas, no Vera Cruz e no Casablanca no Parque Mayer. No entanto, quando contava dezassete anos resolveu interromper a actividade, que só retomou em 19
54, no Café Luso, no Bairro Alto. Aqui, actuou já profissionalizado, bem como, na Adega Machado e na casa típica O Faia.
Nos anos 60 e 70 foi a vez de outras casas de fado de Lisboa, como a Nau Catrineta, a Kaverna, o Poeta, a Taverna d’El Rey e novamente, o Café Luso. Estas casas conquistaram novos públicos com as actuações de Fernando Maurício que seria apelidado de Rei do Fado. Nos anos 80 começou a actuar na Adega Mesquita.
São vários os fados que Fernando Maurício celebrizou. Entre eles a "Igreja de Santo Estêvão". Fernando Maurício cantou em programas de fados quer na Emissora Nacional quer nos primeiros programas da RTP. Contudo, preferia cantar em festas de beneficência e solidariedade, por todo o país, não se preocupando muito com a carreira discográfica. Apesar de tudo, gravou alguns discos. Convém destacar, entre outros: De Corpo e Alma sou Fadista (1984); Tantos Fados deu-me a Vida (1995), Os 21 Fados do Rei (1997); Fernando Maurício, col. O Melhor dos Melhores (1997); e Fernando Maurício,
Clássicos da Renascença (2000).
Participou em inúmeros espectáculos no estrangeiro, nomeadamente no Luxemburgo, Holanda, Inglaterra, Canadá e Estados Unidos.
Recebeu ao longo da sua vida vários prémios, mas, era avesso a homenagens. Contudo, em 1989, Amália Rodrigues descerrou na rua onde nasceu duas lápides evocativas das vozes do fado emblemáticas deste bairro: Maria Severa Onofriana e Fernando da Silva Maurício.
Ouça, agora, Fernando Maurício em "Fui Dizer-te Adeus ao Cais".
Participou em inúmeros espectáculos no estrangeiro, nomeadamente no Luxemburgo, Holanda, Inglaterra, Canadá e Estados Unidos.
Recebeu ao longo da sua vida vários prémios, mas, era avesso a homenagens. Contudo, em 1989, Amália Rodrigues descerrou na rua onde nasceu duas lápides evocativas das vozes do fado emblemáticas deste bairro: Maria Severa Onofriana e Fernando da Silva Maurício.
Ouça, agora, Fernando Maurício em "Fui Dizer-te Adeus ao Cais".
quinta-feira, dezembro 15, 2011
Retratos com histórias
Sugiro-lhe, hoje, uma apresentação com retratos de Eduardo Gageiro.
Eduardo Gageiro, é um fotógrafo português, nascido em 1935. Com apenas 12 anos viu uma fotografia sua publicada na 1ª página do Diário de Notícias.
Começou a sua actividade de repórter fotográfico em 1957 no Diário Ilustrado, e a partir daí dedicou toda a sua vida ao foto-jornalismo.
Foi colaborador das principais publicações portuguesas e estrangeiras e da Presidência da República. Tem trabalhos reproduzidos um pouco por todo o mundo, com os quais ganhou mais de 300 prémios internacionais, entre os quais é de destacar o 2º prémio do World Press Photo, em 1974, na categoria Portraits.
Aprecie, agora, alguns dos fabulosos retratos de Eduardo Gageiro.
Eduardo Gageiro, é um fotógrafo português, nascido em 1935. Com apenas 12 anos viu uma fotografia sua publicada na 1ª página do Diário de Notícias.
Começou a sua actividade de repórter fotográfico em 1957 no Diário Ilustrado, e a partir daí dedicou toda a sua vida ao foto-jornalismo.
Foi colaborador das principais publicações portuguesas e estrangeiras e da Presidência da República. Tem trabalhos reproduzidos um pouco por todo o mundo, com os quais ganhou mais de 300 prémios internacionais, entre os quais é de destacar o 2º prémio do World Press Photo, em 1974, na categoria Portraits.
Aprecie, agora, alguns dos fabulosos retratos de Eduardo Gageiro.
quarta-feira, dezembro 14, 2011
Fado: "Intangible Heritage of Humanity"
Hoje proponho-lhe que veja o vídeo de apresentação da candidatura do Fado a Património Imaterial da Humanidade.
De acordo com a Convenção para a Salvaguarda do Património Imaterial da Humanidade, UNESCO, 2003 (Artº 2, alínea 1), "O património cultural imaterial, transmitido de geração em geração, é permanente
O Fado é, pois, um dos aspectos que distingue a identidade nacional portuguesa mostrando o que de único define e distingue os portugueses dos outros povos.
De acordo com a Convenção para a Salvaguarda do Património Imaterial da Humanidade, UNESCO, 2003 (Artº 2, alínea 1), "O património cultural imaterial, transmitido de geração em geração, é permanente
mente recriado pelas comunidades e grupos em função do seu meio, da
sua interacção com a natureza e a sua história, proporcionando-lhes um sentimento de identidade e de continuidade, contribuindo assim para promover o respeito pela diversidade cultural e a criatividade humana".
sua interacção com a natureza e a sua história, proporcionando-lhes um sentimento de identidade e de continuidade, contribuindo assim para promover o respeito pela diversidade cultural e a criatividade humana".
O Fado é, pois, um dos aspectos que distingue a identidade nacional portuguesa mostrando o que de único define e distingue os portugueses dos outros povos.
terça-feira, dezembro 13, 2011
Cais das Colunas
O Tejo, à noite, não é um rio:
não nasce em Espanha,
terras não banha,
nem desagua além do Bugio.
Quem ande à noite, à toa,
e chegue à muralha e saiba escutar,
sente de um lado desaguar Lisboa
e do outro lado o mar.
Berço de barcos adormecidos,
frio ataúde de um sonho frio,
porto inventor de amores repetidos...
mas não um rio, mas não um rio!
Leonel Neves - (Do livro inédito Ontem à Noite)
não nasce em Espanha,
terras não banha,
nem desagua além do Bugio.
Quem ande à noite, à toa,
e chegue à muralha e saiba escutar,
sente de um lado desaguar Lisboa
e do outro lado o mar.
Berço de barcos adormecidos,
frio ataúde de um sonho frio,
porto inventor de amores repetidos...
mas não um rio, mas não um rio!
Leonel Neves - (Do livro inédito Ontem à Noite)
segunda-feira, dezembro 12, 2011
As aldeias
Eu gosto das aldeias sossegadas,
com o seu aspecto calmo e pastoril,
erguidas nas colinas azuladas,
mais frescas que as manhãs finas de Abril.
Pelas tardes das eiras, como eu gosto
de sentir a sua vida activa e sã!
Vê-las na luz dolente do sol-posto,
e nas suaves tintas da manhã!...
As crianças do campo, ao amoroso
calor do dia, folgam seminuas,
e exala-se um sabor misterioso
de agreste solidão das suas ruas.
Alegram as paisagens as crianças
mais cheias de murmúrios do que um ninho:
e elevam-nos às coisas simples, mansas,
ao fundo, as brancas velas dum moinho.
Pelas noites de Estio, ouvem-se os ralos
zunirem nas suas notas sibilantes...
E mistura-se o uivar dos cães distantes
com o cântico metálico dos galos.
Gomes Leal - Claridades do Sul
com o seu aspecto calmo e pastoril,
erguidas nas colinas azuladas,
mais frescas que as manhãs finas de Abril.
Pelas tardes das eiras, como eu gosto
de sentir a sua vida activa e sã!
Vê-las na luz dolente do sol-posto,
e nas suaves tintas da manhã!...
As crianças do campo, ao amoroso
calor do dia, folgam seminuas,
e exala-se um sabor misterioso
de agreste solidão das suas ruas.
Alegram as paisagens as crianças
mais cheias de murmúrios do que um ninho:
e elevam-nos às coisas simples, mansas,
ao fundo, as brancas velas dum moinho.
Pelas noites de Estio, ouvem-se os ralos
zunirem nas suas notas sibilantes...
E mistura-se o uivar dos cães distantes
com o cântico metálico dos galos.
Gomes Leal - Claridades do Sul
domingo, dezembro 11, 2011
Vim Devolver
Proponho-lhe que assista à actuação do cantor angolano (nascido em Benguela) Matias Damásio, interpretando o tema "Vim Devolver", no programa televisivo Embondeiro.
Matias Damásio foi o primeiro convidado deste programa, que se estreou em 2010. Veio directamente de Angola para pisar o palco a convite de Nancy Vieira, onde interpretou os temas "Angola - País Novo" e "Vim Devolver".
Damásio é um artista popular e uma das vozes mais prestigiadas de Angola. Canta o amor e a realidade da vida com uma musicalidade e sensibilidade únicas.
Foi com o lançamento do seu segundo álbum, que se projectou no panorama musical internacional.
Matias Damásio foi o primeiro convidado deste programa, que se estreou em 2010. Veio directamente de Angola para pisar o palco a convite de Nancy Vieira, onde interpretou os temas "Angola - País Novo" e "Vim Devolver".
Damásio é um artista popular e uma das vozes mais prestigiadas de Angola. Canta o amor e a realidade da vida com uma musicalidade e sensibilidade únicas.
Foi com o lançamento do seu segundo álbum, que se projectou no panorama musical internacional.
sábado, dezembro 10, 2011
O gato que perdeu a lua
Era uma vez, o gato que perdeu a lua...
"O gato que perdeu a lua" é um pequeno filme de animação que nos conta a história do gato Pitorra. O Pitorra durante o seu passeio perde de vista a Lua, no entanto, descobre que quando se perde algo, também podemos encontrar novas oportunidades que nos trazem felicidade.
"O gato que perdeu a lua" é um pequeno filme de animação que nos conta a história do gato Pitorra. O Pitorra durante o seu passeio perde de vista a Lua, no entanto, descobre que quando se perde algo, também podemos encontrar novas oportunidades que nos trazem felicidade.
sexta-feira, dezembro 09, 2011
Meu amor marinheiro
Carminho (Lisboa,1984), é uma jovem fadista portuguesa, filha da também cantora Teresa Siqueira.
Cantou com o grupo Tertúlia de Fado Tradicional com quem gravou quatro canções ("Toca Pr'á Unha", "O Vento Agitou O Trigo", "Fado Pombalinho" e "O Fado da Mouraria") do cd "Saudades do Fado", editado em 2003. Em 2005 recebeu o prémio Amália, na categoria de Revelação Feminina. Carminho participou, também, no filme "Fados" de Carlos Saura de 2007. O disco com a banda sonora do filme inclui a faixa "Casa de Fados" com a participação de Vicente da Câmara, Maria da Nazaré, Ana Sofia Varela, Carminho, Ricardo Ribeiro e Pedro Moutinho.
Em 2008, participou num concerto de Tiago Bettencourt, e, interpretou "Gritava contra o silêncio", excerto de um conto de Sophia de Mello Breyner Andersen, no primeiro disco de inéditos de João Gil. O disco de estreia de Carminho, "Fado", foi editado em 2009. Recentemente, Carminho, tornou-se a primeira portuguesa a liderar o top de vendas espanhol. O tema Perdonáme (do disco "Acústico"), de Pablo Alborán foi cantado em dueto com a fadista e está a ser um sucesso no país vizinho. Se os quiser ouvir neste dueto, basta clicar aqui.
Ouça, agora a Carminho no fado, "Meu amor marinheiro".
Cantou com o grupo Tertúlia de Fado Tradicional com quem gravou quatro canções ("Toca Pr'á Unha", "O Vento Agitou O Trigo", "Fado Pombalinho" e "O Fado da Mouraria") do cd "Saudades do Fado", editado em 2003. Em 2005 recebeu o prémio Amália, na categoria de Revelação Feminina. Carminho participou, também, no filme "Fados" de Carlos Saura de 2007. O disco com a banda sonora do filme inclui a faixa "Casa de Fados" com a participação de Vicente da Câmara, Maria da Nazaré, Ana Sofia Varela, Carminho, Ricardo Ribeiro e Pedro Moutinho.
Em 2008, participou num concerto de Tiago Bettencourt, e, interpretou "Gritava contra o silêncio", excerto de um conto de Sophia de Mello Breyner Andersen, no primeiro disco de inéditos de João Gil. O disco de estreia de Carminho, "Fado", foi editado em 2009. Recentemente, Carminho, tornou-se a primeira portuguesa a liderar o top de vendas espanhol. O tema Perdonáme (do disco "Acústico"), de Pablo Alborán foi cantado em dueto com a fadista e está a ser um sucesso no país vizinho. Se os quiser ouvir neste dueto, basta clicar aqui.
Ouça, agora a Carminho no fado, "Meu amor marinheiro".
quinta-feira, dezembro 08, 2011
A Guerra Civil Espanhola
A Guerra Civil em Espanha (1936 -39) foi o acontecimento mais traumático que ocorreu antes da 2ª Guerra Mundial. Nela estiveram presentes todos os elementos militares e ideológicos que marcaram o século XX.
De um lado posicionaram-se as forças nacionalistas e fascistas, aliadas das classes e instituições tradicionais da Espanha daquela época (exército, igreja e o latifúndio) e do outro a Frente Popular que constituía o Governo Republicano, representando os sindicatos, os partidos de esquerda e os partidários da democracia.A direita espanhola entendia que tinha que travar uma cruzada para livrar o país da influência comunista e da franco-maçonaria e restabelecer os valores da Espanha tradicional, autoritária e católica. Para isso, era preciso esmagar a república, que tinha sido proclamada em 1931, com a queda da monarquia.
A(s) esquerda(s) entendia
A(s) esquerda(s) entendia
(m) que era preciso travar o avanço do fascismo que já tinha conquistado a Itália (em 1922), a Alemanha (em 1933) e a Áustria (em 1934). Assim, socialistas, comunistas (estalinistas e troskistas), anarquistas e democratas liberais deveriam unir-se para inverter a tendência mundial favorável aos regimes direitistas.
Foi, justamente, este amplo combate ideológico que fez com que a Guerra Civil deixasse de ser um acontecimento puramente espanhol para se tornar num campo de batalha entre forças que disputavam a hegemonia do mundo. Na Guerra Civil espanhola estiveram envolvidas, então, a Alemanha nazi e a Itália fascista, que apoiavam o golpe do General Franco e, a União Soviética, que se solidarizou com o governo Republicano.
Hoje proponho-lhe que assista a uma apresentação (muito bem feita) sobre a guerra civil espanhola. São imagens com história feitas por três fotógrafos. Elas contam a história desta guerra e incluem as da participação do batalhão canadiano - americano e de E. Hemingway que combateram ao lado dos republicanos.
Foi, justamente, este amplo combate ideológico que fez com que a Guerra Civil deixasse de ser um acontecimento puramente espanhol para se tornar num campo de batalha entre forças que disputavam a hegemonia do mundo. Na Guerra Civil espanhola estiveram envolvidas, então, a Alemanha nazi e a Itália fascista, que apoiavam o golpe do General Franco e, a União Soviética, que se solidarizou com o governo Republicano.
Hoje proponho-lhe que assista a uma apresentação (muito bem feita) sobre a guerra civil espanhola. São imagens com história feitas por três fotógrafos. Elas contam a história desta guerra e incluem as da participação do batalhão canadiano - americano e de E. Hemingway que combateram ao lado dos republicanos.
quarta-feira, dezembro 07, 2011
A rua onde moro
Moro na rua Avelino Dias
aqui nos Coqueiros.
Daqui avisto o mar
e vejo partir os navios
(com eles vai o meu olhar!)
Avisto também a ilha do Cabo
e aquelas três palmeiras unidas
nos bairros dos pescadores…
Oiço o apito dos vapores que partem e chegam
e os sinos da velha Sé, badalando,
badalando horas,
horas compassadas e iguais.
E assisto à vida da cidade e do cais
Logo que o dia começa.
São os pretos serviçais e os calcinhas
os brancos apressados e queimados
as pretas quitandeiras de lenços garridos,
os rapazes dos jornais de passos largo.
Uma cidade que desperta!
Moro na rua Avelino Dias
aqui nos Coqueiros.
Daqui avisto o mar
e a Fortaleza.
Vejo os dongos de Vieira da Cruz
a flutuar na baía,
e uma preta velha, de panos,
vendendo jinguba, rama e caju.
Daqui da minha rua
(da rua onde moro)
namoro a cidade inteira
e adoro a Lua,
uma Lua enorme, redonda,
que ilumina a minha rua!
Moro aqui na Avelino Dias
nos Coqueiros,
aqui fico à vossa disposição!
Préstimos de poeta têm sempre devoção.
Mário Mota – Angola, Eu Quero Falar Contigo (1962).
aqui nos Coqueiros.
Daqui avisto o mar
e vejo partir os navios
(com eles vai o meu olhar!)
Avisto também a ilha do Cabo
e aquelas três palmeiras unidas
nos bairros dos pescadores…
Oiço o apito dos vapores que partem e chegam
e os sinos da velha Sé, badalando,
badalando horas,
horas compassadas e iguais.
E assisto à vida da cidade e do cais
Logo que o dia começa.
São os pretos serviçais e os calcinhas
os brancos apressados e queimados
as pretas quitandeiras de lenços garridos,
os rapazes dos jornais de passos largo.
Uma cidade que desperta!
Moro na rua Avelino Dias
aqui nos Coqueiros.
Daqui avisto o mar
e a Fortaleza.
Vejo os dongos de Vieira da Cruz
a flutuar na baía,
e uma preta velha, de panos,
vendendo jinguba, rama e caju.
Daqui da minha rua
(da rua onde moro)
namoro a cidade inteira
e adoro a Lua,
uma Lua enorme, redonda,
que ilumina a minha rua!
Moro aqui na Avelino Dias
nos Coqueiros,
aqui fico à vossa disposição!
Préstimos de poeta têm sempre devoção.
Mário Mota – Angola, Eu Quero Falar Contigo (1962).
terça-feira, dezembro 06, 2011
Porta Aberta
Camané é um jovem fadista português nascido em 1967. É o irmão mais velho dos também fadistas Hélder Moutinho e Pedro Moutinho.
Camané começou por ganhar a Grande Noite do Fado, numa época em que não havia competição em separado para os mais novos, o que lhe possibilitou a gravação de um álbum produzido por António Chainho.
Depois de uma interrupção de alguns anos regressou às lides do fado, actuando em diversas casas de fado. Participou também nas produções de musicais (de Filipe La Féria) como a "Grande Noite"; a "Maldita Cocaína" e "Cabaret".
A partir de 1995, em que grava o disco "Uma Noite de Fados" com a colaboração de José Mário Branco, nunca mais parou de gravar. Assim,"Na Linha da Vida" saiu em 1998,
"Esta Coisa da Alma" em 2000, "Pelo Dia Dentro" é lançado em 2001, "Como sempre… Como dantes" (um disco gravado ao vivo); Humanos e Humanos ao Vivo Coliseus de Lisboa e Porto), em 2004; em 2006 é lançado o DVD "Ao vivo no São Luíz ;"Sempre de Mim", é editado em 2008; em 2010 lança o álbum "Do Amor e dos Dias". Este álbum inclui um Poema de Alexandre O'Neil, O amor é o amor. O fado de principal deste álbum é "A guerra das Rosas" inspirado pelo filme com o mesmo nome.
Camané tem revelado toda a sua a sua versatilidade interpretativa nos grandes concertos realizados quer nos Coliseus quer no S. Luís. Daí que seja hoje considerado como uma das melhores vozes masculinas dos fadistas da sua geração.
Ouça-o, agora, no belíssimo fado, Porta Aberta.
Depois de uma interrupção de alguns anos regressou às lides do fado, actuando em diversas casas de fado. Participou também nas produções de musicais (de Filipe La Féria) como a "Grande Noite"; a "Maldita Cocaína" e "Cabaret".
A partir de 1995, em que grava o disco "Uma Noite de Fados" com a colaboração de José Mário Branco, nunca mais parou de gravar. Assim,"Na Linha da Vida" saiu em 1998,
"Esta Coisa da Alma" em 2000, "Pelo Dia Dentro" é lançado em 2001, "Como sempre… Como dantes" (um disco gravado ao vivo); Humanos e Humanos ao Vivo Coliseus de Lisboa e Porto), em 2004; em 2006 é lançado o DVD "Ao vivo no São Luíz ;"Sempre de Mim", é editado em 2008; em 2010 lança o álbum "Do Amor e dos Dias". Este álbum inclui um Poema de Alexandre O'Neil, O amor é o amor. O fado de principal deste álbum é "A guerra das Rosas" inspirado pelo filme com o mesmo nome.
Camané tem revelado toda a sua a sua versatilidade interpretativa nos grandes concertos realizados quer nos Coliseus quer no S. Luís. Daí que seja hoje considerado como uma das melhores vozes masculinas dos fadistas da sua geração.
Ouça-o, agora, no belíssimo fado, Porta Aberta.
segunda-feira, dezembro 05, 2011
Espaço Minúsculo
Este é um apartamento incrível, num espaço minúsculo...
Veja como o bom gosto, a criatividade e o pragmatismo andam de braço dado. Veja também como o design e a arquitectura se aliaram e conseguiram transformar este espaço num local agradável para se viver. Ainda por cima, com todas as comodidades porque o espaço foi aproveitado até ao último milímetro.
A idéia de organizar tudo, em tão pouco espaço, surgiu quando Christian Schallert comprou um apartamento de exactos 24 m², isso mesmo, 24. Dentro deste cubículo ele conseguiu colocar uma cozinha, uma sala de estar, uma sala de jantar, uma cama de casal, uma casa de banho e uma mesa. Ainda por cima o apartamento tem uma varanda com vista sobre a cidade.
Quando começar a assistir ao vídeo , vai perguntar-se onde é que ele colocou tudo isso? Nas paredes, pois claro!
A inspiração foi Christian buscá-la aos barcos pequenos, que têm todas as suas divisões em paredes com portas que se abrem e vão revelando outras partes.
Mas, se quiser ver outra proposta do mesmo tipo, basta clicar aqui.
Veja como o bom gosto, a criatividade e o pragmatismo andam de braço dado. Veja também como o design e a arquitectura se aliaram e conseguiram transformar este espaço num local agradável para se viver. Ainda por cima, com todas as comodidades porque o espaço foi aproveitado até ao último milímetro.
A idéia de organizar tudo, em tão pouco espaço, surgiu quando Christian Schallert comprou um apartamento de exactos 24 m², isso mesmo, 24. Dentro deste cubículo ele conseguiu colocar uma cozinha, uma sala de estar, uma sala de jantar, uma cama de casal, uma casa de banho e uma mesa. Ainda por cima o apartamento tem uma varanda com vista sobre a cidade.
Quando começar a assistir ao vídeo , vai perguntar-se onde é que ele colocou tudo isso? Nas paredes, pois claro!
A inspiração foi Christian buscá-la aos barcos pequenos, que têm todas as suas divisões em paredes com portas que se abrem e vão revelando outras partes.
Mas, se quiser ver outra proposta do mesmo tipo, basta clicar aqui.
domingo, dezembro 04, 2011
O "Desenrascanço" Português
"Desenrascanço", é a palavra e a qualidade que os ingleses e americanos queriam ter.
Um site norte-americano fez uma lista das 10 palavras estrangeiras que mais falta fazem à língua inglesa. A palavra portuguesa "desenrascanço" é a que lidera.
"Bakku-shan" é a palavra usada pelos japoneses quando se querem referir a uma rapariga bonita, vista de costas. "Nunchi" é outra das palavras escolhidas. É coreana e é usada para definir alguém que fala sempre do assunto errado, um género de desbocado ou inconveniente. "Tingo" é uma expressão usada na Ilha da Páscoa, Chile, e significa pedir emprestado a um amigo até o deixar sem nada.
Um site norte-americano fez uma lista das 10 palavras estrangeiras que mais falta fazem à língua inglesa. A palavra portuguesa "desenrascanço" é a que lidera.
"Bakku-shan" é a palavra usada pelos japoneses quando se querem referir a uma rapariga bonita, vista de costas. "Nunchi" é outra das palavras escolhidas. É coreana e é usada para definir alguém que fala sempre do assunto errado, um género de desbocado ou inconveniente. "Tingo" é uma expressão usada na Ilha da Páscoa, Chile, e significa pedir emprestado a um amigo até o deixar sem nada.
A lista das "10 palavras estrangeiras mais fixes que a língua inglesa devia ter" é liderada pela palavra portuguesa "desenrascanço". Esta é a expressão que, segundo os autores do site no
rte-americano, mais falta faz ao vocabulário Inglês.
Afinal o que é o "desenrascanço", segundo os norte-americanos?
Depois de duas páginas com explicações acerca das nove palavras estrangeiras mais fixes, chega-se ao número 1. A falta da cedilha não importa para se perceber que estamos a falar do "desenrascanço", tão típico da nossa cultura.
"Desenrascanço: a arte de encontrar a solução para um problema no último minuto, sem planeamento e sem meios", explica o site dando como exemplo a célebre personagem de uma série de televisão MacGyver.
Afinal o que é o "desenrascanço", segundo os norte-americanos?
Depois de duas páginas com explicações acerca das nove palavras estrangeiras mais fixes, chega-se ao número 1. A falta da cedilha não importa para se perceber que estamos a falar do "desenrascanço", tão típico da nossa cultura.
"Desenrascanço: a arte de encontrar a solução para um problema no último minuto, sem planeamento e sem meios", explica o site dando como exemplo a célebre personagem de uma série de televisão MacGyver.
"O que é interessante sobre o desenrascanço - a palavra portuguesa para estas soluções de último
minuto - é o que ela revela sobre essa cultura". "Enquanto a maioria de nós [norte-americanos] crescemos sob o lema dos escuteiros "sempre preparados", os portugueses fazem exactamente o contrário", prosseguem os autores.
"Conseguir uma improvisação de
última hora que, não se sabe bem como, mas funciona, é o que eles [portugueses] consideram como uma das aptidões mais valiosas: até a ensinam na universidade e nas forças armadas. Eles acreditam que esta capacidade tem sido a chave da sua sobrevivência durante séculos".
"E não se ria: a uma dada altura eles conseguiram construir um império que se estendeu do Brasil às Filipinas" à custa do desenrascanço, sublinham os autores, terminando o texto: "Que se lixe a preparação. Eles têm desenrascanco", termina o artigo.
Já agora, que o "desenrascanço" nos valha nesta época de crise..
.
Já agora, que o "desenrascanço" nos valha nesta época de crise..
.
sábado, dezembro 03, 2011
Velhinho Fado Menor
João Braga (Lisboa, 1945) é um fadista português que se estreou aos nove anos, como solista do coro do Colégio de São João de Brito. É na vila de Cascais, contudo, que começa a cantar em casas de fado amador.
O ano de 1967 marcou o seu lançadamento como intérprete profissional, com o primeiro disco: "É Tão Bom Cantar o Fado".
Com Luís Villas-Boas (seu produtor), organizou o I Festival Internacional de Jazz de Cascais, realizado em 1971.
De 1978 a 1982, integrou o elenco do restaurante de fados Pátio das Cantigas, em Lisboa. Lançou nesta fase , sete álbuns — Canção Futura (1977), Miserere (1978), Arraial (1980), Na Paz do Teu Amor (1982), Do João Braga Para a Amália (neste álbum de 1984, surge pela primeira vez como autor de melodias, musicando os poemas de Fernando Pessoa, "O Menino da Sua Mãe" e "Prece", o fado "Ai, Amália", de Luísa Salazar de Sousa, e o poema "Ciganos", de Pedro Homem de Mello), Portugal/Mensagem, de Pessoa (1985) e O Pão e a Alma (1987).
Depois do encerramento do Pátio das Cantigas, centrou a sua actividade nos concertos e na composição musical, tendo, a partir da década de 1990, contribuído para a renovação do panorama fadista através de convites a jovens intérpretes para integrarem os seus concertos, casos de Maria Ana Bobone, Mafalda Arnauth, Ana Sofia Varela, Mariza, Cristina Branco, Katia Guerreiro, Nuno Guerreiro, Joana Amendoeira, Ana Moura, Diamantina, entre outros.
Em 1990 o seu primeiro CD, Terra de Fados, que foi um êxito, incluiu poemas inéditos de Manuel Alegre, que pela primeira vez escreveu expressamente para um cantor. Seguiram-se Cantigas de Mar e Mágoa (1991), Em Nome do Fado (1994), Fado Fado (1997), Dez Anos Depois (2001), Fados Capitais (2002), Cem Anos de Fado - vol. 1 (1999) e vol. 2 (2001), e Cantar ao Fado (2000), onde reúne poemas de Fernando Pessoa, Alexandre O'Neill, Miguel Torga, David Mourão-Ferreira, Manuel Alegre, etc.
Em 2006 publicou o livro Ai Este Meu Coração. Neste mesmo ano, foi distinguido, com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique. Além do fado, interpreta um repertório diversificado, que vai da música francesa, à brasileira, passando também pela anglo-saxónica.
É um intérprete com um estilo muito próprio, caracterizado por um timbre único, pela primazia do texto e por uma abordagem melódica imaginativa, sempre actualizada e de constante improviso.
Ouça, agora, João Braga no "Velhinho Fado Menor".
O ano de 1967 marcou o seu lançadamento como intérprete profissional, com o primeiro disco: "É Tão Bom Cantar o Fado".
Com Luís Villas-Boas (seu produtor), organizou o I Festival Internacional de Jazz de Cascais, realizado em 1971.
De 1978 a 1982, integrou o elenco do restaurante de fados Pátio das Cantigas, em Lisboa. Lançou nesta fase , sete álbuns — Canção Futura (1977), Miserere (1978), Arraial (1980), Na Paz do Teu Amor (1982), Do João Braga Para a Amália (neste álbum de 1984, surge pela primeira vez como autor de melodias, musicando os poemas de Fernando Pessoa, "O Menino da Sua Mãe" e "Prece", o fado "Ai, Amália", de Luísa Salazar de Sousa, e o poema "Ciganos", de Pedro Homem de Mello), Portugal/Mensagem, de Pessoa (1985) e O Pão e a Alma (1987).
Depois do encerramento do Pátio das Cantigas, centrou a sua actividade nos concertos e na composição musical, tendo, a partir da década de 1990, contribuído para a renovação do panorama fadista através de convites a jovens intérpretes para integrarem os seus concertos, casos de Maria Ana Bobone, Mafalda Arnauth, Ana Sofia Varela, Mariza, Cristina Branco, Katia Guerreiro, Nuno Guerreiro, Joana Amendoeira, Ana Moura, Diamantina, entre outros.
Em 1990 o seu primeiro CD, Terra de Fados, que foi um êxito, incluiu poemas inéditos de Manuel Alegre, que pela primeira vez escreveu expressamente para um cantor. Seguiram-se Cantigas de Mar e Mágoa (1991), Em Nome do Fado (1994), Fado Fado (1997), Dez Anos Depois (2001), Fados Capitais (2002), Cem Anos de Fado - vol. 1 (1999) e vol. 2 (2001), e Cantar ao Fado (2000), onde reúne poemas de Fernando Pessoa, Alexandre O'Neill, Miguel Torga, David Mourão-Ferreira, Manuel Alegre, etc.
Em 2006 publicou o livro Ai Este Meu Coração. Neste mesmo ano, foi distinguido, com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique. Além do fado, interpreta um repertório diversificado, que vai da música francesa, à brasileira, passando também pela anglo-saxónica.
É um intérprete com um estilo muito próprio, caracterizado por um timbre único, pela primazia do texto e por uma abordagem melódica imaginativa, sempre actualizada e de constante improviso.
Ouça, agora, João Braga no "Velhinho Fado Menor".
sexta-feira, dezembro 02, 2011
O Perfumista
O Perfumista, de Joaquim Mestre, é um livro que se recorda como o perfume de quem se amou. Uma viagem perturbante ao Alentejo do início do século XX.
Um homem apaixona-se por uma mulher. Não pelos seus olhos, não pelos seus cabelos, mas pelo seu cheiro. É o perfumista de Almorim.
Quando na Europa deflagra a Iª Guerra Mundial, o homem integra o Corpo Expedicionário Português que vai combater na Flandres. Algum tempo depois chega a notícia de que morreu na Batalha de La Lys.
No entanto, um dia o barco da carreira que sobe o Guadiana traz um homem que diz ser o perfumista. A febre pneumónica tinha feito muitas vítimas: a mulher, os amigos, muitas pessoas da vila haviam morrido. Não fala com ninguém, fecha-se em casa a criar perfumes, cujos aromas enlouquecem as mulheres e os homens, alterando a vida de Almorim.
Entre odores de mirra e de jasmim, de açafrão e de rosmaninho, entre profetas e malteses, visionários e contadores de histórias, O perfumista é um romance que nos traz imediatamente à memória os ambientes oníricos e as personagens de assombro que encontramos em escritores como Gabriel Garcia Márquez ou José Luís Peixoto.
Um homem apaixona-se por uma mulher. Não pelos seus olhos, não pelos seus cabelos, mas pelo seu cheiro. É o perfumista de Almorim.
Quando na Europa deflagra a Iª Guerra Mundial, o homem integra o Corpo Expedicionário Português que vai combater na Flandres. Algum tempo depois chega a notícia de que morreu na Batalha de La Lys.
No entanto, um dia o barco da carreira que sobe o Guadiana traz um homem que diz ser o perfumista. A febre pneumónica tinha feito muitas vítimas: a mulher, os amigos, muitas pessoas da vila haviam morrido. Não fala com ninguém, fecha-se em casa a criar perfumes, cujos aromas enlouquecem as mulheres e os homens, alterando a vida de Almorim.
Entre odores de mirra e de jasmim, de açafrão e de rosmaninho, entre profetas e malteses, visionários e contadores de histórias, O perfumista é um romance que nos traz imediatamente à memória os ambientes oníricos e as personagens de assombro que encontramos em escritores como Gabriel Garcia Márquez ou José Luís Peixoto.
quinta-feira, dezembro 01, 2011
"Portugal a Pé" - haverá melhor forma de aprender um país?
Mais de mil quilómetros percorridos, centenas de conversas, milhares de fotografias ... Um país contado em livro, por quem o quis ver e sentir de perto, devagar, a pé!
«Se toda a gente anda a viajar e a escrever sobre todos os cantos do mundo, pensei então, porque não revisitar o interior do meu país a pé e escrever sobre o que vou encontrando pelo caminho?» Esta pergunta do jornalista Nuno Ferreira mereceu a resposta que agora é apresentada em livro: o Portugal a Pé - 500 páginas (cem dedicadas exclusivamente a fotografias)
Em Fevereiro de 2008, o jornalista munido de mapa, mochila e vontade de redescobrir o país partiu de Sagres. Depois, ao longo de dois anos, com alguns percalços e interrupções pelo meio, Nuno Ferreira caminhou o país todo. Uma viagem essencialmente pelo interior do país, esquecido, «muitas vezes entregue a si próprio, a lutar desesperadamente contra a desertificação», diz, acrescentando, trata-se de «um país de sobreviventes que não estão dependentes do próximo discurso à nação do político»
Sobre o livro diz Rui Dias José, um outro jornalista, responsável pela sua edição:
Estou certo que muitos, como eu, irão querer de uma penada percorrer aquelas páginas, encurtando distâncias para realidades que quase ignoramos, apesar de sabermos tudo acerca do que se passa no outro lado do mar, de discutirmos modismos e "saisons" de qualquer capital europeia ou de nos convencermos que o mundo e a vida cabem num ecrã e numas teclas de computador à mesa de uma qualquer rede social.
O Portugal a Pé já anda pelas livrarias. Para que o percorram e saboreiem.
«Se toda a gente anda a viajar e a escrever sobre todos os cantos do mundo, pensei então, porque não revisitar o interior do meu país a pé e escrever sobre o que vou encontrando pelo caminho?» Esta pergunta do jornalista Nuno Ferreira mereceu a resposta que agora é apresentada em livro: o Portugal a Pé - 500 páginas (cem dedicadas exclusivamente a fotografias)
Em Fevereiro de 2008, o jornalista munido de mapa, mochila e vontade de redescobrir o país partiu de Sagres. Depois, ao longo de dois anos, com alguns percalços e interrupções pelo meio, Nuno Ferreira caminhou o país todo. Uma viagem essencialmente pelo interior do país, esquecido, «muitas vezes entregue a si próprio, a lutar desesperadamente contra a desertificação», diz, acrescentando, trata-se de «um país de sobreviventes que não estão dependentes do próximo discurso à nação do político»
O Portugal a Pé é passagem por terras e rostos, é descoberta de vidas, é narração de histórias de sobrevivência, é pincelada humana num território cada vez mais desertificado e envelhecido
Mas, nos tempos que correm, é também alerta e acusação a quantos, em nome de um ilusório «progresso» (que deu no que deu), não hesitaram em comerciar o país rural, a agricultura, as formas de subsistência e de sociabilidade locais, por um punhado de euros que se esfumaram… como costuma acontecer ao ouro e às especiaria na História de Portugal.
Sobre o livro diz Rui Dias José, um outro jornalista, responsável pela sua edição:
Estou certo que muitos, como eu, irão querer de uma penada percorrer aquelas páginas, encurtando distâncias para realidades que quase ignoramos, apesar de sabermos tudo acerca do que se passa no outro lado do mar, de discutirmos modismos e "saisons" de qualquer capital europeia ou de nos convencermos que o mundo e a vida cabem num ecrã e numas teclas de computador à mesa de uma qualquer rede social.
O Portugal a Pé já anda pelas livrarias. Para que o percorram e saboreiem.
quarta-feira, novembro 30, 2011
Mondego
Deixo-o (a) com um documentário fabuloso sobre o rio Mondego (rio de barqueiros, calafetes, carreiros, estanqueiros, mas também de lentes, estudantes e poetas). O autor, Daniel Pinheiro, apresenta, assim, o contexto em que realizou este filme:
"Chamo-me Daniel Pinheiro. Terminei recentemente um mestrado em Wildlife Documentary Production na Universidade de Salford, UK, onde tive aulas com Sir David Attenborough, Paul Reddish, Neil Lucas e outros nomes da BBC Natural History Unit, Bristol. O documentário de vida selvagem "Mondego" é o meu projecto final do mestrado. O filme foi classificado com uma distinção e o próximo passo é concorrer a festivais desta especialidade na Europa. Estou na fase de publicitar o filme e achei que faria sentido fazê-lo para a QUERCUS, como documento científico sobre a fauna do Mondego e não só, visto que abranje algumas espécies com uma cobertura nacional mais ampla. Destacaria as mais ameaçadas como o tritão ibérico e a salamandra lusitânica".
Embora esteja em inglês, vale a pena ver o "Mondego". Recoste-se e aprecie, porque vai gostar de certeza.
"Chamo-me Daniel Pinheiro. Terminei recentemente um mestrado em Wildlife Documentary Production na Universidade de Salford, UK, onde tive aulas com Sir David Attenborough, Paul Reddish, Neil Lucas e outros nomes da BBC Natural History Unit, Bristol. O documentário de vida selvagem "Mondego" é o meu projecto final do mestrado. O filme foi classificado com uma distinção e o próximo passo é concorrer a festivais desta especialidade na Europa. Estou na fase de publicitar o filme e achei que faria sentido fazê-lo para a QUERCUS, como documento científico sobre a fauna do Mondego e não só, visto que abranje algumas espécies com uma cobertura nacional mais ampla. Destacaria as mais ameaçadas como o tritão ibérico e a salamandra lusitânica".
Embora esteja em inglês, vale a pena ver o "Mondego". Recoste-se e aprecie, porque vai gostar de certeza.
terça-feira, novembro 29, 2011
Cabelo branco é saudade
Alfredo Marceneiro (n. Lisboa, 1891 - m. Lisboa, 1982) ficou conhecido com este nome devido à sua profissão, foi um fadista português que marcou uma época. Era detentor de uma voz inconfundível tornando-se um marco deste género de canção em Portugal.
Desde pequeno que sentia grande atracção pela arte de representar e pela música. Com os amigos começou a dar os primeiros passos como fadista em locais populares, começando a ser muito solicitado pela facilidade com que cantava e improvisava a letra das canções.
Um dia, conheceu Júlio Janota, fadista improvisador, de profissão marceneiro que o convenceu a seguir esse ofício, já que lhe daria mais salário e mais tempo disponível para se dedicar à sua paixão. É, assim, que vai dividir o seu tempo entre as canções e o trabalho e se transforma num fadista de renome.
Reformou-se em 1963, após uma carreira recheada de sucessos, numa grande festa de despedida no Teatro São Luiz.
Dos muitos temas que Alfredo Marceneiro cantou destaca-se a "Casa da Mariquinhas", de autoria do jornalista e poeta Silva Tavares.
Ouça, agora, Alfredo Marceneiro em "Cabelo branco é saudade".
Desde pequeno que sentia grande atracção pela arte de representar e pela música. Com os amigos começou a dar os primeiros passos como fadista em locais populares, começando a ser muito solicitado pela facilidade com que cantava e improvisava a letra das canções.
Um dia, conheceu Júlio Janota, fadista improvisador, de profissão marceneiro que o convenceu a seguir esse ofício, já que lhe daria mais salário e mais tempo disponível para se dedicar à sua paixão. É, assim, que vai dividir o seu tempo entre as canções e o trabalho e se transforma num fadista de renome.
Reformou-se em 1963, após uma carreira recheada de sucessos, numa grande festa de despedida no Teatro São Luiz.
Dos muitos temas que Alfredo Marceneiro cantou destaca-se a "Casa da Mariquinhas", de autoria do jornalista e poeta Silva Tavares.
Ouça, agora, Alfredo Marceneiro em "Cabelo branco é saudade".
segunda-feira, novembro 28, 2011
Mercado de Natal
No início de Dezembro (2, 3, 4 e 5), vai realizar-se na arena do Campo Pequeno uma mostra variada e de qualidade, de produtos e ofícios portugueses. A entrada é livre, e ali poderá adquirir artigos portugueses a preços apelativos, em áreas tão diversas como o Vintage, Gourmet, Crafts, Biológico, Design, Artes Plásticas, Plantas, Nostalgia, Decoração, Cerâmica, Joalharia, Moda, Coleccionismo, Livros e Instituições de Solidariedade Social. É o Mercado de Natal do Campo Pequeno.
A filosofia deste projecto é a de recriar o espírito dos mercados de outros tempos, onde se podia encontrar um pouco de tudo.
Os objectivos do Mercado de Natal são os seguintes:
1- Contribuir para a divulgação, estímulo e sustentabilidade de ofícios, artesãos e micro actividades produtivas nacionais, que pela sua reduzida dimensão têm muita dificuldade em dar-se a conhecer ao grande público de modo a poder apresentar e escoar as suas produções.
2- Aproximar do grande público as Instituições de Solidariedade Social (Unicef, Médicos do Mundo, entre outras) que neste período difícil que o país atravessa lutam diariamente com dificuldades, permitindo às mesmas uma participação gratuita para divulgação e angariação de apoios e receitas extraordinárias.
3- Sensibilizar o público para a aquisição de artigos portugueses,
Não se esqueça que muitas destas actividades são construídas com admirável persistência, paixão, engenho e criatividade, nas mais variadas vertentes produtivas, culturais ou sociais, constituindo notáveis exemplos de inovação, solidariedade e criatividade nacionais.Não esqueça, vá até lá!
A filosofia deste projecto é a de recriar o espírito dos mercados de outros tempos, onde se podia encontrar um pouco de tudo.
Os objectivos do Mercado de Natal são os seguintes:
1- Contribuir para a divulgação, estímulo e sustentabilidade de ofícios, artesãos e micro actividades produtivas nacionais, que pela sua reduzida dimensão têm muita dificuldade em dar-se a conhecer ao grande público de modo a poder apresentar e escoar as suas produções.
2- Aproximar do grande público as Instituições de Solidariedade Social (Unicef, Médicos do Mundo, entre outras) que neste período difícil que o país atravessa lutam diariamente com dificuldades, permitindo às mesmas uma participação gratuita para divulgação e angariação de apoios e receitas extraordinárias.
3- Sensibilizar o público para a aquisição de artigos portugueses,
Não se esqueça que muitas destas actividades são construídas com admirável persistência, paixão, engenho e criatividade, nas mais variadas vertentes produtivas, culturais ou sociais, constituindo notáveis exemplos de inovação, solidariedade e criatividade nacionais.Não esqueça, vá até lá!
domingo, novembro 27, 2011
Canção do Mar
Amália Rodrigues (1920 — 1999) foi uma fadista, cantora e actriz portuguesa. É considerada o exemplo máximo do fado. Tem sido aclamada como a voz de Portugal e uma das mais brilhantes cantoras do século XX. Está sepultada no Panteão Nacional, entre os portugueses ilustres.
Amália tornou-se conhecida mundialmente como a Rainha do Fado e, por consequência, devido ao simbolismo que este género musical tem na cultura portuguesa, foi considerada por muitos como uma das suas melhores embaixadoras no mundo.
Graças ao virtuosismo da sua voz, Amália Rodrigues teve à sua disposição poemas e letras de alguns dos maiores poetas e letristas seus contemporâneos, como David Mourão Ferreira, Pedro Homem de Mello, Ary dos Santos, Manuel Alegre, Alexandre O’Neill.
Recorde, agora, Amália Rodrigues em Canção do Mar.
Amália tornou-se conhecida mundialmente como a Rainha do Fado e, por consequência, devido ao simbolismo que este género musical tem na cultura portuguesa, foi considerada por muitos como uma das suas melhores embaixadoras no mundo.
Graças ao virtuosismo da sua voz, Amália Rodrigues teve à sua disposição poemas e letras de alguns dos maiores poetas e letristas seus contemporâneos, como David Mourão Ferreira, Pedro Homem de Mello, Ary dos Santos, Manuel Alegre, Alexandre O’Neill.
Recorde, agora, Amália Rodrigues em Canção do Mar.
Barco Negro
Mariza, a madrinha da candidatura do Fado a Património Imaterial da Humanidade (Unesco), é uma fadista portuguesa que nasceu em Moçambique em 1973.
Tem sido presença regular em palcos como o Carnegie Hall, em Nova Iorque, o Walt Disney Concert Hall, em Los Angeles, o Lobero Theater, em Santa Bárbara, a Salle Pleyel, em Paris, a Ópera de Sydney ou o Royal Albert Hall. O jornal britânico The Guardian considerou-a «uma diva da música do mundo».
Foi o pai que determinou o gosto da cantora pelo fado. Segundo a fadista o pai estava «sempre a ouvir fado e, na hora das refeições, nunca se via televisão; ouviam-se discos, sempre de fado…». Fernando Farinha, Fernando Maurício, Amália Rodrigues, Carlos do Carmo, entre muitos outros, eram os predilectos de José Nunes, e foram os que mais influenciaram a sua forma de cantar.
Logo aos cinco anos de idade recebeu o seu primeiro xaile. Começou, então, a moldar a voz que a tornou famosa. Sobre o estabelecimento onde aprendeu a cantar o fado e onde actuou pela primeira vez aos cinco anos, já envergando um xaile negro, Mariza já referiu em entrevistas:
"Foi aqui que toda a história começou. Se calhar é aqui que vai acabar. Tudo pode acabar de repente, tal como começou, e eu volto à minha Mouraria e à taberninha dos meus pais para servir dobradinhas e copos de vinho que não me chateia nada"!
Ali cruzou-se «com tantos fadistas que as suas caras já se esfumam na memória».
Ouça agora a Mariza, no conhecido fado "Barco Negro", cuja letra é de David Mourão Ferreira e que foi celebrizado pela fadista Amália Rodrigues.
Tem sido presença regular em palcos como o Carnegie Hall, em Nova Iorque, o Walt Disney Concert Hall, em Los Angeles, o Lobero Theater, em Santa Bárbara, a Salle Pleyel, em Paris, a Ópera de Sydney ou o Royal Albert Hall. O jornal britânico The Guardian considerou-a «uma diva da música do mundo».
Foi o pai que determinou o gosto da cantora pelo fado. Segundo a fadista o pai estava «sempre a ouvir fado e, na hora das refeições, nunca se via televisão; ouviam-se discos, sempre de fado…». Fernando Farinha, Fernando Maurício, Amália Rodrigues, Carlos do Carmo, entre muitos outros, eram os predilectos de José Nunes, e foram os que mais influenciaram a sua forma de cantar.
Logo aos cinco anos de idade recebeu o seu primeiro xaile. Começou, então, a moldar a voz que a tornou famosa. Sobre o estabelecimento onde aprendeu a cantar o fado e onde actuou pela primeira vez aos cinco anos, já envergando um xaile negro, Mariza já referiu em entrevistas:
"Foi aqui que toda a história começou. Se calhar é aqui que vai acabar. Tudo pode acabar de repente, tal como começou, e eu volto à minha Mouraria e à taberninha dos meus pais para servir dobradinhas e copos de vinho que não me chateia nada"!
Ali cruzou-se «com tantos fadistas que as suas caras já se esfumam na memória».
Ouça agora a Mariza, no conhecido fado "Barco Negro", cuja letra é de David Mourão Ferreira e que foi celebrizado pela fadista Amália Rodrigues.
sábado, novembro 26, 2011
Senhora do Almortão
Paulo Bragança é um cantor e fadista português, que atingiu o pico da sua popularidade na década de 1990.
Nasceu em Angola, tendo vindo para Portugal com doze anos. Desde muito novo esteve exposto ao fado pelo facto do seu pai tocar guitarra portuguesa como fadista amador. Quando veio de Bragança, para estudar Direito em Lisboa, começou a cantar no Bairro Alto. Esta experiência inspirou-o a seguir uma carreira musical, gravando o seu primeiro trabalho em 1991.
Nos seus primeiros tempos de fadista, Paulo Bragança chocava os mais tradicionalistas do mundo do fado, por exemplo, pela forma de vestir ou por cantar totalmente descalço.
Ouça Paulo Bragança, no tema Senhora do Almortão, num vídeo que é um excerto do concerto de apresentação do 1º disco de Paulo Bragança (com Mário Pacheco e João Nuno Represas)- Notas Sobre a Alma - no Museu da Água, em Lisboa.
Nasceu em Angola, tendo vindo para Portugal com doze anos. Desde muito novo esteve exposto ao fado pelo facto do seu pai tocar guitarra portuguesa como fadista amador. Quando veio de Bragança, para estudar Direito em Lisboa, começou a cantar no Bairro Alto. Esta experiência inspirou-o a seguir uma carreira musical, gravando o seu primeiro trabalho em 1991.
Nos seus primeiros tempos de fadista, Paulo Bragança chocava os mais tradicionalistas do mundo do fado, por exemplo, pela forma de vestir ou por cantar totalmente descalço.
Ouça Paulo Bragança, no tema Senhora do Almortão, num vídeo que é um excerto do concerto de apresentação do 1º disco de Paulo Bragança (com Mário Pacheco e João Nuno Represas)- Notas Sobre a Alma - no Museu da Água, em Lisboa.
sexta-feira, novembro 25, 2011
Lírio Quebrado
Aldina Duarte que começou nas lides fadistas no Clube do Fado, à Sé, em Lisboa, é hoje fadista residente no Sr.Vinho, à Lapa.
O repertório que deixou gravado em "Apenas o Amor", o seu álbum de estreia, foi repescado de entre alguns dos espécimes mais dignos do fado tradicional ("Fado Menor", "Fado Bailado", "Fado Carriche", "Fado das Horas", "Fado Tango", "Fado Laranjeira").
No seu segundo álbum, "Crua", inclui 12 fados tradicionais, com letras de João Monge.
Em 2008 lançou o disco "Mulheres Ao Espelho". A antologia "DIGA 33 - OS POETAS DAS QUINTAS DE LEITURA", inclui o poema "Princesa Prometida" da sua autoria.
O fado de Aldina Duarte apela a todos os sentidos. Ouve-se, cheira-se, saboreia-se; vê-se e até se toca tal a solidez do seu substracto, da sua profundidade. Aldina Duarte é firme nas palavras, límpida na voz, transparente no coração como pode comprovar, aqui, em Lírio Quebrado.
O repertório que deixou gravado em "Apenas o Amor", o seu álbum de estreia, foi repescado de entre alguns dos espécimes mais dignos do fado tradicional ("Fado Menor", "Fado Bailado", "Fado Carriche", "Fado das Horas", "Fado Tango", "Fado Laranjeira").
No seu segundo álbum, "Crua", inclui 12 fados tradicionais, com letras de João Monge.
Em 2008 lançou o disco "Mulheres Ao Espelho". A antologia "DIGA 33 - OS POETAS DAS QUINTAS DE LEITURA", inclui o poema "Princesa Prometida" da sua autoria.
O fado de Aldina Duarte apela a todos os sentidos. Ouve-se, cheira-se, saboreia-se; vê-se e até se toca tal a solidez do seu substracto, da sua profundidade. Aldina Duarte é firme nas palavras, límpida na voz, transparente no coração como pode comprovar, aqui, em Lírio Quebrado.
quinta-feira, novembro 24, 2011
Um Livro Para Angola...
“Educar é Incluir, Livros para a Lunda Sul (Angola)” é uma campanha que decorre entre 10 de Novembro e 23 de Dezembro. Conta com participação da Fundação Portuguesa das Comunicações na campanha de recolha de livros promovida pela UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e à qual os CTT se associam, transportando gratuitamente os livros em “Embalagens Solidárias”.
Por decisão da UTAD, os livros a recolher devem obedecer à seguinte tipologia: “livros infantis e juvenis, livros técnicos, atlas, dicionários, enciclopédias, gramáticas de português, banda desenhada, e literatura de autores de língua portuguesa”.
Os objetivos desta iniciativa são: “proporcionar à população da província de Lunda Sul (que se situa a cerca de 1000 quilómetros para leste da capital Luanda) o acesso a um bem cultural tão importante como é o livro, e divulgar o uso da língua portuguesa, um veículo de união entre os países da lusofonia”.
Entre 10 de Novembro e 23 de Dezembro (das 09:00 às 18:00 horas), poderá depositar o seu contributo em caixotes próprios, disponíveis na Fundação Portuguesa das Comunicações ou fazer a sua entrega em qualquer estação de CTT.
Por decisão da UTAD, os livros a recolher devem obedecer à seguinte tipologia: “livros infantis e juvenis, livros técnicos, atlas, dicionários, enciclopédias, gramáticas de português, banda desenhada, e literatura de autores de língua portuguesa”.
Os objetivos desta iniciativa são: “proporcionar à população da província de Lunda Sul (que se situa a cerca de 1000 quilómetros para leste da capital Luanda) o acesso a um bem cultural tão importante como é o livro, e divulgar o uso da língua portuguesa, um veículo de união entre os países da lusofonia”.
Entre 10 de Novembro e 23 de Dezembro (das 09:00 às 18:00 horas), poderá depositar o seu contributo em caixotes próprios, disponíveis na Fundação Portuguesa das Comunicações ou fazer a sua entrega em qualquer estação de CTT.
quarta-feira, novembro 23, 2011
Berlusconi versus Verdi
No dia 12 de março deste ano, a Itália comemorou os 150 anos da sua criação. Neste dia, a Ópera de Roma, apresentou a obra Nabuco de Verdi, que é o símbolo da unificação do país e que invoca a escravidão dos Judeus na Babilónia. É uma obra não só musical mas também política, porque naquela época a Itália estava sujeita à ocupação pelo império dos Habsburgos (1840).
Sylvio Berlusconi assistia, pessoalmente, à apresentação, que era dirigida pelo maestro Ricardo Mutti. Antes do início do espectáculo o presidente da câmara de Roma, Gianni Alemanno - ex-ministro do governo Berlusconi, discursou, protestando contra os cortes nas verbas destinadas à cultura, o que contribuiu para politizar o evento.
Logo no início da ópera, houve uma incomum ovação. Mas, o clima transformou-se numa verdadeira «noite de revolução », quando a atmosfera de tensão se intensificou ao iniciarem-se os primeiros acordes do coral « Va pensiero », o famoso hino contra a dominação. A reação
visceral do público foi extraordinária quando o côro entoa - "Ó minha pátria, tão bela e perdida".
Quando o hino acaba os aplausos da platéia interrompem a ópera, e o público manifesta-se com gritos de « bis », « viva Itália » e « viva Verdi ». Das galerias são lançados papéis com mensagens políticas.
Não é habitual "bisar-se" durante o decurso de um espectáculo de ópera. O maestro Mutti hesitou. Então, já que o público tinha revelado o seu sentimento patriótico, o maestro voltou-se, encarou o público e o próprio Berlusconi, pronunciando-se da seguinte forma, depois de mais um grito do público: « longa vida à Itália ».
« Sim, longa vida à Itália mas ... Já vivi a minha vida, mas como um italiano que percorreu o mundo, tenho vergonha do que se passa no meu país. Portanto, aquiesço ao vosso pedido de bis do hino, "Va Pensiero". Isto não se deve apenas à alegria patriótica que senti em todos, mas porque nesta noite, enquanto eu dirigia o côro que cantava "Ó meu pais, belo e perdido", eu pensava que a continuarmos assim, mataremos a cultura sobre a qual assenta a história da Itália. Neste caso, nós, a nossa pátria, será verdadeiramente "bela e perdida". Os aplausos foram retumbantes, incluindo os dos artistas da peça. Mutti continuou dizendo "Reina aqui um clima italiano". Por isso, "como estamos na nossa casa, no teatro da capital, com um côro que cantou magnificamente, e que foi magnificamente acompanhado, proponho, se for do vosso agrado, que todos se juntem a nós para cantarmos juntos", o hino Va Pensiero.
Todas as pessoas presentes na ópera de Roma se levantaram... O Côro dos Escravos foi entoado por todos, sobre a batuta do maestro Mutti. Foi um momento magnífico de ópera!
O hino termina com uma enorme ovação e o pranto dos artistas.
Haverá, seguramente, milhares de formas de protesto. Nenhuma, porém, tão bela como esta. Vale a pena ver!
Sylvio Berlusconi assistia, pessoalmente, à apresentação, que era dirigida pelo maestro Ricardo Mutti. Antes do início do espectáculo o presidente da câmara de Roma, Gianni Alemanno - ex-ministro do governo Berlusconi, discursou, protestando contra os cortes nas verbas destinadas à cultura, o que contribuiu para politizar o evento.
Logo no início da ópera, houve uma incomum ovação. Mas, o clima transformou-se numa verdadeira «noite de revolução », quando a atmosfera de tensão se intensificou ao iniciarem-se os primeiros acordes do coral « Va pensiero », o famoso hino contra a dominação. A reação
visceral do público foi extraordinária quando o côro entoa - "Ó minha pátria, tão bela e perdida".
Quando o hino acaba os aplausos da platéia interrompem a ópera, e o público manifesta-se com gritos de « bis », « viva Itália » e « viva Verdi ». Das galerias são lançados papéis com mensagens políticas.
Não é habitual "bisar-se" durante o decurso de um espectáculo de ópera. O maestro Mutti hesitou. Então, já que o público tinha revelado o seu sentimento patriótico, o maestro voltou-se, encarou o público e o próprio Berlusconi, pronunciando-se da seguinte forma, depois de mais um grito do público: « longa vida à Itália ».
« Sim, longa vida à Itália mas ... Já vivi a minha vida, mas como um italiano que percorreu o mundo, tenho vergonha do que se passa no meu país. Portanto, aquiesço ao vosso pedido de bis do hino, "Va Pensiero". Isto não se deve apenas à alegria patriótica que senti em todos, mas porque nesta noite, enquanto eu dirigia o côro que cantava "Ó meu pais, belo e perdido", eu pensava que a continuarmos assim, mataremos a cultura sobre a qual assenta a história da Itália. Neste caso, nós, a nossa pátria, será verdadeiramente "bela e perdida". Os aplausos foram retumbantes, incluindo os dos artistas da peça. Mutti continuou dizendo "Reina aqui um clima italiano". Por isso, "como estamos na nossa casa, no teatro da capital, com um côro que cantou magnificamente, e que foi magnificamente acompanhado, proponho, se for do vosso agrado, que todos se juntem a nós para cantarmos juntos", o hino Va Pensiero.
Todas as pessoas presentes na ópera de Roma se levantaram... O Côro dos Escravos foi entoado por todos, sobre a batuta do maestro Mutti. Foi um momento magnífico de ópera!
O hino termina com uma enorme ovação e o pranto dos artistas.
Haverá, seguramente, milhares de formas de protesto. Nenhuma, porém, tão bela como esta. Vale a pena ver!
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