No armário do meu quarto escondo de tempo e traça
meu vestido estampado em fundo preto.
É de seda macia desenhada em campânulas vermelhas
à ponta de longas hastes delicadas.
Eu o quis com paixão e o vesti como um rito,
meu vestido de amante.
Ficou meu cheiro nele, meu sonho, meu corpo ido.
É só tocá-lo, volatiza-se a memória guardada:
eu estou no cinema e deixo que segurem minha mão.
De tempo e traça meu vestido me guarda
Adélia Prado - Poesia reunida, 1991 - Brasil
sábado, março 14, 2015
sexta-feira, março 13, 2015
A Somalilândia
A Somalilândia é um Estado não-reconhecido internacionalmente. Embora pertença oficialmente à Somália, a região declarou unilateralmente a sua independência em 1991 e, actualmente, é um estado de facto.
A Somalilândia localiza-se na região do "Corno da África". Este território incorpora a antiga Somalilândia Britânica, delineada por tratados internacionais assinados entre 1888 e 1897 e faz fronteira com o Djibuti, a oeste, o Golfo de Aden, ao norte, a Etiópia, ao sul e a Somália (Puntlândia) a leste.
A Somalilândia é formada por cinco regiões administrativas. Uma sexta região - Saaxil - foi criada em 1996. Possui uma área de cerca de 137.600 km² e a cidade capital e sede do governo é Hargeisa.
Em 18 de maio de 1991, líderes do Movimento Nacional Somali (SNM) e líderes dos clãs do norte revogaram o acto (1960 Act of Union) que tinha unido os antigos territórios coloniais da Somália Italiana e da Somalilândia Britânica na República da Somália, e declararam a independência da República da Somalilândia.
A Somalilândia tem mantido uma existência estável, devido ao domínio opressivo de um clã governante e às infraestruturas económicas deixadas para trás por programas de auxílios militares britânicos, russos, e americanos.
Se quiser ficar a conhecer melhor este país, veja com atenção os vídeos que se seguem. Aqui vai o primeiro. Não perca. E agora o segundo vídeo.
A Somalilândia localiza-se na região do "Corno da África". Este território incorpora a antiga Somalilândia Britânica, delineada por tratados internacionais assinados entre 1888 e 1897 e faz fronteira com o Djibuti, a oeste, o Golfo de Aden, ao norte, a Etiópia, ao sul e a Somália (Puntlândia) a leste.
A Somalilândia é formada por cinco regiões administrativas. Uma sexta região - Saaxil - foi criada em 1996. Possui uma área de cerca de 137.600 km² e a cidade capital e sede do governo é Hargeisa.
Em 18 de maio de 1991, líderes do Movimento Nacional Somali (SNM) e líderes dos clãs do norte revogaram o acto (1960 Act of Union) que tinha unido os antigos territórios coloniais da Somália Italiana e da Somalilândia Britânica na República da Somália, e declararam a independência da República da Somalilândia.
A Somalilândia tem mantido uma existência estável, devido ao domínio opressivo de um clã governante e às infraestruturas económicas deixadas para trás por programas de auxílios militares britânicos, russos, e americanos.
Se quiser ficar a conhecer melhor este país, veja com atenção os vídeos que se seguem. Aqui vai o primeiro. Não perca. E agora o segundo vídeo.
quinta-feira, março 12, 2015
Crazy
Patsy Cline, (1932 – 1963) foi uma cantora norte-americana de música country.
Patsy assinou o seu primeiro contrato como cantora country em 1953 e, apesar da sua vida curta, tornou-se uma das intérpretes mais influentes da história da música popular norte-americana.
O seu primeiro sucesso foi "Walkin' After Midnight" (1957), escrito por Don Hecht e Alan Block. Embora tenha começado a carreira gravando rockabilly, era evidente que a sua voz combinava mais com os sucessos pop/country. Outros êxitos foram "Crazy", "She's Got You" e "I Fall To Pieces".
Cline morreu num acidente de avião em Camden, Tennessee, aos 30 anos, em 1963. No avião com ela estavam outras figuras conhecidas do country na época, como Hawkshaw Hawkins, Randy Hughes e Cowboy Copas.
Veja no vído em baixo, uma interpretação ao vivo de "Crasy", na voz desta excelente intérprete. Infelizmente o audio desta performance não é da melhor qualidade. O autor do vídeo tentou resolver este problema colocando o som da faixa original da música "Crasy", daí que haja um pequeno desfasamento de sincronia, entre a imagem e o som. Mas, vale sempre a pena ouvir a voz desta extraordinária intérprete.
Se quiser ficar a conhecer melhor a história de vida de Patsy Cline, veja em baixo, a 1ª parte do filme "Sweet Dreams" que conta com a interpretação de Jessica Lange.
Patsy assinou o seu primeiro contrato como cantora country em 1953 e, apesar da sua vida curta, tornou-se uma das intérpretes mais influentes da história da música popular norte-americana.
O seu primeiro sucesso foi "Walkin' After Midnight" (1957), escrito por Don Hecht e Alan Block. Embora tenha começado a carreira gravando rockabilly, era evidente que a sua voz combinava mais com os sucessos pop/country. Outros êxitos foram "Crazy", "She's Got You" e "I Fall To Pieces".
Cline morreu num acidente de avião em Camden, Tennessee, aos 30 anos, em 1963. No avião com ela estavam outras figuras conhecidas do country na época, como Hawkshaw Hawkins, Randy Hughes e Cowboy Copas.
Veja no vído em baixo, uma interpretação ao vivo de "Crasy", na voz desta excelente intérprete. Infelizmente o audio desta performance não é da melhor qualidade. O autor do vídeo tentou resolver este problema colocando o som da faixa original da música "Crasy", daí que haja um pequeno desfasamento de sincronia, entre a imagem e o som. Mas, vale sempre a pena ouvir a voz desta extraordinária intérprete.
Se quiser ficar a conhecer melhor a história de vida de Patsy Cline, veja em baixo, a 1ª parte do filme "Sweet Dreams" que conta com a interpretação de Jessica Lange.
quarta-feira, março 11, 2015
Os Estorninhos
O estorninho-comum, também chamado de estorninho-malhado, é um pássaro nativo da Eurásia e introduzido na América do Norte, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia.
Nidifica por vezes em grandes colónias, em buracos de árvores, muros, debaixo das telhas e em ninhos artificiais.
Caminha rápida e agitadamente em terrenos abertos, prados e relvados em busca de alimento (insectos e vermes). Pode ser confundido com o melro-preto, com comportamento e cor semelhante. Tem porém a cauda mais curta e o bico de cor amarela menos intensa que o do melro.
Tem um comportamento gregário e voa em bandos compactos, em interessantes evoluções, mudando rapidamente de direcção, tal como um cardume de peixes. Com frequência, após a época de reprodução, oferecem esse espectáculo tanto no campo como nas grandes cidades.
Distingue-se do estorninho-preto por este não apresentar qualquer mancha clara durante o verão, ao contrário do malhado. No inverno ambos apresentam pequenas manchas, sendo menores as do estorninho-preto.
Os estorninhos-malhados visitam a península Ibérica durante o inverno, enquanto os estorninhos-pretos permanecem durante todo o ano.
Uma característica interessante e menos conhecida dos estorninhos é a sua capacidade de ingestão de álcool. Graças a uma enzima específica que produz, consegue processar o álcool 14 vezes mais rapidamente que um ser humano o que lhe permite ingerir em grandes quantidades uma série de frutos e bagas que tendem a fermentar a partir de certo nível de maturação.
Aprecie agora o voo sincronizado de milhares de estorninhos-malhados, quando se dirigem para o seu dormitório. É um dos espectáculos naturais mais fascinantes que se podem observar em plena cidade de Lisboa. Pode vê-los, no vídeo abaixo, voando em bando sobre a capital de Portugal, formando figuras e descrevendo movimentos de rara beleza. Este grupo de estorninhos foi filmado a partir da Sé de Lisboa. Agora veja o que acontece ao anoitecer, num inverno no sul da Inglaterra. Um bando de 200.000 estorninhos europeus reúnem-se para voar em formações de tirar o fôlego, antes de se recolherem para passar a noite.
Estes voos incríveis, de precisão aérea e engenharia biológica, são captados nesta memorável sequência de voo. Ora veja! Vale bem a pena!
Nidifica por vezes em grandes colónias, em buracos de árvores, muros, debaixo das telhas e em ninhos artificiais.
Caminha rápida e agitadamente em terrenos abertos, prados e relvados em busca de alimento (insectos e vermes). Pode ser confundido com o melro-preto, com comportamento e cor semelhante. Tem porém a cauda mais curta e o bico de cor amarela menos intensa que o do melro.
Tem um comportamento gregário e voa em bandos compactos, em interessantes evoluções, mudando rapidamente de direcção, tal como um cardume de peixes. Com frequência, após a época de reprodução, oferecem esse espectáculo tanto no campo como nas grandes cidades.
Distingue-se do estorninho-preto por este não apresentar qualquer mancha clara durante o verão, ao contrário do malhado. No inverno ambos apresentam pequenas manchas, sendo menores as do estorninho-preto.
Os estorninhos-malhados visitam a península Ibérica durante o inverno, enquanto os estorninhos-pretos permanecem durante todo o ano.
Uma característica interessante e menos conhecida dos estorninhos é a sua capacidade de ingestão de álcool. Graças a uma enzima específica que produz, consegue processar o álcool 14 vezes mais rapidamente que um ser humano o que lhe permite ingerir em grandes quantidades uma série de frutos e bagas que tendem a fermentar a partir de certo nível de maturação.
Aprecie agora o voo sincronizado de milhares de estorninhos-malhados, quando se dirigem para o seu dormitório. É um dos espectáculos naturais mais fascinantes que se podem observar em plena cidade de Lisboa. Pode vê-los, no vídeo abaixo, voando em bando sobre a capital de Portugal, formando figuras e descrevendo movimentos de rara beleza. Este grupo de estorninhos foi filmado a partir da Sé de Lisboa. Agora veja o que acontece ao anoitecer, num inverno no sul da Inglaterra. Um bando de 200.000 estorninhos europeus reúnem-se para voar em formações de tirar o fôlego, antes de se recolherem para passar a noite.
Estes voos incríveis, de precisão aérea e engenharia biológica, são captados nesta memorável sequência de voo. Ora veja! Vale bem a pena!
terça-feira, março 10, 2015
Peixes
Mulher de Peixe… peixe é
Em águas paradas não dá pé
Porque desliza como a enguia
Sempre que entra numa fria.
Na superfície é sinhazinha
E festiva como a sardinha
Mas quando fisga um namorado
Ele está frito, escabechado.
É uma mulher tão envolvente
Que na questão do Paraíso
Há quem suspeite seriamente
Que ela era a mulher e a serpente.
Seu Id: aparentar juízo
Seu Ego: a omissão, o orgulho
Sua pedra astral: a ametista
Seu bem: nunca ser bagulho
Sua cor: o amarelo brilhante
Seu fim: dar sempre na vista
Vinícius de Moraes
Em águas paradas não dá pé
Porque desliza como a enguia
Sempre que entra numa fria.
Na superfície é sinhazinha
E festiva como a sardinha
Mas quando fisga um namorado
Ele está frito, escabechado.
É uma mulher tão envolvente
Que na questão do Paraíso
Há quem suspeite seriamente
Que ela era a mulher e a serpente.
Seu Id: aparentar juízo
Seu Ego: a omissão, o orgulho
Sua pedra astral: a ametista
Seu bem: nunca ser bagulho
Sua cor: o amarelo brilhante
Seu fim: dar sempre na vista
Vinícius de Moraes
segunda-feira, março 09, 2015
Os Signos Zodíacais
O Zodíaco é reconhecido como o primeiro sistema de coordenadas celestes, desenvolvido pelos astrónomos da antiga Babilónia e constituído por 12 signos (sinais).
A origem etimológica do termo zodíaco provém do latim "zodiacus", que significa "círculo de animais". É de referir, contudo, que o zodíaco clássico grego, em tudo semelhante ao que usamos hoje, inclui signos (também estes constelações) que não são representados por animais, como por exemplo: Aquário, Gémeos, Virgem e Balança (Libra).
Uma outra explicação etimológica refere que o termo grego significa "um caminho", ou seja, o caminho que o Sol percorre do ponto de vista da Terra.
O Zodíaco refere-se também à região da esfera celeste que inclui um conjunto de oito arcos, acima e abaixo do firmamento elíptico, que se cruza com o caminho da Lua e dos planetas visíveis a olho nu: Mercúrio, Vénus, Marte, Júpiter e Saturno. Os astrónomos da era clássica, entre eles Ptolomeu, chamaram-lhes estrelas flutuantes, para os diferenciar dos planetas fixos.
Há cerca de dois mil anos, Cláudio Ptolomeu, sistematizou todo o conhecimento dos povos com quem os gregos mantiveram contacto, relativamente à tradição astrológica. Nessa altura o equinócio vernal – que marcava o início da primavera no hemisfério norte – era assinalado pela "entrada" do Sol na constelação de Áries (Carneiro). Na verdade, tratava-se do facto de que, da Terra, o Sol era visto tendo a constelação de Áries "ao fundo".
Como este facto marcava o regresso da vegetação e do calor após os meses de inverno, o momento em que a vida irrompia do solo e o início de um novo ciclo, Carneiro (Áries) foi considerado o primeiro signo zodiacal e as constelações seguintes passaram a nomear os signos em sequência.
Por uma questão prática e estética, adoptou-se a ideia do círculo (360º) para a representação do céu. Este círculo também representava o caminho do Sol através das constelações/signos. A cada signo corresponderiam trinta graus em doze parcelas correspondentes. Esta representação veio a ser considerada um "zodíaco intelectual", já que simplificava propositadamente a representação elíptica da órbita dos planetas. Importa saber que, nestes tempos, ainda se acreditava que a Terra era o centro do universo. As divisões do zodíaco representam constelações na astronomia e signos na astrologia. A Astrologia e a Astronomia, até então consideradas ciências complementares, baseavam-se na visão geocêntrica.
Entretanto, objeto de estudo e prática de inúmeros cientistas de todas as épocas, a Astrologia conseguiu atrair adeptos e ir consolidadando os seus princípios e técnicas.
De acordo com os astrólogos, outro aspecto importante na percepção da influência dos signos zodiacais é o efeito que neles produz a passagem (trânsito) dos planetas do nosso sistema solar. Os estudiosos atribuíram, por isso, um planeta a cada signo. Estes planetas vieram a ser chamados de "planetas regentes".
Como, na Antiguidade, o método mais utilizado para a observação da movimentação planetária era olhar para o céu, apenas cinco planetas eram visíveis. Eram eles: Mercúrio, Marte, Vénus, Júpiter e Saturno. O Sol e a Lua eram chamados luminares, e contavam entre os planetas, quanto à distribuição d
e regentes por signo. Desta forma, o Sol e a Lua foram atribuídos aos signos de Leão e de Caranguejo (Câncer), respectivamente. Aos cinco planetas foi atribuída uma regência dupla. Vénus, por exemplo, rege o Touro e a Balança (Libra).
Se quiser saber mais alguma coisa os signos do Zodíaco não se esqueça que, no entanto, o Zodíaco mudou, como pode ver aqui.
A origem etimológica do termo zodíaco provém do latim "zodiacus", que significa "círculo de animais". É de referir, contudo, que o zodíaco clássico grego, em tudo semelhante ao que usamos hoje, inclui signos (também estes constelações) que não são representados por animais, como por exemplo: Aquário, Gémeos, Virgem e Balança (Libra).
Uma outra explicação etimológica refere que o termo grego significa "um caminho", ou seja, o caminho que o Sol percorre do ponto de vista da Terra.
O Zodíaco refere-se também à região da esfera celeste que inclui um conjunto de oito arcos, acima e abaixo do firmamento elíptico, que se cruza com o caminho da Lua e dos planetas visíveis a olho nu: Mercúrio, Vénus, Marte, Júpiter e Saturno. Os astrónomos da era clássica, entre eles Ptolomeu, chamaram-lhes estrelas flutuantes, para os diferenciar dos planetas fixos.
Há cerca de dois mil anos, Cláudio Ptolomeu, sistematizou todo o conhecimento dos povos com quem os gregos mantiveram contacto, relativamente à tradição astrológica. Nessa altura o equinócio vernal – que marcava o início da primavera no hemisfério norte – era assinalado pela "entrada" do Sol na constelação de Áries (Carneiro). Na verdade, tratava-se do facto de que, da Terra, o Sol era visto tendo a constelação de Áries "ao fundo".
Como este facto marcava o regresso da vegetação e do calor após os meses de inverno, o momento em que a vida irrompia do solo e o início de um novo ciclo, Carneiro (Áries) foi considerado o primeiro signo zodiacal e as constelações seguintes passaram a nomear os signos em sequência.
Por uma questão prática e estética, adoptou-se a ideia do círculo (360º) para a representação do céu. Este círculo também representava o caminho do Sol através das constelações/signos. A cada signo corresponderiam trinta graus em doze parcelas correspondentes. Esta representação veio a ser considerada um "zodíaco intelectual", já que simplificava propositadamente a representação elíptica da órbita dos planetas. Importa saber que, nestes tempos, ainda se acreditava que a Terra era o centro do universo. As divisões do zodíaco representam constelações na astronomia e signos na astrologia. A Astrologia e a Astronomia, até então consideradas ciências complementares, baseavam-se na visão geocêntrica.
Entretanto, objeto de estudo e prática de inúmeros cientistas de todas as épocas, a Astrologia conseguiu atrair adeptos e ir consolidadando os seus princípios e técnicas.
De acordo com os astrólogos, outro aspecto importante na percepção da influência dos signos zodiacais é o efeito que neles produz a passagem (trânsito) dos planetas do nosso sistema solar. Os estudiosos atribuíram, por isso, um planeta a cada signo. Estes planetas vieram a ser chamados de "planetas regentes".
Como, na Antiguidade, o método mais utilizado para a observação da movimentação planetária era olhar para o céu, apenas cinco planetas eram visíveis. Eram eles: Mercúrio, Marte, Vénus, Júpiter e Saturno. O Sol e a Lua eram chamados luminares, e contavam entre os planetas, quanto à distribuição d
e regentes por signo. Desta forma, o Sol e a Lua foram atribuídos aos signos de Leão e de Caranguejo (Câncer), respectivamente. Aos cinco planetas foi atribuída uma regência dupla. Vénus, por exemplo, rege o Touro e a Balança (Libra).
Se quiser saber mais alguma coisa os signos do Zodíaco não se esqueça que, no entanto, o Zodíaco mudou, como pode ver aqui.
domingo, março 08, 2015
A Mulher
Mulher Com Trança Camila Rahal |
é porque dela se ergue uma figura nua
e o silêncio é recente e todavia antigo
enquanto se penteia na sombra da folhagem.
Que longe é ver tão perto o centro da frescura
e as linhas calmas e as brisas sossegadas!
O que ela pensa é só vagar, um ser só espaço
que no umbigo principia e fulge em transparência.
Numa deriva imóvel, o seu hálito é o tempo
que em espiral circula ao ritmo da origem.
Ela é a amante que concebe o ser no seu ouvido, na corola
do vento. Osmose branca, embriaguez vertiginosa.
O seu sorriso é a distância fluida, a subtileza do ar.
Quase dorme no suave clamor e se dissipa
e nasce do esquecimento como um sopro indivisível.
António Ramos Rosa - "Volante Verde"
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