Aqui estou eu
Mestiço de negro e branco
Severo e brando
Obstinado e ocioso
Modesto e orgulhoso
Obsessivo e sereno
Manso e prudente
Agradável e egocêntrico
Talvez a lei dos contrários
Impere em mim
Ou talvez haja apenas
Uma simbiose de antíteses
O que faz de mim indivíduo
Pois é…
Eu sou eu.
Delmar Gonçalves, Parede, 1996
sábado, março 10, 2012
sexta-feira, março 09, 2012
O Diabo dos Números
O Diabo dos Números é um livro de Hans Magnus Enzensberger, um grande poeta e pensador alemão contemporâneo.
"O Diabo dos Números", usa as letras como arma, traduzindo o pensamento matemático para uma linguagem acessível aos estudantes. O autor ensina o personagem Robert, a gostar ainda mais dos flocos de neve, uma vez que neles existem relações fabulosas entre a aritmética e a geometria.
Enfim, os diálogos entre Teplotaxl e Robert ensinam este último a conversar sobre números e, de conversa em conversa, o menino descobre que eles são um grande assunto, desses que dão vontade de falar durante horas e horas.
O livro nega desde o início aquele lugar-comum segundo o qual quem gosta de matemática não gosta de literatura ou, numa outra versão, quem sabe fazer contas não sabe escrever.
Robert, o menino do pijama azul, fazia parte dessa maioria que acha os números não só monstruosos, mas também absurdos e inúteis. Um dia, entretanto, ele começa a sonhar com um certo Teplotaxl, um diabo que pinta e borda com a matemática. No total, são doze sonhos, e a cada sonho o tal Teplotaxl faz malabarismos tão interessantes que os números simplesmente deixam de ser malditos. Ficam claros para Robert. Claros e diabolicamente divertidos.
Tudo se torna então tão fácil que Roberto quer saber cada vez mais — e com ele o leitor deste romance maravilhoso, que é já um grande sucesso internacional.
Entretanto, se quiser ver um trabalho feito por alunos, acerca deste livro, é só ver vídeo que se segue.
O livro nega desde o início aquele lugar-comum segundo o qual quem gosta de matemática não gosta de literatura ou, numa outra versão, quem sabe fazer contas não sabe escrever.
Robert, o menino do pijama azul, fazia parte dessa maioria que acha os números não só monstruosos, mas também absurdos e inúteis. Um dia, entretanto, ele começa a sonhar com um certo Teplotaxl, um diabo que pinta e borda com a matemática. No total, são doze sonhos, e a cada sonho o tal Teplotaxl faz malabarismos tão interessantes que os números simplesmente deixam de ser malditos. Ficam claros para Robert. Claros e diabolicamente divertidos.
Tudo se torna então tão fácil que Roberto quer saber cada vez mais — e com ele o leitor deste romance maravilhoso, que é já um grande sucesso internacional.
Entretanto, se quiser ver um trabalho feito por alunos, acerca deste livro, é só ver vídeo que se segue.
quinta-feira, março 08, 2012
A Mulher
Se é clara a luz desta vermelha margem
é porque dela se ergue uma figura nua
e o silêncio é recente e todavia antigo
enquanto se penteia na sombra da folhagem.
Que longe é ver tão perto o centro da frescura
e as linhas calmas e as brisas sossegadas!
O que ela pensa é só vagar, um ser só espaço
que no umbigo principia e fulge em transparência.
Numa deriva imóvel, o seu hálito é o tempo
que em espiral circula ao ritmo da origem.
Ela é a amante que concebe o ser no seu ouvido, na corola
do vento. Osmose branca, embriaguez vertiginosa.
O seu sorriso é a distância fluida, a subtileza do ar.
Quase dorme no suave clamor e se dissipa
e nasce do esquecimento como um sopro indivisível.
António Ramos Rosa, in "Volante Verde"
é porque dela se ergue uma figura nua
e o silêncio é recente e todavia antigo
enquanto se penteia na sombra da folhagem.
Que longe é ver tão perto o centro da frescura
e as linhas calmas e as brisas sossegadas!
O que ela pensa é só vagar, um ser só espaço
que no umbigo principia e fulge em transparência.
Numa deriva imóvel, o seu hálito é o tempo
que em espiral circula ao ritmo da origem.
Ela é a amante que concebe o ser no seu ouvido, na corola
do vento. Osmose branca, embriaguez vertiginosa.
O seu sorriso é a distância fluida, a subtileza do ar.
Quase dorme no suave clamor e se dissipa
e nasce do esquecimento como um sopro indivisível.
António Ramos Rosa, in "Volante Verde"
quarta-feira, março 07, 2012
MESTIÇO DE CORPO INTEIRO
"Mestiço de Corpo Inteiro" é um livro de poesia (2006) de Delmar Gonçalves.
Delmar Gonçalves é um poeta moçambicano (1969) que define assim este livro:
"Porque não tenho medo de assumir aquilo que sou, sem reservas (porquê afirmar-me negro quando o meu pai é branco e porque afirmar-me branco quando a minha mãe é mestiça). Acredito firmemente na fraternidade da raça humana".
"Porque não tenho medo de assumir aquilo que sou, sem reservas (porquê afirmar-me negro quando o meu pai é branco e porque afirmar-me branco quando a minha mãe é mestiça). Acredito firmemente na fraternidade da raça humana".
terça-feira, março 06, 2012
Quero a Fome de Calar-me
Quero a fome de calar-me. O silêncio. Único
Recado que repito para que me não esqueça. Pedra
Que trago para sentar-me no banquete
A única glória no mundo — ouvir-te. Ver
Quando plantas a vinha, como abres
A fonte, o curso caudaloso
Da vergôntea — a sombra com que jorras do rochedo
Quero o jorro da escrita verdadeira, a dolorosa
Chaga do pastor
Que abriu o redil no próprio corpo e sai
Ao encontro da ovelha separada. Cerco
Os sentidos que dispersam o rebanho. Estendo as direcções, estudo-lhes
A flor — várias árvores cortadas
Continuam a altear os pássaros. Os caminhos
Seguem a linha do canivete nos troncos
As mãos acima da cabeça adornam
As águas nocturnas — pequenos
Nenúfares celestes. As estrelas como as pinhas fechadas
Caem — quero fechar-me e cair. O silêncio
Alveolar expira — e eu
Estendo-as sobre a mesa da aliança
Daniel Faria, in "Dos Líquidos"
Recado que repito para que me não esqueça. Pedra
Que trago para sentar-me no banquete
A única glória no mundo — ouvir-te. Ver
Quando plantas a vinha, como abres
A fonte, o curso caudaloso
Da vergôntea — a sombra com que jorras do rochedo
Quero o jorro da escrita verdadeira, a dolorosa
Chaga do pastor
Que abriu o redil no próprio corpo e sai
Ao encontro da ovelha separada. Cerco
Os sentidos que dispersam o rebanho. Estendo as direcções, estudo-lhes
A flor — várias árvores cortadas
Continuam a altear os pássaros. Os caminhos
Seguem a linha do canivete nos troncos
As mãos acima da cabeça adornam
As águas nocturnas — pequenos
Nenúfares celestes. As estrelas como as pinhas fechadas
Caem — quero fechar-me e cair. O silêncio
Alveolar expira — e eu
Estendo-as sobre a mesa da aliança
Daniel Faria, in "Dos Líquidos"
segunda-feira, março 05, 2012
Uma Fazenda em África
"Uma Fazenda em África", é o novo romance de João Pedro Marques. Desta vez, o autor elege como pano de fundo a colonização de Moçâmedes, em meados do século XIX, e, como protagonistas, os colonos vindos de Pernambuco para o Sul de Angola em busca de uma vida melhor. Baseado numa investigação histórica meticulosa e tendo como pano de fundo a colonização de Moçâmedes, Uma Fazenda em África é uma história de amor e de aventura nos primórdios da colonização daquela cidade angolana.
Uma Fazenda em África acompanha a vida e as histórias dos primeiros colonos numa terra brutal, trazendo à superfície os sucessos e desaires, os perigos e as surpresas da sua fixação num território inóspito e selvagem.
Uma Fazenda em África acompanha a vida e as histórias dos primeiros colonos numa terra brutal, trazendo à superfície os sucessos e desaires, os perigos e as surpresas da sua fixação num território inóspito e selvagem.
domingo, março 04, 2012
Etosha
Etosha é um Parque Nacional localizado na região do Cunene, no noroeste da Namíbia. Foi criado em 1907, quando a Namíbia era uma colónia alemã. A área original do parque era de 100,000 km², fazendo deste a maior reserva natural do mundo. Com as mudanças políticas o parque tem agora menos de um quarto do tamanho original. Apesar disso tem uma área significativa onde se preserva a vida selvagem.
A palavra "Etosha" significa "Grande Lugar Branco".
O Parque Nacional de Etosha é dominado por uma bacia endorreica, formada há cerca de 1000 millhões de anos e que cobre cerca de 25% da sua área total. A bacia era originalmente um lago alimentado pelo rio Cunene. Contudo o curso do rio mudou com o passar dos milénios e o lago secou. No entanto, ainda enche de água rapidamente no verão, após as grandes chuvas (torrenciais), altura em que atrai bastantes aves, entre as quais pelicanos e flamingos.
O Parque de Etosha conta com vários ecossistemas, desde a floresta luxuriante do norte à savana mais a sul. Os rios mais importantes do parque são o Ekuma e o Oshigambo.
O Parque de Etosha conta com vários ecossistemas, desde a floresta luxuriante do norte à savana mais a sul. Os rios mais importantes do parque são o Ekuma e o Oshigambo.
Se quiser ficar a conhecer melhor este deslumbrante pedaço do mundo basta clicar aqui.
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