quarta-feira, dezembro 31, 2008
Receita de Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade
terça-feira, dezembro 30, 2008
Virar de Página
Ou languidamente
Devagar…
Aproxima-se…
Não sei se será,
O final,
Ou o principio,
De tudo.
Mas a passos apressados,
Caminho para o final.
Ele aproxima-se,
Silenciosamente,
Mas faz-se anunciar.
E eu,
Todos nós,
O abraçamos,
Como amantes
Em actos de ternura.
Nada se sabe
Dele, se melhor
Ou pior…
Mas tenho esperança
Que dele venha
Algo de mudança.
Porque de tristeza,
Ele nos brindou
Porque sorrisos,
Ele nos deu
e nos roubou.
Que venha!
Traga alegria,
E risos, rasgados
De melhores dias.
Porque este ano, moribundo,
Que se fina,
Eu tenho recordação
De muitas tristezas
E de poucas alegrias.
Dez 2007
Augusto P. Gil
segunda-feira, dezembro 29, 2008
IRREDENTA ESPERANÇA
ainda aí guardo esperanças e segredos
fechados a sete chaves.
deles por enquanto nada direi
- quero-os irredentos
puros (sagrados)
como serão os corpos nos noivados
e são as mulheres que eu amei.
escondo-me mas não deserto. Fico
à espreita na tocaia a que me dedico
sempre à espera de novidades.
sei que virá o tempo
de abrir o saco
e sacar lá de dentro outro pacto
com a chuva com o sol e com o vento.
eu sei: virá o tempo. e então direi
quanto esteve sufocado e conservei
com força de medrar e viço
e alma. direi o chão
da aventura
regada pela viva água da ternura
onde por nossas mãos brotará o pão.
eu sei: virá o tempo
Nuno Rebocho
15 Dezembro 2008
domingo, dezembro 28, 2008
No novo ano que aí vem
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças…
Miguel Torga
sábado, dezembro 27, 2008
Poemas de Dezembro
uma mala vazia
do final de ano
e eis que tenho na mão
- flor do cotidiano –
é vôo de um pássaro
é uma canção.
(Dezembro de 1968)
a aérea casa da esperança
nela reluzem alfaias
de sonho e de amor: aliança.
(Dezembro de 1973)
Fazer da areia, terra e água uma canção
Depois, moldar de vento a flauta
que há de espalhar esta canção
Por fim tecer de amor lábios e dedos
que a flauta animarão
E a flauta, sem nada mais que puro som
envolverá o sonho da canção
por todo o sempre, neste mundo
(Dezembro de 1981)
Quem me acode à cabeça e ao coração
neste fim de ano, entre alegria e dor?
Que sonho, que mistério, que oração?
Amor.
(Dezembro de 1985)
segunda-feira, dezembro 22, 2008
sábado, dezembro 20, 2008
Falavam-me de Amor
se espalhava nos móveis e tu vinhas
solstício de mel pelas escadas
de um sentimento com nozes e com pinhas,
menino eras de lenha e crepitavas
porque do fogo o nome antigo tinhas
e em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.
Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.
O fel que por nós bebes te liberta
e no manso natal que te conserta
só tu ficaste a ti acostumado.
Natália Correia O Dilúvio e a Pomba Lisboa, Publicações D. Quixote, 1979
quinta-feira, dezembro 18, 2008
Natal segundo Pessoa
Natal
Nasce um Deus. Outros morrem. A Verdade
Nem veio nem se foi: o Erro mudou.
Temos agora uma outra Eternidade,
E era sempre melhor o que passou.
Cega, a Ciência a inútil gleba lavra.
Louca, a Fé vive o sonho do seu culto.
Um novo deus é só uma palavra.
Não procures nem creias: tudo é oculto.
Fernando Pessoa (Cancioneiro)
Chove. É dia de Natal.
Lá para o Norte é melhor:
Há a neve que faz mal,
E o frio que ainda é pior.
E toda a gente é contente
Porque é dia de o ficar.
Chove no Natal presente.
Antes isso que nevar.
Pois apesar de ser esse
O Natal da convenção,
Quando o corpo me arrefece
Tenho o frio e Natal não.
Deixo sentir a quem quadra
E o Natal a quem o fez,
Pois se escrevo ainda outra quadra
Fico gelado dos pés.
Fernando Pessoa (Cancioneiro)
terça-feira, dezembro 16, 2008
Natal
É o braço do abeto a bater na vidraça?
E o ponteiro pequeno a caminho da meta!
Cala-te, vento velho!É o Natal que passa,
A trazer-me da água a infância ressurrecta.
Da casa onde nasci via-se perto o rio.
Tão novos os meus Pais, tão novos no passado!
E o Menino nascia a bordo de um navio
Que ficava, no cais, à noite iluminado...
Ó noite de Natal, que travo a maresia!
Depois fui não sei quem que se perdeu na terra.
E quanto mais na terra a terra me envolvia
E quanto mais na terra fazia o norte de quem erra.
Vem tu, Poesia, vem, agora conduzir-me
À beira desse cais onde Jesus nascia...
Serei dos que afinal, errando em terra firme,
Precisam de Jesus, de Mar, ou de Poesia?
domingo, dezembro 14, 2008
O Deus Menino Nasceu...
À nossa porta bateu
Trouxe recados que dizem
O Deus menino nasceu.
Este recado tivemos
Já meia noite seria
Estrelas do céu lá vamos
Dar parabéns a Maria.
Vamos ter com os mais pastores
Não se percam no caminho
Vamos todos e depressa
Visitar o Deus Menino.
Ai, que formoso Menino!
Ai, que tanta graça tem!
Ai, que tanto se parece
Com sua Senhora
PINHEIRINHO
De ramos verdinhos
P'ra enfeitar, p'ra enfeitar
Bolas, bonequinhos
Uma bola aqui
Uma acolá
Estrelinhas que luzem
Que lindo que está
Olha o Pai Natal
De barbas branquinhas
Trás o saco cheio de lindas prendinhas
Noite Feliz
O Senhor, Deus de amor,
Pobrezinho, nasceu em Belém;
Eis na lapa Jesus, nosso bem!
Dorme em paz, ó Jesus!
Dorme em paz, ó Jesus!
Toca o Sino Pequenino...
Toca o sino pequenino
Toca o sino pequenino
Sino de Belém,
Já nasceu o Deus Menino
Que a Senhora tem.
É Natal, é Natal,
Vamos sem demora,
Já nasceu o Deus Menino
Que a Senhora adora.
Natal (Trás-os-Montes)
Bem pudera Deus nascer
Em cama de pedraria;
Mas p'ra dar exemplo ao mundo,
Nasceu numa estrebaria.
Ó meu Menino Jesus,
Vestido de azul-celeste
Hei-de pedir à Senhora
Para ser Ele o meu Mestre.
quinta-feira, dezembro 11, 2008
A Todos Eles...
O Menino Da Sua Mãe
No plaino abandonado
Que a morna brisa aquece,
De balas trespassado
-Duas, de lado a lado-,
Jaz morto, e arrefece.
Raia-lhe a farda o sangue.
De braços estendidos,
Alvo, louro, exangue,
Fita com olhar langue
E cego os céus perdidos.
Tão jovem! Que jovem era!
(Agora que idade tem?)
Filho único, a mãe lhe dera
Um nome e o mantivera:
“O menino da sua mãe.”
Caiu-lhe da algibeira
A cigarreira breve.
Dera-lha a mãe. Está inteira
E boa a cigarreira.
Ele é que já não serve.
De outra algibeira, alada
Ponta a roçar o solo,
A brancura embainhada
De um lenço … Deu-lho a criada
Velha que o trouxe ao colo.
Lá longe, em casa, há a prece:
“Que volte cedo, e bem!”
(Malhas que o Império tece!)
Jaz morto, e apodrece,
O menino da sua mãe
Fernando Pessoa (Cancioneiro)
quarta-feira, dezembro 10, 2008
Faz Hoje 60 anos
Aniversário: 60 Anos (1948 - 2008)
Celebra-se hoje, dia 10 de Dezembro, a assinatura em 1948, pela Organização das Nações Unidas (ONU), da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
A Declaração nasceu em resposta à barbárie praticada pelo nazismo contra os judeus, os comunistas, os ciganos e os homossexuais. Foi, também, uma resposta às bombas atómicas lançadas pelos Estados Unidos sobre Hiroshima e Nagazaki, matando milhares de inocentes.
A partir deste instante,
A Liberdade será algo vivo e transparente
Como um fogo ou um rio,
Ou como a semente do trigo,
E a sua morada será sempre o coração do Homem.
Thiago de Melo
terça-feira, dezembro 09, 2008
Lágrima de Preta
Encontrei uma preta
que estava a chorar
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
António Gedeão, Poemas Escolhidos
a discriminação. Esta discriminação, nos dias de hoje, ainda continua a dividir os povos e a alimentar a desconfiança entre indivíduos de uma mesma sociedade, em muitas regiões do mundo.
segunda-feira, dezembro 08, 2008
A.I.
domingo, dezembro 07, 2008
Cordel dos Direitos Humanos
O pensamento humanitário
Produziu transformação,
Para o direito fundamental,
Do homem ou cidadão.
Americanos e franceses,
Formalizam Declaração.
Revoluções do século dezoito
Vêm suscitar e favorecer,
Os ideais filosóficos,
De Rosseau e Montesquieu,
Os quais contribuíram,
Pró movimento crescer.
A Declaração da França
Foi universalizante,
A iniciativa popular
Foi sua representante.
Hoje serve de modelo,
Um documento marcante.
A concepção francesa
Era da individualidade,
Mas num estilo lapidar
Enfatiza a liberdade,
A igualdade e o legal
E ainda a propriedade.
A Burguesia liberal
Ajudou na revolução,
Pois o absolutismo,
Tinha a dominação,
Mais adiante porém,
Promoveu a opressão.
O progresso industrial
Acentua desigualdade,
O trabalhador explorado,
Ficou sem propriedade
E sem salário condigno,
Aumentou a gravidade.
Nesse quadro avassalador
Surge Marx o cientista
Criticando a igualdade
Feita por capitalista,
Discutiu essas ideias,
No Manifesto Comunista.
A concentração de riquezas
Na mão duma minoria,
É o que provoca a miséria
De toda uma maioria.
P’ra dividir esse bolo,
Só com muita rebeldia.
Assim continua o homem
Em busca da perfeição,
Pouco se preocupando
Com a humanização,
Apesar das deficiências
Temos a Declaração.
No ano de quarenta e oito
Dia dez, mês do natal
A Assembleia da ONU,
De modo universal,
Aprova os direitos do homem,
P’ra cumprimento integral.
1
Pelo artigo primeiro
Somos iguais em dignidade,
Direitos e nascemos livres,
P’ra agir com fraternidade.
Fico triste em lhes falar,
Que não é a realidade.
2
O segundo manda gozar
Do direito e da liberdade,
Sem utilizar distinção
De raça, cor, religiosidade,
Opinião política, riqueza...
Será que isso é verdade?
3
As palavras do terceiro
Nos diz o essencial,
Todos têm direito à vida,
À segurança pessoal
E ainda à liberdade,
Bonito! Mas irreal.
4
O quarto é enfático,
Proíbe a escravidão,
Só que
P’ra manter globalização,
Está nos deixando servos,
Eternizando a prisão.
5
Quinto vem ser o artigo
Que não deixa torturar,
Condena-se a Polícia
Sem antes observar,
Que a maior violência,
É não poder se educar.
6
O sexto nos informar
Que o homem tem o direito,
Perante a lei do mundo,
Ser tratado com respeito,
Mas Países descumprem
A regra deste preceito.
7
No sétimo somos iguais
Não havendo distinção
Diante a lei e o direito,
Desses temos protecção,
O forte ainda consegue
Manter discriminação.
8
O oitavo nos ensina
A procurar os Tribunais,
Contra os actos que violem
Os direitos fundamentais,
Mas a sumptuosa justiça,
Pouco tem sido eficaz.
9
Ninguém, pelo artigo nono
Será preso ilegalmente,
Detido ou exilado,
Se arbitrariamente,
O descumprimento é flagrante,
Analise historicamente!
10
O artigo dez não inventa
Diz o fundamental,
Igualmente temos direito
A uma justiça imparcial,
Tem País que ainda julga,
Sem uma defesa legal.
11
Pelo onze não se acusa
Sem devido processo legal,
Tudo deve estar previsto
Na lei de cada local.
Mas inocentes são vítimas,
De bombardeio fatal.
12
Na regra do artigo doze
Não haverá interferência
Na vida privada, no lar
Ou numa correspondência,
Essas normas são violadas
Até com muita insistência.
13
Fala o treze da liberdade
De locomover e morar,
Dentro de um território,
Podendo sair e retornar,
Mas existem ditaduras
Que persistem em violar.
14
O catorze dá direito
A vítima de perseguição,
Que pode procurar asilo,
Em seja qual for a nação,
Muitos Países descumprem
E não dão essa protecção.
15
Pelo quinze fazemos jus
A uma nacionalidade,
Não podemos ser privados
Dessa legal faculdade,
Podendo até mudá-la,
Se houver necessidade.
16
O dezasseis nos ensina
Que maiores de idade,
Podem contrair matrimónio,
Por espontânea vontade,
O duro é manter a família,
Agregando-a a realidade.
17
O dezassete vem tratar
Do direito à Propriedade,
A qual não se deve violar
Pela arbitrariedade,
Poucos são donos de tudo,
Muitos na precariedade.
18
Pelo dezoito somos livres
P’ra reflectir e pensar,
De cultuar religião
Quando nela acreditar,
Cristãos, judeus e outros,
Teimam em se digladiar.
19
O dezanove complementa
A ideia do anterior,
Expressaremos opiniões
Seja em que lugar for,
Se não houver embaraços
Com prepotente ditador.
20
O artigo vinte agrega
Liberando reunião,
Podemos pacificamente,
Criar associação,
Mas os ricos liberais,
Preferem desunião.
21
O vinte e um nos indica
Que podemos governar,
Escolhendo representantes,
Ou se um pleito conquistar,
Mas voto é mercadoria
E só ganha marajá.
Pretende o vinte e dois
Dá segurança social,
A que fazemos jus,
Pelo esforço nacional,
Mas educação e saúde,
Estão num plano orbital.
23
Pelo artigo vinte e três
O homem deve trabalhar
Ter remuneração decente,
E sindicato organizar,
Os projectos globalizantes,
Querem com isso acabar.
24
É no vinte e quatro
Que podemos repousar,
Ter lazer, férias com grana,
E na Europa passear,
Um sonho do operário,
Que mal pode se alimentar.
25
É direito no vinte e cinco,
Ter padrão de vida real,
Alimentar-se, morar bem,
Ter um bem-estar social,
O difícil é ter acesso,
Ao que é fundamental.
26
Agora pelo vinte e seis,
Tenho que ter instrução
P’ra compreender a miséria
E debater a questão,
O poder sabendo disso,
Destrói a educação.
27
O artigo vinte e sete
Vem nos dá a protecção,
Sobre o que se produz
P’ra cultura da nação,
O nosso direito autoral,
Não esboça reacção.
28
O vinte e oito se apega
Na ordem sócio - global,
P’ra que o estabelecido,
Realize-se no total,
O preceito é coerente,
Mas não cumprem no final.
29
Prevê o vinte e nove
A nossa obrigação,
De respeitarmos as leis
E também o nosso irmão,
No entanto há violência,
Por faltar compreensão.
30
Chego no artigo trinta
Vejo nele a previsão,
Que nenhum dispositivo
Da presente declaração,
Seja porém destruídos
Por revoltosa nação.
Conclusão
Analisei as premissas
Dos direitos fundamentais,
Mostrei a Declaração,
Nos seus aspectos formais,
Dissequei todos artigos,
Fazendo críticas leais.
O homem sempre lutou
P’ra reaver seu direito
A história mostra isso
De modo muito perfeito,
Mas apesar do progresso,
Persistimos no defeito
Fiz um breve retrospecto
Do que é primordial,
Para que o homem viva
Na sociedade ideal,
Espero que no futuro
Não existe desigual.
Tenho medicação certa
P’ra que todos vivam bem
Acabe com a ganância,
Divida o que você tem,
Pois na vida espiritual,
Não precisará de vintém.
Dedico esse trabalho
A quem nele acreditar,
A Deus referencio
Por ele me ajudar.
A Terra será um éden,
Quando povo se agregar.
quinta-feira, dezembro 04, 2008
Parabéns Manoel
Com mais de 75 anos de carreira cinematográfica Manoel de Oliveira é um dos mais importantes cineastas europeus. A sua obra ultrapassou as fronteiras do cinema português e espalhou-se pelo mundo.
Aos 100 anos, Oliveira continua a fazer filmes independentemente da crítica ser boa ou má, porque o que o motiva é a arte de filmar. Da sua vasta obra constam trinta e duas longas-metragens. Destacam – se no início da carreira o documentário Douro, Faina Fluvial (1931) e o filme Aniki Bobó. Benilde ou a Virgem Mãe, O Quinto Império, Nom, ou a Vã Glória de Mandar, A Caixa, Vale Abrão e Belle Toujors são alguns dos seus filmes mais recentes.
Os cem anos de Manoel de Oliveira serão celebrados atrás das câmaras. Desde 25 de Novembro que se encontra a filmar as Singularidades de Uma Rapariga Loira.
Singularidades de uma rapariga loura, uma co - produção entre Portugal, Espanha e França, é uma adaptação de Manoel de Oliveira de um conto homónimo de Eça de Queirós, publicado no começo do século XX.
A história centra-se em Macário, um jovem contabilista que se perde de amores por Luísa Vilaça, uma rapariga loira por quem fez juras de amor e casamento até que descobre uma singularidade da virtuosa noiva.
Nesta nova produção, Manoel de Oliveira voltou a um leque de actores com quem já trabalhou antes.
São os casos de Ricardo Trêpa, seu neto, no papel de Macário, de Diogo Dória, como Tio Francisco, de Leonor Silveira, a interlocutora da aventura amorosa que Macário relata durante uma viagem de comboio, e de Júlia Buisel, a mãe da loira.
A excepção neste elenco é a presença da jovem e bonita actriz Catarina Wallenstein, que trabalha pela primeira vez com Manoel de Oliveira.
A sua obra é atravessada por um estilo próprio que confere autenticidade a tudo aquilo que faz.
Amado por uns e odiado por outros, Manuel de Oliveira continua a resistir a tudo e a todos, movido pela paixão do cinema.
Parabéns Manoel!
quarta-feira, dezembro 03, 2008
Machado de Assis
Joaquim Maria Machado de Assis (nasceu no Rio de Janeiro a 21 de Junho de 1839 e faleceu na mesma cidade a 29 de Setembro de 1908) foi um romancista, contista, poeta e teatrólogo brasileiro, considerado um dos mais importantes nomes da literatura daquele país e identificado, pelo crítico Harold Bloom, como o maior escritor afro - descendente de todos os tempos.
Era filho de um mulato (Francisco José de Assis) pintor de paredes e descendente de escravos alforriados e de uma lavadeira açoriana (da ilha de S. Miguel) – Maria Leopoldina Machado.
É considerado por muitos o maior escritor brasileiro de todos os tempos e um dos maiores escritores do mundo, enquanto romancista e contista. A sua vasta obra inclui também a crítica literária. É considerado um dos criadores da crónica no Brasil, além de ser importante tradutor, vertendo para o português obras como Os Trabalhadores do Mar, de Victor Hugo e o poema O Corvo, de Edgar Allan Poe. Foi também um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e seu primeiro presidente. A Academia é também chamada de, a Casa de Machado de Assis.
Foi influenciado por: William Shakespeare, Voltaire, José de Alencar e Edgar Allan Põe.
As suas obras mais conhecidas são:
1.Memórias Póstumas de Brás Cubas
2.Dom Casmurro
3.Quincas Borba
4.O Alienista (Conto)
domingo, novembro 23, 2008
Sabia que...
sexta-feira, novembro 21, 2008
A Caixinha que Mudou o Mundo
sábado, novembro 15, 2008
O Poder da Tolerância
Neste dia não nos podemos esquecer do poder da tolerância:
A Tolerância Detém a Violência.
A Tolerância Permite a Harmonia em Casa.
A Tolerância Permite Obter a Paz.
Com Tolerância Fazem-se Amigos.
Como dizia Voltaire em 1764, a discórdia é o grande mal do género humano e a Tolerância é o seu único remédio.
Sejamos Tolerantes!
sexta-feira, novembro 14, 2008
A intolerância não será tolerada
O conceito do direito à tolerância traduz-se na liberdade fundamental que todos temos de não sermos violados na nossa consciência, na nossa intimidade, na nossa integridade física, moral, cultural, étnica, linguística, regional etc., desde que procedamos da mesma forma em relação aos demais. É o direito a que, desde que façamos o mesmo, não nos impeçam de sermos o que somos, ainda que de nós não gostem. É o direito a que as diferenças entre as pessoas e grupos não sejam reprimidas, mesmo que os seus procedimentos sejam avessos aos nossos gostos pessoais.
A intolerância não pode ser tolerada.
quarta-feira, novembro 12, 2008
Dia Internacional da Tolerância
Domingo, 16 de Novembro, comemora-se em todo o mundo o Dia Internacional da Tolerância.
Este dia celebra a assinatura da Declaração de Princípios sobre a Tolerância aprovada pela Conferência Geral da UNESCO na 28ª reunião em Paris, a 16 de Novembro de 1995.
A data foi instituída pela ONU para marcar a crença nos Direitos Fundamentais do Homem e na dignidade e no valor da pessoa humana. A Declaração de Princípios sobre a Tolerância fundamenta-se no respeito pela riqueza e diversidade das culturas dos outros povos e incentiva a convivência pacífica entre os povos vizinhos, a fim de poupar as futuras gerações de conflitos por razões culturais.
Estamos aqui, hoje, a reafirmar o compromisso das Nações Unidas e a sua determinação de agir em favor do fomento da tolerância e da educação para a tolerância.
segunda-feira, novembro 10, 2008
Novembro, mês de escritores
É em 25 de Novembro de 1845 que nasce Eça de Queirós,grande romancista português. Das suas obras destacam-se: A Cidade e as Serras, A Correspondência de Fradique Mendes, Os Maias e A Ilustre Casa de Ramires.
Em 2 de Novembro de 1919 nasce Jorge de Sena. A sua obra abrange a ficção, o ensaio e a poesia.
A 16 de Novembro de 1922 nasce José Saramago,escritor português galardoado, em 1998, com o Nobel da Literatura.
Em 23 de Novembro de 1930, Herberto Hélder,tradutor, poeta e ficcionista português.
Rómulo Vasco da Gama de Carvalho, conhecido pelo pseudónimo de António Gedeão - professor, investigador e poeta - nasce em Lisboa a 24 de Novembro de 1906. Algumas das suas poesias foram musicadas e cantadas. Destacam-se Lágrima de Preta e Pedra Filosofal
segunda-feira, outubro 27, 2008
AURORA BOREAL
nas paredes do meu quarto.
Sem vidros nem bambinelas
posso ver através delas
o mundo em que me reparto.
Por uma entra a luz do Sol,
por outra a luz do luar,
por outra a luz das estrelas
que andam no céu a rolar.
Por esta entra a Via Láctea
como um vapor de algodão,
por aquela a luz dos homens,
pela outra a escuridão.
Pela maior entra o espanto,
pela menor a certeza,
pela da frente a beleza
que inunda de canto a canto.
Pela quadrada entra a esperança
de quatro lados iguais,
quatro arestas, quatro vértices,
quatro pontos cardeais.
Pela redonda entra o sonho,
que as vigias são redondas,
e o sonho afaga e embala,
à semelhança das ondas.
Por além entra a tristeza,
por aquela entra a saudade,
e o desejo, e a humildade,
e o silêncio, e a surpresa,
e o amor dos homens, e o tédio,
e o medo, e a melancolia,
e essa fome sem remédio
a que se chama poesia,
e a inocência, e a bondade,
e a dor própria, e a dor alheia,
e a paixão que se incendeia,
e a viuvez, e a piedade,
e o grande pássaro branco,
e o grande pássaro negro
que se olham obliquamente,
arrepiados de medo,
todos os risos e choros,
todas as fomes e sedes,
tudo alonga a sua sombra
nas minhas quatro paredes.
Oh janelas do meu quarto,
que vos pudesse rasgar !
Com tanta janela aberta
falta-me a luz e o ar.
António Gedeão/Rómulo de Carvalho
sexta-feira, outubro 24, 2008
Janelas Abertas
Abertas para novos passageiros...
Abertas para novos olhares...
Abertas para novas perspectivas.
Queremos que este blogue seja uma janela aberta para o que se passa na escola (através das actividades da Biblioteca) e para o mundo à nossa volta.
O Lumiar e a cidade de Lisboa serão alguns dos assuntos que, este ano, iremos privilegiar. Mas, a ecologia, os direitos do homem, a literatura, o cinema e a música vão, também, passar por aqui.