Um poema cresce inseguramente
na confusão da carne,
sobe ainda sem palavras, só ferocidade e gosto,
talvez como sangue
ou sombra de sangue pelos canais do ser.
Fora existe o mundo.
Fora, a esplêndida violência
ou os bagos de uva de onde nascem
as raízes minúsculas do sol.
Fora, os corpos genuínos e inalteráveis
do nosso amor,
os rios, a grande paz exterior das coisas,
as folhas dormindo o silêncio,
as sementes à beira do vento,
— a hora teatral da posse.
E o poema cresce tomando tudo em seu regaço.
E já nenhum poder destrói o poema.
Insustentável, único,
invade as órbitas, a face amorfa das paredes,
a miséria dos minutos,
a força sustida das coisas,
a redonda e livre harmonia do mundo.
— Embaixo o instrumento perplexo ignora
a espinha do mistério.
— E o poema faz-se contra o tempo e a carne.
Herberto Helder
sábado, fevereiro 19, 2011
sexta-feira, fevereiro 18, 2011
Deslizamento
Impressionante deslizamento de terra no Japão.
Impressionante é como os japoneses o detectaram antecipadamente e cercaram a estrada, exatamente, no troço perigoso. Como diz o velho ditado, "Vale Mais Prevenir do que Remediar".
Um deslizamento de terra é um fenómeno geológico que inclui vários tipos de movimentos do solo: quedas de rochas, falência de encostas em profundidade e fluxos superficiais de detritos. Embora a ação da gravidade sobre encostas demasiado inclinadas seja a principal causa dos deslizamentos de terra, existem outros factores: a erosão provocada por rios, glaciares ou ondas oceânicas nas encostas; a ação das chuvas sobre as encostas; a ação de sismos, vulcões ou trovoadas; a ação de tráfego intenso ou de maquinaria diversa em funcionamento; o excesso de peso por acumulação de chuva ou neve, deposição de rochas ou minérios, pilhas de resíduos criados por estruturas feitas pelo homem e os aluimentos.
Para evitar estes acontecimentos temos mesmo que aprender com os japoneses porque vale mais prevenir do que remediar. Assim, deve impedir-se a construção em zonas de risco, deve impedir-se a desflorestação ou incentivar-se o reflorestamento das áreas sujeitas a estes fenómenos.
Agora, veja o vídeo e observe a precisão cirúrgica dos japoneses.
Impressionante é como os japoneses o detectaram antecipadamente e cercaram a estrada, exatamente, no troço perigoso. Como diz o velho ditado, "Vale Mais Prevenir do que Remediar".
Um deslizamento de terra é um fenómeno geológico que inclui vários tipos de movimentos do solo: quedas de rochas, falência de encostas em profundidade e fluxos superficiais de detritos. Embora a ação da gravidade sobre encostas demasiado inclinadas seja a principal causa dos deslizamentos de terra, existem outros factores: a erosão provocada por rios, glaciares ou ondas oceânicas nas encostas; a ação das chuvas sobre as encostas; a ação de sismos, vulcões ou trovoadas; a ação de tráfego intenso ou de maquinaria diversa em funcionamento; o excesso de peso por acumulação de chuva ou neve, deposição de rochas ou minérios, pilhas de resíduos criados por estruturas feitas pelo homem e os aluimentos.
Para evitar estes acontecimentos temos mesmo que aprender com os japoneses porque vale mais prevenir do que remediar. Assim, deve impedir-se a construção em zonas de risco, deve impedir-se a desflorestação ou incentivar-se o reflorestamento das áreas sujeitas a estes fenómenos.
Agora, veja o vídeo e observe a precisão cirúrgica dos japoneses.
quinta-feira, fevereiro 17, 2011
Os Livros de Fernando Pessoa
Os livros da Biblioteca Particular de Fernando Pessoa estão, agora, disponíveis gratuitamente online no site da Casa Fernando Pessoa.
Até agora, só uma visita à Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, permitia consultar este acervo que é "riquíssimo", mas com o site, bilingue (português e inglês), e disponível em, http://casafernandopessoa.cm-lisboa.pt/ , em qualquer lugar do mundo, com uma ligação à internet é possível consultar, página a página, os cerca de 1140 volumes da biblioteca, mais as anotações - incluindo poemas - que Fernando Pessoa foi fazendo nas páginas dos seus livros.
Se não dispõe de tempo para visitar a Casa do Poeta maior da língua portuguesa ou, se vive longe, pode virtualmente aceder à casa e ao acervo de Fernando Pessoa. Não desperdice esta oportunidade.
Até agora, só uma visita à Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, permitia consultar este acervo que é "riquíssimo", mas com o site, bilingue (português e inglês), e disponível em, http://casafernandopessoa.cm-lisboa.pt/ , em qualquer lugar do mundo, com uma ligação à internet é possível consultar, página a página, os cerca de 1140 volumes da biblioteca, mais as anotações - incluindo poemas - que Fernando Pessoa foi fazendo nas páginas dos seus livros.
Se não dispõe de tempo para visitar a Casa do Poeta maior da língua portuguesa ou, se vive longe, pode virtualmente aceder à casa e ao acervo de Fernando Pessoa. Não desperdice esta oportunidade.
quarta-feira, fevereiro 16, 2011
"HOJE BATTISTI, AMANHÃ TU"
Cesare Battisti (Sermoneta, 1954) é um escritor italiano, antigo membro dos Proletários Armados pelo Comunismo (PAC). Este grupo armado de extrema esquerda, esteve ativo na Itália no fim dos anos 1970 – os chamados anos de chumbo – período marcado por ataques terroristas de organizações da extrema esquerda e da extrema direita.
Em 1987, Battisti foi condenado pela justiça italiana à prisão perpétua, com restrição de luz solar, pela autoria direta ou indireta dos quatro homicídios atribuídos aos PAC – além de assaltos e outros delitos menores, igualmente atribuídos ao grupo. Na Itália é considerado um terrorista. No entanto, Battisti diz-se inocente.
Viveu em França de onde fugiu em 2004, para o Brasil. Em 2007 o governo da Itália apresentou o pedido de extradição, seguindo-se a prisão preventiva de Battisti. Em 2009, o Supremo Tribunal Federal brasileiro autorizou a extradição mas definiu que a decisão final caberia ao presidente da República. Battisti permaneceu preso num Complexo Penitenciário, em Brasília, até dezembro de 2010. No final de dezembro o presidente Lula da Silva anunciou que decidira não conceder a extradição do ex-militante italiano. Esta atitude teve grande repercussão e foi duramente criticada tanto pela opinião pública quanto pelo governo de Itália, que anunciou a convocação do seu embaixador em Brasília.
"Hoje Battisti, Amanhã Tu" é uma canção inédita de Manuela de Freitas e José Mário Branco (letra e música). Um grupo de cantores ( Aldina Duarte; Amélia Muge;Camané;Duo Diana & Pedro; Duo Virgem Suta; Fernando Mota; João Gil; Jorge Moniz;Jorge Ribeiro (grupo Baile Popular); José Mário Branco; Luanda Cozetti (Couple Coffee); Norton Daiello (Couple Coffee); Paulo de Carvalho; Pedro Branco e Tim) muito conhecidos na música portuguesa, juntou-se para a interpretar como forma de apoio à não extradição de Cesare Battisti, contribuindo assim para a iniciativa da Comissão de Apoio (Portugal) a Cesare Battisti.
Para além dos cantores, há a destacar a participação dos instrumentistas: José Peixoto (guitarra/violão); Norton Daiello (baixo elétrico); Fernando Mota e José Mário Branco (percussões); Paulo Curado (flauta e sax soprano). A captação e mistura áudio esteve a cargo de Fernando Mota, as imagens foram filmadas por Rui Ribeiro; a montagem vídeo é da responsabilidade de Nelson Guerreiro. Esta iniciativa foi gravada e filmada em Lisboa (Portugal), em 25 de Janeiro de 2011.
Em 1987, Battisti foi condenado pela justiça italiana à prisão perpétua, com restrição de luz solar, pela autoria direta ou indireta dos quatro homicídios atribuídos aos PAC – além de assaltos e outros delitos menores, igualmente atribuídos ao grupo. Na Itália é considerado um terrorista. No entanto, Battisti diz-se inocente.
Viveu em França de onde fugiu em 2004, para o Brasil. Em 2007 o governo da Itália apresentou o pedido de extradição, seguindo-se a prisão preventiva de Battisti. Em 2009, o Supremo Tribunal Federal brasileiro autorizou a extradição mas definiu que a decisão final caberia ao presidente da República. Battisti permaneceu preso num Complexo Penitenciário, em Brasília, até dezembro de 2010. No final de dezembro o presidente Lula da Silva anunciou que decidira não conceder a extradição do ex-militante italiano. Esta atitude teve grande repercussão e foi duramente criticada tanto pela opinião pública quanto pelo governo de Itália, que anunciou a convocação do seu embaixador em Brasília.
"Hoje Battisti, Amanhã Tu" é uma canção inédita de Manuela de Freitas e José Mário Branco (letra e música). Um grupo de cantores ( Aldina Duarte; Amélia Muge;Camané;Duo Diana & Pedro; Duo Virgem Suta; Fernando Mota; João Gil; Jorge Moniz;Jorge Ribeiro (grupo Baile Popular); José Mário Branco; Luanda Cozetti (Couple Coffee); Norton Daiello (Couple Coffee); Paulo de Carvalho; Pedro Branco e Tim) muito conhecidos na música portuguesa, juntou-se para a interpretar como forma de apoio à não extradição de Cesare Battisti, contribuindo assim para a iniciativa da Comissão de Apoio (Portugal) a Cesare Battisti.
Para além dos cantores, há a destacar a participação dos instrumentistas: José Peixoto (guitarra/violão); Norton Daiello (baixo elétrico); Fernando Mota e José Mário Branco (percussões); Paulo Curado (flauta e sax soprano). A captação e mistura áudio esteve a cargo de Fernando Mota, as imagens foram filmadas por Rui Ribeiro; a montagem vídeo é da responsabilidade de Nelson Guerreiro. Esta iniciativa foi gravada e filmada em Lisboa (Portugal), em 25 de Janeiro de 2011.
terça-feira, fevereiro 15, 2011
Paris Digital
Aprecie esta fotografia de PARIS. Tem 26 milhões de pixels e é considerada a maior foto digital do mundo.
Os franceses afirmam ter criado a "maior foto do mundo" com uma panorâmica de Paris. Os autores juntaram mais de 2 mil fotos da capital francesa para criar esta imagem digital. Dois fotógrafos franceses e uma empresa de informática criaram esta foto de 220º da capital francesa. Com 26 milhões de pixels é segundo eles, a maior imagem digital do mundo. A fotografia em altíssima resolução ocuparia dois estádios de futebol caso fosse impressa, afirmam os autores do projeto Paris 26 Gigapixels.
Para a comporem, os fotógrafos Arnaud Frich e Martin Loyer tiraram 2.346 fotos de Paris. Reuniram-nas numa só imagem através de um programa de computador, criado pela empresa Kolor.
Os franceses afirmam ter criado a "maior foto do mundo" com uma panorâmica de Paris. Os autores juntaram mais de 2 mil fotos da capital francesa para criar esta imagem digital. Dois fotógrafos franceses e uma empresa de informática criaram esta foto de 220º da capital francesa. Com 26 milhões de pixels é segundo eles, a maior imagem digital do mundo. A fotografia em altíssima resolução ocuparia dois estádios de futebol caso fosse impressa, afirmam os autores do projeto Paris 26 Gigapixels.
Para a comporem, os fotógrafos Arnaud Frich e Martin Loyer tiraram 2.346 fotos de Paris. Reuniram-nas numa só imagem através de um programa de computador, criado pela empresa Kolor.
Esta é uma incrível viagem virtual por Paris. Aproveite-a! Estamos em tempo de vacas magras, por isso, esta é uma hipótese económica de viajar.!
segunda-feira, fevereiro 14, 2011
A Quoi Ça Sert L'amour
Louis Clichy realizou um pequeno filme de animação a partir da canção A Quoi Ça Sert L'amour (de Michel Emer) que foi eternizada por Edith Piaf e Theo Sarapo.
Veja esta deliciosa curta metragem e relembre a letra que aqui lhe deixo também.
A quoi ça sert l'amour ?
On raconte toujours
Des histoires insensées.
A quoi ça sert d'aimer ?
L'amour ne s'explique pas !
C'est une chose comme ça,
Qui vient on ne sait d'où
Et vous prend tout à coup.
Moi, j'ai entendu dire
Que l'amour fait souffrir,
Que l'amour fait pleurer.
A quoi ça sert d'aimer ?
L'amour ça sert à quoi ?
A nous donner d' la joie
Avec des larmes aux yeux...
C'est triste et merveilleux !
Pourtant on dit souvent
Que l'amour est décevant,
Qu'il y en a un sur deux
Qui n'est jamais heureux...
Même quand on l'a perdu,
L'amour qu'on a connu
Vous laisse un goùt de miel.
L'amour c'est éternel !
Tout ça, c'est très joli,
Mais quand tout est fini,
Il ne vous reste rien
Qu'un immense chagrin...
Tout ce qui maintenant
Te semble déchirant,
Demain, sera pour toi
Un souvenir de joie !
En somme, si j'ai compris,
Sans amour dans la vie,
Sans ses joies, ses chagrins,
On a vécu pour rien ?
Mais oui ! Regarde-moi !
A chaque fois j'y crois
Et j'y croirai toujours...
Ça sert à ça, l'amour !
Mais toi, t'es le dernier,
Mais toi, t'es le premier !
Avant toi, 'y avait rien,
Avec toi je suis bien !
C'est toi que je voulais,
C'est toi qu'il me fallait !
Toi qui j'aimerai toujours...
Ça sert à ça, l'amour !...
Michel Emer
Veja esta deliciosa curta metragem e relembre a letra que aqui lhe deixo também.
A quoi ça sert l'amour ?
On raconte toujours
Des histoires insensées.
A quoi ça sert d'aimer ?
L'amour ne s'explique pas !
C'est une chose comme ça,
Qui vient on ne sait d'où
Et vous prend tout à coup.
Moi, j'ai entendu dire
Que l'amour fait souffrir,
Que l'amour fait pleurer.
A quoi ça sert d'aimer ?
L'amour ça sert à quoi ?
A nous donner d' la joie
Avec des larmes aux yeux...
C'est triste et merveilleux !
Pourtant on dit souvent
Que l'amour est décevant,
Qu'il y en a un sur deux
Qui n'est jamais heureux...
Même quand on l'a perdu,
L'amour qu'on a connu
Vous laisse un goùt de miel.
L'amour c'est éternel !
Tout ça, c'est très joli,
Mais quand tout est fini,
Il ne vous reste rien
Qu'un immense chagrin...
Tout ce qui maintenant
Te semble déchirant,
Demain, sera pour toi
Un souvenir de joie !
En somme, si j'ai compris,
Sans amour dans la vie,
Sans ses joies, ses chagrins,
On a vécu pour rien ?
Mais oui ! Regarde-moi !
A chaque fois j'y crois
Et j'y croirai toujours...
Ça sert à ça, l'amour !
Mais toi, t'es le dernier,
Mais toi, t'es le premier !
Avant toi, 'y avait rien,
Avec toi je suis bien !
C'est toi que je voulais,
C'est toi qu'il me fallait !
Toi qui j'aimerai toujours...
Ça sert à ça, l'amour !...
Michel Emer
domingo, fevereiro 13, 2011
A Coruja
A coruja agoira-me
e diz-me que nunca chegarei
além onde o desejo me leva
e assim evapora-se o sonho;
O tambor foi tocado
na noite densa do feitiço
enquanto Kokwana* Muhlonga
apitava o Kulungwana* mortal;
Na noite sem estrelas
dois gatos pretos iluminaram
a cabana da Kokwana Hehlise
que morreu depois dos gatos terem miado.
Eu lutando comigo só
é impossível vencer as ondas
que feitiçeiramente me esboçam
as corujas, gatos e tambores.
Malangatana
e diz-me que nunca chegarei
além onde o desejo me leva
e assim evapora-se o sonho;
O tambor foi tocado
na noite densa do feitiço
enquanto Kokwana* Muhlonga
apitava o Kulungwana* mortal;
Na noite sem estrelas
dois gatos pretos iluminaram
a cabana da Kokwana Hehlise
que morreu depois dos gatos terem miado.
Eu lutando comigo só
é impossível vencer as ondas
que feitiçeiramente me esboçam
as corujas, gatos e tambores.
Malangatana
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