Na noite as luzes furam treva, não
para além dela, mas de mim com ela;
não sei se arranha-céus, ou se favelas
que lado a lado arranham morros para
sustento de miséria. Imenso mar,
de altíssimas sombrias transparências,
na noite em que perpasso qual silêncio.
Não sei se amor me evita ou me protege,
ou se é de amor que eu velo o brando sono
ruidoso e povoado.
Meu coração é só de amor que sabe;
mas o que sabe, de saudoso esquece,
na angústia dúplice de não ter-te ao lado.
Jorge de Sena - (22/8/1959)
sábado, junho 04, 2016
sexta-feira, junho 03, 2016
Volta
Oiça a cantora brasileira Fafá de Belém em Volta (Clip Oficial).
Esta canção é uma composição de Johnny Hooker e é uma faixa do CD Do Tamanho do Meu Sorriso (2015).
Volta
Que o caminho dessa dor me atravessa
Que a vida não mais me interessa
Se você vai viver com um outro rapaz
Volta
Que eu perdoo teus caminhos, teus vícios
Que eu volto até o início
Te carregando mais uma vez de volta do bar
Volta
Que sem você eu já não posso viver
É impossível ter de escolher
Entre teu cheiro e nada mais
Volta
Me diz que o nosso amor não é uma mentira
E que você ainda precisa
Mais uma vez se desculpar
Então procurei
Nos bares da aurora me lamentei
E confesso que talvez joguei
Tuas fotos e discos no mar
Então procurei
Pelo teu cheiro nas ruas que andei
Nos corpos dos homens que amei
Tentando em vão te encontrar
Então procurei
Nos bares da aurora me lamentei
E confesso que talvez joguei
Tuas fotos e discos no mar
Então procurei
Pelo teu cheiro nas ruas que andei
Nos corpos dos homens que amei
Tentando em vão te encontrar
Volta
Que o caminho dessa dor me atravessa
Que a vida não mais me interessa
Se você vai viver com um outro rapaz
Volta
Que eu perdoo teus caminhos, teus vícios
Que eu volto até o início
Te carregando mais uma vez de volta do bar
Esta canção é uma composição de Johnny Hooker e é uma faixa do CD Do Tamanho do Meu Sorriso (2015).
Volta
Que o caminho dessa dor me atravessa
Que a vida não mais me interessa
Se você vai viver com um outro rapaz
Volta
Que eu perdoo teus caminhos, teus vícios
Que eu volto até o início
Te carregando mais uma vez de volta do bar
Volta
Que sem você eu já não posso viver
É impossível ter de escolher
Entre teu cheiro e nada mais
Volta
Me diz que o nosso amor não é uma mentira
E que você ainda precisa
Mais uma vez se desculpar
Então procurei
Nos bares da aurora me lamentei
E confesso que talvez joguei
Tuas fotos e discos no mar
Então procurei
Pelo teu cheiro nas ruas que andei
Nos corpos dos homens que amei
Tentando em vão te encontrar
Então procurei
Nos bares da aurora me lamentei
E confesso que talvez joguei
Tuas fotos e discos no mar
Então procurei
Pelo teu cheiro nas ruas que andei
Nos corpos dos homens que amei
Tentando em vão te encontrar
Volta
Que o caminho dessa dor me atravessa
Que a vida não mais me interessa
Se você vai viver com um outro rapaz
Volta
Que eu perdoo teus caminhos, teus vícios
Que eu volto até o início
Te carregando mais uma vez de volta do bar
quinta-feira, junho 02, 2016
A Figueira de Bengala
A Figueira de Bengala (Ficus benghalensis) é uma espécie de figueira endémica do Bangladesh, Índia e Sri Lanka.
Em sânscrito o seu nome é Vatavrkscha ou WataWrkscha. Foi debaixo de uma árvore destas que Buda obteve a iluminação.
É uma árvore enorme, conhecida como a Árvore de Gralha, pertencente à família das Moráceas, que dá uma sombra maravilhosa.
A árvore Banyan (Ficus benghalensis) é a árvore nacional da Índia. No país, as pessoas adoram-na, vagando entre as suas poderosas raízes aéreas.
Esta árvore produz raízes aéreas delgadas que crescem até atingir o solo, começando depois a engrossar até formarem troncos indistinguíveis do tronco principal. Deste modo, podem crescer até ocuparem vários hectares, chegando, por vezes, a atingir uma área de um quarteirão inteiro, como, por exemplo, a Grande Árvore Banyan, que por si só é como uma floresta (sim, a foto acima á direita, é de uma única árvore).
Foi construída uma estrada de 330 metros de comprimento em torno dela, mas mesmo assim, continua a espalhar-se para além dela.
Em sânscrito o seu nome é Vatavrkscha ou WataWrkscha. Foi debaixo de uma árvore destas que Buda obteve a iluminação.
É uma árvore enorme, conhecida como a Árvore de Gralha, pertencente à família das Moráceas, que dá uma sombra maravilhosa.
A árvore Banyan (Ficus benghalensis) é a árvore nacional da Índia. No país, as pessoas adoram-na, vagando entre as suas poderosas raízes aéreas.
Esta árvore produz raízes aéreas delgadas que crescem até atingir o solo, começando depois a engrossar até formarem troncos indistinguíveis do tronco principal. Deste modo, podem crescer até ocuparem vários hectares, chegando, por vezes, a atingir uma área de um quarteirão inteiro, como, por exemplo, a Grande Árvore Banyan, que por si só é como uma floresta (sim, a foto acima á direita, é de uma única árvore).
Foi construída uma estrada de 330 metros de comprimento em torno dela, mas mesmo assim, continua a espalhar-se para além dela.
quarta-feira, junho 01, 2016
Miguel de Cervantes (1547 – 1616) foi um romancista, dramaturgo e poeta castelhano. A sua obra-prima, Dom Quixote, é muitas vezes considerada o primeiro romance moderno. É um clássico da literatura ocidental e é regularmente considerada um dos melhores romances já escritos.
O trabalho de Cervantes é considerado entre os mais importantes em toda a literatura, e a sua influência sobre a língua castelhana tem sido tão grande que o castelhano é frequentemente chamado de La lengua de Cervantes (A língua de Cervantes).
Dom Quixote de la Mancha livro escrito pelo espanhol Miguel de Cervantes y Saavedra, cujo título e ortografia originais da obra eram El ingenioso hidalgo Don Quixote de La Mancha.
A primeira edição da obra foi publicada em Madrid no ano de 1605. Era composto por 126 capítulos, divididos em duas partes: a primeira surgida em 1605 e a outra em 1615. A coroa espanhola patrocinou uma edição revista, em quatro volumes, a cargo de Joaquín Ibarra, que foi niciada em 1777 e concluída em 1780.
O livro, D. Quixote, surgiu num período de grande inovação e diversidade por parte dos escritores ficcionistas espanhóis. Parodiou os romances de cavalaria que gozaram de imensa popularidade e, na altura, já se encontravam em declínio. Nesta obra, a paródia apresenta uma forma invulgar. O protagonista, já de certa idade, entrega-se à leitura desses romances, perde o juízo, acredita que tenham sido historicamente verdadeiros e decide tornar-se um cavaleiro andante. Por isso, parte pelo mundo e vive o seu próprio romance de cavalaria. Enquanto narra os feitos do Cavaleiro da Triste Figura, Cervantes satiriza os preceitos que regiam as histórias fantasiosas daqueles heróis. A história é apresentada sob a forma de uma novela realista.
Em 2002, o livro (que faz parte do Plano Nacional de Leitura e é recomendado para o ensino secundário como sugestão de leitura), foi escolhido como a melhor obra de ficção de todos os tempos. A votação foi organizada pelos Clubes do Livro Noruegueses e participaram escritores de reconhecimento internacional.
Sinopse:
D. Quixote, um fidalgo de Castela assanhado pela leitura de romances de cavalaria, decide que é seu "ofício e exercício andar pelo mundo endireitando tortos, e desfazendo agravos" e parte à aventura na companhia de seu fiel e prosaico escudeiro, Sancho Pança. As hilariantes maluquices do Cavaleiro Andante liquidam, com a sua "moral do fracasso", as últimas ilusões da epopeia: aquilo a que Adorno chama "a ingenuidade épica".
Depois de D. Quixote , nada mais será igual.
O trabalho de Cervantes é considerado entre os mais importantes em toda a literatura, e a sua influência sobre a língua castelhana tem sido tão grande que o castelhano é frequentemente chamado de La lengua de Cervantes (A língua de Cervantes).
Dom Quixote de la Mancha livro escrito pelo espanhol Miguel de Cervantes y Saavedra, cujo título e ortografia originais da obra eram El ingenioso hidalgo Don Quixote de La Mancha.
A primeira edição da obra foi publicada em Madrid no ano de 1605. Era composto por 126 capítulos, divididos em duas partes: a primeira surgida em 1605 e a outra em 1615. A coroa espanhola patrocinou uma edição revista, em quatro volumes, a cargo de Joaquín Ibarra, que foi niciada em 1777 e concluída em 1780.
O livro, D. Quixote, surgiu num período de grande inovação e diversidade por parte dos escritores ficcionistas espanhóis. Parodiou os romances de cavalaria que gozaram de imensa popularidade e, na altura, já se encontravam em declínio. Nesta obra, a paródia apresenta uma forma invulgar. O protagonista, já de certa idade, entrega-se à leitura desses romances, perde o juízo, acredita que tenham sido historicamente verdadeiros e decide tornar-se um cavaleiro andante. Por isso, parte pelo mundo e vive o seu próprio romance de cavalaria. Enquanto narra os feitos do Cavaleiro da Triste Figura, Cervantes satiriza os preceitos que regiam as histórias fantasiosas daqueles heróis. A história é apresentada sob a forma de uma novela realista.
Em 2002, o livro (que faz parte do Plano Nacional de Leitura e é recomendado para o ensino secundário como sugestão de leitura), foi escolhido como a melhor obra de ficção de todos os tempos. A votação foi organizada pelos Clubes do Livro Noruegueses e participaram escritores de reconhecimento internacional.
Sinopse:
D. Quixote, um fidalgo de Castela assanhado pela leitura de romances de cavalaria, decide que é seu "ofício e exercício andar pelo mundo endireitando tortos, e desfazendo agravos" e parte à aventura na companhia de seu fiel e prosaico escudeiro, Sancho Pança. As hilariantes maluquices do Cavaleiro Andante liquidam, com a sua "moral do fracasso", as últimas ilusões da epopeia: aquilo a que Adorno chama "a ingenuidade épica".
Depois de D. Quixote , nada mais será igual.
terça-feira, maio 31, 2016
O Hipericão (do Gerês)
Em Portugal a espécie mais conhecida e utilizada de Hipericão é o Hipericão-do-Gerês (Hypericum androsaemum), também conhecido por Androsemo, Erva-Mijadeira, Erva-da-Pedra ou Erva-do-Gerês.
O habitat desta espécie é a Europa Ocidental e Meridional e o próximo Oriente (até ao Irão).
Em Portugal, encontra-se em lugares sombrios e húmidos, do Minho, Beiras e Estremadura.
É uma planta medicinal hépato-protetora e com propriedades diuréticas e cicratizantes, sendo por isso muito utilizada no tratamento de doenças do fígado, de cólicas ou de queimaduras.
Para que serve o chá de hipericão?
O chá de hipericão serve para tratar casos de ansiedade e depressão, funcionando como um tranquilizante natural.
Trata também inflamações da bexiga (cistites), dores nos rins e alguns problemas de fígado. É ainda usado para quem sofre de dores musculares e ciática.
Usado com regularidade, dá excelentes resultados em caos de impotência e frigidez e resolve também problemas de incontinência urinária. Nas senhoras, este chá alivia ainda as dores menstruais e enxaquecas.
Como fazer o Chá de Hipericão?
O ideal será fazer o chá, com 2 colheres de sopa de hipericão para 1 litro de água a ferver. Coar e beber 3 a 4 chávenas por dia, quente ou frio.
O habitat desta espécie é a Europa Ocidental e Meridional e o próximo Oriente (até ao Irão).
Em Portugal, encontra-se em lugares sombrios e húmidos, do Minho, Beiras e Estremadura.
É uma planta medicinal hépato-protetora e com propriedades diuréticas e cicratizantes, sendo por isso muito utilizada no tratamento de doenças do fígado, de cólicas ou de queimaduras.
No Brasil, o Hipericão é, também, uma plana medicinal, conhecida como Erva-de-São-João, Milfurada, Ibitipoca ou Hipérico-Verdadeiro, cujo nome científico é Hypericum perforatum.
É também muito utilizada como remédio caseiro para combater a depressão, eliminar as lombrigas ou aliviar problemas respiratórios, por exemplo.
O chá de hipericão serve para tratar casos de ansiedade e depressão, funcionando como um tranquilizante natural.
Trata também inflamações da bexiga (cistites), dores nos rins e alguns problemas de fígado. É ainda usado para quem sofre de dores musculares e ciática.
Usado com regularidade, dá excelentes resultados em caos de impotência e frigidez e resolve também problemas de incontinência urinária. Nas senhoras, este chá alivia ainda as dores menstruais e enxaquecas.
Como fazer o Chá de Hipericão?
O ideal será fazer o chá, com 2 colheres de sopa de hipericão para 1 litro de água a ferver. Coar e beber 3 a 4 chávenas por dia, quente ou frio.
segunda-feira, maio 30, 2016
Semente do Amor
Oiça o grupo brasileiro A Cor Do Som em Semente do Amor .
Este show foi realizado no Circo Voador (Rio de Janeiro) em 2014. A banda era constituída por: Armandinho (guitarra baiana), Mu (teclados), Dadi (baixo), Gustavo (bateria) e Ary Dias (percussão) e contou com a participação especial de Moraes Moreira (voz e violão).
A Cor do Som é um grupo brasileiro que se criou a partir do séquito de músicos que acompanhavam Moraes Moreira após a sua saída dos Novos Baianos. Originalmente este era o nome da banda instrumental que acompanhava os Novos Baianos, título sugerido por Caetano Veloso.
Sim, é como a flor
De água e ar luz e calor, o amor precisa para viver
De emoção, e de alegria, e tem que regar todo dia
No jardim da fé,
Eu já plantei um pé de esperança
No tempo do tempo,
Dia, chuva, vento e pensamento
Num jardim da vida
Já cresceu e é a consciência
Fruto da vivência é
É a consciência é
Sim, é como a flor...
domingo, maio 29, 2016
O Toucinho do Céu
O Toucinho do Céu é uma receita clássica da doçaria conventual portuguesa.
O Toucinho do Céu é uma espécie de bolo feito com açúcar em ponto (pérola) ao qual se adicionam amêndoas raladas, por vezes doce de gila (ou chila) e, finalmente, uma grande número de gemas de ovos.
Pensa-se que o nome Toucinho do Céu, se deve ao facto de a receita, na sua versão original, conter banha de porco como ingrediente.
Este doce conventual faz-se em todo o país, mas existem diferenças de região para região, sendo os toucinhos do céu mais famosos os de Guimarães e Murça (Trás-os-Montes).
O Toucinho do Céu de Guimarães está associado ao Convento de Santa Clara. Embora não se tenha encontrado, neste mosteiro, qualquer registo escrito da receita, ela surge escrita no século XIX, em cadernos de receitas supostamente herdados do convento, já depois da extinção das ordens religiosas (1834). Estas receitas contêm doce de chila (ou gila), gemas de ovos e nalguns casos farinha. A massa daí resultante vai a cozer, em forma redonda, em forno brando. Há receitas que incluem também pedacinhos de cidrão cristalizado.
Depois do doce pronto, é polvilhado com bastante açúcar pilé. O bolo é então colocado numa caixa de cartão, devidamente enfeitada com papel recortado e com pequenas flores, feitas também em papel recortado e colocadas sobre o bolo.
Em Murça, no Convento de S. Bento, foi encontrada a receita que ainda hoje é utilizada na sua confecção. Acredita-se que terá sido em Murça que nasceu a receita original deste doce, uma herança das freiras beneditinas que durante séculos ali estiveram instaladas - até finais do século XIX.
Aqui o açúcar tem de atingir o ponto de espadana. Junta-se-lhe depois, a amêndoa ralada e o doce de chila. Em seguida, a canela e as gemas de ovos. A outra grande diferença é que vai a cozer num tabuleiro retangular. Depois de pronto, polvilha-se com açúcar pilé, e pode cortar-se em fatias regulares que se colocam em caixas forradas com papel de seda recortado.
Em Amarante, Convento de S. Gonçalo de Amarante, há um outro toucinho do céu (receita idêntica foi também encontrada no Mosteiro do Vairão em Vila do Conde).
Neste caso coloca-se o açúcar em ponto de espadana, junta-se a amêndoa, o sumo de limão, as gemas de ovo, e algumas claras. Vai a cozer em forma redonda e enfeita-se a gosto.
Já no Alentejo, em Portalegre, há uma receita do Convento de S. Bernardo, que inclui o açúcar (em ponto de espadana), as amêndoas torradas e raladas, as gemas, algumas claras e alguma farinha. Não tem doce de chila. Também aí mas no Convento de Santa Clara, uma outra receita que inclui, manteiga de vaca. A massa fica mais cremosa.
Em Elvas, Convento de S. Domingos, o toucinho do céu surge com a denominação de Toucinho Rançoso. O açúcar tem de atingir o ponto de pasta, e inclui doce de chila em maior quantidade do que a de amêndoa.
Ainda em Elvas, no Convento de Santa Clara, há um toucinho do céu menos conhecido, também apelidado de Soror Mariana. Neste, em vez de amêndoas, são utilizadas nozes.
Em Évora, a sua origem está associada ao Convento das Mónicas. Aqui as gemas são passadas por um passador e o açúcar tem de atingir o ponto de pérola. Leva amêndoas torradas e raladas, e gemas.
Chegados ao Algarve, destaca-se o toucinho do céu de Lagos, do Convento de Nossa Senhora do Carmo (da Conceição). Esta receita, um pouco em desuso, utiliza amêndoas, pinhões e avelãs.
Como viu são muitas, as variedades e as formas de toucinho do céu, que poderão ser encontradas no nosso país. Mas, se o quiser experimentar, aqui lhe deixo uma receita completa de uma das variantes deste doce conventual cheio de história.
Ingredientes:
300 g de amêndoas raladas e sem pele
500 g de açúcar
200 ml de água
18 gemas
2 ovos inteiros
1 pitada de sal
1 colher de café de canela em pó
Açúcar de confeiteiro e canela em pó para polvilhar q.b.
Manteiga para untar e farinha de trigo para polvilhar a forma
Preparação:
Ponha o açúcar e a água num tacho. Leve ao lume até formar uma calda em ponto de pérola. Retire e misture, na calda, as amêndoas raladas, juntamente com a pitada de sal.
Deixe arrefecer o preparado e, misture a canela e as gemas e os ovos passados por uma peneira.
A calda deve estar suficientemente fria, para que as gemas não cozinhem ao entrar em contato com ela.
Leve novamente o tacho ao lume. Vá mexendo sempre o preparado, até obter um creme grosso que caia lentamente da colher.
Retire do fogo e coloque o toucinho do céu numa forma de aproximadamente 25 cm (de fundo amovível), que deve estar bem untada com manteiga e enfarinhada.
Leve ao forno (que deve estar pré-aquecido) brando (entre os 150° - 180º C.) durante 35 minutos.
Desenforme depois de frio. Polvilhe com a canela e o açúcar de confeiteiro.
E agora, bom apetite, porque é de comer e chorar por mais!
O Toucinho do Céu é uma espécie de bolo feito com açúcar em ponto (pérola) ao qual se adicionam amêndoas raladas, por vezes doce de gila (ou chila) e, finalmente, uma grande número de gemas de ovos.
Pensa-se que o nome Toucinho do Céu, se deve ao facto de a receita, na sua versão original, conter banha de porco como ingrediente.
Este doce conventual faz-se em todo o país, mas existem diferenças de região para região, sendo os toucinhos do céu mais famosos os de Guimarães e Murça (Trás-os-Montes).
O Toucinho do Céu de Guimarães está associado ao Convento de Santa Clara. Embora não se tenha encontrado, neste mosteiro, qualquer registo escrito da receita, ela surge escrita no século XIX, em cadernos de receitas supostamente herdados do convento, já depois da extinção das ordens religiosas (1834). Estas receitas contêm doce de chila (ou gila), gemas de ovos e nalguns casos farinha. A massa daí resultante vai a cozer, em forma redonda, em forno brando. Há receitas que incluem também pedacinhos de cidrão cristalizado.
Depois do doce pronto, é polvilhado com bastante açúcar pilé. O bolo é então colocado numa caixa de cartão, devidamente enfeitada com papel recortado e com pequenas flores, feitas também em papel recortado e colocadas sobre o bolo.
Em Murça, no Convento de S. Bento, foi encontrada a receita que ainda hoje é utilizada na sua confecção. Acredita-se que terá sido em Murça que nasceu a receita original deste doce, uma herança das freiras beneditinas que durante séculos ali estiveram instaladas - até finais do século XIX.
Aqui o açúcar tem de atingir o ponto de espadana. Junta-se-lhe depois, a amêndoa ralada e o doce de chila. Em seguida, a canela e as gemas de ovos. A outra grande diferença é que vai a cozer num tabuleiro retangular. Depois de pronto, polvilha-se com açúcar pilé, e pode cortar-se em fatias regulares que se colocam em caixas forradas com papel de seda recortado.
Em Amarante, Convento de S. Gonçalo de Amarante, há um outro toucinho do céu (receita idêntica foi também encontrada no Mosteiro do Vairão em Vila do Conde).
Neste caso coloca-se o açúcar em ponto de espadana, junta-se a amêndoa, o sumo de limão, as gemas de ovo, e algumas claras. Vai a cozer em forma redonda e enfeita-se a gosto.
Já no Alentejo, em Portalegre, há uma receita do Convento de S. Bernardo, que inclui o açúcar (em ponto de espadana), as amêndoas torradas e raladas, as gemas, algumas claras e alguma farinha. Não tem doce de chila. Também aí mas no Convento de Santa Clara, uma outra receita que inclui, manteiga de vaca. A massa fica mais cremosa.
Em Elvas, Convento de S. Domingos, o toucinho do céu surge com a denominação de Toucinho Rançoso. O açúcar tem de atingir o ponto de pasta, e inclui doce de chila em maior quantidade do que a de amêndoa.
Ainda em Elvas, no Convento de Santa Clara, há um toucinho do céu menos conhecido, também apelidado de Soror Mariana. Neste, em vez de amêndoas, são utilizadas nozes.
Em Évora, a sua origem está associada ao Convento das Mónicas. Aqui as gemas são passadas por um passador e o açúcar tem de atingir o ponto de pérola. Leva amêndoas torradas e raladas, e gemas.
Chegados ao Algarve, destaca-se o toucinho do céu de Lagos, do Convento de Nossa Senhora do Carmo (da Conceição). Esta receita, um pouco em desuso, utiliza amêndoas, pinhões e avelãs.
Como viu são muitas, as variedades e as formas de toucinho do céu, que poderão ser encontradas no nosso país. Mas, se o quiser experimentar, aqui lhe deixo uma receita completa de uma das variantes deste doce conventual cheio de história.
Ingredientes:
300 g de amêndoas raladas e sem pele
500 g de açúcar
200 ml de água
18 gemas
2 ovos inteiros
1 pitada de sal
1 colher de café de canela em pó
Açúcar de confeiteiro e canela em pó para polvilhar q.b.
Manteiga para untar e farinha de trigo para polvilhar a forma
Preparação:
Ponha o açúcar e a água num tacho. Leve ao lume até formar uma calda em ponto de pérola. Retire e misture, na calda, as amêndoas raladas, juntamente com a pitada de sal.
Deixe arrefecer o preparado e, misture a canela e as gemas e os ovos passados por uma peneira.
A calda deve estar suficientemente fria, para que as gemas não cozinhem ao entrar em contato com ela.
Leve novamente o tacho ao lume. Vá mexendo sempre o preparado, até obter um creme grosso que caia lentamente da colher.
Retire do fogo e coloque o toucinho do céu numa forma de aproximadamente 25 cm (de fundo amovível), que deve estar bem untada com manteiga e enfarinhada.
Leve ao forno (que deve estar pré-aquecido) brando (entre os 150° - 180º C.) durante 35 minutos.
Desenforme depois de frio. Polvilhe com a canela e o açúcar de confeiteiro.
E agora, bom apetite, porque é de comer e chorar por mais!
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