O eterno passa
linha e curva
o sono das águas
uma só manhã
bugre e ave
o baile das águas
o lombo escorre
o grito e a flecha
a mancha nas águas
cantiga à margem
terra e nuvem
a dádiva nas águas
repetido réptil
fundamento e escama
o azul nas águas
residência última
o sonho e o mar
na deságua
tão ser tão pedra tão água
Cyro de Mattos (Brasil)
De Vinte Poemas do Rio, 1985
3 comentários:
Olá São!
Gostei muito das fotografias mas não tenho «pedalada» para entender este tipo de poesia.
Peço-lhe que me desculpe tanta rigidez mental. Se Você continuar a enviar «coisas» deste género poderei talvez adamar o meu emperdimento mas terei que me adaptar a um estilo que não entendi até hoje.
Aliás, não sou muito dado a poesias e poucas foram as vezes que me rendi à beleza de algumas delas. Neste grupo cito muitas de Camões, algumas de Manuel Alegre e agora - anunciada por si - Alda Lara.
Peço-lhe que continue pois água mole em pedra dura...
Cumprimentos,
Henrique Salles da Fonseca
Onde se lê «emperdimento» leia-se «empedernimento»
HSF
Olá São,
obrigado pelo poema e imagens.
Acho que ainda não disseste se conheces o Arménio Vieira, de Cabo Verde, agora Prémio Cam~~oes.
Um abraço
Francisco
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