sábado, novembro 23, 2024

Como Seria Lisboa Antes do Terramoto?

A Lisboa anterior ao terramoto de 1755 desapareceu quase completamente, não só com a catástrofe de 01 de novembro, mas também com a reconstrução empreendida pelo futuro Marquês de Pombal, ministro do rei D. José I, da qual resultou uma cidade de traçado regular e quarteirões uniformes.
Veja, através dos vídeos abaixo, como seria a cidade de Lisboa, então capital de um imenso império, antes do terramoto de 1755.
Se quiser saber como foi este terramoto e que consequências teve não deixe de visitar o Museu do Terramoto. Uma incrível viagem no tempo até 1755 que permite reviver o acontecimento mais dramático e transformativo de Lisboa - o Terramoto de 1755.
Quer conhecer a maqueta de Lisboa antes de 1755? Veja o vídeo abaixo ou visite o Museu de Lisboa no Palácio Pimenta, onde a pode ver e cada peça conta uma história.

sexta-feira, novembro 22, 2024

Balada dos Homens que Sonham

 "Balada dos Homens que Sonham" - Breve Antologia do conto angolano.
Organizado por António Quino, Balada dos Homens que Sonham nasceu do interesse da União dos Escritores Angolanos em promover mais a literatura angolana a nível internacional. Segundo o coordenador, o livro foi organizado com o objetivo de condensar textos literários em prosa, iniciando um volume de textos de autores que se tenham revelado ou publicado entre 1980 e 2010, e cujo teor expresse interesse, contexto, realidade, consciência coletiva, escolhas estéticas e temáticas de Angola e dos angolanos. 
"A escala dos contistas foi disposta numa hierarquia que obedece à data dos seus nascimentos", esclarece António Quino. "Assim, iniciámos com os contos dos autores mais velhos e terminámos com os dois mais novos, criando uma espécie de pico que tem no cimo memórias mais distanciadas do presente e, na ponta, um presente menos pretérito. Aqui reside um dos substratos dos contos dos "catorze apóstolos" presentes nesta antologia. Um silêncio que fala e convoca o leitor, pois muito fica por ser dito na incompletude das formas, ideias e coisas muito diretas dos verbos exprimir e comunicar."

Sinopse:

Ondjaki, José Eduardo Agualusa, Frederico Nini e Timóteo Ulika são apenas alguns dos autores presentes nesta breve antologia do conto angolano. Os textos ali reunidos, 22 no total, revelam uma Angola por vezes desconhecida, quase sempre inspiradora, alegre, viva e cheia de talento. 

quinta-feira, novembro 21, 2024

Os Puhdys

O grupo Puhdys é uma banda de rock alemã formada em Oranienburg, na Alemanha Oriental, em 1969. 

Embora tivessem sido especialmente populares na Alemanha Oriental, os Puhdys tiveram um sucesso significativo fora da RDA e foram uma das primeiras bandas da Alemanha Oriental autorizadas a fazer turnês pela Alemanha Ocidental (RFA). 

Embora os Puhdys se tenham apresentado e feito turnês noutros países comunistas, começando com a União Soviética em 1973, o seu maior número de seguidores fora da RDA estava na Alemanha Ocidental, onde seus álbuns começaram a ser lançados. No entanto, as autoridades da RDA estavam relutantes em permitir que os artistas viajassem para o oeste devido ao medo de poderem desertar. 

A banda Puhdys foi o primeiro grupo de rock da Alemanha Oriental a fazê-lo, na Bélgica e na Holanda em 1974. Depois, finalmente, foram autorizados a apresentar-se na Alemanha Ocidental com um show em Hamburgo em 9 de novembro de 1976, seguido por apresentações em Dortmund e Berlim Ocidental. Após o sucesso desses shows, os álbuns da banda foram lançados na Alemanha Ocidental em 1977.

Eles são um dos grupos de rock de língua alemã de maior sucesso. Formado em 1969, o lendário grupo de rock da Alemanha Oriental, Puhdys, ressurgiu há alguns anos tendo feito turnês pelo país.
Aqui lhe deixo agora dois vídeos deste mítico grupo. Aqui vai o 1º.
E agora o outro.

quarta-feira, novembro 20, 2024

Diu: A Presença Portuguesa

Diu (ou Dio) é uma cidade e sede de distrito que pertence ao território de Dadrá e Nagar Aveli e Damão e Diu. Fez parte do antigo Estado Português da Índia até que, em 1961, foi anexado pela Índia, que invadiram aquele território, no tempo de Nehru.

O território de Diu possui uma área de 40 km² e situa-se na península indiana de Guzerate e é composto pela ilha de Diu (separada da península pelo estreito rio Chassis) e pelos pequenos enclaves continentais de Gogolá e Simbor.

Diu era uma cidade de grande movimento comercial quando os portugueses chegaram à Índia. Em 1513 os portugueses tentaram  estabelecer ali uma feitoria, mas as negociações não tiveram êxito. Em 1531 a tentativa de conquista levada a efeito por D. Nuno da Cunha também não foi bem sucedida. No entanto, Diu veio a ser oferecida aos portugueses em 1535 como recompensa pela ajuda militar que estes deram ao sultão Bahadur Xá de Guzerate, contra o Grão-Mogol de Deli. Assim, cobiçada desde os tempos de Tristão da Cunha e de Afonso de Albuquerque, e depois das tentativas fracassadas de Diogo Lopes de Sequeira, em 1521 e de Nuno da Cunha, quando Diu foi oferecida aos portugueses, estes transformaram a velha fortaleza num castelo português.

Depois de dois cercos posteriores, Diu foi de tal modo fortificada que pôde resistir, mais tarde, aos ataques dos árabes de Mascate e dos holandeses (nos finais do século XVII).

A partir do século XVIII, declinou a importância estratégica de Diu. Acabou por ficar reduzida a uma espécie de museu ou marco histórico da sua grandeza comercial e estratégica de antigo baluarte nas lutas entre as forças islâmicas do Oriente e as cristãs do Ocidente.

A fortaleza de Diu foi a mais importante estrutura de defesa construída na Índia pelos portugueses.

A fortificação, erigida entre 1535 e 1541, garantiu a Portugal o controlo da rota marítima das especiarias e das sedas durante o século XVI.

O Forte de Diu, fortificação do século XVI, está de pé como um testemunho da história colonial da região. Localizado na ponta leste da ilha, oferece vistas panorâmicas do Mar Arábico. Podem-se explorar as suas antigas muralhas, baluartes e canhões, que proporcionam um vislumbre da importância estratégica de Diu durante a era portuguesa. O forte também abriga um farol e uma capela, o que marca também a sua importância histórica. 

Graças à sua localização foi também um entreposto comercial estratégico que só perdeu importância após a construção do canal do Suez.

As suas imponentes muralhas, com sete quilómetros de perímetro, ainda hoje são motivo de orgulho para os habitantes de Diu que registam a importância da herança portuguesa.

Outro marco histórico localizado na costa de Diu é o Fortim do Mar ou Panikotha Fortim Do Mar, também conhecido como o Forte do Mar. Acessível de barco, este forte oferece uma perspectiva única sobre a história marítima da ilha. Também se podem explorar as ruínas do forte e desfrutar das vistas panorâmicas do mar circundante.

Igreja de S. Paulo - Diu

De destacar ainda a Igreja de São Paulo, dedicada à Senhora da Imaculada Conceição, um exemplo imperdível em Diu do requinte de arquitetura barroca. A sua construção iniciou-se em 1601 e foi completada no ano de 1610. Esta igreja é famosa pelos seus intricados entalhes em madeira e serena atmosfera. 

Da presença portuguesa neste território ainda se pode visitar a Igreja da Nossa Senhora da Misericórdia, com uma bonita fachada que abriga no seu interior uma estátua da Virgem Maria esculpida em madeira, a Igreja de São Tomás, convertida em museu e o convento (franciscano) e Igreja de São Francisco de Assis, construída pelos portugueses em 1593, e atualmente usada como um hospital no seu claustro.

Na zona piscatória de Vanakbara, na ilha de Diu, o destaque vai para o seu porto de pesca com barcos coloridos e para um mercado de peixe cheio de vida e de cor. Os homens tratam dos barcos e da pesca enquanto as mulheres são vendedoras completando, assim, a tarefa da comercialização.

Na ilha de Diu ainda pode apreciar as praias de Nagoa e Ghoghla que são um pedaço do paraíso, naquelas paragens. A Praia de Nagoa é uma das praias mais populares de Diu, conhecida pelas suas areias douradas e águas claras. Os visitantes podem passear tranquilamente pela praia, dar um mergulho no mar, praticar desportos aquáticos e outras atividades recreativas ou relaxar sob as palmeiras.

terça-feira, novembro 19, 2024

Hotel Terminus

Hotel Terminus é um documentário (1988) realizado por Marcel Ophüls. Com 267 minutos de duração, apresenta a vida completa do criminoso de guerra nazi Klaus Barbie, agente da Gestapo em Lyon.

Klaus Barbie foi responsável pela execução ou assassinato de mais de 4.000 indivíduos e pela deportação de 7.500 judeus, a maioria dos quais pereceu em Auschwitz. 

Sinopse:
A parte 1 que pode ver no 1º link acima, faz uma análise brilhante e épica, vencedora do Oscar de melhor documentário, do oficial nazi das SS Klaus Barbie, o infame "Carniceiro de Lyon".

Hotel Terminus reúne quarenta anos de filmagens e entrevistas selecionadas, de mais de 120 horas de discussão com ex-nazis, oficiais de inteligência americanos, autoridades do governo sul-americano, vítimas de atrocidades nazis e testemunhas. 

segunda-feira, novembro 18, 2024

Licor de Romã

A romã é um fruto típico do outono e nalguns países tem um grande simbolismo. É uma das frutas mais antigas que se conhece e, provavelmente, a fruta com maior capacidade medicinal comprovada. Está à nossa disposição entre setembro e dezembro. Pensa-se que terá tido origem na região do Irão, antiga Pérsia ou norte da Índia, acabando por se difundir pela região do mediterrâneo.

A romã aparece nos textos bíblicos e está associada às paixões e à fecundidade. Os gregos consideravam-na como símbolo do amor e da fecundidade. A árvore da romã foi consagrada à deusa Afrodite, pois acreditava-se nos seus poderes afrodisíacos. Para os judeus, a romã é um símbolo religioso com profundo significado no ritual do ano novo porque acreditam sempre que o ano que chega será sempre melhor do que aquele que se vai embora.

A romã pode ser consumida de diversas formas, em sobremesas, como ornamento de vários pratos, em sumo (o sumo de romã tem um conteúdo em polifenóis três vezes superior ao do vinho tinto e do chá verde, substâncias que ajudam a prevenir as doenças cardiovasculares e alguns tipos de cancro), em licor, e ao natural. 

Se quiser aproveitar as romãs que tem no seu quintal, aqui lhe deixo algumas  receitas de Licor de Romã:

Ingredientes:

1,500 kg de romã, já descascada
1 litro de água
800 g de açúcar branco
1 litro de aguardente (pode ser de medronho, de figo ou de outro tipo se preferir).

Preparação:
Comece por esmagar os bagos de romã, a seguir adicione a água e leve ao lume, durante cerca de oito minutos. Terminado o tempo, retire do lume, passe no passador de rede e, a seguir, passe no passador de pano. 
Depois leve ao lume juntamente com o açúcar e deixe cozer durante trinta minutos. Terminado este processo, deixe arrefecer um pouco e misture na aguardente.
Resultado final: Muito bom!
Nota: Pode acrescentar, na calda de açúcar, canela em pau ou outras especiarias a seu gosto).

domingo, novembro 17, 2024

Dano Sarrada

Ouça a jovem cantora brasileira Marina Sena em Dano Sarrada.

Olha, eu gosto quando cê me olha
Me filma, eu tô virando star
Do seu cinema particular

A lua desaparece, eu quero mais, baby
Sem flash, é só luz natural, baby
O sol na pele é surreal, baby

Sempre que quiser ficar comigo
É só beijar meu pescoço, é que de longe eu não ouço
Também não tem muita graça
A graça é você comigo, me dando sarrada

Sempre que quiser ficar comigo
É só beijar meu pescoço, é que de longe eu não ouço
Também não tem muita graça
A graça é você comigo, me dando sarrada

Dan-dan, dan-dando-dando sarrada
Dan-dan (dando sarrada, dando sarrada)
Dan-dan, dan-dando-dando sarrada
Dan-dan (dando sarrada, dando sarrada)

Hum (dan-dando), me dando sarrada
(Dando sarrada) me dando sarrada
Dan-dan, dan-dando, me dando sarrada
(Dando sarrada) me dando sarrada

Olha, eu gosto quando cê me olha
Me filma, eu tô virando star
Do seu cinema particular

A lua desaparece, eu quero mais, baby
Sem flash, é só luz natural, baby
O sol na pele é surreal, baby

Sempre que quiser ficar comigo
É só beijar meu pescoço, é que de longe eu não ouço
Também não tem muita graça
A graça é você comigo, me dando sarrada

Sempre que quiser ficar comigo
É só beijar meu pescoço, é que de longe eu não ouço
Também não tem muita graça
A graça é você comigo, me dando sarrada


Dan-dan, dan-dando, me dando sarrada
Dan-dan (dando sarrada), me dando sarrada
Dan-dan, dan-dando, me dando sarrada
(Dando sarrada, dando sarrada)

Hum (dan-dando), me dando sarrada
(Dando sarrada) me dando sarrada
Dan-dan, dan-dando, me dando sarrada
(Dando sarrada) me dando sarrada
Compositores: Marina Sena e Iuri Rio Branco Da Luz.

sábado, novembro 16, 2024

Margão: Capital Cultural de Goa

Silva House ou Sat Burzam Ghor

A cidade de Margão é a segunda maior cidade do estado de Goa, na Índia. Encontrando-se nas margens do Rio Sal, Margão é também uma das mais antigas cidades de Goa. É a cidade mais agitada do estado, constituindo a sede do distrito de Goa Sul. É ainda sede do concelho de Salsete.

Margão é também uma das cidades com maior índice de crescimento em Goa, incluindo diversos subúrbios, tais como Aquém, Fatorda, Gogol, Borda, Comba, Navelim e Davorlim.

Margão é famosa por ser a capital cultural de Goa e pelas enormes mansões em estilo indo-português ou colonial que povoam a sua paisagem. Os portugueses estenderam o seu domínio a esta região durante o século XVII, quando a Velha Goa ia decaindo.

O passado colonial português é evidente em edifícios como a Igreja barroca do Espírito Santo, de 1675, com o seu interior ornamentado e o órgão de tubos. A Silva House, também conhecida como Sat Burzam Ghor (Casa com Sete Frontões), é uma grande mansão de 1700, com 3 das suas 7 empenas originais. O Jardim Municipal de Margão inclui o Edifício Municipal colonial e a biblioteca.

É na região de Salsete que existe um maior número de residências sobradadas, propriedade das elites de Goa e que se encontram em bom estado de conservação. Estando normalmente acessíveis, sem muro, à face da rua, ou, por vezes, surgindo com um pequeno muro a separar a casa da via pública.

A zona que rodeia a igreja principal da cidade é envolvida por duas ruas com diversos exemplos de casas e mansões portuguesas grandiosas e bem conservadas.

Rodeando a praça fronteira à Igreja do Espírito Santo as casas coloniais envolvem aquele espaço de forma harmoniosa.  

Segundo José Lourenço, em "The Parish Churches of Goa" a mais antiga igreja de Margão foi fundada pelos Jesuítas em 1564. Essa igreja foi destruída pelo fogo em 1571. A segunda, construída em 1971, foi também destruída oito anos depois e a terceira teve curta duração. 
Igreja do Espírito Santo - Margão
A quarta igreja foi construída um pouco mais além, em 1589. Foi consagrada em 1595, foi ampliada em 1604 e durou até 1645. A presente igreja, a quinta, foi construída em 1675.  

Relativamente ao património gastronómico destaca-se o caril de Margão, para além das demais iguarias tradicionais da culinária de Goa.

Agora um outro vídeo que lhe permite conhecer virtualmente Margão.

sexta-feira, novembro 15, 2024

Paris, outono de 73

 Paris, outono de 73
Estou no nosso bar mais uma vez
E escrevo pra dizer
Que é a mesma taça e a mesma luz
Brilhando no champanhe em vários tons azuis
No espelho em frente eu sou mais um freguês
Um homem que já foi feliz, talvez
E vejo que em seu rosto correm lágrimas de dor
Saudades, certamente, de algum grande amor

Mas ao vê-lo assim tão triste e só
Sou eu que estou chorando
Lágrimas iguais
E, a vida é assim, o tempo passa
E fica relembrando
Canções do amor demais
Sim, será mais um, mais um qualquer
Que vem de vez em quando
E olha para trás
É, existe sempre uma mulher
Pra se ficar pensando
Nem sei... nem lembro mais

quinta-feira, novembro 14, 2024

O Arco de São Bento

O Arco de São Bento foi construído em 1758 sobre a rua de São Bento, em Lisboa. O Arco de São Bento, é um dos dois arcos (o outro é o das Amoreiras) comemorativos da entrada de água em Lisboa, criados por Manuel da Maia. Estava integrado na Galeria da Esperança do Aqueduto das Águas Livres. Em 1938 foi desmontado, devido à remodelação do Palácio de São Bento. Esteve desmontado durante décadas. Depois de uma passagem pelo terreno onde esteve o convento das Francesinhas, foi transferido para o jardim do Palácio da Ajuda.

Em 1988, foi transportado em peças para a Praça de Espanha e após uma difícil investigação sobre o  plano original de construção deste arco, foi reerguido em 1998. 

quarta-feira, novembro 13, 2024

Vilas de Prostituição na Índia

Vilas de Prostituição na Índia é um documentário realizado pela DW Brasil (a Deutsche Welle (DW) é a emissora internacional de notícias da Alemanha). sobre a Prostituição, “herança” de mãe para filha na Índia.

Sinopse:
A prostituição é uma atividade na Índia que passa de mãe para a filha. Especialmente entre as mulheres na base do sistema de castas do país, sujeitas a uma rotina de pobreza extrema. Elas contornam dificuldades financeiras, conseguem sobreviver, sustentam inclusive famílias inteiras. Mas ficam presas numa espécie de ciclo vicioso. A saída é conhecida e parece ser uma só: a educação. 

terça-feira, novembro 12, 2024

TV Glotzer

Nina Hagen (Berlim Leste, 1955) é uma cantora alemã de grande sucesso internacional, especialmente pelas atuações e pelas suas extravagâncias vocais. Também fez participações como atriz em alguns filmes.

Apesar de ser uma renomada intérprete de Rock, teve como formação o treino vocal formal como cantora de ópera, Mezzo-soprano (o que transparece, por exemplo, na sua interpretação de New York, New York).

Nina teve uma educação nos moldes socialistas da República Democrática Alemã (Antiga DDR).

Em meados dos anos 1970, acompanhando a mãe e o padrasto, o compositor e dissidente Wolf Biermann, que era perseguido político, atravessou o muro de Berlim. 

Nina conseguiu um contrato na Alemanha Ocidental com a seção alemã da CBS em 1976 e em 1977 já se encontrava em Londres, no auge da cultura Punk, onde conheceu figuras como Johnny Rotten, Siouxsie And The Banshees, The Slits, e Lene Lovich. Nina Hagen e Lene Lovich contribuíram muito para a carreira uma da outra. 

Quando em 1978 lançou TV Glozer (veja o vídeo abaixo) já era muito conhecida na Alemanha de Leste.

Em 1985, ela apresentou-se na primeira edição do Rock in Rio.

segunda-feira, novembro 11, 2024

Broas Fervidas

Em dia de S. Martinho arrisque-se a fazer estas Broas Fervidas de Abrantes. Estamos na época delas.
Espero que goste da receita. 

Ingredientes:
700 g açúcar amarelo
500 ml café
500ml de água 
250ml de azeite 
85 ml de mel 
250g de açúcar amarelo 
1 colher de chá de canela em pó 
1 colher de chá de erva doce 
1 pitada de sal fino 
500g de farinha sem fermento 

Preparação:
Colocar a água num tacho, juntar o azeite, o mel, o açúcar, o sal, a canela e a erva doce. Misturar e levar ao lume. 
Assim que ferver, apagar o lume e juntar a farinha de uma só vez. 
Misturar bem e levar de novo a lume brando mexendo sempre até formar uma bola de massa que descola das laterais do tacho. 
Transferir a massa para uma travessa e deixar arrefecer um pouco.
Moldar as broas diretamente para um tabuleiro de forno forrado com papel vegetal.
Fazer desenhos na superfície das broas com as costas de uma faca e levar ao forno pré-aquecido a 200C° por 10 a 12 minutos.
Retirar do forno e polvilhar com açúcar branco a gosto.

domingo, novembro 10, 2024

Quem Não Se Lembra de Rita Pavone?

Rita Pavone (1945) é uma cantora, intérprete e atriz italiana.

Começou a sua carreira como cantora em 1962 com o single La partita di pallone e, pouco tempo depois, torna-se um sucesso mundial. 

Lança em seguida vários outros singles, como Alla mia età, Come te non c’è nessuno, Cuore, Datemi un martello, Che m'importa del mondo, Viva la pappa, Il geghegè e Fortissimo, atingindo o sucesso mundial. Em 1967 Rita atuou no filme Pistoleiros do Oeste.

Depois de uma vida de concertos em várias partes do mundo, Rita anuncia no primeiro dia de 2006 que deixa definitivamente os palcos, cantando pela última vez em público.



 Assista agora a uma maravilhosa performance de Rita Pavone em Datemi Un Martello (1964)!!!
E agora ouça Rita Pavone em Fortissimo (1966).

sábado, novembro 09, 2024

Mike Davis: Uma Marca Portuguesa

Sabia que a Mike Davis é uma marca portuguesa? 

Ainda hoje há quem vista roupa da marca Mike Davis e não saiba que ela é 100% portuguesa. Surgiu em 1976, no clube de Ténis da Foz, no Porto, pela mão de três amigos (Henrique Schreck, Paulo Schreck e Raul Leitão) amantes do Ténis, do Windsurf e da Vela.

Estes amigos decidiram então aproveitar para lançar uma marca de roupa desportiva que fosse tão moderna e apelativa como aquelas que viam nas revistas internacionais. 

Em 1977 saem as primeiras peças: vestuário técnico para Ténis e Windsurf.

O nome da marca, Mike Davis, era o nome de um tenista galês que os criadores decidiram homenagear. Tudo o resto é português: os designers, os materiais, o fabrico das peças. Tudo é feito dentro das fronteiras nacionais. 

48 anos depois a Mike Davis continua a competir com as marcas internacionais mais cobiçadas.

E esta, heim? 

sexta-feira, novembro 08, 2024

Bárbara

Bárbara é um filme alemão (2013), do género drama, realizado por Christian Petzold e conta no elenco com: Nina Hoss, Ronald Zehrfeld e Rainer Bock.

Sinopse:
Verão de 1980. Barbara (Nina Hoss) uma médica berlinense é transferida para um hospital de província numa cidade no interior da Alemanha Oriental, após ter solicitado o visto de saída para a Alemanha Ocidental. Enquanto o namorado (Jörg) da Alemanha Ocidental prepara a fuga deles pelo Mar Báltico, Bárbara trabalha como cirurgiã pediátrica sob constante vigilância e controle da polícia alemã, a Stasi, que faz visitas frequentes e sem aviso ao seu apartamento e até mesmo a constrange e humilha fazendo revistas íntimas.
Enquanto isto, Barbara começa a receber grande atenção do chefe do hospital, André (Ronald Zehrfeld). Será que este homem está apaixonado por ela ou apenas espia os seus atos para o governo?

quinta-feira, novembro 07, 2024

Mário Miranda

Mário Miranda, (Damão, 1926 - Goa, 2011), popularmente conhecido também como Mario de Miranda, foi um cartunista e pintor indiano, de origem portuguesa, que desenvolveu o seu trabalho, principalmente em Loutolim, no estado Indiano de Goa.

Miranda foi um colaborador regular do The Times of India e de outros jornais de Mumbai, incluindo o The Economic Times, onde obteve muita popularidade com a publicação das suas obras na The Illustrated Weekly of India.

Doodle Mario Miranda
Em Portugal, Mário Miranda foi feito Comendador da Ordem do Infante D. Henrique, em 2009. Na Índia, foi agraciado, postumamente, em 2012, com a ordem Padma Vibhushan.

Em 2016, assinalando os 90 anos do seu nascimento, o motor de busca Google dedicou-lhe um Google Doodle.

quarta-feira, novembro 06, 2024

Smoke Gets In Your Eyes

Ouça os Platters em Smoke Gets In Your Eyes.
They asked me how I knew my true love was true
Oh-oh-oh-oh-oh, I, of course replied
"Something here inside cannot be denied"
(Do-do-do, do-do-do, do-do-do, whoa)

They said, "Someday, you'll find all who love are blind
Oh-oh-oh-oh-oh, when your heart's on fire
You must realize smoke gets in your eyes"

So, I chaffed them, and I gaily laughed
To think they could doubt my love
Yet, today, my love has flown away
I am without my love (without my love)

Now, laughing friends deride tears I cannot hide
Oh-oh-oh-oh-oh, so I smile and say
"When a lovely flame dies
Smoke gets in your eyes" (smoke gets in your eyes)

Smoke gets in your eyes

terça-feira, novembro 05, 2024

O Arco da Conceição

 O Arco da Conceição (freguesia de Santa Maria Maior ) que se apresenta em túnel com um escadinha apertada e íngreme tem no seu interior um oratório a Nossa Senhora da Conceição de onde advém o topónimo cuja denominação foi fixada em 1822.  Foi este Nicho de Nossa Senhora da Conceição que deu o nome à serventia que faz a ligação entre a Rua dos Bacalhoeiros e a Rua Afonso de Albuquerque. Antes também se denominou Passadiço de Gaspar Pais (1657), Passadiço que sobe da Ribeira para as Cruzes da Sé (1676), Passadiço da Ribeira (1755), Passadiço da Ribeira Velha (1801), Arco da Senhora da Conceição (1804) e Passadiço da Conceição (1807).

Este arco está documentado desde 1456. A porta pequena para pedestres, da Cerca Moura, foi provavelmente aberta para permitir o acesso à nova fonte localizada nas paredes da face externa. No século XVI, essa fonte de abastecimento de água era conhecida como Fonte Nova da Porta do Mar ou Fonte da Preguiça. O nome pelo qual o arco era conhecido: Arco da Preguiça. Em 1755 era conhecido também como Arco da Ocultação da Concepção

segunda-feira, novembro 04, 2024

O Palácio do Deão: A Aristocracia Portuguesa em Goa

O Palácio do Deão é uma casa senhorial (século XVIII) situada junto às margens do rio Kushavati em Quepem, Goa. A casa foi construída pelo nobre José Paulo da Costa Pereira de Almeida, que veio como cónego para a Índia, em 1779, responsável pela igreja e fundador da cidade de Quepem. Aqui, chamam-lhe Deão. O Deão chegou a Goa, em 1779, com o Arcebispo Dom Frei de Santa Catarina – cujos restos mortais estão na igreja de Quepem. Posteriormente nomeado deão da Sé de Goa, o rico prelado dá início à construção do palácio no ano de 1787, data em que, oficialmente, inicia as obras da Igreja de Santa Cruz de Quepém, como é referenciado numa lápide que se encontra no cruzeiro do adro da mesma igreja. José Paulo faleceu em 1835 e os seus restos mortais estão na Sé Catedral de Goa. 

Antes de morrer, em 1835, o Deão doou a casa aos vice-reis da Índia portuguesa para uso de férias e para que a propriedade ficasse protegida. 

O palácio foi desenhado por Lopes Mendes quando aqui esteve em 1862.  Nesta época o edifício já tinha sofrido algumas alterações, que lhe haviam retirado o seu espírito barroco, como é o caso das escadarias da entrada, de linhas neo clássicas.

A mansão foi depois ocupada por um capelão da igreja e foi também um albergue, onde as freiras recebiam mulheres indigentes (em 1989). A casa classificada com importância histórica, porque foi construída pelo fundador de cidade de Quepem, tem enormes jardins, lago, mais de 15 divisões, com vários quartos, uma biblioteca e, atualmente, serviço de restauração para eventos. A casa está adaptada ao clima local: as portadas, em vez de vidro, têm cascas de conchas (que foram raspadas), as chamadas carepas, de forma a isolar melhor o calor, mantendo a casa sempre fresca. Ao longo das divisões há objetos antigos: ferros de passar roupa, louças para servir refeições, quadros, gira-discos, e LP’s antigos, máquinas de costura, etc. 

Mais recentemente, a casa foi comprada e recuperada por um jovem casal indiano: Ruben Vasco da Gama (fale em português com o Ruben, para treinar a nossa língua) e Célia. Ruben, engenheiro mecânico, e Celia, a esposa, microbiologista, decidiram meter mãos à obra e reabilitar esta antiga casa que, na verdade, é uma mistura da arquitetura portuguesa com a indiana. No interior, isso sim, é como uma viagem ao passado às casas portuguesas repletas de arte sacra, mobiliário antigo, louças e muitos livros. 

A arquitetura do edifício mantem-se com poucas alterações, apresenta as tradicionais janelas de carepas (antes do vidro se tornar acessível em Goa, recorria-se ao uso de carepas nas janelas, tendo sido largamente utilizado. Para além da função de protegerem os ambientes da imensa luz, o próprio processo de disposição das carepas em escama, levava a uma livre movimentação de ar, entre o interior e o exterior). Também permitiam trespassar uma luminosidade translúcida, possibilitando uma atmosfera suave. Esta ambiência proporcionava às senhoras a oportunidade de observarem o exterior sem serem vistas da rua. Hoje a maioria das casas possui janelas de vidro. Por vezes encontramos a utilização do vidro de cor.

Além da arquitetura, o palácio ostenta um interessante e complexo conjunto de jardins, onde se destaca uma larga escadaria de entrada ladeada por bancos de alvenaria de excepcional originalidade.  Os jardins separados, entre si, por muretes e balaustradas em laterite que, envolvendo toda a casa, vão formando espaços com diferentes graus de privacidade. Passe algum tempo no alpendre aproveitando para relaxar rodeado com os bonitos e cuidados jardins da casa.  

domingo, novembro 03, 2024

As Vidas dos Outros

As Vidas dos Outros é um filme (drama, espionagem, suspense) realizado por Florian Henckel von Donnersmarck e que conta no elenco com Ulrich Mühe, Sebastian Koch, Martina Gedeck.

Nomeado para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, "As Vidas dos Outros", conquistou três Prémios do Cinema Europeu: Melhor Filme, Melhor Actor e Melhor Argumento e o Prémio do Público nos festivais de Locarno e Vancouver, "As vidas dos Outros" (2006) traça um retrato da situação vivida por intelectuais e artistas na Alemanha ainda dividida, vigiados pela Stasi, a polícia secreta do regime socialista. 

Segundo o realizador, Florian Henckel von Donnersmarck, no filme "cada personagem coloca questões com as quais nos confrontamos todos os dias: como é que lidamos com o poder e com as ideologias? Seguimos os nossos princípios ou os nossos sentimentos? Mais do que qualquer outra coisa, é um drama sobre a capacidade dos seres humanos fazerem o que está certo, não interessa até onde foram no caminho errado". 

Sinopse:
1984, Alemanha de Leste. Cinco antes antes da Glasnot e da queda do Muro, a população é mantida debaixo de controlo pela Stasi, polícia secreta alemã. A missão da Stasi é apenas uma: saber tudo sobre a vida de todas as pessoas, através de uma vasta cadeia de informadores/denunciadores. O filme acompanha a gradual desilusão do Capitão Gerd Wiesler, um oficial altamente credenciado da Stasi, cuja missão é espiar um famoso escritor, George Dreyman (Sebastian Koch - que é o maior dramaturgo da Alemanha Oriental, sendo por muitos considerado o modelo perfeito de cidadão para o país, já que não contesta o governo nem seu regime político), e a sua esposa, a actriz Christa-Maria Sieland. O agente encarregado da missão descobre um mundo particular de arte e amor com seus novos conhecidos.

sábado, novembro 02, 2024

A Dama de Chandor

A Dama de Chandor (1998) é um filme português realizado por Catarina Mourão. 

"A Dama de Chandor" é um documentário que narra uma história sobre a herdeira de uma casa senhorial (Casa Menezes Bragança) e de um passado histórico em declínio na pequena aldeia goesa de Chandor.

Sinopse Oficial: 
Passadas três décadas sobre a sua integração na União Indiana e a sua libertação face ao poder colonial português, Goa surpreende por nela coexistirem culturas diversas e uma sociedade que se encontra estranhamente cristalizada no tempo.
Aida, a dama de Chandor, tem 80 anos e vive sozinha num palácio perdido numa aldeia goesa. 
Este documentário conta a sua história, acompanhando o seu esforço diário para preservar a casa onde vive, símbolo palpável de uma identidade que sente quase perdida. A dama de Chandor e a sua casa confundem-se. Aida terá de viver até garantir que a casa lhe sobrevive.

sexta-feira, novembro 01, 2024

Broas Escaldadas

Neste Dia de Todos os Santos aqui lhe deixo mais uma receita de Broas Escaldadas.

Somos um país neste tipo de receituário gastronómico.

Ingredientes:
500 g de farinha
250 g de açúcar amarelo
100 g de miolo de noz
30 g de erva-doce
1 L de água
500 ml de mel
500 ml de azeite
1 colher (chá) de canela em pó
1 colher (café) de sal
Ovo batido q.b.
Manteiga para untar
Açúcar em pó para polvilhar

Preparação:

  • Leve ao lume um tacho com o azeite, o mel, a água, o açúcar, o miolo de noz, a erva-doce, a canela e o sal e deixe ferver. Retire do lume, junte a farinha e leve novamente ao lume, até a massa engrossar e descolar do fundo do tacho.
  • Com a massa anterior fria, molde broas ovais e achatadas. Marque a superfície com um garfo e pincele com ovo batido.
  • Disponha as broas num tabuleiro, untado com manteiga, e leve ao forno, pré-aquecido a 180ºc, por cerca de 10 minutos. Retire, deixe arrefecer e sirva polvilhadas com açúcar em pó.

quinta-feira, outubro 31, 2024

Broas Fritas de Alpiarça

No Dia de Todos os Santos era tradição das crianças pedirem o Pão por Deus. Nalguns locais, essa tradição é chamada de "Bolinho Bolinho ou Bolinho Bolinhó". A ideia é ir de porta em porta com um saquinho a pedir doces. Estas broas são feitas na zona de Alpiarça - não só, mas também - por esta altura do ano, para ofertar às crianças. 

Estamos, pois, na época dos Santos. Estamos então na época das Broas. Por isso deixo-lhe, hoje, duas receitas de Broas típicas de Alpiarça, no Ribatejo

A 1ª é de Broas Fritas.

Ingredientes:
600 g de açúcar ;
600 g de farinha de trigo ;
500 g de farinha de milho ;
2 dl de azeite ;
2,5 dl de água ;
raspa da casca de 1 limão ;
2 colheres de chá de erva-doce ;
1 colher de sopa de canela em pó ;
1 colher de chá de sal

Confecção:
Peneiram-se para uma tigela as farinhas, o açúcar, a canela e a erva-doce. Junta-se a raspa da casca de um limão.
Leva-se o azeite ao lume a ferver e deita-se sobre as farinhas, escaldando-as. Mistura-se tudo e depois começa a amassar-se com a água morna onde se dissolveu o sal. Amassa-se muito bem.
Tendem-se as broas redondas ou ovais com a ajuda de farinha e coloca-se em cima uma amêndoa. Fritam-se em azeite, e quando as broas apresentarem «lar» na base (começarem a alourar) estão fritas. Escorrem-se sobre papel absorvente e passam-se as broas por açúcar.
A segunda é de Broas que vão ao forno. Ora veja!

quarta-feira, outubro 30, 2024

We Are One

Em 2009, o DJ Paul van Dyk viu o seu single "We are one", de 2004, escolhido para encerrar as festividades dos 20 anos da Queda do Muro de Berlim. 

A letra desta canção tornou-se uma espécie de hino para celebrar o país: 
Born out of the dirt
Scattered and thrown into the world
Huddled together

One sun shines on us all
Our skin and bones add up to more
When we cling together.

We can be as one
No more barriers
Build a bridge with love
No more barriers

This time our time has come
No more barriers
We are one

One thought, one glorious thought
We are alive inside of a life
We're in it together

We can be as one
No more barriers
Build a bridge with love
No more barriers
This time our time has come
No more barriers
We are one

We can overcome together
We can be as one together
We can overcome together
We can be as one together

Aqui lhe deixo, no vídeo abaixo o registo desta canção. Não perca a oportunidade de a ouvir.

terça-feira, outubro 29, 2024

Canção do Exílio

Murilo Mendes (1901-1975) foi um poeta, colecionador, organizador de exposições, prosador e crítico de artes plásticas brasileiro, católico e expoente do surrealismo na literatura brasileira. Foi uma das figuras mais influentes da vida artística brasileira. 

Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam  gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
A gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
Eu morro sufocado
em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia.

Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade!
Murilo Mendes

segunda-feira, outubro 28, 2024

O Arco Escuro

Após a conquista de Lisboa aos mouros em 1147, as Portas medievais da Cerca Moura tornaram-se Arcos, já que a finalidade militar de defesa das primeiras deixou de ter utilidade.

A Porta do Mar antiga, atualmente conhecida por Arco Escuro, é uma antiga porta da cidade inserida naquela cerca  de Lisboa. Encontra-se na Rua dos Bacalhoeiros, defronte da porta travessa da Igreja da Conceição Velha. É também denominada por Postigo da Rua das Canastras, por ficar no fim desta rua.

Em 1762 ficava fronteira à porta travessa da Igreja da Misericórdia, atual Igreja da Conceição Velha.

O Arco Escuro (freguesia de Santa Maria Maior) fazia, então, parte da Cerca Moura de Lisboa e quiçá, terá sido a primeira serventia rasgada na muralha, pois já o cruzado R. (vulgarmente conhecido como Osberto de Bawdsey) a ele se referiu na sua carta onde relata a conquista de Lisboa por D. Afonso Henriques e os cruzados. Este Arco também foi vulgarmente conhecido por Postigo da Rua das Canastras, Arco do Armazém Velho ou ainda Arco de São Sebastião.

domingo, outubro 27, 2024

Atentado ao Hotel Taj Mahal ou Hotel Mumbai

Hotel Mumbai ou Atentado ao Hotel Taj Mahal é um filme (drama histórico e de suspense) realizado por Anthony Maras e conta no elenco com: Dev Patel, Armie Hammer e Jason Isaacs.

Inspirado no documentário Surviving Mumbay que narra os atentados de 26 de novembro de 2008 em Bombaim, o filme incide mais particularmente no Taj Mahal Palace, um dos alvos desses ataques terroristas. Esta é a história do ataque terrorista a este luxuoso hotel, em Bombaím.

O filme estreou em 2018 quer no Festival Internacional de Cinema de Toronto, quer no Festival de Cinema de Adelaide na Austrália.

Sinopse:
Em 2008, o famoso Hotel Taj Mahal em Mumbai foi atacado por um grupo terrorista. 
Esse grupo de terroristas chega à cidade de barco, disposto a promover uma série de ataques em locais icónicos da cidade. Um deles é o luxuoso hotel Taj Mahal, bastante conhecido pela quantidade de estrangeiros e artistas que nele se hospeda. Quando os ataques começam, o humilde funcionário Arjun (Dev Patel) tenta ajudar ...
Dentro do hotel os funcionários estão encurralados, mas farão de tudo para salvar os reféns. Uma emocionante história real onde a humanidade e o heroísmo são protagonistas.
No meio do caos, os funcionários do hotel arriscam a vida para manterem todos a salvo e fazem sacrifícios impensáveis para se protegerem a si e às suas famílias.
Assista, agora, ao trailer legendado de Hotel Mumbai.

sábado, outubro 26, 2024

O Jogo Da Amarelinha

 O Jogo Da Amarelinha é um livro (romance) do escritor argentino Julio Cortázar.
O livro mais famoso de Julio Cortázar foi publicado em 1963, e  é considerado um dos títulos mais importantes e inovadores da língua espanhola e da literatura latino-americana e um marco da literatura do século vinte.

Sinopse:
Tão radical quanto inclassificável, a obra-prima de Julio Cortázar mudou para sempre a história da literatura.
O livro narra o amor entre um intelectual argentino no exílio, Horacio Oliveira, e uma misteriosa uruguaia, Maga.
O protagonista é um boémio, escritor argentino radicado em Paris, desanimado com o fim de seu relacionamento com Maga. No início do romance, Oliveira é mostrado como uma alma perdida. Ele vagueia ao acaso pelas ruas e pontes de Paris, procurando em vão a visão de Maga, torturado pela lembrança dela.

Críticas:
Roberto Bolaño: "Estamos diante de um romancista realmente criador, o único da América Latina de hoje que se pode ombrear com o nosso Guimarães Rosa." 
Haroldo de Campos: "Nenhum outro escritor deu ao jogo a mesma dignidade literária. A obra do autor argentino abriu portas inéditas."
Mario Vargas Llosa: "O O jogo da amarelinha é uma construção literária e, a uma só vez, um projeto paradoxal de destruição da literatura. Uma obra em constante gestação, um texto que se vai tecendo à medida que se lê."
Davi Arrigucci Jr: "As grandes obras são as que, passados os anos, continuam sendo inclassificáveis. E penso que O jogo da amarelinha ainda é um romance inclassificável. Talvez só agora estejamos prontos para ler, de verdade, Cortázar."

sexta-feira, outubro 25, 2024

A Casa Menezes Bragança

A Casa Menezes Bragança ou Palácio de Chandor, em Goa, é uma casa senhorial Indo-Portuguesa da segunda metade do século XVIII.

O grande palácio resulta da junção de duas casas de dois primos, os Bragança Pereira e os Meneses Bragança. O edifício daí resultante alcança uma grandeza sem paralelo na arquitetura goesa. Com uma entrada principal e uma escadaria abrindo-se em dois lances, a Casa Meneses Bragança apresenta uma galeria que, embora sem precedentes no que respeita à sua extensão, terá sido comum nos palácios da grande nobreza portuguesa radicada em Goa.

No seu conjunto o Palácio Chandor divide-se em duas casas; respectivamente, a ala nascente, correspondendo à Casa Bragança Pereira, e a ala poente, correspondendo, hoje, à Casa Meneses Bragança. A longa fachada é marcada ao centro por um núcleo de entrada que dá acesso ás duas casas. Rematado por frontão triangular e dois fogaréus este corpo central salienta-se da fachada conferindo uma clara unidade ao conjunto.

Um jardim limitado por um muro de alvenaria corre ao longo da fachada principal acentuando um efeito de unidade ao edifício.

O interior da Casa Meneses Bragança mantém-se com poucas alterações, possuindo ainda a casa uma excepcional colecção de mobiliário que se distribui por salas, salões, biblioteca e quartos, o que lhe confere um valor de museu.

Liteira

O Palácio de Chandor, localiza-se no largo da Igreja de Nossa Senhora de Belém e constitui elemento emblemático do núcleo urbano fundamental da povoação de Chandor. Este espaço de forma irregular, marcado ao centro pela presença de um monumental cruzeiro, é definido a sul pelo palácio e a poente pela Igreja de Nossa Senhora de Belém.