Hoje é Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Luiz Vaz de Camões, está a ser homenageado por Portugal nos 500 anos do seu nascimento, pois terá nascido em 1524. Pouco se sabe com certeza sobre a sua vida. Aparentemente nasceu em Lisboa, de uma família da pequena nobreza.
A biografia incerta do poeta, desde o desterro até às suas viagens, moldou a obra de Luís Vaz de Camões (1524?-1580).
Luís Vaz de Camões é autor dos Lusíadas, o poema épico sobre as descobertas portuguesas. A importância da sua obra só foi reconhecida após a sua morte. A sua influência na literatura portuguesa é enorme, com obras como: Os Lusíadas, os Sonetos e as Rimas.
Camões é reconhecido como o poeta nacional de Portugal, e considerado uma das maiores figuras da literatura lusófona e um dos grandes poetas da tradição ocidental.
Celebrando este dia deixo-lhe aqui dois sonetos sobejamente conhecidos deste poeta português.
Alma minha gentil, que te partiste
Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Algu~a cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.



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