Norman Smith, também conhecido como Hurricane Smith (1923 - 2008) foi um músico e produtor musical inglês.
Ele foi o engenheiro de todas as gravações dos Beatles até 1965. O último álbum dos Beatles que gravou foi Rubber Soul.
No início de 1967, começou a trabalhar com os Pink Floyd, produzindo os seus três primeiros álbuns de estúdio: The Piper at the Gates of Dawn, A Saucerful of Secrets e Ummagumma.
Em 1968, Smith produziu um dos primeiros álbuns conceptuais de rock, SF Sorrow, do The Pretty Things.
Em 1971, sob o nome de Hurricane Smith, teve sucesso no Reino Unido com Don't Let It Die. Em 1972, obteve também um sucesso transatlântico com Oh Babe What Would You Say?, que se tornou um sucesso nos EUA .
Não deixe de ouvir Don't Let It Die, uma música da década de 70, que já continha um apelo á conservação da natureza. Ora ouça. Vale mesmo a pena.
"Os temas deste livro são variados, vão desde recordações de infância a uma velhice imaginada, passando por inúmeros locais, desde a terra natal de José Luís Peixoto e o Alentejo, até a muitos dos sítios por onde viajou. Páginas que se podem ir lendo aos poucos, já que as crónicas são curtas e não seguem exatamente uma sequência".
Aqui lhe deixo um texto deste livro sobre o Porto. Não perca. Vale a pena ler até ao fim.
"Então, eu comia o Porto. Ali à beira do Douro, abria a boca e enchia-a com o Porto. Pousava-o sobre a língua e mastigava-o com cuidado, para não causar estragos na Torre dos Clérigos, no Pavilhão Rosa Mota ou na estátua do leão e da águia da Boavista. Os portuenses haviam de acreditar que o céu da minha boca era um dia de outono nublado e continuariam a fazer a sua vida normal, voltariam para casa à hora certa do relógio de pulso e os autocarros continuariam a subir e a descer os Aliados sem perturbação. O momento de engolir o Porto seria sereno para a cidade e, para mim, seria o instante em que a memória do seu gosto se tornaria efectiva. O Porto não saberia a molho de francesinha, muito menos a tripas ou a vinho doce, teria um gosto composto por múltiplo, intenso e contraditório, composto por perífrase, hipérbole e oximoro. Eu fechava os olhos, claro, para sentir analiticamente o gosto do Porto. Passava bastante tempo assim, o silêncio tinha vagar para rodear-me.
Sentia todo o caminho do Porto através da minha garganta. Haveria de lembrar-me de goles de água no verão, o fresco da água a descer por mim como uma onda de temperança. Nesse túnel, o Porto, com os seus estádios, com o mercado do Bolhão, haveria de fluir imperturbável, mais lento e justo do que um rio grande, atravessado por pontes de ferro projectadas por Gustave Eiffel. Eu não haveria de me engasgar com o Porto, nem sequer me lembraria dessa possibilidade, nem sequer a consideraria. Seria capaz de respirar grandes volumes de ar fresco e limpo, seria capaz de respirar uma tarde inteira ou, mesmo uma primavera inteira, uma infância inteira. Para o Porto, esse caminho no interior da minha garganta seria menos do que uma brisa. Talvez alguns portuenses, os mais sensíveis à humidade, subissem a gola do casaco por instantes, talvez quisessem cobrir o pescoço, sentir tecido na pele fina do pescoço. O carros continuariam a parar nos sinais vermelhos e a avançar nos sinais verdes, continuariam a encaracolar-se pelos caminhos do silo de estacionamento ou, na rua, continuariam a seguir as indicações de um arrumador com barba, vestido com casacos sobrepostos.
O Porto chegava-me ao estômago à hora certa do entardecer. A tranquilidade seria inquestionável. Todos os poetas da cidade haveriam de ter um acesso súbito de inspiração. O meu estômago não precisava de se dilatar, barrigada, para ser capaz de acolher toda a cidade num plano horizontal, nivelado ao milímetro pelos desníveis habituais das suas ruas e avenidas. Quem estivesse a descer até à Foz, continuaria passo após passo; quem estivesse a subir até ao Marquês, continuaria passo após passo. As gaivotas planariam voltas perfeitas dentro do meu estômago e, assim, seriam capazes de puxar a noite. Chegaria devagar, ao ritmo intermitente das luzes que se começariam a acender na Baixa.
Por acaso simbólico, a absorção começaria precisamente à hora de jantar. As casas, o ar, as ruas, os viadutos, as montras, os jardins, as pessoas, os carros, as palavras, a pronúncia, os monumentos seriam gradualmente absorvidos pelas paredes do estômago. Atravessá-las-iam como uma sombra que fosse progredindo sobre a cidade, como uma maré de nuvens que fosse tapando a lua e as estrelas, uma a uma. Todos os elementos sólidos e não sólidos da cidade, mesmo os invisíveis, transformar-se-iam em carne, na minha carne, no meu sangue a correr pelas minhas veias e a atravessar-me desde a ponta dos dedos, os mesmos que carregam nestas teclas, até às pequenas artérias que irrigam os meus olhos, o meu cérebro. O Porto seria oxigenado pelos meus pulmões, passaria pelo meu ventrículo esquerdo e, depois, pela aorta. A zona das Antas seria uma extensão da minha pele, a Sé também. Quando eu tocasse alguma coisa, quando segurasse um livro ou ouvisse uma canção, só seria capaz de fazê-lo através do Porto. Na verdade, nem eu próprio seria capaz de distinguir-me do Porto. Seria capaz de dizer "o Porto", seria capaz de dizer "eu", mas apenas o faria por preguiça analítica, por mecanismo desonesto de esquematização. Essa mentira seria fácil de desmascarar em cada palavra dita, escrita, em cada silêncio, porque se eu articulasse um som mínimo, seria o Porto que o estaria a dizer; se eu escrevesse uma letra, seria o Porto a escolhê-la; se eu permanecesse quieto, a olhar para a distância e a pensar em imagens de tempos passados, seria o Porto que existiria no meu lugar, a lembrar-se de dias, passados neste ou noutro século".
Amalfi: ilustração de uma mulher com vestido amarelo (1922) é uma obra (poster) de George Barbier, o grande artista daArt Déco.
George Barbier (1882 - 1932) foi um dos maiores ilustradores de França do começo do século XX, além de desenhador de moda e pintor.
Barbier liderou um grupo de artistas da École des Beaux Arts em Paris. Conhecidos pelo seu estilo extravagante e elegante, eles foram apelidados de "Os Cavaleiros da Pulseira". Este grupo de ilustradores e artistas ajudou a formar a estética do período Art Déco.
Barbier foi introduzido nos círculos da elite pelos primos Bernard Boutet de Monvel e Pierre Brissaud, e os amigos Paul Iribe, Georges Lepape e Charles Martin. Durante a sua carreira, este artista ainda trabalhou com desenhos para vidreiras, joalharia e papéis de parede. Também escreveu ensaios e vários artigos para a prestigiada Gazette du bon ton.
Nos anos 20 trabalhou com Erté em desenhos de cenários e vestuário para a Folies Bergère, e em 1929 redigiu a apresentação da aclamada mostra de Erté, alcançando grande popularidade com a regular publicação de desenhos na revista L'Illustration.
A influência do Japão na arte europeia é conhecida pelo nome de Japonismo.
O Japonismo é um termo de origem francesa utilizado pelo colecionador e crítico de arte francês Philippe Burty (1830-1890) referindo-se à influência e popularidade do design e da arte japonesa da segunda metade do século XIX.
Este termo foi desenvolvido para explicar a repentina expansão e popularidade das estampas "ukiyo-e", um estilo de pintura parecido com a xilogravura japonesa, criada ao longo do período Edo, de objetos artísticos e decorativos japoneses que influenciaram os artistas e obras ocidentais, com maior destaque nos Estados Unidos e Europa.
O Japonismocomeçou a desenvolver-se por volta da segunda metade do século XIX, sendo promovido pelas
La Japonaise, Claude Monet Madame Monet en costume japonais
Exposições Internacionais de 1862, 1867 e 1878, em cidades como Londres e Paris.
O Japão passou cerca de três séculos, sem contacto com o ocidente, e a sua cultura era desconhecida para o resto do mundo. Enquanto estiveram isolados, os japoneses criaram estilos originais de expressão artística, com temas variados, em especial os ligados à tradição militar, à religião, ou ao quotidiano, tendo desenvolvido também técnicas peculiares de produção.
O Japonismo não pode ser considerado como uma "cópia" do Japão pela Europa, mas sim um encontro entre as duas culturas.
As xilogravuras do "Ukiyo-e" chegaram ao mercado de arte europeu, numa época em que o impressionismo estava a florescer na Europa.
Muitos aspectos dos movimentos artísticos da Art Nouveau e do Impressionismo não podem ser entendidos sem uma referência aos modelos japoneses. Entre os pintores mais influenciados pelo Japonismo estão Van Gogh, Manet, Monet, Degas, Gauguin, Seurat, Mucha, Bonnard, Matisse, entre outros.
Imagem original e cópia feita por Van Gogh.
Van Gogh utilizou a palavra Japonaiserie para nomear essas influências da arte japonesa na estética artística europeia. O artista utilizou as pinturas do artista japonês chamado de Hiroshige como inspiração (como pode ver no vídeo abaixo).
Embora a influência do Japonismo nas artes visuais seja notável, ela não se restringe apenas a esta área artística, tendo influenciado também a arquitetura, o paisagismo e a moda.
Com o início e o fim da Primeira Guerra Mundial esse tipo de influência japonesa e as estéticas modernistas deixaram de fazer sucesso.
Assista agora ao vídeo o Japonismo e o surgimento da Arte Moderna.
E agora a influência da arte japonesa em Van Gogh.
O vídeo abaixo (publicado no canal Histórias Romanas) explora a história do pão naRoma Antiga, um dos alimentos mais importantes daquela época.
Vai descobrir, assim, os tipos de pão que eram feitos, os ingredientes usados, como trigo, cevada, e até frutas secas, e como os romanos o preparavam em fornos rústicos. Além disso, o vídeo fala-lhe sobre o papel do pão nos banquetes romanos e nas refeições quotidianas, mostrando como esse alimento básico era valorizado na cultura romana.
O Minimalismo na Casa: 6 Ideias Geniais daMarie Kondo é um vídeo de uma influencer brasileira.
Marie Kondo (1984), é uma especialista em organização pessoal, empresária e escritora japonesa.
Kondo escreveu quatro livros sobre organização pessoal, que venderam milhões de cópias e foram traduzidos do japonês para mais de 40 idiomas, incluindo coreano, chinês, indonésio, alemão, sueco, português, espanhol, francês e inglês.
Um de seus livros, The Life-Changing Magic of Tidying Up (2011) foi publicado em mais de 30 países, tornando-se best-seller no Japão e na Europa.
A revista Time incluiu-a na lista das cem pessoas mais influentes do planeta.
Não deixe de conhecer, em baixo, 6 Ideias Geniais da Marie Kondo.
Anastácio Gonçalves (1888 - São Petersburgo, 1965) foi um médico e colecionador português que legou ao Estado português uma valiosa coleção de arte que se encontra disponível ao público na Casa -Museu Dr. Anastácio Gonçalves, em Lisboa.
Anastácio Gonçalves participou na I Guerra Mundial como médico incorporado no Corpo Expedicionário Português.
Médico oftalmologista de prestígio, conviveu com personalidades do mundo da ciência, da literatura e das artes como Ricardo Jorge, Silva Porto, José Malhoa, Columbano e Rafael Bordalo Pinheiro, Fernando Fonseca, Aquilino Ribeiro e Ferreira de Castro, entre outros.
A casa onde está instalado o Museu Dr. Anastácio Gonçalves foi encomendada pelo pintor José Malhoa a Norte Júnior que com este projeto ganhou o seu primeiro Prémio Valmor em 1905. Tratou-se, da primeira casa-de-artista da capital. A casa foi preparada para vir a ser museu a partir de 1933, quando o médico republicano Anastácio Gonçalves a comprou.
Esta Casa - Museu contém as coleções de arte construídas por Anastácio Gonçalves, de pintura portuguesa, porcelana chinesa e mobiliário europeu que têm reputação internacional.
Se quiser conhecer esta casa não deixe de ver a Visita Guiada à Casa - Museu Anastácio Gonçalves, pelas mãos de Paula Moura Pinheiro e da historiadora de arte Ana Mântua, que é a guia desta visita, através de um vídeo de João Santos.
Ouça o tema Escurinha (compositores: Arnaldo Passos/Geraldo Theodoro Pereira) na interpretação do grupo Fundo de Quintal(que canta Cartola).
Este vídeo é do canal Fitamarela, que divulga música de raiz, seja ela o samba, o pagode, o partido alto, o samba enredo, o forró ou qualquer outro ritmo brasileiro.
Escurinha, tu tem de ser minha de qualquer maneira
Te dou meu barraco, eu te dou meu boteco
Que eu tenho no morro de Mangueira
Comigo não há embaraços
Vem que eu te faço, meu amor
A rainha da escola de samba
Que o teu preto é diretor
Quatro paredes de barro
Telhado de zinco, assoalho de chão
Só tu, escurinha, quem está faltando
No meu barracão
Sai disso, bobinha
Aí nessa cozinha levando a pior
Lá no morro eu te ponho no samba
Te ensino a ser bamba, te faço a maior, é
Escurinha, tu tem de ser minha de qualquer maneira