sábado, julho 01, 2023

Área Branca /17

Escrevo como um animal, mas com menor
perfeição alucinatória. Não sei imprimir as três linhas
convergentes do pé da gaivota, nem os pomos
leves da pata dos felinos. Só de uma forma rudimentar
escrevo, e estou a predestinar-me ao fim.
Depois de tantos séculos posso afirmar
que a escrita é uma escravidão dura.
Sei que é inútil e desumano mover as mãos
assim. Nem estou convicta de que seja digno
escrever desta maneira; é uma manufactura triste,
quando as mãos podiam apenas escavar
na terra ou no corpo. Podem ficar as palavras
somente na fita magnética como nas cabeças loiras.
Nada na infância nos deveria obrigar
a traçar as patas dos roedores repelentes
que são letras. O som da boca deve escrever-se
no écran, com a nova razão da nova máquina
da realidade. Na areia, porém, ou no mosaico molhado
terei de aperfeiçoar a minha pegada. Aproximar
dela a mão até alcançar a harmonia do trilho
do escaravelho. Uma fieira de montículos
e ranhuras até ao infinito que para ele é o mar.
Há quantos séculos os seres humanos se aprisionaram
no mito da caligrafia. Como tem sido penoso esse gesto,
há tanto tempo, e só eu o renego, porque sinto
a opressão com que alguém o tornou mais nobre
do que a minha fala ou a minha visão, únicas
propensões inatas. Prefiro aprender pormenorizadamente
a conservar uma impressão digital. Há um pensamento
abstrato e maquinal que decora a História com inteligência
mecânica, e por isso é supérfluo escrever. Só alguns
raros escribas, como os desenhadores de máquinas,
seriam necessários. E poderia descansar a cabeça
no regaço da lama.

sexta-feira, junho 30, 2023

Maria Papoila

Maria Papoila é um filme português do ano de 1937, realizado por Leitão de Barroscom argumento de Vasco Santana,  Alberto Barbosa e José Galhardo, e que conta no elenco com Mirita Casimiro e António Silva.

Sinopse:

Jovem beirã de vida agreste, Maria Papoila foge, um dia, para Lisboa, onde arranja emprego como criada de servir. Um dia conhece um rapaz rico, Eduardo da Silveira, um estroina filho-família que com ela anda por mera diversão, mas que julgou da sua condição devido ao uniforme de soldado raso. Tempos depois, preso como suspeito dum roubo de monta, Eduardo é abandonado pela egoísta noiva, Margarida, e será a "sopeirinha" que, embora desprezada no seu sonho, e sacrificando a honra, se apresenta no tribunal como amante de Eduardo, que é absolvido. Sem nada lhe pedir, Maria Papoila regressa à sua aldeia. Mas, então...

quinta-feira, junho 29, 2023

São Pedro da Afurada

São Pedro da Afurada é uma antiga freguesia portuguesa do município de Vila Nova de Gaia, com 736.276 m2 e 6.500 habitantes. Situa-se na margem esquerda (Sul) do rio Douro, quase junto à Foz; na margem direita do rio Douro ( Norte) localiza -se a cidade do Porto. A sua densidade populacional era 3568 hab/km². 

São Pedro da Afurada é uma das três antigas freguesias urbanas da cidade de V.ª N.ª de Gaia, juntamente com Mafamude e Santa Marinha.

É uma localidade bastante ligada à tradição piscatória. O seu santo padroeiro é o São Pedro. A sua festa principal é o São Pedro da Afurada.

Gente de grande devoção, todos os anos os pescadores prestam a devida homenagem ao santo.

Para além das cerimónias religiosas, não falta a tradicional sardinha assada, com a típica Broa de Avintes e o fogo de artifício. Esta festa atinge o seu auge aquando da saída da procissão, cujos andores transportam imagens de santos e santas, sendo alguns de tamanho natural, seguidos pelos seus fiéis trajados com as tradicionais vestes das gentes da pesca.

À passagem defronte ao Rio Douro, procede-se à bênção dos barcos, acompanhada pelo toque das sirenes e morteiros.

Durante as Festas de São Pedro da Afurada, são colocadas na Praça de São Pedro as imagens da N.ª Sr.ª de Fátima, N.ª Sr.ª do Carmo (padroeira dos homens do mar) e de São Miguel Arcanjo. A imagem de São Pedro (padroeiro dos pescadores) é permanente neste local, pois aqui existiu a antiga Igreja da Afurada. Essa igreja foi destruída pelas enchentes do Douro.

quarta-feira, junho 28, 2023

Bolo duque de São Pedro

Com votos de excelentes festejos de São Pedro aqui fica mais uma receita.

Ingredientes:

500 gr Açúcar
125 gr Batata doce
125 gr Cenoura
250 gr Amêndoa
50 gr Manteiga
9 Ovos
2 colheres de sopa de Farinha
1 colher de chá de Canela em pó

Preparação:
Cozer a batata doce e cenoura e fazer um puré com estes 2 ingredientes. Deixar arrefecer. Separar as gemas das claras. Misturar 9 gemas sem bater demasiado. Bater 4 claras até ficar em ponto castelo. Misturar o açúcar com a amêndoa, acrescentar o puré, a farinha e deitar por cima a manteiga derretida. Mexer bem. Juntar as gemas e voltar a mexer e por fim juntar as claras em castelo. Untar bem uma forma, forrar o fundo com papel vegetal e voltar a untar e polvilhar com farinha. Colocar em forno a 180ºc durante mais ou menos 35 minutos.

Dicas:
Se assim o desejar, depois do bolo frio pode cobri-lo com 2 claras misturadas com 250 gr de açúcar em pó e decorar com amêndoas.

terça-feira, junho 27, 2023

Como Usar O Vermelho Sem Ficar Sexy?

Como Usar  o Vermelho Sem Ficar Sexy? Se quiser ficar a saber sugiro-lhe que veja mais um vídeo da influencer brasileira Luciane Cachinski.

Luciane Cachinski é uma influencer e youtuber brasileira que se dedica a transmitir ao público feminino, com um humor peculiar, o que aprendeu sobre moda durante 27 anos. 

Luciane é também proprietária da empresa Corte in Brazil, que fabrica, num pequeno atelier familiar, uma coleção feminina básica em malha. 

O vermelho é uma cor poderosa e polémica! 

Muitas mulheres não se sentem à vontade ao usar essa cor porque consideram o vermelho com uma cor muito sensual. Mas como usar o vermelho sem ficar sexy? 

No vídeo de hoje pode aprender, muitos exemplos infalíveis e dicas de moda feminina, para usar o seu look vermelho sem ficar sexy!

segunda-feira, junho 26, 2023

Era Uma Vez Um Jardim

Ouça Era Uma Vez Um Jardim (1º vídeo) na voz da cantora brasileira Nara Leão. 

Nara Leão (1942 - 1989) foi uma cantora, compositora e instrumentista brasileira. Pelo lado paterno era descendente de portugueses, dos Açores, e pelo materno era descendente de imigrantes italianos 

No 2º vídeo ouça a cantora, de ascendência portuguesa, Maria Teresa.

A cantora Maria Teresa, com ascendência portuguesa e nascida na França interpreta fados no estilo de Nara Leão. No seu disco Era Uma Vez Um Jardim,  apresenta fados, música portuguesa e brasileira. Nascida na França, Maria Teresa aprendeu a cantar com sua mãe, portuguesa.

Era uma vez um jardim que se chamava Terra
Como fruto maduro brilhava ao sol.
Não era o inferno nem o paraíso,
E as flores sem nome se abriam em riso

Lara ia lara ia lara ia

Era uma vez um jardim onde havia uma casa
Com o leito de espuma pra fazer amor.
Sem fazer ruído um regato corria,
Pelo caminho levava a alegria.

Lara ia lara ia lara ia

Era uma vez um jardim onde havia uma praia
Em que a gente vivia feliz e sem dor.
O canto da Terra era a liberdade,
E as crianças felizes em roda brincavam.

Lara ia lara ia lara ia

Era uma vez um jardim que se chamava Terra
Onde o amor espalhava toda claridade.
Ninguém se lembrava de fazer a guerra,
Na beira da estrada os caminhos em flor.

Lara ia lara ia lara ia

Para onde foi o jardim onde a gente morava?
Até as flores da estrada perderam a cor.
Onde está esta casa de portas abertas,
que eu ainda procuro cheio de saudade.

Lara ia lara ia lara ia
Era Uma Vez Um Jardim, aqui na voz de Nara Leão.
E agora uma outra interpretação na voz de Maria Teresa.

domingo, junho 25, 2023

As Fontainhas

O Bairro das Fontainhas situa-se na freguesia do Bonfim (no extremo sul) da cidade do Porto. A zona das Fontainhas é uma das zonas mais antigas e típicas da cidade, situada na encosta do rio Douro, junto à Ponte do Infante. Esta é uma área predileta para quem pretende contemplar a paisagem do Douro, de Vila Nova de Gaia e da própria cidade do Porto. O Miradouro das Fontainhas assume-se como um ponto de visita incontornável, onde poderá desfrutar de momentos relaxantes repletos de paisagens arrebatadoras.

Este bairro é especialmente conhecido por ser um ponto de passagem obrigatório na noite de São João. Na Alameda das Fontainhas realizava-se, aos sábados da parte da manhã, a famosa Feira da Vandoma.

Recentemente, tal como em Lisboa, tem aumentado a proporção de turistas a ocupar espaços de alojamento local em relação a moradores permanentes.