segunda-feira, maio 24, 2021

O Bêbado e a Equilibrista

Conheça a história de "O Bêbado e a Equilibrista", hino da amnistia e um clássico da música brasileira para a qual Aldir Blanc escreveu esta belíssima letra para a não menos bela melodia de João Bosco.  

Lançada em 1978, a música tem forte teor político. O momento político do Brasil é lembrado várias vezes, em metáforas ou em menções como "Choram Marias e Clarisses".  As Marias e Clarisses eram as viúvas dos presos políticos, representadas na letra pela Maria, mulher de Manuel Fiel Filho, e pela Clarisse, de Vladimir Herzog: os dois morreram nos porões do DOI-CODI.

O samba foi a banda sonora para "A Volta do Irmão do Henfil' e de outros exilados pela ditadura militar brasileira.

Oiça então (em baixo) O Bêbado e a Equilibrista na voz da cantora brasileira Elis Regina.

Caía a tarde feito um viaduto

E um bêbado trajando luto

Me lembrou Carlitos

A lua tal qual a dona do bordel

Pedia a cada estrela fria

Um brilho de aluguel


E nuvens lá no mata-borrão do céu

Chupavam manchas torturadas

Que sufoco!

Louco!

O bêbado com chapéu-coco

Fazia irreverências mil

Pra noite do Brasil

Meu Brasil!

Que sonha com a volta do irmão do Henfil

Com tanta gente que partiu

Num rabo de foguete

Chora

A nossa Pátria mãe gentil

Choram Marias e Clarisses

No solo do Brasil


Mas sei que uma dor assim pungente

Não há de ser inutilmente

A esperança

Dança na corda bamba de sombrinha

E em cada passo dessa linha

Pode se machucar


Azar!

A esperança equilibrista

Sabe que o show de todo artista

Tem que continuar

Um outro vídeo com a mesma canção onde Elis Regina explica o porquê desta música.

 

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