sexta-feira, janeiro 18, 2019

D. Pedro II do Brasil

Vale a pena ler e saber. O mundo está a precisar de governantes assim...

Quando D. Pedro II (1840 - 1889) do Brasil subiu ao trono, em 1840, 92% da população brasileira era analfabeta.
No seu último ano de reinado, em 1889, essa percentagem era de 56%, devido ao seu grande empenho na educação, na construção de faculdades e, principalmente, de inúmeras escolas que tinham como modelo o excelente Colégio Pedro II.
A Imperatriz Teresa Cristina cozinhava as próprias refeições diárias da família imperial apenas com a ajuda de uma empregada (paga com o salário de Pedro II).
Assim, em 1880, o Brasil era a 4º economia do Mundo e o 9º maior Império da história.
De 1860-1889 a média do crescimento económico foi de 8,81% ao ano.
Em 1880 o número de impostos era de 14. Hoje, são 98. De 1850 a 1889 a média da inflação foi de 1,08% ao ano. Em 1880 a moeda brasileira tinha o mesmo valor do dólar e da libra esterlina.
No mesmo ano o Brasil tinha a segunda maior e melhor marinha do Mundo, perdendo apenas para a da Inglaterra e foi o maior construtor de caminhos de ferro do Mundo, com mais de 26 mil km.
Entre 1860 e 1889 o Brasil foi o primeiro país da América Latina e o segundo no Mundo a ter ensino especial para deficientes auditivos e deficientes visuais.
Nesta altura a imprensa era livre tanto para divulgar o ideal republicano quanto para falar mal do  Imperador D. Pedro II
"Diplomatas europeus e outros observadores estranhavam a liberdade dos jornais brasileiros" refere o historiador José Murilo de Carvalho. Mesmo diante desses ataques, D. Pedro II colocava-se contra a censura. "Imprensa combate-se com imprensa", dizia.
O Maestro e Compositor Carlos Gomes, de "O Guarani" foi apoiado financeiramente por Pedro II até atingir grande sucesso mundial.
D. Pedro II mandou acabar com a guarda chamada Dragões da Independência por achar desperdício de dinheiro público. Com a república a guarda voltou a existir.
Em 1887, Pedro II recebeu os diplomas honorários de Botânica e Astronomia pela Universidade de Cambridge. D. Pedro II falava 23 idiomas, sendo que era fluente em 17.
A primeira tradução do clássico árabe "Mil e Uma Noites" foi feita por D. Pedro II, do árabe arcaico para o português do Brasil.
D. Pedro II doava 50% de sua dotação anual para instituições de caridade e incentivos para educação com ênfase sobretudo nas ciências e artes.
Pedro II fez um empréstimo pessoal a um banco europeu para comprar a fazenda que abrange hoje o Parque Nacional da Tijuca. Numa época em que ninguém pensava em ecologia ou desflorestação, este imperador mandou reflorestar toda a grande fazenda de café com mata atlântica nativa.
Os média da época ridicularizavam a figura de Pedro II por usar roupas extremamente simples, e o desinteresse demonstrado no cuidado e manutenção dos palácios da Quinta da Boa Vista e Petrópolis. Pedro II não admitia tirar dinheiro do governo para tais futilidades. Alvo de charges quase diárias nos jornais, mantinha a total liberdade de expressão e nenhuma censura.
No seu exílio Pedro II andava sempre, pelas ruas de Paris, com um saco de veludo no bolso com um pouco de areia da praia de Copacabana. Foi enterrado com ele.
Fonte: Biblioteca Nacional RJ, IMS RJ, Diário de Pedro II, Acervo Museu Imperial de Petrópolis RJ, IHGB, FGV, Museu Nacional RJ, Bibliografia de José Murilo de Carvalho.

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