quarta-feira, abril 18, 2018

Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada

Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada é um livro de 1960 escrito por Carolina Maria de Jesus.
Carolina Maria de Jesus (1914 - 1977) foi uma escritora brasileira, que é considerada uma das primeiras e mais importantes escritoras negras do Brasil. A autora viveu boa parte da sua vida na favela do Canindé, na zona norte de São Paulo, sustentando-se a si e aos seus três filhos como apanhadora de papéis.
Carolina de Jesus já desde criança se interessava pela leitura, tendo mais tarde iniciado a escrita de um diário. A autora teve apenas dois anos de estudo, realizados na primeira escola espírita do Brasil, o Colégio Allan Kardec, fundado por Eurípedes Barsanulfo na sua cidade natal.
Em 1960, o jornalista Audálio Dantas visitou a favela do Canindé, local onde vivia Carolina de Jesus, relatando ter se encantado com a autora que, "apesar de ser uma mulher extremamente pobre e simples, demonstrava uma grande lucidez crítica".
Carolina de Jesus era também compositora e poetisa. A sua obra permanece objeto de diversos estudos, tanto no Brasil como no estrangeiro.

Sinopse:
O diário da apanhadora de papel Carolina Maria de Jesus deu origem à este livro, que relata o quotidiano triste e cruel da vida na favela do Canindé, nos finais da década de 1950.
Ambiente marcado pela extrema pobreza, o Canindé crescia na margem do rio Tietê ,com a chegada de nordestinos, sem-abrigo, e toda a sorte de pessoas que aumentavam o número de barrocões e as fileiras de desvalidos vivendo em condições subumanas na capital paulista. Entre eles vivia a mineira Carolina com os seus três filhos pequenos.
Negra, mãe solteira e desempregada, Carolina sobrevivia enfrentando a fome com o parco dinheiro que conseguia apanhando papel e "ferros" para vender. Nessa vida sofrida que muito a amargurava, o seu único consolo eram as palavras que imprimia no papel relatando a sua agonia e refletindo a injustiça da vida e dos homens. Seria também através das palavras que obteria a sua liberdade, ainda que momentânea.
Dos cadernos apanhados no lixo nasceria o diário que projetaria Carolina como uma das mais importantes escritora negras da literatura brasileira, injustiçada até o fim, mas que passaria a ser conhecida no mundo inteiro através de seu testemunho e exemplo.
A linguagem simples, mas contundente, comove o leitor pelo realismo e pelo olhar sensível de quem conta o que viu, viveu e sentiu nos anos em que morou na comunidade do Canindé, em São Paulo.

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