sábado, outubro 22, 2016

A História da Música em Sete Minutos


Não deixe de ver, aqui em baixo, A História da Música em Sete Minutos.

Pablo Morales de Los Rios (1979) cineasta, pintor, ilustrador, historicista, escritor e fotógrafo espanhol é o responsável por este incrível vídeo.
 
A música é considerada a arte mais antiga e a mais primitiva de todas. Através do seu estudo podemos compreender a evolução do mundo e da cultura de cada povo.


O vídeo que lhe proponho que veja hoje,  mostra a evolução da música desde o ínicio da humanidade, até aos dias de hoje. Mostra os instrumentos musicais, os ritmos e os estilos, desde as primeiras tribos, até à atualidade, mostrando até a criação das 7 notas musicais.
Assim, em sete minutos, passa pela música antiga, a clássica, o jazz, os blues, o rock, a metálica e a eletrónica.
Não deixe de ver, porque vale bem a pena!

sexta-feira, outubro 21, 2016

O Retrato de Ricardina

O Retrato de Ricardina é uma novela de Camilo Castelo Branco.
Sinopse:
O Retrato de Ricardina  retrata a sociedade portuguesa do século XIX, onde a mulher é discriminada e não possui os mesmos direitos que o homem.
Ricardina Pimentel é filha do Abade de Espinho, Leonardo Botelho de Queirós, que era um homem influente e poderoso, e de Clementina Pimentel.
Ricardina Pimentel apaixona-se por Bernardo Moniz que não possuía a mesma posição social que ela. Mas, estava prometida para casar com seu primo Carlos Pimentel. Por amor a Bernardo luta contra o seu pai e para não casar vai para o convento de Chagas em Lamego acompanhada pela mãe, que morre...
Resumidamente, O Retrato de Ricardina relata os amores de Ricardina Pimentel e de Bernardo Moniz.

Obra típica da criação camiliana, cujo herói é o amor. Retrato de mulher; retrato de uma época. A fidelidade recompensada, a dignidade da espera sem esperança - chaves de um "enovelado" enredo camiliano (como pode ver no vídeo abaixo que conta toda a história como se fosse um "cordel").

quinta-feira, outubro 20, 2016

O Presente

Não deixe de ver o filme de animação que se segue. Este filme foi realizado pelo alemão Jacob Frey em 2014.
Sinopse:
Um rapazinho recebe um presente. Vem dentro de uma caixa. Quando a abre, salta de lá um cãozinho com 3 pernas...
Quer saber o resto da história?
 Então, não deixe de ver este pequeno filme de animação. Vale bem a pena!

quarta-feira, outubro 19, 2016

Sô Santo

Lá vai o sô Santo...
Bengala na mão
Grande corrente de ouro, que sai da lapela
Ao bolso... que não tem um tostão.

Quando sô Santo passa
Gente e mais gente vem à janela:
- "Bom dia, padrinho..."
- "Olá!..."
- "Beçá cumpadre..."
- "Como está?..."
- "Bom-om di-ia sô Saaanto!..."
- "Olá, Povo!..."

Mas por que é saudado em coro?
Porque tem muitos afilhados?
Porque tem corrente de ouro
A enfeitar sua pobreza?...
Não me responde, avó Naxa?

- "Sô Santo teve riqueza...
Dono de musseques e mais musseques...
Padrinho de moleques e mais moleques...
Macho de amantes e mais amantes,
Beça-nganas bonitas
Que cantam pelas rebitas:
"Muari-ngana Santo
 dim-dom
ualó banda ó calaçala
 dim-dom
chaluto mu muzumbo
 dim-dom..."
Sô Santo...

Banquetes p´ra gentes desconhecidas
Noivado da filha durando semanas
Kitoto e batuque pró povo cá fora
Champanha, ngaieta tocando lá dentro...
Garganta cansado:
 "coma e arrebenta
 e o que sobra vai no mar..."

Hum-hum
Mas deixa...
Quando Sô Santo morrer,
Vamos chamar um Kimbanda
Para ngombo nos dizer
Se a sua grande desgraça
Foi desamparo de Sandu
Ou se é já própria da Raça..."

Lá vai...
 descendo a calçada
A mesma calçada que outrora subias
Cigarro apagado
Bengala na mão...

... Se ele é o símbolo da Raça
ou a vingança de Sandu...
Viriato da Cruz

terça-feira, outubro 18, 2016

Blowing In The Wind

Oiça o Prémio Nobel da Literatura deste ano, Bob Dylan, em Blowing In The Wind (ao vivo em março de 1963).
"O mais importante em Dylan é a poesia que há nas suas canções, que transcende a sua própria música" - Martin Scorsese

How many roads must a man walk down
Before you call him a man ?
How many seas must a white dove sail
Before she sleeps in the sand ?
Yes, how many times must the cannon balls fly
Before they're forever banned ?
The answer my friend is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind.
Yes, how many years can a mountain exist
Before it's washed to the sea ?
Yes, how many years can some people exist
Before they're allowed to be free ?
Yes, how many times can a man turn his head
Pretending he just doesn't see ?
The answer my friend is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind.

Yes, how many times must a man look up
Before he can see the sky ?
Yes, how many ears must one man have
Before he can hear people cry ?
Yes, how many deaths will it take till he knows
That too many people have died ?
The answer my friend is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind.

segunda-feira, outubro 17, 2016

Maputo tem Sul

"Maputo tem Sul", é uma crónica da angolana Aline Frazão, que não deve deixar de ler.
Aqui fica ela para a devida reflexão!

"Viajar dentro do continente é, provavelmente, o que me ensina mais sobre nós hoje em dia. Maputo é, em muitos sentidos, a antítese de Luanda. Não sei se é o Índico, a poesia rasgada de Eduardo White, o som hipnótico das timbilas ou a música por trás dos neologismos de Mia Couto. O céu é o mesmo mas o tempo aqui é outro. Não sei se é a proximidade com o pólo sul que cria um campo magnético capaz de fazer girar mais devagar os ponteiros deste relógio, ou se é mesmo um talento especial para o sossego. Sei que para uma luandense, chegar aqui pela primeira vez é encontrar o delicioso sabor da diferença.

Luanda - Av. dos Combatentes
Maputo tem luz, Luanda tem gerador. Maputo tem água nas torneiras, Luanda tem tanque e electrobomba. Maputo é uma cidade limpa, Luanda não se pode gabar disso. À hora de ponta, o trânsito daqui é o “até está a andar bem” para nós. Maputo é horizontal, Luanda é vertical. Maputo respira, Luanda transpira.

Hoje, terça-feira, é feriado em Moçambique. Celebra-se uma paz que, contraditoriamente, ainda não chegou. Apesar de falarem baixo, apesar da serenidade nos rostos e da amabilidade no trato, não se trata de um povo passivo ou resignado. Ainda ontem houve uma greve dos chapas, os candongueiros daqui, para exigir um ajuste do preço do transporte de acordo com a subida dos combustíveis. Moçambicano não se deixa. Quando me disseram que há mais de uma década que Moçambique tem eleições autárquicas levei as mãos à cabeça em sinal de vergonha. “Como é que nós, em Angola não temos? Será assim tão difícil? Não podemos aprender com os exemplos aqui ao lado?”

Falando em proximidade, no restaurante onde jantei ontem ouvi tocar pelo menos duas vezes o Carlos Burity. Angola, aqui, passa na rádio. Lamentei, em silêncio, que não aconteça o inverso. A música de Moçambique é uma grande desconhecida para nós. E não é falta de talento. De Sukuma a Azagaia, passando por Isabel Novela e Moreira Xonguiça, há para todos os gostos.
Maputo

Precisamos construir nossas pontes. Visitar-nos mais.

Maputo é um daqueles lugares do bom silêncio. Traço fino que vi no rosto de cidades como o Lubango. A precisão, o verde escuro, a temperatura. Até o vento da frente fria, que alonga a linha do “inverno” (nós diríamos cacimbo), nos arrefece com imprevisível doçura. Acho que é coisa de sul mesmo. Ou coisa de alguém com os sentidos tão viciados pelo caos da cidade, que tem o Sul como metáfora de Sossego. O Índico como um apontamento para a Lembrança.

No outro dia ouvi alguém dizer que “cada um tem a cidade que merece” mas não sei se estou de acordo. Se cada um estiver na cidade a que pertence… Como diria o extraordinário poeta Eduardo White, “não é justo um pássaro onde ele não pode voar.”

Luanda - Arredores
Luanda da tensão e dos problemas, dos lamentos e da extensão do riso, Luanda do martelo e dos motores, das sirenes e do “agarra gatuno”, Luanda da poeira, das bichas e das mil besteiras, Luanda da ostentação e do desejo, do ar-condicionado e das sofisticadas fechaduras, da poesia urbana e do gelado de múcua, capital mundial do contorcionismo burocrático, cidade da minha vida, diz-me, quando foi que começamos a ser assim?"
Aline Frazão

domingo, outubro 16, 2016

O Bife à Marrare

O Bife à Marrare,  foi a especialidade que imortalizou um dos mais célebres cafés de Lisboa do século XIX, o Marrare das Sete Portas.

António Marrare, cidadão napolitano, fixou-se em Lisboa no final do século XVIII e foi dono de vários cafés.

O primeiro situava-se junto ao Teatro de S. Carlos, os outros abriram no Cais do Sodré, no Chiado e na Rua dos Sapateiros. Todos foram pontos de reunião da melhor sociedade lisboeta.

Foi no Café da Rua dos Sapateiros, o tal  Marrare das Sete Portas, fundado em 1804, que nasceu o célebre bife, que faz hoje parte do património gastronómico da cidade de Lisboa.

Ingredientes:

1 bife alto do pojadouro (200 g);
80 gr. de manteiga;
3 colheres de sopa de natas;
sal grosso q. b;
pimenta preta em grão q.b;

Confecção:

Numa frigideira de ferro, derrete-se em lume vivo metade da manteiga.
Quando estiver bem quente, introduz-se o bife e deixa-se alourar de um dos lados.
Vira-se o bife sem o picar e aloura-se do outro lado.
(Esta operação, que deve ser relativamente rápida, tem por fim evitar que o suco da carne saia.)
Tempera-se com sal grosso e pimenta moída na altura.
Escorre-se da frigideira a gordura em que o bife fritou (conservando o bife) e junta-se a restante manteiga.
Reduz-se a chama e deixa-se cozer o bife durante uns minutos, agitando a frigideira.
Adicionam-se as natas e deixa-se engrossar o molho, continuando a agitar a frigideira.
Coloca-se o bife num prato aquecido e rega-se com o molho. Serve-se acompanhado com batatas fritas em palitos.

* * * * 

Uma variação do Bife à Marrare é o Bife à Café (outro dos primores da cozinha de Lisboa). Aí o molho é feito com leite em vez de natas e leva um pouco de mostarda e limão. Esta receita não leva café:  a sua designação tem a ver com os locais onde era tradicionalmente servido.