domingo, outubro 16, 2016

O Bife à Marrare

O Bife à Marrare,  foi a especialidade que imortalizou um dos mais célebres cafés de Lisboa do século XIX, o Marrare das Sete Portas.

António Marrare, cidadão napolitano, fixou-se em Lisboa no final do século XVIII e foi dono de vários cafés.

O primeiro situava-se junto ao Teatro de S. Carlos, os outros abriram no Cais do Sodré, no Chiado e na Rua dos Sapateiros. Todos foram pontos de reunião da melhor sociedade lisboeta.

Foi no Café da Rua dos Sapateiros, o tal  Marrare das Sete Portas, fundado em 1804, que nasceu o célebre bife, que faz hoje parte do património gastronómico da cidade de Lisboa.

Ingredientes:

1 bife alto do pojadouro (200 g);
80 gr. de manteiga;
3 colheres de sopa de natas;
sal grosso q. b;
pimenta preta em grão q.b;

Confecção:

Numa frigideira de ferro, derrete-se em lume vivo metade da manteiga.
Quando estiver bem quente, introduz-se o bife e deixa-se alourar de um dos lados.
Vira-se o bife sem o picar e aloura-se do outro lado.
(Esta operação, que deve ser relativamente rápida, tem por fim evitar que o suco da carne saia.)
Tempera-se com sal grosso e pimenta moída na altura.
Escorre-se da frigideira a gordura em que o bife fritou (conservando o bife) e junta-se a restante manteiga.
Reduz-se a chama e deixa-se cozer o bife durante uns minutos, agitando a frigideira.
Adicionam-se as natas e deixa-se engrossar o molho, continuando a agitar a frigideira.
Coloca-se o bife num prato aquecido e rega-se com o molho. Serve-se acompanhado com batatas fritas em palitos.

* * * * 

Uma variação do Bife à Marrare é o Bife à Café (outro dos primores da cozinha de Lisboa). Aí o molho é feito com leite em vez de natas e leva um pouco de mostarda e limão. Esta receita não leva café:  a sua designação tem a ver com os locais onde era tradicionalmente servido.

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