terça-feira, maio 05, 2015

Cartas do Meu Magrebe

"Cartas do Meu Magrebe" é um livro de Ernesto de Sousa, publicado pela Tinta da China (em 2011) e inserido na sua colecção de literatura de viagens.
Ernesto de Sousa (1921 — 1988). iniciador do movimento cineclubista em Portugal, foi criador, investigador e crítico de arte, actividades a que dedicou toda a sua vida.
Entregou-se, desde muito jovem, ao estudo da arte e da fotografia. Espírito aberto, polémico, pioneiro em muitas das coisas em que se empenhou, exerceu uma vasta acção no campo artístico: artes visuais, cinema, teatro, jornalismo, rádio, crítica e ensaio. Como realizador, é reconhecido como um dos fundadores do chamado Novo Cinema (Dom Roberto - 1962), filme que inaugura o movimento, com Os Verdes Anos, de Paulo Rocha.
Não seria no entanto o cinema o seu meio de expressão mais assíduo. De um modo diversificado e prolífero, faz-se notar noutras artes, dedicando muito do seu tempo à fotografia.
O Magrebe, que significa "poente" ou "ocidente" é a região noroeste da África.
Em sentido restrito, ("Pequeno Magrebe" ou Magrebe Central) inclui Marrocos, o Sahara Ocidental, a Argélia e a Tunísia. O "Grande Magrebe" inclui também a Mauritânia e a Líbia. Na época do Império Romano, esta região era conhecida como África menor.
A região foi dominada pelos árabes e pela sua religião, o Islão, durante mais de 1300 anos. A Argélia e a Líbia são países grandes e grande parte do seu território é desértico. Porém, tanto um como o outro, e ainda a Tunísia, possuem reservas abundantes de petróleo e gás natural. A agricultura, tornada possível através de projectos de irrigação, é ainda importante para a região. Muitos habitantes são nómadas, andando de terra em terra com as suas manadas ou rebanhos.
No prefácio ao livro "Cartas do Meu Magrebe", Isabel do Carmo conta a história destas crónicas (acompanhadas por fotografias) magrebinas, escritas no início dos anos 60, com o Magrebe em convulsão independentista, e o fim da guerra da Argélia.
Sinopse
"Cartas do Meu Magrebe é o registo sentido, assente na curiosidade e aberto ao imprevisto de uma viagem que não se esgota nos caminhos. Gestos de cortesia, rotinas de um património monumental ou a partilha de momentos que se tornam tão mais significativos quanto surgem do acaso têm, para o autor, tanta ou mais importância que o percurso. Apesar disso, não deixa de se notar o discurso datado, e não tanto pelos factos referidos – e hoje pouco presentes na memória mais recente, como a guerra pela independência da Argélia – , mas antes pela própria linguagem, um misto de militância e excesso de enlevo perante um território cultural pelo qual o autor tem profunda devoção".

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