febris
Li ZiJian - Fairy Tales |
Seguimos estrelas cadentes
e montando os nossos sonhos
cumprimos roteiros incertos
Vamos atrás das paixões
com o faim à cintura
e a pena no coração
Para escrevermos poesia
invertendo o cantochão
Com a arte da insídia
olhamos o horizonte alucinando
os oásis, abismando sortilégios
Escutamos os clamores
os oceanos celestes
nos silêncios dos desertos
Buscamos os infiéis
com olhos de expiação
Somos hábeis e seguras
ambíguas, doces, cruéis
nós partimos sem regresso
Ora flibusteiras
em horas de cerração
entre a paixão e o inverso
Ora piratas do limbo
abandonando os arquétipos
A cimitarra à cintura
e o júbilo no coração
pelo avesso dos versos
Somos a rosa e o espinho
a sombra no seu desvão
Entre o fuso e o enigma
a navalha entreaberta
e os nevoeiros secretos
Somos corsárias
sonhando
nas areias dos desertos
Maria Teresa Horta - 8 de março de 2013; DIA INTERNACIONAL DA MULHER
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