A Universidade de Coimbra é símbolo de uma “cultura que teve impacto na humanidade”. Quem proferiu esta afirmação foi a UNESCO, que anunciou no dia 22 de Junho, a classificação da Universidade de Coimbra como Património Mundial da Humanidade. Esta decisão tomada na 37ª sessão do Comité do Património Mundial, que aconteceu em Phom Penh, no Cambodja, concretiza um projecto com 15 anos.
Para assinalar este facto, proponho-lhe que conheça melhor um dos tesouros que faz parte da Universidade de Coimbra, e que é a Biblioteca Joanina. Esta biblioteca deve o seu nome ao monarca sob cuja égide se verificou a sua edificação: D. João V, o Rei Magnânimo. A Biblioteca Joanina é uma biblioteca do século XVIII situada no Palácio das Escolas da Universidade de Coimbra, no pátio da Faculdade de Direito daquela Universidade. Apresenta um estilo marcadamente rococó, sendo reconhecida com uma das mais originais e espectaculares bibliotecas barrocas europeias. Além de local de pesquisa de muitos estudiosos, o espaço é ainda frequentemente utilizado para concertos, exposições e outras manifestações culturais. A sua construção começou no ano de 1717, no seguimento de um projecto régio de reforma dos estudos universitários (consequência da difusão das correntes iluministas em Portugal), no exterior do primitivo perímetro islâmico, sobre o antigo cárcere do Paço Real, com o objectivo de albergar a biblioteca universitária de Coimbra, e foi concluída em 1728. O mestre de obras foi João Carvalho Ferreira. A decoração pintada só foi realizada alguns anos mais tarde, já nas vésperas da Reforma Pombalina: os frescos dos tectos e cimalhas foram executados por António Simões Ribeiro, pintor, e Vicente Nunes, dourador. O grande retrato do Rei é atribuído ao italiano Domenico Duprà e a pintura e douradura das estantes foi realizada por Manuel da Silva. O mobiliário, em madeiras exóticas, brasileiras e orientais, foi executado pelo entalhador Francesco Gualdini. Esta biblioteca reúne cerca de 70 mil volumes, a maior parte dos quais no andar nobre, o único, dos três pisos do edifício, aberto ao público. Aí se conservam os principais fundos de Livro Antigo (documentos até 1800) da Universidade. Os seus cerca de 1250 m² úteis actuais, foram obtidos com o arranjo de dois níveis de caves, para depósito e salas de trabalho.
Exteriormente assemelha-se a um paralelipípedo, onde se salienta o portal nobre, de estilo barroco, encimado por um grande escudo nacional do tempo do monarca que a mandou construir: D. João V.
Interiormente compõe-se de três salas que comunicam entre si através de arcos idênticos ao portal e integralmente revestidos de estantes, decorados a motivos chineses (na primeira sala em contraste ouro sobre fundo verde, na segunda, ouro sobre fundo vermelho e na última ouro sobre fundo negro).
Toda a sua arquitectura envolve um retrato de D. João V que, colocado na parede do topo do edifício, na última sala, funciona como "ponto de fuga" da biblioteca da Universidade de Coimbra, também chamada, noutros tempos, Casa da Livraria. A nave central da Joanina faz com que a sua estrutura se assemelhe à de uma capela, em que o retrato de D. João V ocupa o lugar do altar. A dourada moldura da tela imita uma cortina, que se abre para exibir, numa "esplendorosa composição alegórica", o rei.
Se, agora, quiser ficar a saber mais algumas curiosidades e segredos acerca desta biblioteca, não perca o vídeo seguinte, onde Carlos Fiolhais fala sobre a Joanina.
Essa foto não é da Biblioteca Joanina, proponho um estudo mais aprofundado, ou uma visita à Biblioteca!
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