quarta-feira, fevereiro 22, 2012

Marcha De Quarta-Feira De Cinzas

A "Marcha De Quarta-Feira De Cinzas" é uma composição de Vinicius de Moraes e Carlos Lyra.
Composta antes de 1964, a “Marcha da Quarta-Feira de Cinzas” é assim uma espécie de protesto premonitório contra a realidade imposta pela ditadura militar.
Ouça esta marcha aqui interpretada por Vinicius de Moraes e Toquinho.
Vinicius de Moraes (1913 — 1980) foi um diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta e compositor brasileiro.
Poeta essencialmente lírico ficou, também, conhecido como o "poetinha". Notabilizou-se, sobretudo, pelos seus sonetos. Era fumador compulsivo, apreciador de uísque, boémio inveterado e um grande conquistador. O poetinha casou-se nove vezes ao longo da sua vida.
A sua obra é vasta e passa pela literatura, pelo teatro, pelo cinema e pela música. No campo musical, o poetinha teve como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra.
Toquinho, é o nome artístico de Antonio Pecci Filho (1946), que é um cantor, compositor e violonista brasileiro.
Toquinho começou a apresentar-se em colégios e faculdades e profissionalizou-se nos anos sessenta. Compôs com Chico Buarque e em 1969 acompanhou-o a Itália, país onde até hoje se apresenta com regularidade.

Em 1970, compôs, com Jorge Benjor, o seu primeiro grande sucesso, "Que Maravilha". Ainda nesse ano, Vinicius de Moraes convida-o para participar nalguns espetáculos em Buenos Aires. A partir daí formaram uma sólida parceria que iria durar onze anos, 120 canções, 25 discos e mais de mil espetáculos. Entre as várias composições desta parceria destacou-se a canção Aquarela (do Brasil).
Toquinho era muito amigo de Vinicius de Moraes. Após a sua morte, optou por uma carreira a solo.


Acabou nosso carnaval
Ninguém ouve cantar canções
Ninguém passa mais brincando feliz
E nos corações
Saudades e cinzas foi o que restou

Pelas ruas o que se vê
É uma gente que nem se vê
Que nem se sorri
Se beija e se abraça
E sai caminhando
Dançando e cantando cantigas de amor

E no entanto é preciso cantar
Mais que nunca é preciso cantar
É preciso cantar e alegrar a cidade

A tristeza que a gente tem
Qualquer dia vai se acabar
Todos vão sorrir
Voltou a esperança
É o povo que dança
Contente da vida, feliz a cantar
Porque são tantas coisas azuis
E há tão grandes promessas de luz
Tanto amor para amar de que a gente nem sabe

Quem me dera viver pra ver
E brincar outros carnavais
Com a beleza dos velhos carnavais
Que marchas tão lindas
E o povo cantando seu canto de paz
Seu canto de paz
Vinicius de Moraes/Carlos Lyra

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