Um tostãozinho p'ro Santo Antoninho

Junho é o mês dos santos populares. Santo António a 13, São João a 24 e São Pedro a 29. Sardinha assada, bailes pelas ruas, manjericos e versos populares: assim é a tradição portuguesa no mês de Junho.

Santo António nasceu em 1195 e faleceu em 1231, ou seja, viveu nos primórdios da nacionalidade. Viveu em Lisboa, Coimbra e Pádua. Foi canonizado em 1232, menos de um ano após a sua morte, pelo papa Gregório IX.

Lisboa está cheia de testemunhos de Santo António – o seu santo mais querido e popular.

Para a maioria dos lisboetas o dia 13 de Junho não passa despercebido por ser um agradável feriado em honra de Santo António e o dia da cidade de Lisboa.

Os Lisboetas aproveitam o feriado para comer caldo verde e sardinhas assadas, de preferência junto aos bairros da Sé, participar nos arraiais e ver as marchas populares na avenida da Liberdade.

É ainda hoje, oitocentos e dez anos depois do seu nascimento, um santo muito popular. Hoje as crianças já não pedem umas moedas para enfeitar o trono do Santo e as meninas casadoiras, provavelmente, já não lhe pedem um namorado.

Prelúdio

Pela estrada desce a noite Mãe - Negra desce com ela. Nem buganvílias vermelhas, nem vestidinhos de folhos, nem brincadeiras de guizos nas suas mãos apertadas... Só duas lágrimas grossas, em duas faces cansadas. Mãe - Negra tem voz de vento, voz de silêncio batendo nas folhas do cajueiro... Tem voz de noite descendo, de mansinho pela estrada… Que é feito desses meninos que gostava de embalar?... Que é feito desses meninos que ela ajudou a criar? Quem ouve agora as histórias que costumava contar?... Mãe - Negra não sabe nada… Mas ai de quem sabe tudo, como eu sei tudo, Mãe – Negra!... Os teus meninos cresceram, e esqueceram as histórias que costumavas contar... Muitos partiram p’ra longe, quem sabe se hão de voltar!... Só tu ficaste esperando, mãos cruzadas no regaço, bem quieta, bem calada. É tua a voz deste vento, desta saudade descendo, de mansinho pela estrada...
	Alda Lara (Poemas – Obra Completa de Alda Lara, Editora Capricórnio, Lobito 1973)

Veja agora o vídeo, em que Paulo de Carvalho e Sofia Barbosa, interpretam este belíssimo poema de Alda Lara.

Me and Mrs Jones

Mais um vídeo com boa música. Uma excelente voz e um excelente intérprete numa participação entusiástica no Programa do Faustão (Brasil).

Jovem, simpático e bonito cantor canadiano.
Eis, Sras. e Srs., Mr Michael Bublé em: Me and Mrs Jones.

Dia de Portugal

O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas é celebrado a 10 de Junho.

O poeta Luís de Camões morreu neste dia em 1580. Os republicanos consideravam-no um génio da Pátria, daí a associação ao Dia de Portugal.

Durante o regime ditatorial do Estado Novo, de 1933 até à Revolução dos Cravos de 25 de Abril de 1974, o dia 10 de Junho era celebrado como o Dia da Raça: a raça portuguesa ou os portugueses.

Com uma filosofia diferente a Terceira República converteu-o, a partir de 1978, no Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Passou também a Dia das Comunidades, porque assim se homenageiam os cerca de cinco milhões de portugueses espalhados pelo Mundo.

Esta é a ditosa pátria minha amada

XX

Eis aqui, quase cume da cabeça
De Europa toda, o Reino Lusitano,
Onde a terra se acaba e o mar começa,
E onde Febo repousa no Oceano.
Este quis o céu justo que floreça
Nas armas contra o torpe Mauritano,
Deitando-o de si fora; e lá na ardente
África estar quieto não consente.


XXI


Esta é a ditosa pátria minha amada,
À qual se o céu me dá, que eu sem perigo
Torne, com esta empresa já acabada,
Acabe-se esta luz ali comigo.
Esta foi Lusitânia, derivada
De Luso ou Lisa, que de Baco antigo
Filhos foram, parece, ou companheiros,
E nela estão os Íncolas primeiros.

Luís de Camões, Os Lusíadas - Canto Terceiro. 1572.

O Planeta Agradece

Para encerrar a semana dedicada ao ambiente deixo-vos com dois vídeos, apresentados pelo actor Diogo Infante, de uma campanha portuguesa que apela a comportamentos sustentáveis. O primeiro alerta para a necessidade de um consumo sustentável da água. O outro sugere o que cada um pode fazer para ajudar a combater a poluição.

Reduzir a dependência energética, reduzir o ruído, minorar o problema do aquecimento global e poupar àgua, é uma tarefa de todos. O PLANETA AGRADECE.

De Norte a Sul

Do Minho ao Algarve, dos Açores à Madeira são diversos os parques naturais, as reservas e as paisagens protegidas.

Em algumas destas áreas a população fixa-se ancestralmente e desenvolve actividades que potenciam e enriquecem as paisagens.

Conciliar a preservação da natureza com os interesses da população deve ser uma preocupação de todos nós e um dos objectivos da Educação Ambiental.

Não deixe de visitar estes pedacinhos de Portugal.
Vá até ao Parque Natural da Peneda/Gerês, passeie pelo Sapal de Castro Marim, desloque-se ao parque biológico de Vinhais, faça umas caminhadas pelas praias da Costa Vicentina ou então dê uma saltada até Mértola ou ao Parque de Noudar ou descubra a floresta de laurissilvas da Madeira.

Mas entretanto, se quiser saber mais algumas coisas, clique aqui.