sábado, abril 27, 2024

Álbuns de Família: Fotografias da Diáspora Africana em Portugal

Álbuns de Família: Fotografias da diáspora africana em Portugal é uma exposição temporária, patente no Padrão dos Descobrimentos, a partir de hoje até 30 novembro 2024, que reúne fotografias da autorrepresentação da diáspora africana em Portugal do período entre 1975 e os dias de hoje.

São "álbuns de família" com as imagens que os portugueses afrodescendentes e os africanos registaram de si próprios e das suas comunidades desde 1975, data das independências dos países africanos de colonização portuguesa.

A curadoria da exposição é de Filipa Lowndes Vicente e Inocência Mata.

sexta-feira, abril 26, 2024

Liberdade! Liberdade! Abre as Asas Sobre Nós

Ouça a cantora brasileira Simone em Liberdade, Liberdade Abre as Asas Sobre nós/ O Amanhã (Áudio Oficial).

Liberdade!, Liberdade!
Abre as asas sobre nós
E que a voz da igualdade
Seja sempre a nossa voz;

Liberdade!, Liberdade!
Abre as asas sobre nós
E que a voz da igualdade
Seja sempre a nossa voz;

Vem, vem reviver comigo amor
O centenário em poesia
Nesta pátria mãe querida
O império decadente, muito rico incoerente
Era fidalguia e por isso que surgem

Surgem os tamborins, vem emoção
A bateria vem, no pique da canção
E a nobreza enfeita o luxo do salão,
Vem viver

Vem viver o sonho que sonhei
Ao longe faz-se ouvir
Tem verde e branco por aí
Brilhando na Sapucaí e da guerra

Da guerra nunca mais
Esqueceremos do patrono, o duque imortal
A imigração floriu, de cultura o Brasil
A música encanta, e o povo canta assim e da princesa

Pra Isabel a heroína, que assinou a lei divina
Negro dançou, comemorou, o fim da sina
Na noite quinze e reluzente
Com a bravura, finalmente
O Marechal que proclamou foi presidente

Liberdade!, Liberdade!
Abre as asas sobre nós
E que a voz da igualdade
Seja sempre a nossa voz,

Liberdade!, Liberdade!
Abre as asas sobre nós
E que a voz da igualdade
Seja sempre a nossa voz

Vem, vem reviver comigo amor
O centenário em poesia
Nesta pátria mãe querida
O império decadente, muito rico incoerente
Era fidalguia e por isso que surgem

Surgem os tamborins, vem emoção
A bateria vem, no pique da canção
E a nobreza enfeita o luxo do salão,
Vem viver

quinta-feira, abril 25, 2024

25 de Abril: Liberdade

Árvore de Abril
Ilustração de André Carrilho
Liberdade
Sobre esta página escrevo
teu nome que no peito trago escrito
laranja verde limão
amargo e doce o teu nome.

Sobre esta página escrevo
o teu nome de muitos nomes feito água e fogo lenha vento
primavera pátria exílio.

Teu nome onde exilado habito e canto mais do que nome: navio
onde já fui marinheiro
naufragado no teu nome.

Sobre esta página escrevo o teu nome: tempestade.
E mais do que nome: sangue. Amor e morte. Navio.

Esta chama ateada no meu peito
por quem morro por quem vivo   este nome rosa e cardo
por quem livre sou cativo.

Sobre esta página escrevo o
teu nome: liberdade.
Manuel Alegre - A Praça da Canção.

Poesia De Cor é a maior plataforma de Vídeo Poemas narrados em português por uma criança. É um Canal de Poesia inédito e único no mundo criado por uma criança para crianças e adultos. Todas as semanas um novo poema.

Nestes 50 anos do 25 de Abril ficam aqui alguns poemas ditos por crianças:

O 1º é: 25 DE ABRIL - Poesia de Luísa Ducla Soares.
O 2º: 25 DE ABRIL - Poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen
E agora mais alguns poemas na voz dos elementos da Comunidade Educativa do Agrupamento de Escolas de Monserrate, resultantes do projeto: 25 dias de abril, 25 poemas
O 1º é: ABRIL, um poema de José Fanha na voz da professora Primavera Alves.

O 2º é: Abril de sim, Abril de não, um poema de Manuel Alegre, na voz de Júlia Afonso do 11.º I.
O 3º é: Um poema de 1963 (parte da Trova do Vento Que Passa), que continua a fazer sentido. Porque não temos de calar a desgraça, porque é tempo de resistir e de saber dizer «Não!» por Leonor Rodrigues e Tomás Marques do 12 E.

25 de Abril: 50 Anos

Ilustração de Nuno Saraiva

"Os 50 anos do 25 de Abril devem ser um momento de passagem de testemunho, dos que lutaram contra a ditadura e construíram a Democracia aos que nasceram em Liberdade".

Em baixo pode ver o Filme Institucional das Comemorações em 2024.

A RTP também se junta "à festa dos 50 Anos do 25 de Abril com a sua homenagem e o seu contributo para estas comemorações de 50 anos de Democracia em Portugal. Pode clicar aqui num site especial, agregador dos muitos conteúdos de televisão, rádio e digital, que o Serviço Público de Media produziu e vai continuar a produzir durante este ano sobre os 50 Anos do 25 de Abril. Desde um vasto acervo do Arquivo RTP, a programas, podcast e espetáculos novos, com o mote da revolução dos Cravos". 

quarta-feira, abril 24, 2024

A Cor da Liberdade

"A Cor da Liberdade" (2024) é um filme realizado por Júlio Pereira com o argumento e produção de Filipa Patrício, que estreou em março no Museu do Neo Realismoem Vila Franca de Xira. 

Sinopse:

"A Cor da Liberdade" é um documentário que parte da história de José Pedro Soares, ex-preso político que foi detido e torturado pela PIDE entre 1971 e 1974, e contextualiza Portugal e a sua realidade social à época, através das memórias de ex-presos políticos, historiadores, jornalistas e artistas. Transmite uma mensagem de luta e diferentes formas de resistência que é urgente conhecer e preservar.

terça-feira, abril 23, 2024

A Cor Da Liberdade

LusoPress TV
Não hei-de morrer sem saber
qual a cor da liberdade.

Eu não posso senão ser
desta terra em que nasci.
Embora ao mundo pertença
e sempre a verdade vença,
qual será ser livre aqui,
não hei-de morrer sem saber.

Trocaram tudo em maldade,
é quase um crime viver.
Mas, embora escondam tudo
e me queiram cego e mudo,
não hei-de morrer sem saber
qual a cor da liberdade.

Jorge de Sena

segunda-feira, abril 22, 2024

As Migas Gatas

Com a chegada dos muçulmanos à Península Ibérica no início do século VIII, terá chegado também a açorda. Nos dois tratados conhecidos de culinária hispano-árabe da época, encontram-se várias receitas de pratos classificados como thurûd, açordas. Em algumas dessas receitas, o pão é tratado de forma a produzir um género de migas, ou seja, o pão é cozinhado de forma a produzir uma pasta.

As Migas Gatas são um prato característico do Alentejo e património cultural no domínio da nossa gastronomia. Também chamadas de Migas de Azeite, já que esta gordura vegetal substitui a banha de porco, são elaboradas com fatias de pão duro amolecido em água quente e cozinhado em azeite, até se obter uma bola enxuta e consistente, com uma crosta exterior levemente dourada.

Fazem-se geralmente para aproveitar pão duro. Existem variantes desta receita: pode juntar-se bacalhau cozido e desfiado e um pouco de vinagre, ou ovos migados.

Ingredientes: 
Pão, 
alho, 
azeite, 
sal.

Preparação: 
Corta-se o pão em fatias finas que se acamam num tacho de barro. Introduzem-se os dentes de alho pisados, tempera-se com sal grosso e regam-se com água a ferver. Abafam-se para que o pão amoleça. Passados uns minutos escorre-se a água e com uma colher de pau esmaga-se o pão. Faz-se então uma cova ao centro e deita-se aí o azeite. Leva-se o tacho ao lume e, sempre com a colher de pau, vão-se ajeitando as migas em forma de bola. Quando se conseguir obter esta bola, as migas estão prontas.

Se as fizer acompanhadas com bacalhau cozido proceda da seguinte forma:


Numa tigela com o pão cortado às fatias muito finas, verta a água de cozer o dito, a ferver, e tape até que o pão a absorva bem. Com uma colher de pau esmigalhe o pão e junte-lhe alho cru muito bem esmagado, uma boa golada de azeite e um cheiro, a gosto, de vinagre. Mexa bem, controlando a consistência das migas. No final, junte-lhes o bacalhau desfiado. Pode enriquecer com ovo cozido às rodelas.

Acompanha, e bem, com azeitonas e, claro, um bom vinho, ao gosto de quem as come.

domingo, abril 21, 2024

She Lives By The Castle

Meu amor – assim começavam
quase sempre os poemas
de que menos conseguia gostar.
Mas é verdade (a verdade
e a retórica nunca se entenderam)
que um bando de gaivotas atravessa
o pouco céu que vai da Sé aos Clérigos.

Tu dormes; nunca estivemos aqui.
A cortina por levantar, de uma amarelo
duvidoso, a varanda sobre ruínas,
casas onde morou gente,
telhados abatidos que me servem
de cinzeiro. Tu dormes,
rosto abertamente escondido
sob lençóis brancos, almofadas
com brasão, espelhos dos anos vinte.

Não sabes, não sabemos, de melhor castelo.
Ignoras devagar os motivos que
em breve nos farão descer do quarto
209, Grande Hotel de Paris,
atentos aos primeiros sinais do nada.

E assim, meu amor, acaba este poema.

Manuel de Freitas, Qui passe, for my Ladye, edição do Autor, Lisboa, 2005.