sábado, novembro 07, 2020
As Escadinhas dos Terramotos
sexta-feira, novembro 06, 2020
A Incrível História de Gabriela de Jesus
Oiça o cantor português Miguel Araújo em A Incrível História de Gabriela de Jesus.
Pobre menina, tão acidentada sina
Encontrada numa esquina, numa cestinha de palha
Em Lourizela, nas traseiras da capela
Como cria de cadela sem santinho que lhe valha
O padre Alfredo velho, cobarde e azedo
Não é tarde nem é cedo, despachou a desditosa
Por este meio, foi na volta do correio
Numa mula sem arreio enviada pra Murtosa
A dona Otília que ninguém nem dela queria
Viu na curiosa cria, cura para a solidão
Deu-lhe uma sopa, e de alguns restos de estopa
Fez-lhe carapins e roupa e uma cama sem colchão
Ao ver aquela tez de cravo e de canela
Deu-lhe o nome Gabriela (Dava a cara com a careta)
Mas sua beleza em brasa, em chama acesa
Pegou fogo à redondeza como o bafo do capeta
E a inocente um pobre meio rei de gente
Muito recatadamente, espairecia a sua mágoa
Com um rádio velho boca de batom vermelho
A cantar em frente ao espelho as canções da Lena d'água
Lobos malvados, velhos loucos reformados
Mexericos, maus olhados das beatas da igreja
Mal via a hora de arrancar dali para fora
Sem deixar rasto, ir embora ver o mundo, ver Estarreja
Sem pé de meia teve uma brilhante ideia
Decidiu pedir boleia e só parar em Paris
Sem carteira, lá foi sem eira nem beira
E nem sequer viu a fronteira não chegou nem a Sanfins
E em Valpaços com alma em mil pedaços
Entreteve-se nos braços de um magala de alcafache
Pediu boleia a um pelintra de Gouveia
Que a mandou sair em Seia e nunca mais olhou para trás
Sem armar giga cantou-lhe uma cantiga
Deixou-a de barriga e arrancou sem dar sinal
Sem dois tostões deu por ela aos trambolhões
Junto ao porto de Leixões com uma filha e um ucal
Sacou dinheiro a um velho engenheiro
E escondeu-se num cargueiro que rumava à capital
Chegou-se à proa e quase achou que a vida é boa
Ao ver as luzes de Lisboa lindas como num postal
Entre destratos, desaforos, desacatos
Varreu escadas, lavou pratos, numa tasca do Cacém
Entregou-se a um tratante de Pedrouços
Saído dos calabouços que a deixou sem um vintém
No Intendente tropeçou numa vidente
Que jurou que mais à frente, a sorte havia de sorrir
A cartomante uma velha de turbante
Intuiu pelo semblante um futuro a reluzir
Na luz da vela, viu a luz de Gabriela
Com direito até a estrela no passeio de Hollywood
Em poucos dias por misteriosas vias
Cumpriam-se as profecias mais certeiras que o talmude
Nessa semana foi pra América, fez fama
Privou com a Primeira Dama, levou a filha ao Hawai
E em Gouveia passa um louco, volta e meia
Que blasfema e cambaleia e garante que é o pai
E na Murtosa o padre faz menção honrosa
Festa, missa, pompa e prosa que hoje é feriado local
Em Lourizela há uma estátua em honra dela
Aqui nasceu Gabriela o grande orgulho nacional
Em Lourizela, bem de frente para capela
Para sempre Gabriela como quem diz ah pois é
E o engenheiro confere o bolso traseiro
Vê que lhe faltou dinheiro e volta para Leça a pé
quinta-feira, novembro 05, 2020
Mary Magdalene
Aqui lhe deixo, para que aprecie, mais um cosplay do "Capture-me como faria Rembrandt", que é um grupo nas redes sociais em que as pessoas publicam cosplays de obras-primas. O conteúdo é criado pelos seguidores que enviam as suas fotografias no estilo de pinturas e esculturas.
Algumas pessoas procuram repetir os detalhes das obras, enquanto outras fazem isso usando o sentido de humor. No final, o resultado é sempre surpreendente.
quarta-feira, novembro 04, 2020
O Meu Lugar de Sonho É...
Os EUA, porque gostaria de conhecer mais a sua cultura e também por causa do seu desenvolvimento a nível económico e social.
Gostaria de ter a experiência em saber mais da convivência e do dia-a-dia da população americana. E também porque quero experimentar coisas novas, visitar muitos lugares históricos da América e conhecer Hollywood.
M. Antunes - PTT1
terça-feira, novembro 03, 2020
Vamos até Pitigliano?
Pitigliano faz parte da rede de aldeias mais bonitas de Itália e está localizada na Toscana, na região da Maremma, a meio caminho entre Florença e Roma.
Localizada em cima de penhascos cravejados por cavernas, 313 metros acima do nível do mar, o vilarejo parece debruçado sobre uma janela com vista para vales verdejantes.
É também conhecida como a Pequena Jerusalém, devido à longa presença de uma comunidade judaica.
Antes desta parte particular da história, Pitigliano tem um passado muito antigo. Foi uma localidade etrusca o que até hoje deixa as suas marcas.
A principal característica de Pitigliano são as suas construções de tufo vulcânico, rochas porosas, de baixa densidade, e fáceis de serem escavadas (desde a ápoca etrusca), dando origem a cavernas que mais tarde têm sido usadas como refúgios e adegas. Não é por acaso que nos subterrâneos desta localidade existe um incrível labirinto de túneis e sepulturas de origem etrusca.
A cidade é muito graciosa, conhecida como a pequena Jerusalém, porque possui um antigo bairro judeu.
No século XVI, Pitigliano era um território governado pelos condes da família Orsini.
Em 1556, Niccolò IV Orsini – que era favorável à presença de judeus na cidade – doou ao seu próprio médico, de origem hebraica, um terreno para a construção de um cemitério para a comunidade. Mais tarde foi também construída uma sinagoga e criado um gueto hebraico.
Mas, se quiser dar um passeio virtual por esta aldeia italiana, para a conhecer melhor, não deixe de ver o vídeo abaixo. Não perca esta oportunidade de viajar sem sair de casa.
segunda-feira, novembro 02, 2020
Carta a Eugénio de Andrade
Porto. Abril. Tantos de tal...
E continuo a teu lado,
Hoje como ontem. Igual
A mim próprio: abandonado
Por todos, menos por ti.
Posto que tão diferente
Seja o berço em que nasci
Da praia, livre, onde passas
Com Sol a pino. Sorriste
Alheio às minhas desgraças?
Vê: mendigo sou que aceita
Mesmo uma côdea de pão,
Mas que traz na mão direita
A flor que as roseiras dão...
Vela apagada ou acesa?
- Sei que me podem comprar
Tudo, menos a nobreza
De sorrir quando há luar...
Pedro Homem de Mello - Poesias Escolhidas
domingo, novembro 01, 2020
A Foto do Século
A foto ao lado foi considerada a melhor foto deste século.
Uma leoa e a sua cria atravessavam a savana mas o calor era excessivo e, o leãozinho estava em grandes dificuldades.
Um elefante apercebeu-se que a cria morreria e transportou-a na sua tromba até a um charco de água, caminhando ao lado da mãe leoa.
E ainda lhes chamamos animais selvagens!!!