sábado, outubro 28, 2017

Blueberry hill

Oiça Fats Domino em Blueberry hill (de "Legends of Rock 'n' Roll").
Fats Domino (1928 - 2017), foi um cantor, compositor e pianista de rock e R&B, considerado um dos mais influentes de todos os tempos.

I found my thrill on Blueberry Hill
On Blueberry Hill, when I found you
The moon stood still on Blueberry Hill
And lingered until my dreams came true

The wind in the willow played
Love's sweet melody
But all of those vows you made
Were never to be

Though we're apart, you're part of me still
For you were my thrill on Blueberry Hill

The wind in the willow played
Love's sweet melody
But all of those vows we made
Were never to be

Though we're apart, you're part of me still
For you were my thrill on Blueberry Hill
(originalmente por Gene Autry)

sexta-feira, outubro 27, 2017

Canção de Outono

Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.

De que serviu tecer flores
pelas areias do chão,
se havia gente dormindo
sobre o próprio coração?

E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando àqueles
que não se levantarão…

Tu és a folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
– a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão…
Cecília Meireles

quinta-feira, outubro 26, 2017

Voar sobre um vale glaciar na Serra da Estrela

Como se fosse um pássaro, voar sobre um vale glaciar. E haverá melhor forma do o contemplar que, cá do alto, ir percorrendo o curso do Zêzere desde a nascente? Até ficar à vista da cidade de Manteigas.

Estamos em plena Serra da Estrela. Este é um dos vales em U mais longos da Europa. Foi moldado pela erosão glaciar durante a última grande glaciação. Há quase 20 mil anos.
Cerca de 13 quilómetros de extensão. Nos últimos quilómetros são ainda mais evidentes os efeitos da erosão glaciária nas encostas do vale e o U torna-se cada vez mais perfeito.

Pela sua beleza é uma maravilhosa dádiva da Natureza. E ao mesmo tempo, uma lição a céu aberto sobre os vestígios da última época de glaciação.
Deve a sua existência à Falha da Vilariça. No curso superior são visíveis vários covões e ferrolhos que ajudaram à formação do glaciar. E diversas acumulações morénicas criadas já depois do período de glaciação máxima.
São as evidências glaciares mais a sul em todo o continente Europeu.

Agora, deixamos-nos de conversas e vamos mesmo... voar!
Nas mãos de arte e rigor técnico do Hélder Afonso, cintos apertados... aí vamos nós!

terça-feira, outubro 24, 2017

Meu poeta predileto

Oiça o cantor brasileiro Fabio Brazza em Meu Poeta Predileto.
Neste vídeo Fabio faz uma bela homenagem, em verso e música, ao seu avô Ronaldo Azeredo, poeta concretista brasileiro. Ora veja.

Foi meu avô meu velho
Minha maior influência
Se com ele me assemelho
Não é por coincidência
Ele sempre foi meu espelho
E de conselho em conselho
Me regava a consciência
A poesia era sua ciência
A paciência sua maior virtude
Suas noites de boemia
Lhe tiraram a saúde,
Mas lhe trouxeram vivência
Graças a Deus que eu pude
Durante parte da minha juventude
Desfrutar de tamanha experiência
Seu passo era devagar
Sua fala era pouca
Mas quando ele abria a boca
Todos paravam pra escutar
Trazia a sabedoria ao seu lado
E até mesmo calado
Tinha algo pra ensinar
Sua inteligência era acima da média
Em sua casa tinha uma biblioteca
Fonte de cultura que nunca seca
Mais entendimento que uma enciclopédia
Despertou em mim a sede por conhecimento
Mas seu maior ensinamento
Talvez ele nem notasse
Vinha dos seus simples modos
Sua maneira de falar com todos
Sem rigor de cor ou classe
Do barbeiro ao camelô
Todos amavam meu avô
Por sua simpatia natural
Ao ver aquilo eu queria ser igual
E sem perceber eu aprendia
Mais que qualquer livro que eu lia
Que a poesia mais bonita
É aquela que não é escrita
Mas que se faz no dia a dia
E quando meu avô faleceu
E seu nome apareceu no jornal
Foi uma surpresa geral
Que noticia inusitada
O seu Ronaldo era poeta?
Mas ele nunca disse nada?
Talvez porque ele não quisesse ser visto
Com o olhar de quem faz poemas
Queria ser apenas mais um Zé ninguém
“O poeta é um Zé ninguém”
Ele próprio dizia
e aquele que grande se acha
é um homem que se rebaixa
e não merece a poesia
Hoje meu velho está no céu
Sentado na mesa de algum bar
Talvez jogando bilhar
com o grande Rui chapéu
Ou quem sabe ao lado de Noel
Escrevendo versos no guardanapo
Batendo um papo sobre a sua querida Vila Isabel
É Vô , depois da sua partida
Muita coisa aconteceu
O seu neto cresceu
E resolveu poetizar a vida
Não me tornei poeta concreto
Mas herdei, graças à genética
Um pouco dessa veia poética
Só que com outro dialeto
E por toda parte do trajeto
Carrego comigo seus trejeitos
Tentando continuar seus feitos
Com o mesmo labor e afeto
Espero que daí de cima
Se orgulhe de cada rima
E do rumo que tomou o seu neto
Eu sou a semente que você plantou
Sou o fruto do meu Avô
Meu poeta predileto!

segunda-feira, outubro 23, 2017

domingo, outubro 22, 2017

Os Pauliteiros de Miranda

Dança dos Pauliteiros de Miranda - Mário Costa
Pauliteiros de Miranda é o nome que se dá a grupos de oito homens que bailam ritmos tradicionais da Terra de Miranda, no nordeste de Portugal, Trás-os-Montes. Estes homens, vestem saias, usam chapéu e utilizam paus como adereços. O nome pauliteiro deriva de paulito.
Os Pauliteiros praticam uma dança guerreira que é característica do planalto mirandês. Esta dança dos paus é representativa de momentos históricos locais e é acompanhada com os sons da gaita-de-foles, da caixa e do bombo. Embora seja uma dança de homens, recentemente, também é dançada por mulheres, que vestem saia bordada e camisa de linho, um colete de pardo, botas de cabedal, meias de lã e chapéu que pode estar enfeitado com flores e finalmente por dois paus (palos). Com os paus ou paulitos os dançadores fazem uma série de diferentes passos e movimentos coordenados.
Ao repertório musical da dança dos paus, dá-se o nome de lhaços. A dança é constituída pela música, pelo texto e pela coreografia.
Com os seus saiotes brancos, os seus lenços, os seus chapéus, a sua música e respetiva dança, os pauliteiros transportam uma tradição que procuram defender com unhas e dentes, pois, as letras, os passos e os trajes, ainda se mantêm fiéis à sua origem.