(...) "Esta baronesa da Corujeira lavava-se em leite, e cada vez estava mais suja, dizia-se no Marrare do Chiado, quando ela andava por ali farejando o Manuel Brown ou o Chico Belas, os leões. (...)
Camilo Castelo Branco - Eusébio Macário.
O Café Marrare foi o mais célebre estabelecimento comercial da Lisboa do Romantismo. Inaugurado em 1820, o Marrare era o mais requintado dos quatro cafés que o napolitano António Marrare, abrira em Lisboa. Um luxo, a decoração de madeira polida reluzente, que o revestia, valeu-lhe o sobrenome de Marrare do Polimento.
Digno herdeiro dos cafés do final de setecentos, como o Nicola ou o Botequim das Parras, o Marrare foi ponto de encontro favorito para a geração de Garrett, tornando-se o centro absoluto da vida social daquele tempo e por onde passaram nomes como Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Passos Manuel, José Estêvão, etc.
Além da sala de bilhar, tinha ainda um pequeno pátio coberto por uma clarabóia envidraçada onde, no Verão, as senhoras podiam comer os melhores gelados da cidade. Polido era também o atendimento: criados de libré serviam excelente café em cafeteiras de prata.
O Marrare tornara-se "o lugar de reunião de todos os elegantes e todos os homens de Lisboa", como escreveu Bulhão Pato.
"Lisboa era o Chiado; o Chiado era o Marrare e o Marrare ditava Leis", escreveu Júlio de Castilho.
Fechado em 1866, o Marrare reviveria em "Os Maias" de Eça de Queirós. No século seguinte, no mesmo número da Rua Garrett, reviveria com o digno sucessor Café Chiado (1925-1963), considerado o mais belo de Lisboa.
sábado, outubro 15, 2016
sexta-feira, outubro 14, 2016
O Valor das Coisas...
"Não eduques o teu filho para ser rico, educa-o para ser feliz.
Assim ele saberá o VALOR das coisas e não o seu PREÇO".
Max Gehringer
quinta-feira, outubro 13, 2016
Canção à Vida
Orlando Teruz - Pintor brasileiro |
a vida é uma sarabanda
é um corrupio...
A vida múltipla dá-se as mãos como um bando
de raparigas em flor
e está cantando
em torno a ti:
Como eu sou bela
amor!
Entra em mim, como em uma tela
de Renoir
enquanto é primavera,
O Sena - Renoir |
não poluir
o azul do ar!
Não vás ficar
não vás ficar
aí...
como um salso chorando
na beira do rio...
(Como a vida é bela! como a vida é louca!)
Mario Quintana - Esconderijos do Tempo
quarta-feira, outubro 12, 2016
Se Eu Soubesse Quanto Dói A Vida (Naquela Mesa)
Zélia Duncan, Hamilton de Holanda, Nilze Carvalho interpretam "ao vivo" o samba intitulado "Naquele Mesa".
A letra do samba é de Nelson Gonçalves e a composição de Sérgio Bittencourt.
Esta é uma belíssima apresentação que não deve perder, porque este samba parece cantado para cada um de nós!
Naquela mesa ele sentava sempre
E me dizia sempre o que é viver melhor
Naquela mesa ele contava histórias
Que hoje na memória eu guardo e sei de cor
Naquela mesa ele juntava gente
E contava contente o que fez de manhã
E nos seus olhos era tanto brilho
Que mais que seu filho
Eu fiquei seu fã
Eu não sabia que doía tanto
Uma mesa num canto, uma casa e um jardim
Se eu soubesse o quanto dói a vida
Essa dor tão doída não doía assim
Agora resta uma mesa na sala
E hoje ninguém mais fala do seu bandolim
A letra do samba é de Nelson Gonçalves e a composição de Sérgio Bittencourt.
Esta é uma belíssima apresentação que não deve perder, porque este samba parece cantado para cada um de nós!
Naquela mesa ele sentava sempre
E me dizia sempre o que é viver melhor
Naquela mesa ele contava histórias
Que hoje na memória eu guardo e sei de cor
Naquela mesa ele juntava gente
E contava contente o que fez de manhã
E nos seus olhos era tanto brilho
Que mais que seu filho
Eu fiquei seu fã
Eu não sabia que doía tanto
Uma mesa num canto, uma casa e um jardim
Se eu soubesse o quanto dói a vida
Essa dor tão doída não doía assim
Agora resta uma mesa na sala
E hoje ninguém mais fala do seu bandolim
Naquela mesa tá faltando ele
E a saudade dele tá doendo em mim
Naquela mesa tá faltando ele
E a saudade dele tá doendo em mim
terça-feira, outubro 11, 2016
As Ilhas Faroé
As Ilhas Faroé são um território dependente da Dinamarca, localizado no Atlântico Norte entre a Escócia e a Islândia.
O arquipélago é formado por 18 ilhas maiores e outras menores desabitadas que acolhem, ao todo, 47.000 pessoas numa área de 1.499 km².
Na ilha maior, Streymoy, encontra-se a capital, Tórshavn, com cerca de 16.000 habitantes.
As terras mais próximas são as ilhas mais setentrionais da Escócia (Reino Unido), que ficam a sul-sueste, e a Islândia, situada a noroeste.
Estas ilhas são um território autónomo desde 1948, tendo decidido não aderir à União Europeia.
Gradualmente, têm adquirido cada vez mais, uma maior autonomia e num futuro próximo descortinam a possibilidade de se tornarem independentes da Dinamarca.
Atualmente, como território autónomo da Dinamarca, as Ilhas contam com um Alto Comissário - representante da Rainha da Dinamarca, com um parlamento formado por 32 membros (Lagting) e com um primeiro-ministro, que é o chefe de governo. Se quiser ficar a conhecer melhor este território, não deixe de ver a apresentação e o vídeo que se seguem. Não perca esta oportunidade porque vale mesmo a pena.
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O arquipélago é formado por 18 ilhas maiores e outras menores desabitadas que acolhem, ao todo, 47.000 pessoas numa área de 1.499 km².
Na ilha maior, Streymoy, encontra-se a capital, Tórshavn, com cerca de 16.000 habitantes.
As terras mais próximas são as ilhas mais setentrionais da Escócia (Reino Unido), que ficam a sul-sueste, e a Islândia, situada a noroeste.
Estas ilhas são um território autónomo desde 1948, tendo decidido não aderir à União Europeia.
Gradualmente, têm adquirido cada vez mais, uma maior autonomia e num futuro próximo descortinam a possibilidade de se tornarem independentes da Dinamarca.
Atualmente, como território autónomo da Dinamarca, as Ilhas contam com um Alto Comissário - representante da Rainha da Dinamarca, com um parlamento formado por 32 membros (Lagting) e com um primeiro-ministro, que é o chefe de governo. Se quiser ficar a conhecer melhor este território, não deixe de ver a apresentação e o vídeo que se seguem. Não perca esta oportunidade porque vale mesmo a pena.
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segunda-feira, outubro 10, 2016
Noções de Linguística
Ouço os meus filhos a falar inglês
entre eles. Não os mais pequenos só
mas os maiores também e conversando
com os mais pequenos. Não nasceram cá,
todos cresceram tendo nos ouvidos
o português. Mas em inglês conversam,
não apenas serão americanos: dissolveram-se,
dissolvem-se num mar que não é deles.
Venham falar-me dos mistérios da poesia,
das tradições de uma linguagem, de uma raça,
daquilo que se não diz com menos que a experiência
de um povo e de uma língua. Bestas.
As línguas, que duram séculos e mesmo sobrevivem
esquecidas noutras, morrem todos os dias
na gaguez daqueles que as herdaram:
e são tão imortais que meia dúzia de anos
as suprime da boca dissolvida
ao peso de outra raça, outra cultura.
Tão metafísicas, tão intraduzíveis,
que se derretem assim, não nos altos céus,
mas na caça quotidiana de outras.
Jorge de Sena - Outubro, 1970
entre eles. Não os mais pequenos só
mas os maiores também e conversando
com os mais pequenos. Não nasceram cá,
todos cresceram tendo nos ouvidos
o português. Mas em inglês conversam,
não apenas serão americanos: dissolveram-se,
dissolvem-se num mar que não é deles.
Venham falar-me dos mistérios da poesia,
das tradições de uma linguagem, de uma raça,
daquilo que se não diz com menos que a experiência
de um povo e de uma língua. Bestas.
As línguas, que duram séculos e mesmo sobrevivem
esquecidas noutras, morrem todos os dias
na gaguez daqueles que as herdaram:
e são tão imortais que meia dúzia de anos
as suprime da boca dissolvida
ao peso de outra raça, outra cultura.
Tão metafísicas, tão intraduzíveis,
que se derretem assim, não nos altos céus,
mas na caça quotidiana de outras.
Jorge de Sena - Outubro, 1970
domingo, outubro 09, 2016
A Queda Dum Anjo
(...)" - As paixões, minha Srª D. Tomásia... - obtemperou o morgado, e lambeu os beiços molhados da libação de um vinho nervoso daquela garrafeira já mencionada. E prosseguiu! - As paixões do amor... Nem os grandes sábios, nem os grandes santos se isentaram delas. Somos todos de quebradiço barro; somos uns pucarinhos de Estremoz nas mãos infantis das nulheres. O tributo é fatal: quem o não pagou aos vinte anos, há de pagá-lo aos quarenta, e mais tarde quando Deus quer. Deus ou o demónio, que eu não sei ao justo quem fiscaliza estes mal - aventurados sucessos de amor, que a história conta e a humanidade experimenta a cada dia. (..)"
Camilo Castelo Branco - A Queda dum Anjo.
A Queda dum Anjo é o título de um romance satírico de Camilo Castelo Branco, escrito em 1866.
Nele o autor descreve a corrupção de Calisto Elói de Silos e Benevides de Barbuda, morgado da Agra de Freimas, um fidalgo transmontano camiliano e o anjo do título, quando se desloca da província para Lisboa.
Esta é uma das mais célebres obras literárias escritas por Camilo Castelo Branco, onde descreve de maneira caricatural a vida social e política portuguesa e traz, ainda, um aspecto risível ao tratar, também, do desvirtuamento do Portugal antigo.
Sinopse:
O protagonista, Calisto Elói, um fidalgo transmontano, austero e conservador, é uma espécie de encarnação satírica desse Portugal: eleito deputado, Calisto vai viver para Lisboa, onde se deixa corromper pelo luxo e pelo prazer que imperam na capital, tomando como amante uma prima afastada, Ifigénia, e transitando da oposição miguelista para o partido liberal no governo. Ironicamente, a esposa de Calisto, Teodora, uma aldeã prosaica, imita-o na devassidão: vendo-se desprezada pelo marido, une-se a um primo interesseiro e sucumbe ela própria aos vícios da modernidade.
Este livro faz parte do Plano Nacional de Leitura e é recomendado para a Formação de Adultos como sugestão de leitura.
Camilo Castelo Branco - A Queda dum Anjo.
A Queda dum Anjo é o título de um romance satírico de Camilo Castelo Branco, escrito em 1866.
Nele o autor descreve a corrupção de Calisto Elói de Silos e Benevides de Barbuda, morgado da Agra de Freimas, um fidalgo transmontano camiliano e o anjo do título, quando se desloca da província para Lisboa.
Esta é uma das mais célebres obras literárias escritas por Camilo Castelo Branco, onde descreve de maneira caricatural a vida social e política portuguesa e traz, ainda, um aspecto risível ao tratar, também, do desvirtuamento do Portugal antigo.
Sinopse:
O protagonista, Calisto Elói, um fidalgo transmontano, austero e conservador, é uma espécie de encarnação satírica desse Portugal: eleito deputado, Calisto vai viver para Lisboa, onde se deixa corromper pelo luxo e pelo prazer que imperam na capital, tomando como amante uma prima afastada, Ifigénia, e transitando da oposição miguelista para o partido liberal no governo. Ironicamente, a esposa de Calisto, Teodora, uma aldeã prosaica, imita-o na devassidão: vendo-se desprezada pelo marido, une-se a um primo interesseiro e sucumbe ela própria aos vícios da modernidade.
Este livro faz parte do Plano Nacional de Leitura e é recomendado para a Formação de Adultos como sugestão de leitura.