Oiça Diana Krall, Willie Nelson e Elvis Costello em "Crazy". Diana Krall (1964) é uma popular cantora e pianista de jazz de origem canadiana. Willie Nelson (1933) é um cantor e compositor de música country, escritor, ator, poeta e ativista americano. Foi considerado o 77º melhor guitarrista de todos os tempos pela revista norte-americana Rolling Stone. Elvis Costello, nome artístico de Declan Patrick Aloysius MacManus (1954) é um cantor, compositor e músico britânico. Fez parte do cenário pub rock britânico de meados dos anos 70, e mais tarde esteve associado aos estilos de punk rock e new wave antes de se estabilizar como uma voz única e original nos anos 80. O seu alcance musical é impressionantemente amplo.
Oiça-os, então, no inesquecível temade Patsie Cline "Crazy".
A menina tinha os cabelos louros.
A boneca também.
A menina tinha os olhos castanhos.
Os da boneca eram azuis.
A menina gostava loucamente da boneca.
A boneca ninguém sabe se gostava da menina.
Mas a menina morreu.
A boneca ficou.
Agora também já ninguém sabe se a menina gosta da boneca.
E a boneca não cabe em nenhuma gaveta.
A boneca abre as tampas da todas as malas.
A boneca arromba as portas de todos os armários.
A boneca é maior que a presença de todas as coisas.
A boneca está em toda parte.
A boneca encha a casa toda.
É preciso esconder a boneca.
É preciso que a boneca desapareça para sempre.
É preciso matar, é preciso enterrar a boneca.
A "Lancheira" é um filme indiano que mistura drama e gastronomia de forma inusitada.
A primeira longa-metragem do indiano Ritesh Batra narra-nos uma história de amor a partir de um propósito algo documental – a observação do curioso trabalho dos "dabbawallahs".
Os "dabbawalas" da cidade de Bombaim, Índia, são uma comunidade de 5000 homens que diariamente transporta em bicicletas centenas de marmitas, das casas aos locais de trabalho, na labiríntica paisagem urbana Bombaim.
É uma profissão hereditária, com mais de um século de existência, transmitida de pais para filhos, que assegura diariamente aos maridos trabalhadores a degustação de refeições quentes e caseiras confeccionadas pelas esposas. Os "dabbawalas" regressam mais tarde com as lancheiras vazias para as devolver às respectivas casas.
A entrega das lancheiras ou marmitas é feita por analfabetos que usam um complexo sistema de código, com cores e símbolos, para as entregar aos seus devidos donos. Um estudo da Universidade de Harvard, nos EUA, demonstrou que apenas uma em cada quatro milhões de lancheiras é extraviada e entregue na morada errada. Esta história alicerça-se, por isso, nesse engano improvável. Mas, o filme oferece, em primeiro lugar, um detalhado retrato de Bombaim e do seu estilo de vida, do papel subjugado da mulher naquela sociedade, da confusão dos transportes decrépitos e sobrelotados, da pobreza dos habitantes, das ruas caóticas e barulhentas por onde diariamente circulam os dabba no seu ofício. Sinopse: Saajan (Irrfan Khan) é um contabilista viúvo e muito solitário que todos os dias se esforça para iniciar os seus dias. Ila (Nimrat Kaur), por seu lado, é uma jovem mulher desprezada que deseja reconquistar o marido e que, com amor e dedicação, lhe cozinha os pratos mais saborosos, certa que ele a voltará a amar. Certo dia, devido a um fatídico erro de troca de lancheiras, Saajan recebe a refeição que Ila cuidadosamente preparou para o marido. Quando ela percebe o sucedido, escreve-lhe um bilhete a pedir desculpa. Ele responde, agradecido. Dá-se assim início a uma troca de bilhetes e confissões de parte a parte que se vai desenvolvendo em algo cada vez mais profundo. Este filme (2013), sobre a mágoa e a esperança numa vida melhor, escrito e realizado pelo estreante Ritesh Batra, foi apresentado na Semana da Crítica do Festival de Cinema de Cannes. Se quiser ver o filme basta clicar aqui, entretanto veja o que a Euronews (a Euronews, a rede de notícias internacionais de maior audiência na Europa) tem a dizer sobre "A Lancheira"
O dia 3 de fevereiro é dedicado a São Brás. Aqui lhe deixo mais uma receita da gastronomia tradicional portuguesa, associada a uma lenda religiosa.
Em Vila Real manda a tradição que os rapazes ofereçam, neste dia, a gancha às raparigas. Mas elas ficam em dívida. A 13 de dezembro, dia de Santa Luzia, terão de dar-lhes o pito. Uma tradição que começou por ser religiosa e que com o tempo ganhou cariz popular.
Esta tradição repete-se ano após ano e não dispensa uma boa dose de brejeirice.
A gancha é um doce típico de Vila Real em forma de bengala, inspirado no báculo de São Brás, que foi bispo, e é feito com açúcar e água. São Brás (264 - 316) foi um mártir, bispo e santo católico que viveu entre o séculos III e IV na Arménia. São Brás, é o padroeiro das doenças da garganta.
Reza a lenda que "Uma criança estava engasgada com uma espinha na garganta e não havia maneira de lha tirarem. Então, São Brás usou uma espécie de gancha feita de açúcar e meteu-lha na boca. A criança colaborou porque a gancha era doce e conseguiu tirar-lhe a espinha. A partir daí ficou a tradição da gancha". Não se sabe quando começou a tradição das Ganchas de S. Brás em Vila Real, no entanto, se passar por lá hoje há-de verificar que esta tradição ainda se mantém. Agora aqui vai a receita. Ingredientes:
Açúcar
Água
Limão q.b. (opcional) Preparação:
Deitam-se todos os ingredientes num tacho que se leva ao lume para se obter o ponto de rebuçado.
Deita-se o preparado num tabuleiro untado com manteiga e deixa-se arrefecer um pouquinho.
Com as mãos forma-se então uma gancha. Depois decore-as com papéis coloridos.
Entretanto, confira no vídeo abaixo, como é que se fabricam, em Vila Real, as Ganchas de S. Brás.
Oiça Dorival Caymmi, em "Dois de fevereiro".
Já agora fique a saber que dia 2 de Fevereiro é dia de Yemanjá. Yemanjá é o orixá africano do povo Egba divindade das águas doces e salgadas. É também conhecida no Brasil pelos epítetos Iyá Ori, Mãe d'água, Rainha do Mar, Sereia, Inaê, Aiucá, ou Maria princesa do Aioká, sendo por vezes confundida com o Nkisi Ndanda Lunda e a entidade Mami Wata. É conhecida popularmente como Dona Janaína.
Manifesta-se aos iniciados nos seus mistérios (eleguns) ou médiuns através de possessão ou transe, ato em que os orixás nas palavras de R. S. Barbara: "vêm para dançar e mostrar os seus poderes, representando em gestos as suas ações míticas".
Em homenagem a Yemanjá foi lançado em dezembro de 2010, no Brasil, um DVD com uma hora de duração e que celebra Iemanjá, a rainha do mar, segundo as religiões de matriz africana. No palco, Daúde, Margareth Menezes, Martinália, Luciana Mello, Rosa Marya Colyn e Paula Lima, negras de diferentes gerações e estilos, representam os sete arquétipos da iyabá (o mito, a mulher).
A lenda de Yemanjá é contada no decorrer do vídeo por Mãe Railda, sacerdotisa do Ilê Axé Opô Afonjá - Ilê Oxum, de Brasília, intercalando os solos e duetos das cantoras. Entre as músicas mais conhecidas estão "Conto de Areia", composta por Toninho Nascimento e Romildo Bastos; "Arrastão", de Edu Lobo e Vinícius de Morais; e "Caminhos do Mar", de Dudu Falcão.
O show foi realizado em Brasília, em agosto de 2010. O momento mais emocionante foi o do encerramento, vídeo, abaixo, quando as sete divas interpretaram, juntas, as canções "Lenda das Sereias", de Vicente, Dionel e Veloso; e "Dois de Fevereiro", de Dorival Caymmi - todas em homenagem a Iemanjá.
Vale a pena conferir! Ora veja.
Em 27 de Julho de 2014, assinalou-se o aniversário do último dia de paz na Europa antes do início da Primeira Grande Guerra, e uma onda musical propagou-se a todo o mundo.
Sob proposta da Itália e a partir de uma ideia do jornalista e escritor Paolo Rumiz, nesse mesmo dia, trompetistas das numerosas nações envolvidas no conflito, entoaram o toque militar do "Silêncio", recordando todos os que tombaram nesta guerra.
Uma homenagem expressa na única língua universalmente aceite e reconhecida: a música.
Embora pouco divulgada em Portugal, esta iniciativa revestiu-se de uma carga simbólica que a todos emocionou, nessa celebração do último dia de uma paz tragicamente interrompida.
Aqui deixo à vossa atenção, dois vídeos onde poderão visualizar o toque do "O Silêncio" como forma de assinalar esta efeméride.
No primeiro ouvimos "O Silêncio" na Sala do Capítulo do Mosteiro da Batalha.
A Sala do Capítulo é um salão encontrado em mosteiros, conventos, colegiadas ou catedrais onde era realizado o capítulo, ou seja, as reuniões entre os monges ou cónegos com os seus superiores, como abades, priores ou deões.
Nestas assembleias podiam ser discutidas tanto as regras da ordem como questões relacionadas com a administração do mosteiro. Nos mosteiros, as salas do capítulo eram frequentemente de nobre arquitetura e encontravam-se junto aos claustros. Em Portugal, grandes exemplos de salas capitulares medievais podem ser vistos no Mosteiro da Batalha (onde se realizou este evento) e no Mosteiro de Alcobaça.
É absolutamente arrepiante. Não perca!
No segundo vemos " O Silêncio" noutras partes do mundo.
A preto-e-branco, com a duração de 102 minutos, nele se destacam actores como António Silva e Maria Matos - atriz portuguesa que com este filme se tornou mais conhecida e próxima do grande público.
A história:
A trajectória das duas jovens pupilas do reitor da aldeia e os seus amores. A moral de Pedro e Daniel e a bonomia do médico João Semana, são algumas das histórias retratadas, num filme de grande carga nacionalista., espelho da época em que foi rodado. Excelentemente realizado por Leitão de Barros que aqui recria toda a atmosfera rural e minhota de meados do século passado. Não perca!