Nas TED TalksxCoimbra, Paulo Borges fala sobre "A mente que mente. Ilusão mental e des-ilusão meditativa".
Paulo Borges é Professor do Departamento de Filosofia da Universidade de Lisboa e Director da revista Cultura ENTRE Culturas. É também, sócio-fundador e membro da Direcção do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira e sócio-fundador e vice-presidente da AIEM - Associação Interdisciplinar para o Estudo da Mente.
Paulo Borges é autor de diversos artigos científicos publicados em França, Espanha, Itália, Alemanha, Roménia e Brasil, tendo editado recentemente: "Uma Visão Armilar do Mundo. A vocação universal de Portugal em Luís de Camões, Padre António Vieira, Teixeira de Pascoaes, Fernando Pessoa e Agostinho da Silva", e "O Teatro da Vacuidade ou a impossibilidade de ser eu. Estudos e ensaios pessoanos"
Ouça, então, esta pequena conferência realizada por Paulo Borges em Coimbra.
sábado, março 24, 2012
sexta-feira, março 23, 2012
Como um vento na floresta.
Como um vento na floresta.
Minha emoção não tem fim.
Nada sou, nada me resta.
Não sei quem sou para mim.
E como entre os arvoredos
Há grandes sons de folhagem,
Também agito segredos
No fundo da minha imagem.
E o grande ruído do vento
Que as folhas cobrem de som
Despe-me do pensamento :
Sou ninguém, temo ser bom.
Fernando Pessoa - Poesias Inéditas
Minha emoção não tem fim.
Nada sou, nada me resta.
Não sei quem sou para mim.
E como entre os arvoredos
Há grandes sons de folhagem,
Também agito segredos
No fundo da minha imagem.
E o grande ruído do vento
Que as folhas cobrem de som
Despe-me do pensamento :
Sou ninguém, temo ser bom.
Fernando Pessoa - Poesias Inéditas
quinta-feira, março 22, 2012
Poema da Buganvília
Algum dia o poema será a bungavília
pendente deste muro da Calçada da Graça.
Produz uma semente que faz esquecer os jornais, o emprego e a família,
e além disso tudo atapeta o passeio alegrando quem passa.
Mas antes desse dia há-de secar a bungavília
e o varredor há-de levar as flores secas para o monturo.
Depois cairá o muro.
E como tempo passa
mesmo contra vontade,
também há-de acabar a Calçada da Graça
e o resto da cidade.
Então, quando nada restar, nem o pó de um sorriso
que é o mais leve de tudo que se pode supor,
será esse o momento de o poema ser flor,
mas já não é preciso.
António Gedeão - In, Poemas Escolhidos, Edições JSC, Lisboa (1967)
pendente deste muro da Calçada da Graça.
Produz uma semente que faz esquecer os jornais, o emprego e a família,
e além disso tudo atapeta o passeio alegrando quem passa.
Mas antes desse dia há-de secar a bungavília
e o varredor há-de levar as flores secas para o monturo.
Depois cairá o muro.
E como tempo passa
mesmo contra vontade,
também há-de acabar a Calçada da Graça
e o resto da cidade.
Então, quando nada restar, nem o pó de um sorriso
que é o mais leve de tudo que se pode supor,
será esse o momento de o poema ser flor,
mas já não é preciso.
António Gedeão - In, Poemas Escolhidos, Edições JSC, Lisboa (1967)
quarta-feira, março 21, 2012
Raízes
Quem me dera ter raízes,
que me prendessem ao chão.
Que não me deixassem dar
um passo que fosse em vão.
Que me deixassem crescer
silencioso e erecto,
como um pinheiro de riga,
uma faia ou um abeto.
Quem me dera ter raízes,
raízes em vez de pés.
Como o lodão, o aloendro,
o ácer e o aloés.
Sentir a copa vergar,
quando passasse um tufão.
E ficar bem agarrado,
pelas raízes, ao chão.
Jorge Sousa Braga - Herbário (Assírio & Alvim, 1999)
que me prendessem ao chão.
Que não me deixassem dar
um passo que fosse em vão.
Que me deixassem crescer
silencioso e erecto,
como um pinheiro de riga,
uma faia ou um abeto.
Quem me dera ter raízes,
raízes em vez de pés.
Como o lodão, o aloendro,
o ácer e o aloés.
Sentir a copa vergar,
quando passasse um tufão.
E ficar bem agarrado,
pelas raízes, ao chão.
Jorge Sousa Braga - Herbário (Assírio & Alvim, 1999)
terça-feira, março 20, 2012
Velhas Árvores
Estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores novas, mais amigas:
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...
O homem, a fera, e o insecto, à sombra delas
Vivem, livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.
Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem:
Na glória da alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!
Olavo Bilac
Do que as árvores novas, mais amigas:
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...
O homem, a fera, e o insecto, à sombra delas
Vivem, livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.
Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem:
Na glória da alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!
Olavo Bilac
segunda-feira, março 19, 2012
Primavera
Agora que ela está quase a chegar, aqui fica a Primavera, nas palavras e na voz de Tim Maia.
Quando o inverno chegar
Eu quero estar junto a ti
Pode o outono voltar
Eu quero estar junto a ti
Porque (é primavera)
Te amo (é primavera)
Te amo, meu amor
Trago esta rosa (para te dar)
Trago esta rosa (para te dar)
Trago esta rosa (para te dar)
Quando o inverno chegar
Eu quero estar junto a ti
Pode o outono voltar
Eu quero estar junto a ti
Porque (é primavera)
Te amo (é primavera)
Te amo, meu amor
Trago esta rosa (para te dar)
Trago esta rosa (para te dar)
Trago esta rosa (para te dar)
domingo, março 18, 2012
Os Fantásticos Livros Voadores
Os Fantásticos Livros Voadores ou "The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore" (2011), é um delicioso filme de animação (15 m), vencedor do Óscar 2012 (para filme de animação, curta metragem), que lhe proponho que veja hoje.
É um filme maravilhoso que tem todas razões para ser um filme vencedor. É encantador e transmite uma mensagem importante: os livros enriquecem-nos, preenchem completamente a nossa vida e mantém a nossa imaginação viva. Para além de tudo isto, é também uma declaração de amor aos livros de papel.
"The fantastic flying books…" foi lançado o ano passado como um livro digital interativo para iPad que chegou ao primeiro lugar entre os mais vendidos nas lojas da Apple.
Ora veja!
É um filme maravilhoso que tem todas razões para ser um filme vencedor. É encantador e transmite uma mensagem importante: os livros enriquecem-nos, preenchem completamente a nossa vida e mantém a nossa imaginação viva. Para além de tudo isto, é também uma declaração de amor aos livros de papel.
"The fantastic flying books…" foi lançado o ano passado como um livro digital interativo para iPad que chegou ao primeiro lugar entre os mais vendidos nas lojas da Apple.
Ora veja!