sábado, abril 02, 2011
Em Dose Dupla
Gamarjobat é um duo constituído por dois comediantes e mimos japoneses. Esta dupla representa uma enorme variedade de sketches, que incluem mímica e comédia física. Embora ainda não sejam muito conhecidos, o seu sucesso começou no Reino Unido quer através das suas apresentações quer em programas televisivos como, Blue Peter ou The Slammer. Têm um humor simples e banal mas, conseguem arrancar-nos umas boas gargalhadas, apesar da época de crise em que vivemos. São alguns minutos de relaxe que valem a pena.
sexta-feira, abril 01, 2011
Um Cubo Para Duas
quinta-feira, março 31, 2011
A mocidade
A mocidade é como a primavera! A alma, cheia de flores resplandece, Crê no Bem, ama a vida, sonha e espera, E a desventura facilmente esquece. É a idade da força e da beleza: Olha o futuro, e inda não tem passado: E, encarando de frente a Natureza, Não tem receio do trabalho ousado. Ama a vigília, aborrecendo o sono; Tem projetos de glória, ama a Quimera; E ainda não dá frutos como o outono, Pois só dá flores como a primavera! Olavo Bilac
quarta-feira, março 30, 2011
A Distância
Ney Matogrosso é uma das grandes vozes do Brasil. Ouça-o numa grande interpretação do tema A Distância, prestada no programa televisivo da Rede Globo, Altas Horas. Ney de Sousa Pereira (1941), mais conhecido como Ney Matogrosso, é um cantor e ator brasileiro, ex-integrante do grupo Secos & Molhados. Atualmente está considerado como um dos intérpretes brasileiros mais produtivos. Só adotou o nome artístico Ney Matogrosso em 1971, quando se mudou para São Paulo. Embora desde cedo demonstrasse dotes artísticos porque cantava, pintava e interpretava, o seu início profissional começou na aeronáutica brasileira (no laboratório de anatomia patológica do Hospital da Base de Brasília). Posteriormente, participou em festivais, programas televisivos e fez teatro. Em 1966 decidiu ir para o Rio de Janeiro onde passou a viver da confecção de artesanato de couro. Conhece, então, o produtor musical João Ricardo, que procurava um cantor de voz aguda para um conjunto musical. É, pois assim, que Ney é convidado para cantor do grupo Secos & Molhados, com o qual gravou dois discos, entre 1973 e 1974. Os álbuns geraram vários grandes sucessos como, O Vira, Rosa de Hiroxima, Sangue Latino e O Patrão Nosso de Cada Dia. Ney saiu dos Secos & Molhados em 1974 e no ano seguinte, lançou o primeiro disco a solo, Água do Céu - Pássaro. Foi considerado demasiado extravagante e o disco não fez muito sucesso apesar do repertório, onde se destacavam a regravação de um fado de Amália Rodrigues (Barco Negro) e, canções de Milton Nascimento e João Bosco. Em 1976 veio o reconhecimento com o disco, Bandido. A canção Bandido Corazón, composta por Rita Lee, tornou-se um grande sucesso na voz de Ney. Além desta, o disco trazia, entre outras, Trepa no coqueiro de Ari Kerner, Gaivota (de Gilberto Gil), e Mulheres de Atenas (Chico Buarque e Augusto Boal). Nessa época, Ney escandalizou o Brasil. Bandido é considerado o espetáculo mais ousado da carreira do cantor e perfomático Matogrosso. O álbum Feitiço (1978), trouxe mais alguns sucessos como Bandoleiro, Dos Cruces de Carmelo Larrea, e o frevo Não Existe Pecado ao Sul do Equador, de Chico Buarque e Rui Guerra. No disco Seu Tipo (1979), tirou pela primeira vez a fantasia e apresentou-se ao público de cara limpa. Do repertório, o destaque vai para a regravação de Rosa de Hiroxima de Gerson Conrad sobre poema de Vinícius de Morais. Na década de 80 lançou alguns dos seus maiores sucessos: Homem com H, Vida, Vida, Pro Dia Nascer Feliz, Vereda Tropical, Amor Objeto, Seu Tipo, Por Debaixo dos Panos, Promessas Demais, Tanto Amar, Ando Meio Desligado, Sangue Latino, entre outros. Ney Matogrosso é coreógrafo, iluminador e dançarino, atuando como diretor geral dos seus espetáculos musicais, que conquistam sempre um enorme sucesso. Não desperdice, agora, a oportunidade de o ouvir interpretando A Distância, de Roberto e Erasmo Carlos.
terça-feira, março 29, 2011
Portugal vestido de branco
segunda-feira, março 28, 2011
Aldeias Trogloditas
Troglodita é uma palavra que pode designar um homem, uma coletividade ou animais que habitam numa caverna ou então, uma habitação cavada numa rocha ou que se apoia sobre falhas ou grutas naturais existentes nas falésias.
A origem deste nome remonta ao Antigo Egito onde havia o povo dos Trogloditas, que vivia instalado em rochedos próximos do Mar Vermelho.
Há aldeias trogloditas em várias partes do mundo. Desde a França à China (Guyaju - Condado de Yanquing, Pequim), da Tunísia (Matmata) ao Afeganistão, passando pela Turquia (Capadócia) e pelo Irão (Kandovan).
Por exemplo, a aldeia Berbere de Matmata, localizada 650 m acima do nível do mar é a maior e mais conhecida das aldeias trogloditas. Aí as casas foram escavadas nas rochas numa tentativa daquele povo escapar ao calor intenso do dia. É preciso lembrar que ao contrário do que se pensa, o povo Berbere não é moreno, mas sim, um povo de pele e olhos claros, daí a necessidade de proteção dos raios solares.
Derinkuyu é uma cidade e distrito da Turquia. Localizada na região histórica e turística da Capadócia, Derinkuyu é notável pela sua grande cidade subterrânea, que é a principal atração turística local. Na Capadócia estão localizadas diversas outras cidades subterrâneas, esculpidas numa única formação geológica e utilizadas extensivamente pelos primeiros cristãos como esconderijos.
Toda a cidade subterrânea de Derinkuyu está cheia de profundíssimos poços que serviam para abastecer de água e de ar os habitantes trogloditas, que às vezes passavam ali meio ano, sem sair par o exterior.
Aprecie agora uma destas aldeias trogloditas.
A origem deste nome remonta ao Antigo Egito onde havia o povo dos Trogloditas, que vivia instalado em rochedos próximos do Mar Vermelho.
Há aldeias trogloditas em várias partes do mundo. Desde a França à China (Guyaju - Condado de Yanquing, Pequim), da Tunísia (Matmata) ao Afeganistão, passando pela Turquia (Capadócia) e pelo Irão (Kandovan).
Por exemplo, a aldeia Berbere de Matmata, localizada 650 m acima do nível do mar é a maior e mais conhecida das aldeias trogloditas. Aí as casas foram escavadas nas rochas numa tentativa daquele povo escapar ao calor intenso do dia. É preciso lembrar que ao contrário do que se pensa, o povo Berbere não é moreno, mas sim, um povo de pele e olhos claros, daí a necessidade de proteção dos raios solares.
Derinkuyu é uma cidade e distrito da Turquia. Localizada na região histórica e turística da Capadócia, Derinkuyu é notável pela sua grande cidade subterrânea, que é a principal atração turística local. Na Capadócia estão localizadas diversas outras cidades subterrâneas, esculpidas numa única formação geológica e utilizadas extensivamente pelos primeiros cristãos como esconderijos.
Toda a cidade subterrânea de Derinkuyu está cheia de profundíssimos poços que serviam para abastecer de água e de ar os habitantes trogloditas, que às vezes passavam ali meio ano, sem sair par o exterior.
Aprecie agora uma destas aldeias trogloditas.
domingo, março 27, 2011
Elogio ao Amor
Se não teve oportunidade de ler esta crónica, Elogio ao Amor, do Miguel Esteves Cardoso, aproveite:
"Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado.
Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.
Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também".
Miguel Esteves Cardoso
"Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado.
Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.
Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também".
Miguel Esteves Cardoso