João Afonso não é apenas sobrinho de Zeca Afonso. É um compositor e letrista português que se impôs no meio musical do nosso país pela sua qualidade musical e por mérito próprio.
João Afonso nasceu em Moçambique (1965) onde, juntamente com os seus pais e irmãos, viveu até 1978, altura em que veio para Portugal.
Cultivou desde cedo o gosto pelo canto, sofrendo influências quer da música urbana africana quer da música popular portuguesa, através do tio Zeca Afonso. A confirmar estas influências está o seu álbum,"Zanzibar" (2002). "Zanzibar" vive, sobretudo, das estórias vividas em África e de muitas experiências individuais. No universo de "Zanzibar", entrecruzam-se músicos de Portugal, Galiza, Moçambique, Guiné, Cabo Verde, Angola e Brasil. Para além de uma
diversidade riquíssima em termos instrumentais (violas, guitarras, bandolins, baixo, violoncelo, trompa, flauta, percussões, pandeireta galega e marimbas), há a destacar as bonitas letras das 14 canções que formam o álbum. Outra das novidades inseridas neste trabalho de João Afonso é "Mar me Quer", que o autor dedica a Mia Couto. Neste texto entretanto musicado, estão lá as personagens criadas pelo escritor moçambicano, nomeadamente a velha Luarmina e o avô Celestiano, bem como todo o colorido de África.
Este disco, faz de novo a ponte com África para homenagear familiares e anónimos que um dia se aventuraram pelo mundo.
João Afonso tem participado em inúmeras homenagens a Zeca Afonso quer em Portugal quer no estrangeiro (Alemanha e Galiza). Tem participado, com outros músicos, em diversos projectos, dos quais se destaca "Maio Maduro Maio" (uma parceria com José Mário Branco e Amélia Muge). Participou ainda nos discos "Janelas Verdes" e "Acústico" de Júlio Pereira e no disco "Lua Extravagante" do grupo com o mesmo nome.
Realizou concertos, com músicos espanhóis como os canto-autores Luís Pastor e Pedro Guerra. Em 1997 edita "Missangas", enquanto a edição de 99 da Festa do Avante, é o palco para a estreia de " Barco Voador".
Mais recentemente lançou "Outra Vida" (2006) e "Um Redondo Vocábulo" (2009).
Se não o conhece não perca, agora, o vídeo da canção Carteiro em Bicicleta (Missangas), se conhece, recorde esta bela interpretação de João Afonso.
sábado, janeiro 15, 2011
sexta-feira, janeiro 14, 2011
A Lapónia
A Lapónia é uma região localizada no norte da Escandinávia e que abrange o território de quatro países: a Noruega, a Suécia, a Finlândia e a Federação Russa. É um território que corresponde à região onde habitam os lapões, ou Sami.
Cerca de 70 000 Lapões vivem numa área de 390 000 km², juntamente com Suecos, Noruegueses, Finlandeses e Russos.
A área da Lapónia que se situa na região norte da Suécia, está classificada, pela Unesco, como Património da Humanidade.
O clima desta região é subártico e a vegetação é esparsa no extremo norte, enquanto no sul aparece a floresta boreal ou de coníferas. No outono a coloração das folhas das árvores varia entre o vermelho, o amarelo, o laranja e o violeta. Esta coloração tem início no fim de agosto e continua até meados de setembro, quando então algumas árvores chegam a ter folhas em tons de castanho.
A costa oeste (na Noruega) é montanhosa mas tem invernos mais suaves e mais precipitação que as planícies centrais e orientais. As temperaturas variam entre os 15°C positivos no Verão e os -50ºC no Inverno.
A Lapónia é rica em matérias primas particularmente o ferro (Suécia), o cobre (Noruega), o níquel e a apatite (Rússia).
A fauna compreende alces, renas, águias, falcões, ursos, lobos, peixes diversos e aves marítimas e terrestres. As raposas do Ártico, que também vivem nesta região setentrional, estão ameaçadas de extinção.
Todos os portos no Mar da Noruega e os do Mar de Barents, a nordeste de Murmansk estão livres de gelo no Inverno.
A Lapónia é escassamente povoada (a densidade populacional é de 3 a 4 habitantes por km²).
Na Lapónia, os Sami ou Lapões (povo indígena) são uma pequena minoria, totalizando, de acordo com o parlamento Sami da Suécia, 70000 pessoas, algumas das quais ainda nómadas.
Outros Sami vivem permanentemente em aldeias dispersas pela costa e fiordes, vales ou lagos onde a pesca é possível. A maior parte dos Sami vive a maior parte do ano na Noruega (40000).
Os "lapões" chegaram há quatro mil anos com uma economia baseada na caça. Assim continuaram até ao século XVI, quando se iniciou o pastoreio das renas. Foi nesta época que o Cristianismo chegou à Lapónia. A agricultura teve o seu início apenas no século XIX, e até ao início do século XX não havia estradas nesta região. O transporte era feito por renas no inverno e por barcos ou a cavalo no verão.
Segundo a cultura originária do norte da Europa, a Lapónia é a terra onde habita Joulopukki (também conhecido na cultura latina como Pai Natal) e todo seu séquito de duendes. Segundo a mesma cultura, o Pai Natal sai da Lapónia na noite do dia 24 de dezembro, véspera de Natal, com o seu trenó puxado por renas e carregado de presentes que distribui às crianças do mundo, que se comportaram bem durante o ano.
A Lapónia é conhecida turisticamente pelo Sol da Meia Noite, no Verão e pelas Auroras boreais no Inverno. Qualquer destes fenómenos é de uma beleza fascinante. A Lapónia também é referenciada pela crença de aí residir o Pai Natal, pelas renas, pelos fiordes na costa ocidental, pela pesca do bacalhau e do salmão, e pelas montanhas e florestas a perder de vista.
Aprecie a beleza desta região através da apresentação que seleccionei para hoje.
Cerca de 70 000 Lapões vivem numa área de 390 000 km², juntamente com Suecos, Noruegueses, Finlandeses e Russos.
A área da Lapónia que se situa na região norte da Suécia, está classificada, pela Unesco, como Património da Humanidade.
O clima desta região é subártico e a vegetação é esparsa no extremo norte, enquanto no sul aparece a floresta boreal ou de coníferas. No outono a coloração das folhas das árvores varia entre o vermelho, o amarelo, o laranja e o violeta. Esta coloração tem início no fim de agosto e continua até meados de setembro, quando então algumas árvores chegam a ter folhas em tons de castanho.
A costa oeste (na Noruega) é montanhosa mas tem invernos mais suaves e mais precipitação que as planícies centrais e orientais. As temperaturas variam entre os 15°C positivos no Verão e os -50ºC no Inverno.
A Lapónia é rica em matérias primas particularmente o ferro (Suécia), o cobre (Noruega), o níquel e a apatite (Rússia).
A fauna compreende alces, renas, águias, falcões, ursos, lobos, peixes diversos e aves marítimas e terrestres. As raposas do Ártico, que também vivem nesta região setentrional, estão ameaçadas de extinção.
Todos os portos no Mar da Noruega e os do Mar de Barents, a nordeste de Murmansk estão livres de gelo no Inverno.
A Lapónia é escassamente povoada (a densidade populacional é de 3 a 4 habitantes por km²).
Na Lapónia, os Sami ou Lapões (povo indígena) são uma pequena minoria, totalizando, de acordo com o parlamento Sami da Suécia, 70000 pessoas, algumas das quais ainda nómadas.
Outros Sami vivem permanentemente em aldeias dispersas pela costa e fiordes, vales ou lagos onde a pesca é possível. A maior parte dos Sami vive a maior parte do ano na Noruega (40000).
Os "lapões" chegaram há quatro mil anos com uma economia baseada na caça. Assim continuaram até ao século XVI, quando se iniciou o pastoreio das renas. Foi nesta época que o Cristianismo chegou à Lapónia. A agricultura teve o seu início apenas no século XIX, e até ao início do século XX não havia estradas nesta região. O transporte era feito por renas no inverno e por barcos ou a cavalo no verão.
Segundo a cultura originária do norte da Europa, a Lapónia é a terra onde habita Joulopukki (também conhecido na cultura latina como Pai Natal) e todo seu séquito de duendes. Segundo a mesma cultura, o Pai Natal sai da Lapónia na noite do dia 24 de dezembro, véspera de Natal, com o seu trenó puxado por renas e carregado de presentes que distribui às crianças do mundo, que se comportaram bem durante o ano.
A Lapónia é conhecida turisticamente pelo Sol da Meia Noite, no Verão e pelas Auroras boreais no Inverno. Qualquer destes fenómenos é de uma beleza fascinante. A Lapónia também é referenciada pela crença de aí residir o Pai Natal, pelas renas, pelos fiordes na costa ocidental, pela pesca do bacalhau e do salmão, e pelas montanhas e florestas a perder de vista.
Aprecie a beleza desta região através da apresentação que seleccionei para hoje.
quinta-feira, janeiro 13, 2011
Pensar Alto
Sim
às marrabentas
às danças rituais
que nas madrugadas
criam o frenesi
quando os tambores e as flautas entram a fanfarrar
fanfarrando até o vermelho da madrugada fazer o solo sangrar
em contraste com o verdurar das canções dos pássaros
sobre o já verduzido manto das mangueiras
dos cajueiros prenhes
para em Dezembro seus rebentos
dançarem como mulheres sensualíssimas
em cada ramo do cajual da minha terra
mas, sim ao orgasmo
das mafurreiras
repletas de chiricos
das rolas ciosas pela simbiose que só a natureza sabe oferecer
mas sim
ao som estridente do kulunguana
das donzelas no zig-zague dos ritos
quando as gazelas tão belas
não suportam mais quarenta graus à sombra dos canhueiros em flor
Malangatana
às marrabentas
às danças rituais
que nas madrugadas
criam o frenesi
quando os tambores e as flautas entram a fanfarrar
fanfarrando até o vermelho da madrugada fazer o solo sangrar
em contraste com o verdurar das canções dos pássaros
sobre o já verduzido manto das mangueiras
dos cajueiros prenhes
para em Dezembro seus rebentos
dançarem como mulheres sensualíssimas
em cada ramo do cajual da minha terra
mas, sim ao orgasmo
das mafurreiras
repletas de chiricos
das rolas ciosas pela simbiose que só a natureza sabe oferecer
mas sim
ao som estridente do kulunguana
das donzelas no zig-zague dos ritos
quando as gazelas tão belas
não suportam mais quarenta graus à sombra dos canhueiros em flor
Malangatana
quarta-feira, janeiro 12, 2011
Adeus Malangatana
Recentemente faleceu Malangatana, um importante pintor e escultor Moçambicano.
Esta notícia emocionou o mundo das artes plásticas quer em Portugal quer em Moçambique, quer todos quantos o conheciam e admiravam!
Malangatana Valente Ngwenya (1936 - Matosinhos, 5 de janeiro de 2011) foi um dos pintores moçambicanos mais conhecidos em todo o mundo. Em 1997 foi nomeado pela UNESCO "Artista pela Paz".
Trabalhou em vários ofícios humildes, tendo entrado, mais tarde, no Núcleo de Arte da então cidade de Lourenço Marques (actual Maputo).
Em vida, fez de tudo um pouco: foi pastor, aprendiz de curandeiro e empregado doméstico mas, viria a notabilizar-se no mundo das artes, tornando-se num dos mais famosos artistas moçambicanos.
Malangatana para além da pintura dedicou-se também à cerâmica, à tapeçaria, à gravura e à escultura. Fez experiências com areia, conchas, pedras e raízes. Foi poeta, ator, dançarino, músico, dinamizador cultural, organizador de festivais e filantropo.
Entre 1990 a 1994 foi deputado da FRELIMO e ao longo de décadas ldedicou-se a causas sociais e culturais. Foi um dos criadores do Museu Nacional de Arte de Moçambique, dinamizador do Núcleo de Arte, colaborador da UNICEF e dinamizador da criação de um Centro Cultural na sua terra natal: Matalana.
Expôs em Moçambique e em Portugal mas também, na Alemanha, na Áustria, na Bulgária, no Chile, no Brasil, em Angola, Cuba, Estados Unidos e Índia... Tem murais em países como a África do Sul, a Suazilândia, a Suécia ou a Colômbia e nas cidades de Maputo e Beira.
Contando com as obras em museus, galerias públicas e em colecções privadas, Malangatana vai continuar presente praticamente em todo o mundo. Conheceu grande parte do globo como membro de júri de bienais, inaugurando exposições ou fazendo palestras.
Foi nomeado Artista pela Paz (UNESCO), recebeu o prémio Príncipe Claus, e de Portugal levou também a medalha da Ordem do Infante D.Henrique e o doutoramento honoris causa pela Universidade de Évora. Se quizer saber mais alguma coisa veja a apresentação e o vídeo que selccionei para hoje.
Esta notícia emocionou o mundo das artes plásticas quer em Portugal quer em Moçambique, quer todos quantos o conheciam e admiravam!
Malangatana Valente Ngwenya (1936 - Matosinhos, 5 de janeiro de 2011) foi um dos pintores moçambicanos mais conhecidos em todo o mundo. Em 1997 foi nomeado pela UNESCO "Artista pela Paz".
Trabalhou em vários ofícios humildes, tendo entrado, mais tarde, no Núcleo de Arte da então cidade de Lourenço Marques (actual Maputo).
Em vida, fez de tudo um pouco: foi pastor, aprendiz de curandeiro e empregado doméstico mas, viria a notabilizar-se no mundo das artes, tornando-se num dos mais famosos artistas moçambicanos.
Malangatana para além da pintura dedicou-se também à cerâmica, à tapeçaria, à gravura e à escultura. Fez experiências com areia, conchas, pedras e raízes. Foi poeta, ator, dançarino, músico, dinamizador cultural, organizador de festivais e filantropo.
Entre 1990 a 1994 foi deputado da FRELIMO e ao longo de décadas ldedicou-se a causas sociais e culturais. Foi um dos criadores do Museu Nacional de Arte de Moçambique, dinamizador do Núcleo de Arte, colaborador da UNICEF e dinamizador da criação de um Centro Cultural na sua terra natal: Matalana.
Expôs em Moçambique e em Portugal mas também, na Alemanha, na Áustria, na Bulgária, no Chile, no Brasil, em Angola, Cuba, Estados Unidos e Índia... Tem murais em países como a África do Sul, a Suazilândia, a Suécia ou a Colômbia e nas cidades de Maputo e Beira.
Contando com as obras em museus, galerias públicas e em colecções privadas, Malangatana vai continuar presente praticamente em todo o mundo. Conheceu grande parte do globo como membro de júri de bienais, inaugurando exposições ou fazendo palestras.
Foi nomeado Artista pela Paz (UNESCO), recebeu o prémio Príncipe Claus, e de Portugal levou também a medalha da Ordem do Infante D.Henrique e o doutoramento honoris causa pela Universidade de Évora. Se quizer saber mais alguma coisa veja a apresentação e o vídeo que selccionei para hoje.
terça-feira, janeiro 11, 2011
O encerramento da Expo
A cerimónia de encerramento da Exposição Universal de Xangai (2010) ocorreu no dia 31 de outubro de 2010, no espetacular Centro da Cultura da Expo, na presença do primeiro -ministro chinês, Wen Jiabao.
A cerimónia teve início às 20h, porque o número 8 significa boa sorte.
O encerramento da maior exposição mundial da história destes eventos, que contou com a participação de 239 países e organizações internacionais e 73 milhões de visitantes, foi iniciado com a projeção de um vídeo sobre a vida diária das pessoas que trabalharam na Expo durante os últimos meses.
Assista agora a alguns dos aspectos mais significativos desta fabulosa cerimónia de encerramento da Exposição Universal de Xangai, através de 3 vídeos que seleccionei para hoje. É uma verdadeira fusão entre arte e música, modernidade e tradição.
A cerimónia teve início às 20h, porque o número 8 significa boa sorte.
O encerramento da maior exposição mundial da história destes eventos, que contou com a participação de 239 países e organizações internacionais e 73 milhões de visitantes, foi iniciado com a projeção de um vídeo sobre a vida diária das pessoas que trabalharam na Expo durante os últimos meses.
Assista agora a alguns dos aspectos mais significativos desta fabulosa cerimónia de encerramento da Exposição Universal de Xangai, através de 3 vídeos que seleccionei para hoje. É uma verdadeira fusão entre arte e música, modernidade e tradição.
segunda-feira, janeiro 10, 2011
Museu D'Orsay
O Museu de Orsay é um museu localizado na cidade de Paris em França. Situa-se na margem esquerda do rio Sena.
As coleções do museu abrangem várias vertentes das artes plásticas tais como a pintura, a escultura e a fotografia, entre outras. No entanto, são constituídas principalmente por pintura e escultura da arte ocidental do período compreendido entre 1848 e 1914. Estão aí presentes, entre outras, obras de Van Gogh, Degas, Camille Corot, Eugène Delacroix, Henri Fantin-Latour, Antoni Gaudí, Paul Gauguin, Hector Guimard, Ingres, Gustav Klimt, Édouard Manet, Henri Matisse, Millet, Mondrian, Claude Monet, Gustave Moreau, Berthe Morisot, Edvard Munch, Camille Pissarro, Pierre-Auguste Renoir, Auguste Rodin, Paul Sérusier, Georges Seurat, Paul Signac, Alfred Sisley, Henri de Toulouse-Lautrec, James McNeill Whistler, François Rude, Jules Cavelier, Jean-Baptiste Carpeaux, Auguste Rodin, Camille Claudel, Maurice Denis e Odilon Redon.
Existem também exposições temporárias que decorrem paralelamente à exposição permanente.
O edifício, que actualmente alberga o museu, era originalmente uma estação ferroviária. A Gare de Orsay foi construída para o Caminho de Ferro de Paris a Orléans, no local onde se erguera até 1871 um antigo palácio administrativo, o Palais d'Orsay. Foi inaugurado em 1898, a tempo da Exposição Universal de 1900. O projecto foi do arquitecto Victour Laloux.
Em 1939, deixou de ser o terminal da linha que ligava Paris a Orleães devido ao comprimento reduzido do cais, passando então a ser apenas uma estação da rede suburbana de caminhos de ferro. Durante a Segunda Guerra Mundial serviu de centro de correios. A estação foi fechada a 1 de Janeiro de 1973.
Em 1977, o Governo francês decidiu transformar aquele espaço num museu. Foi inaugurado pelo presidente de então, François Mitterrand, em 1986. Os arquitectos Renaud Bardon, Pierre Colboc e Jean-Paul Philippon foram os responsáveis pela adaptação da estação a museu.
As colecções do museu proveem essencialmente de três locais: do museu do Louvre; do museu do Jeu de Paume (obras dos impressionistas desde 1947) e do museu de arte moderna de Paris (as obras mais recentes).
Resolvi fazer este post a propósito da grande exposição, acerca de Monet, que ali está a decorrer desde 22 de Setembro de 2010 até 24 de Janeiro de 2011. Aconselho-o a clicar aqui , para ver um curiosíssimo site sobre este evento (com som e muito “rato”).
Vale a pena ler as legendas pois vão dando, a propósito das telas, uma enorme informação sobre aquele pintor.
Já agora gostaria de salientar um número especial sobre Monet, muito bem documentado, que o ‘Figaro’ publicou e que pode consultar clicando aqui.
Se tiver hipótese de ir até Paris não perca esta exposição no Museu D'Orsay.
As coleções do museu abrangem várias vertentes das artes plásticas tais como a pintura, a escultura e a fotografia, entre outras. No entanto, são constituídas principalmente por pintura e escultura da arte ocidental do período compreendido entre 1848 e 1914. Estão aí presentes, entre outras, obras de Van Gogh, Degas, Camille Corot, Eugène Delacroix, Henri Fantin-Latour, Antoni Gaudí, Paul Gauguin, Hector Guimard, Ingres, Gustav Klimt, Édouard Manet, Henri Matisse, Millet, Mondrian, Claude Monet, Gustave Moreau, Berthe Morisot, Edvard Munch, Camille Pissarro, Pierre-Auguste Renoir, Auguste Rodin, Paul Sérusier, Georges Seurat, Paul Signac, Alfred Sisley, Henri de Toulouse-Lautrec, James McNeill Whistler, François Rude, Jules Cavelier, Jean-Baptiste Carpeaux, Auguste Rodin, Camille Claudel, Maurice Denis e Odilon Redon.
Existem também exposições temporárias que decorrem paralelamente à exposição permanente.
O edifício, que actualmente alberga o museu, era originalmente uma estação ferroviária. A Gare de Orsay foi construída para o Caminho de Ferro de Paris a Orléans, no local onde se erguera até 1871 um antigo palácio administrativo, o Palais d'Orsay. Foi inaugurado em 1898, a tempo da Exposição Universal de 1900. O projecto foi do arquitecto Victour Laloux.
Em 1939, deixou de ser o terminal da linha que ligava Paris a Orleães devido ao comprimento reduzido do cais, passando então a ser apenas uma estação da rede suburbana de caminhos de ferro. Durante a Segunda Guerra Mundial serviu de centro de correios. A estação foi fechada a 1 de Janeiro de 1973.
Em 1977, o Governo francês decidiu transformar aquele espaço num museu. Foi inaugurado pelo presidente de então, François Mitterrand, em 1986. Os arquitectos Renaud Bardon, Pierre Colboc e Jean-Paul Philippon foram os responsáveis pela adaptação da estação a museu.
As colecções do museu proveem essencialmente de três locais: do museu do Louvre; do museu do Jeu de Paume (obras dos impressionistas desde 1947) e do museu de arte moderna de Paris (as obras mais recentes).
Resolvi fazer este post a propósito da grande exposição, acerca de Monet, que ali está a decorrer desde 22 de Setembro de 2010 até 24 de Janeiro de 2011. Aconselho-o a clicar aqui , para ver um curiosíssimo site sobre este evento (com som e muito “rato”).
Vale a pena ler as legendas pois vão dando, a propósito das telas, uma enorme informação sobre aquele pintor.
Já agora gostaria de salientar um número especial sobre Monet, muito bem documentado, que o ‘Figaro’ publicou e que pode consultar clicando aqui.
Se tiver hipótese de ir até Paris não perca esta exposição no Museu D'Orsay.
domingo, janeiro 09, 2011
"Um cê a mais"
Ainda a propósito do Acordo Ortográfico proponho-lhe a leitura de um texto de Manuel Halpern feito com muito humor. A nova ortografia foi o ponto de partida para este "Um cê a mais".
Manuel Halpern é um jornalista e crítico do Jornal de Letras, Artes e Ideias. Manuel Halpern escreve preferencialmente sobre música e cinema, além de manter, desde há dez anos, a coluna fixa O Homem do Leme.
Este jornalista é licenciado em Comunicação Social, pela Universidade Católica, com pós-graduação em Crítica de Cinema e Música Pop, na Faculdade Ramon Lull de Barcelona. Colaborou, entre outros, com a Visão, o Público, o Blitz, a Antena 2, o Diário de Notícias e o Corriere della Sera.
"Um cê a mais"
"Quando eu escrevo a palavra ação, por magia ou pirraça, o computador retira automaticamente o c na pretensão de me ensinar a nova grafia. De forma que, aos poucos, sem precisar de ajuda, eu próprio vou tirando as consoantes que, ao que parece, estavam a mais na língua portuguesa. Custa-me despedir-me daquelas letras que tanto fizeram por mim. São muitos anos de convívio. Lembro-me da forma discreta e silenciosa como todos estes cês e pês me acompanharam em tantos textos e livros desde a infância. Na primária, por vezes gritavam ofendidos na caneta vermelha da professora: não te esqueças de mim! Com o tempo, fui-me habituando à sua existência muda, como quem diz, sei que não falas, mas ainda bem que estás aí. E agora as palavras já nem parecem as mesmas. O que é ser proativo? Custa-me admitir que, de um dia para o outro, passei a trabalhar numa redação, que há espetadores nos espetáculos e alguns também nos frangos, que os atores atuam e que, ao segundo ato, eu ato os meus sapatos.
Depois há os intrusos, sobretudo o erre, que tornou algumas palavras arrevesadas e arranhadas, como neorrealismo ou autorretrato. Caíram hifenes e entraram erres que andavam errantes. É uma união de facto, para não errar tenho a obrigação de os acolher como se fossem família. Em 'há de' há um divórcio, não vale a pena criar uma linha entre eles, porque já não se entendem. Em veem e leem, por uma questão de fraternidade, os és passaram a ser gémeos, nenhum usa chapéu. E os meses perderam importância e dignidade, não havia motivo para terem privilégios, janeiro, fevereiro, março são tão importantes como peixe, flor, avião. Não sei se estou a ser suscetível, mas sem p algumas palavras são uma autêntica deceção, mas por outro lado é ótimo que já não tenham.
As palavras transformam-nos. Como um menino que muda de escola, sei que vou ter saudades, mas é tempo de crescer e encontrar novos amigos. Sei que tudo vai correr bem, espero que a ausência do cê não me faça perder a direção, nem me fracione, nem quero tropeçar em algum objeto abjeto. Porque, verdade seja dita, hoje em dia, não se pode ser atual nem atuante com um cê a atrapalhar".
Manuel Halpern
Manuel Halpern é um jornalista e crítico do Jornal de Letras, Artes e Ideias. Manuel Halpern escreve preferencialmente sobre música e cinema, além de manter, desde há dez anos, a coluna fixa O Homem do Leme.
Este jornalista é licenciado em Comunicação Social, pela Universidade Católica, com pós-graduação em Crítica de Cinema e Música Pop, na Faculdade Ramon Lull de Barcelona. Colaborou, entre outros, com a Visão, o Público, o Blitz, a Antena 2, o Diário de Notícias e o Corriere della Sera.
"Um cê a mais"
"Quando eu escrevo a palavra ação, por magia ou pirraça, o computador retira automaticamente o c na pretensão de me ensinar a nova grafia. De forma que, aos poucos, sem precisar de ajuda, eu próprio vou tirando as consoantes que, ao que parece, estavam a mais na língua portuguesa. Custa-me despedir-me daquelas letras que tanto fizeram por mim. São muitos anos de convívio. Lembro-me da forma discreta e silenciosa como todos estes cês e pês me acompanharam em tantos textos e livros desde a infância. Na primária, por vezes gritavam ofendidos na caneta vermelha da professora: não te esqueças de mim! Com o tempo, fui-me habituando à sua existência muda, como quem diz, sei que não falas, mas ainda bem que estás aí. E agora as palavras já nem parecem as mesmas. O que é ser proativo? Custa-me admitir que, de um dia para o outro, passei a trabalhar numa redação, que há espetadores nos espetáculos e alguns também nos frangos, que os atores atuam e que, ao segundo ato, eu ato os meus sapatos.
Depois há os intrusos, sobretudo o erre, que tornou algumas palavras arrevesadas e arranhadas, como neorrealismo ou autorretrato. Caíram hifenes e entraram erres que andavam errantes. É uma união de facto, para não errar tenho a obrigação de os acolher como se fossem família. Em 'há de' há um divórcio, não vale a pena criar uma linha entre eles, porque já não se entendem. Em veem e leem, por uma questão de fraternidade, os és passaram a ser gémeos, nenhum usa chapéu. E os meses perderam importância e dignidade, não havia motivo para terem privilégios, janeiro, fevereiro, março são tão importantes como peixe, flor, avião. Não sei se estou a ser suscetível, mas sem p algumas palavras são uma autêntica deceção, mas por outro lado é ótimo que já não tenham.
As palavras transformam-nos. Como um menino que muda de escola, sei que vou ter saudades, mas é tempo de crescer e encontrar novos amigos. Sei que tudo vai correr bem, espero que a ausência do cê não me faça perder a direção, nem me fracione, nem quero tropeçar em algum objeto abjeto. Porque, verdade seja dita, hoje em dia, não se pode ser atual nem atuante com um cê a atrapalhar".
Manuel Halpern