Jorge Palma (Lisboa - 1950) é um compositor e cantor português.
Aos seis anos, iniciou os seus estudos de piano. Foi no Conservatório Nacional a sua primeira audição, aos oito anos.
Durante a adolescência e a par da formação erudita, começa a interessar-se pelo rock’n’roll, e, de um modo geral, pela música popular americana e inglesa. É por esta altura que descobre a guitarra. Bob Dylan, Led Zeppelin e Lou Reed são algumas das suas influências.
Integrou vários grupos musicais de 1967 a 1971. A estreia a solo de Jorge Palma acontece com o single The Nine Billion Names of God (1972), título de um conto de Arthur C. Clarke e inspirado também no livro "O Despertar dos Mágicos", de Louis Pauwels e Jacques Bergier. Por esta altura, inicia uma colaboração com José Carlos Ary dos Santos, que o ajuda a aperfeiçoar a escrita poética, e com quem estabelece uma relação de aluno-mestre.
Em Setembro de 1973, recusando-se a cumprir o serviço militar obrigatório e, consequentemente, a embarcar para a guerra no Ultramar, parte para a Dinamarca, onde lhe foi concedido asilo político.
Regressou a Portugal após o 25 de Abril de 1974, iniciando uma carreira como orquestrador, entre 1974 e 1977, na indústria discográfica.
Em 1975, concorreu ao Festival RTP da Canção e gravou o seu primeiro LP "Com uma Viagem na Palma da Mão", com canções compostas durante o exílio político em Copenhaga.
Depois da gravação do seu segundo trabalho discográfico - "Té Já "(1977), partiu em viagem, cantando e tocando guitarra nas ruas de várias cidades espanholas e francesas, nomeadamente Paris, interpretando repertório de compositores de música popular americana, como Bob Dylan, Crosby, Stills and Nash, Leonard Cohen, Neil Young, Simon & Garfunkel, entre outros.
Em 1979, grava "Qualquer Coisa Pá Música", o seu terceiro álbum de originais.
O ano de 1985 é marcado pelo lançamento do seu sexto álbum de originais e um dos mais aclamados da sua carreira, "O Lado Errado da Noite". O single "Deixa-me Rir" é dele extraído e teve um enorme sucesso, sendo, ainda hoje, uma das músicas que funciona como uma espécie de imagem de marca e uma das mais requisitadas pelos fãs nos concertos.
Em 1986, gravou o seu sétimo álbum de originais – "Quarto Minguante".
Em 1989, edita Bairro do Amor, considerado pelos jornais Público e Diário de Notícias como um dos álbuns do século da música portuguesa.
Compondo, escrevendo letras, fazendo arranjos e desempenhando a direcção musical nas gravações dos seus fonogramas, foi acompanhado por músicos com experiência em diversos domínios musicais, como o pop-rock, a MPP, a música improvisada, a música erudita e o jazz, dos quais se salientam Carlos Bechegas, Carlos Zíngaro, Edgar Caramelo, Guilherme Inês, Jorge Reis, Júlio Pereira, Rui Veloso, Zé Nabo, José Moz Carrapa, Zé da Ponte e Kalu, entre outros.
Durante a década de 1990 suspendeu a gravação de composições originais para se dedicar à reinterpretação da sua obra, participando regularmente noutros agrupamentos, realizando gravações para intérpretes próximos de si, compondo música para teatro, bem como preconizando inúmeros concertos pelo país, que se traduziram num aumento significativo da sua popularidade, sobretudo junto do público mais jovem.
Integrou o agrupamento Rio Grande, em 1996, formado por Tim (Xutos & Pontapés), João Gil Ala dos Namorados, Rui Veloso e Vitorino, que alcançou uma considerável popularidade.
Nesse mesmo ano, musicou poemas de Regina Guimarães, integrados na peça de Bertolt
Brecht "Lux in Tenebris" - levada à cena pela companhia de teatro de Braga - e colaborou com Sérgio Godinho, João Peste, Rui Reininho e Al Berto no espectáculo "Filhos de Rimbaud", apresentado no Coliseu dos Recreios de Lisboa.
Foi director musical do espectáculo teatral "Aos que Nasceram Depois de Nós", baseado em textos de Bertolt Brecht, com música de Kurt Weill, Hans Eisler, do próprio dramaturgo e com uma composição de JP ("Do Pobre B.B.").
Em 1997, sai o segundo álbum dos Rio Grande - Dia de Concerto - ao vivo no Coliseu dos Recreios. Nele se estreia o original de Jorge Palma "Quem És Tu de Novo?".
Em 2001, edita, então, o seu novo álbum, muito bem recebido pela crítica e ainda mais pelo público, ávido de novas músicas, mais de doze anos decorridos sobre o lançamento do seu último disco de originais.
Em Agosto de 2004 gravou, no Porto, o álbum "Norte" que contou com participações especiais de muitos músicos portugueses com quem ainda não tinha trabalhado até então.
Lançou em 2007 o disco "Voo Nocturno" e em 2010 o single "Tudo por um beijo", que é a banda sonora do filme A Bela e o Paparazzo.