Carinhoso é uma das obras mais importantes da música popular brasileira. Foi composta entre 1916 e 1917 por Pixinguinha. Posteriormente, João de Barro (Braguinha) fez a letra desta canção. Tem sido gravada com grande sucesso por muitos artistas da MPB, como: Elis Regina, Orlando Silva, João Gilberto e Marisa Monte.
Alfredo da Rocha Viana Filho, conhecido como Pixinguinha é considerado um dos maiores compositores da música popular brasileira. Com o seu talento contribuiu directamente para que o choro encontrasse a sua forma musical definitiva. Quando compôs Carinhoso, entre 1916 e 1917 e Lamentos em 1928, que são considerados alguns dos choros mais famosos, Pixinguinha foi criticado porque essas composições foram consideradas como tendo uma inaceitável influência do jazz. Hoje em dia, podem ser vistas como avançadas demais para a época. No Brasil, o dia 23 de Abril é o Dia Nacional do Choro. Trata-se de uma homenagem ao nascimento de Pixinguinha e à sua importância enquanto músico.
Assista agora, à excelente interpretação desta canção nas vozes de Paulinho da Viola e Marisa Monte. Se quiser pode acompanhar a música com a letra que se encontra abaixo do vídeo.
Meu coração, não sei por que
Bate feliz quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo
Mas mesmo assim
Foges de mim
Ah se tu soubesses como sou tão carinhoso
E o muito, muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim
Vem, vem, vem, vem
Vem sentir o calor dos lábios meus a procura dos teus
Vem matar essa paixão que me devora o coração
E só assim então serei feliz
Bem feliz
Ah se tu soubesses como sou tão carinhoso
E o muito, muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim
Vem, vem, vem, vem
Vem sentir o calor dos lábios meus a procura dos teus
Vem matar essa paixão que me devora o coração
E só assim então serei feliz
sábado, julho 03, 2010
sexta-feira, julho 02, 2010
Uma arma de sedução
Há quem diga que os leques foram inventados na China. Outros afirmam que a sua criação partiu do Egipto antigo. Contudo, parece que surgiram em diferentes partes do mundo ao mesmo tempo, sendo o seu uso tão antigo quanto a existência do homem.
Os leques mais antigos eram enormes, não podiam ser fechados e quem os movimentava eram os escravos. Na época dos descobrimentos, os portugueses trouxeram do Japão a novidade dos leques retrácteis, que logo se espalhou pela Europa, invadindo a França. Tomaram conta da corte e dos salões e inspiraram poetas e pintores. Nessa época os leques eram presos à cintura por delicadas e artísticas correntinhas.
Uma coisa é certa: o leque é sinónimo de leveza, de classe e de muita sensualidade.
É somente no século XVII que o leque ganha a forma com a qual é conhecido até hoje. Torna-se não apenas um instrumento utilitário como uma espécie de vitrine para expressar os gostos de uma época. A partir dessa altura introduzem-se elementos novos e materiais nobres e caros no seu fabrico: relevos, incrustações, pedras preciosas, tecidos italianos e metais preciosos, etc. Alguns destes leques são autênticas obras de arte.
Os leques ao longo da história tiveram, também, diversos formatos. Os leques mais antigos eram feitos de penas, folhas ou pergaminho. Com o passar do tempo, também passou a ser utilizado o tecido, a renda, ou a seda, sendo estas bases pintadas, bordadas com lantejoulas ou com fios dourados ou prateados. Um leque comum é composto por duas partes básicas. Uma é a armação que é uma base rígida, composta por hastes que se sobrepõem, que ao ser movimentada o abre e o fecha. Outra parte é a folha, feita de tecido colado à base. A área da folha pode variar de tamanho dependendo do tipo de leque. Os leques podem ser classificados em diferentes tipos, dependendo de sua decoração. Há-os que só são decorados de um lado e outros dos dois lados (dupla face). Há também os que têm as hastes trabalhadas e os que as têm simples. Há leques com a folha grande e outros com ela bem reduzida. Há leques que não têm esta parte, sendo constituídos apenas pelas hastes, por isso, são chamados leques de baralho. Os leques tradicionais têm, hoje, cerca de 23 cm. Mas existem também os de bolso, que no século XIX eram os mais utilizados pelos homens. É preciso não esquecer que no seu período áureo, os leques eram acessório utilizado tanto por homens como por mulheres.
Todas as sociedades têm suas regras. Em todas as sociedades, as pessoas procuram maneiras de contornar essas regras sem ficarem mal diante dos demais. O leque tornou-se num adereço que serviu não só para quebrar regras ou para as contornar, mas também se tornou numa forma de comunicação. É que há momentos em que as palavras podem não ser o código mais adequado. Assim, o uso do leque permitiu a criação de uma linguagem própria: a linguagem do leque. Esta servia para enviar mensagens de forma muito discreta. A linguagem do leque, nasceu, segundo se pensa, na corte francesa do século XVIII. Foi na França, nas cortes dos reis Luis XIV e Luis XV, que o leque teve seu período áureo. Nesta época tornou-se um complemento indispensável no vestuário das grandes damas.
O leque não exercia, somente, a função de refrescar.
Era portanto, também, fonte de linguagem codificada entre as damas e os cavalheiros. Eis alguns exemplos:
Amo-te - Esconder os olhos com o leque aberto.
Aproxime-se - Andar com o leque, conduzindo-o aberto na mão esquerda.
Quando nos veremos? Leque aberto no colo.
Não me esqueça - Tocar o cabelo com o leque fechado.
Adeus - Abrir e fechar o leque.
Sim - Apoiar o leque no lado direito do rosto.
Não - Apoiar o leque no lado esquerdo do rosto.
O leque é simultaneamente um instrumento utilitário e um adereço. Com a popularização da eletricidade, surgiram os ventiladores, que acabaram por substituir os leques na função de nos refrescar. A era dos leques enquanto utilitários chega ao fim nos anos 30. Mas, mesmo nos dias de hoje, em alguns países – e em ocasiões especiais – continua a ser um acessório indispensável e é visto como sinónimo de elegância.
Este post pretendeu mostrar a aura de sedução e mistério que envolvia e envolve este acessório e homenagear as mulheres. Não podemos deixar de salientar os códigos, os truques e a linguagem gestual que estava associada ao leque e que elas usavam, como autênticos biombos do olhar.
Os leques mais antigos eram enormes, não podiam ser fechados e quem os movimentava eram os escravos. Na época dos descobrimentos, os portugueses trouxeram do Japão a novidade dos leques retrácteis, que logo se espalhou pela Europa, invadindo a França. Tomaram conta da corte e dos salões e inspiraram poetas e pintores. Nessa época os leques eram presos à cintura por delicadas e artísticas correntinhas.
Uma coisa é certa: o leque é sinónimo de leveza, de classe e de muita sensualidade.
É somente no século XVII que o leque ganha a forma com a qual é conhecido até hoje. Torna-se não apenas um instrumento utilitário como uma espécie de vitrine para expressar os gostos de uma época. A partir dessa altura introduzem-se elementos novos e materiais nobres e caros no seu fabrico: relevos, incrustações, pedras preciosas, tecidos italianos e metais preciosos, etc. Alguns destes leques são autênticas obras de arte.
Os leques ao longo da história tiveram, também, diversos formatos. Os leques mais antigos eram feitos de penas, folhas ou pergaminho. Com o passar do tempo, também passou a ser utilizado o tecido, a renda, ou a seda, sendo estas bases pintadas, bordadas com lantejoulas ou com fios dourados ou prateados. Um leque comum é composto por duas partes básicas. Uma é a armação que é uma base rígida, composta por hastes que se sobrepõem, que ao ser movimentada o abre e o fecha. Outra parte é a folha, feita de tecido colado à base. A área da folha pode variar de tamanho dependendo do tipo de leque. Os leques podem ser classificados em diferentes tipos, dependendo de sua decoração. Há-os que só são decorados de um lado e outros dos dois lados (dupla face). Há também os que têm as hastes trabalhadas e os que as têm simples. Há leques com a folha grande e outros com ela bem reduzida. Há leques que não têm esta parte, sendo constituídos apenas pelas hastes, por isso, são chamados leques de baralho. Os leques tradicionais têm, hoje, cerca de 23 cm. Mas existem também os de bolso, que no século XIX eram os mais utilizados pelos homens. É preciso não esquecer que no seu período áureo, os leques eram acessório utilizado tanto por homens como por mulheres.
Todas as sociedades têm suas regras. Em todas as sociedades, as pessoas procuram maneiras de contornar essas regras sem ficarem mal diante dos demais. O leque tornou-se num adereço que serviu não só para quebrar regras ou para as contornar, mas também se tornou numa forma de comunicação. É que há momentos em que as palavras podem não ser o código mais adequado. Assim, o uso do leque permitiu a criação de uma linguagem própria: a linguagem do leque. Esta servia para enviar mensagens de forma muito discreta. A linguagem do leque, nasceu, segundo se pensa, na corte francesa do século XVIII. Foi na França, nas cortes dos reis Luis XIV e Luis XV, que o leque teve seu período áureo. Nesta época tornou-se um complemento indispensável no vestuário das grandes damas.
O leque não exercia, somente, a função de refrescar.
Era portanto, também, fonte de linguagem codificada entre as damas e os cavalheiros. Eis alguns exemplos:
Amo-te - Esconder os olhos com o leque aberto.
Aproxime-se - Andar com o leque, conduzindo-o aberto na mão esquerda.
Quando nos veremos? Leque aberto no colo.
Não me esqueça - Tocar o cabelo com o leque fechado.
Adeus - Abrir e fechar o leque.
Sim - Apoiar o leque no lado direito do rosto.
Não - Apoiar o leque no lado esquerdo do rosto.
O leque é simultaneamente um instrumento utilitário e um adereço. Com a popularização da eletricidade, surgiram os ventiladores, que acabaram por substituir os leques na função de nos refrescar. A era dos leques enquanto utilitários chega ao fim nos anos 30. Mas, mesmo nos dias de hoje, em alguns países – e em ocasiões especiais – continua a ser um acessório indispensável e é visto como sinónimo de elegância.
Este post pretendeu mostrar a aura de sedução e mistério que envolvia e envolve este acessório e homenagear as mulheres. Não podemos deixar de salientar os códigos, os truques e a linguagem gestual que estava associada ao leque e que elas usavam, como autênticos biombos do olhar.
quinta-feira, julho 01, 2010
Auto-retrato
Espáduas brancas palpitantes:
asas no exílio dum corpo.
Os braços calhas cintilantes
para o comboio da alma.
E os olhos emigrantes
no navio da pálpebra
encalhado em renúncia ou cobardia.
Por vezes fêmea. Por vezes monja.
Conforme a noite. Conforme o dia.
Molusco. Esponja
embebida num filtro de magia.
Aranha de ouro
presa na teia dos seus ardis.
E aos pés um coração de louça
quebrado em jogos infantis.
Natália Correia
asas no exílio dum corpo.
Os braços calhas cintilantes
para o comboio da alma.
E os olhos emigrantes
no navio da pálpebra
encalhado em renúncia ou cobardia.
Por vezes fêmea. Por vezes monja.
Conforme a noite. Conforme o dia.
Molusco. Esponja
embebida num filtro de magia.
Aranha de ouro
presa na teia dos seus ardis.
E aos pés um coração de louça
quebrado em jogos infantis.
Natália Correia
quarta-feira, junho 30, 2010
O Reservatório da Patriarcal
O Reservatório da Patriarcal é mais um dos núcleos do Museu da Água em Lisboa. Foi projectado, em 1856, pelo engenheiro francês Mary e construído entre 1860 e 1864. Foi em tempos passados o reservatório mais importante na rede de distribuição de água, da baixa lisboeta. Situado debaixo do Jardim do Príncipe Real, tinha capacidade para 880 m3 de água e era uma enorme cisterna em alvenaria, com planta octogonal. Possuia 31 pilares de 9, 25 metros de altura rematados por abóbadas e era abastecido pelo Aqueduto das Águas Livres. Do reservatório da Patriarcal saíam três galerias: uma que entroncava na Galeria do Loreto; outra em direcção à Rua da Alegria, onde se ligava ao sistema do Alviela (desde 1883) e por fim outra galeria em direcção à Rua de São Marçal que abastecia a parte ocidental da cidade. No exterior o reservatório tem um lago com repuxo. Este reservatório funcionou até aos anos 40, do século XX. Em 1994 o reservatório foi recuperado e adaptado para espaço cultural pelo arquitecto Varandas Monteiro.
Hoje em dia é palco de várias iniciativas culturais, nomeadamente espectáculos, exposições de fotografia e escultura. O projecto de recuperação do Reservatório da Patriarcal foi distinguido com o Prémio Eugénio dos Santos.
Veja agora mais um episódio de Lisboa Debaixo de Terra que mostra e fala de mais este espaço de cultura em Lisboa.
Hoje em dia é palco de várias iniciativas culturais, nomeadamente espectáculos, exposições de fotografia e escultura. O projecto de recuperação do Reservatório da Patriarcal foi distinguido com o Prémio Eugénio dos Santos.
Veja agora mais um episódio de Lisboa Debaixo de Terra que mostra e fala de mais este espaço de cultura em Lisboa.
terça-feira, junho 29, 2010
S.Pedro
Hoje dia de S. Pedro encerra-se o ciclo das festas dos santos populares.
O momento mais importante da festa deste santo popular ocorre na noite de 28 para 29 de Junho. Nesta noite canta-se, dança-se e comem-se sardinhas assadas à volta das fogueiras, num ambiente de folguedos e alegria que se prolonga pela noite dentro. Os principais protagonistas destes festejos são os vários bairros populares das cidades portuguesas ou as localidades que têm S. Pedro como santo padroeiro. Aí se organizam os tronos, os bailes e as actuações das rusgas.
Contudo, esta é talvez a devoção festiva menos celebrada.
Pedro (século I a.C., Betsaida, Galiléia — cerca de 67 d.C., Roma) foi um dos doze apóstolos de Jesus Cristo, de acordo com o Novo Testamento. Antes de se tornar apóstolo era conhecido como Simão e era pescador. São Pedro foi o primeiro Bispo de Roma, sendo por isso o primeiro Papa da Igreja Católica. Segundo a Bíblia, Cristo mudou o nome de Simão para Pedro, que em aramaico significa "pedra"ou "rocha".
A sua vida continua a ser objecto de investigação e o túmulo deste santo está localizado na Basílica de São Pedro no Vaticano. A descoberta do mesmo é recente (em 1950), após anos de meticulosa investigação.
O momento mais importante da festa deste santo popular ocorre na noite de 28 para 29 de Junho. Nesta noite canta-se, dança-se e comem-se sardinhas assadas à volta das fogueiras, num ambiente de folguedos e alegria que se prolonga pela noite dentro. Os principais protagonistas destes festejos são os vários bairros populares das cidades portuguesas ou as localidades que têm S. Pedro como santo padroeiro. Aí se organizam os tronos, os bailes e as actuações das rusgas.
Contudo, esta é talvez a devoção festiva menos celebrada.
Pedro (século I a.C., Betsaida, Galiléia — cerca de 67 d.C., Roma) foi um dos doze apóstolos de Jesus Cristo, de acordo com o Novo Testamento. Antes de se tornar apóstolo era conhecido como Simão e era pescador. São Pedro foi o primeiro Bispo de Roma, sendo por isso o primeiro Papa da Igreja Católica. Segundo a Bíblia, Cristo mudou o nome de Simão para Pedro, que em aramaico significa "pedra"ou "rocha".
A sua vida continua a ser objecto de investigação e o túmulo deste santo está localizado na Basílica de São Pedro no Vaticano. A descoberta do mesmo é recente (em 1950), após anos de meticulosa investigação.
Rusga, trono e fogueira
Só assim é tradição
Só assim é que há S. Pedro
É esta a nossa razão.
segunda-feira, junho 28, 2010
Campeões
domingo, junho 27, 2010
O que significará tudo isto?
Sabia que:
- Se o MySpace fosse um país ocuparia o 11º lugar?
- Estamos a preparar estudantes para profissões que ainda não existem?
- A quantidade de informação gerada num ano é maior do que a acumulada nos últimos 5000 anos?
- Vivemos na chamada era da Sociedade da Informação que encontra as suas raízes nas inovações impostas pelas novas tecnologias. Esta é uma era de incertezas, de interrogações, de novas oportunidades mas também de novas ameaças. Proponho-lhe que assista ao vídeo que foi enviado aos executivos da IBM, como mensagem de fim de ano. Dá-nos informações espantosas, levanta dúvidas e suscita reflexões importantes. Não perca!